As Testemunhas de Jeová e suas datas "proféticas"

Descubra as predições feitas pela organização das Testemunhas de Jeová.

1914--> 1918--> 1920-> 1925-> 1941-42-> 1975-> geração que não passará de 1914-> Armagedom no século 20
Avatar do usuário
Manoel Bandeira
Forista
Forista
Mensagens: 405
Registrado em: 08 Jun 2009 14:48
Localização: São Paulo, SP
Contato:

Re: As Testemunhas de Jeová e suas datas "proféticas"

Mensagem não lida por Manoel Bandeira »

6. A explicação do Prof. Thiele para se entender o tempo exato dos 70 anos de cativeiro:

A) A desolação do Templo não teve lugar numa simples e grande destruição. Igualmente, a sua restauração e o retorno dos judeus não se deram num único momento, mas transcorreram vários anos (a partir do decreto de Ciro em 537 A.C.).

B) Jeremias profetizou por duas vezes um período de 70 anos de cativeiro.
Obs.: a) Sua primeira predição ligava-se ao começo da regência de Nabucodonosor, em 605 A.C. (Jer. 25: 1, 11, 12).
b) A segunda foi dada durante a regência de Zedequias, pouco antes da desolação de Jerusalém em 586, quando muitos já estavam cativos em Babilônia, deportados em 605 ou 597 A.C. (Jer. 29:1-10).

C) A oração de Daniel referia-se fundamentalmente ao Templo que jazia desolado desde 586 A.C. (Dan. 9:17).

D) Em 537 A.C., quando os judeus retornaram após o decreto de Ciro, os fundamentos do Templo não haviam sido lançados (Esd. 1:1-3, 7 a 11 e 3:6).
Obs.: Só no 2º ano de seu retorno é que os judeus empreenderam a obra de restauração. Isto equivaleria a 535 A.C.

7. Interpretação judaica dos 70 anos de cativeiro:

A) “Enquanto os eventos que acabamos de descrever ocorriam na Judéia, os exilados levados por Nabucodonosor estabeleciam-se na Babilônia. Quando lá chegaram, já encontraram dois outros grupos de hebreus. Um era constituído de seus amigos íntimos e parentes: era o grupo de que os babilônios tinham levado para o exílio no ano 597 A.E.C., onze anos antes da destruição total de Jerusalém. . . .
“No ano 516 o modesto Templo foi terminado. Tinham-se passado exatamente setenta anos desde que o Primeiro Templo fora destruído e cerca de vinte e um desde que o primeiro grupo de exilados retornara da Babilônia. Deve-se notar que os judeus continuam a contar setenta anos de Exílio babilônico, pois consideram a reedificação do Templo destruído, e não o Edito de Ciro, como o evento que determinou o fim do Exílio”.–História Geral dos Judeus (Biblioteca de Cultura Judaica), Solomon Grayzel, págs. 57 e 62.

B) “Desterro–(heb. gallut). Tomado em sentido mais nacional que individual, aplica-se, tal termo, ao exílio babilônico que durou desde a destruição do Estado da Judéia em 586 A.E.C. por Nabucodonosor, até 538, em que Ciro autorizou o regresso dos judeus a Jerusalém, e em segundo lugar ao exílio romano. . . .
“A tradição judaica conta a emigração de Jacó e seus filhos ao Egito como o primeiro exílio e considera que o segundo, ou babilônio, durou de 586 a 516 A.E.C., ou seja, até a reconstrução do Templo.
“A deportação babilônia realizou-se paulatinamente. O primeiro grupo de desterrados se compunha do infortunado rei Jeoaquim, sua família, sua corte, 7.000 soldados escolhidos e mil artesãos (597). Em conseqüência de certas desordens, também os sacerdotes foram levados da Babilônia. A destruição de Jerusalém em 586 foi seguida da deportação de 40.000”.–Enciclopédia Judaica Castellana, Vol. 3, págs. 463 e 464 (México City, 1948).
Obs.: Portanto, o Templo, centro da vida religiosa judaica, definia o período de cativeiro. Enquanto desolado, representava a própria desolação nacional na interpretação dos próprios judeus.

8. CONCLUSÃO: a) Decorreram exatamente 70 anos desde o começo da desolação da terra de Judá por Nabucodonosor em 605 A.C. até o começo de sua restauração em 536/5 (Dan. 1:1; II Crôn. 36: 5-7, cf. Esd. 3:8-12).
b) Também decorreram exatamente 70 anos desde a completa destruição do Templo em 586 A.C. até sua completa reedificação em 516 A.C. (II Reis 25:8-11, cf. Esd. 6:15).

IV–PASSAGENS SOBRE O CATIVEIRO EXPLICADAS

1. Jeremias 25:11 12.

A) O texto simplesmente diz que as nações serviriam por 70 anos ao rei de Babilônia. “Servir” não implica necessariamente uma deportação e desolação da terra durante 70 anos (ver Jer. 27:8 e 11).

B) Comparando-se Jer. 25:1 e 27:3 percebe-se que a recomendação do profeta no cap. 27 foi feita depois do que consta no cap. 25. As nações continuariam servindo ao rei de Babilônia sem serem afastadas de seus territórios.

C) Que Jerusalém não precisava estar em ruínas para que se cumprissem as profecias de servidão sob Babilônia vê-se por Jer. 27:16-22.
Obs.: Quando Jeremias escreveu tais palavras, o Templo não havia sido desolado, mas o povo de Israel já estava, em parte, sofrendo as agruras do cativeiro.

D) Em II Reis 24:1, no tempo da primeira invasão de Nabucodonosor em 605 A.C., já o rei de Judá teve de servir ao rei de Babilônia. (Ver Jer. 25:1; Dan. 1:1, 2; II Crôn. 36:7).

2. Jeremias 29:10.

A) O capítulo começa informando (vs. 1 a 4) que o profeta enviou carta aos cativos já em Babilônia mencionando indivíduos levados para lá na primeira investida de Nabucodonosor; antes, pois, da destruição de Jerusalém em 586 A.C.

B) Ao que parece, alguns estavam querendo livrar-se logo do cativeiro (vs. 8 e 9), mas o profeta lhes escreve reassegurando a duração deste como sendo de 70 anos (v. 10). Deveriam ter paciência e esperar, conforme a Palavra do Senhor.

C) Decerto, a carta foi enviada como confirmação das profecias anteriores (caps. 25:11, 12) e a dedução lógica é que o período de 70 anos já havia começado quando do seu envio.

D) Embora não esteja datada com precisão, a carta foi enviada quando Zedequias ainda ocupava o trono (v. 3), em período anterior, pois, à destruição de Jerusalém em 586 A.C.

3. Daniel 9:2.

A) É aos escritos de Jeremias, discutidos acima, que a referência a Daniel se aplica.

B) É significativo que Daniel (levado em cativeiro na 1ª invasão de Nabucodonosor, em 605 A.C.) se refira às “assolações”, usando, portanto, o plural. Isso só pode referir-se às múltiplas investidas contra a cidade (II Reis 24:1-3, 12-17; 25:8-10; Jer. 52:30).

C) A palavra “assolação” em hebraico refere-se “àquilo que foi destruído em guerra, ou negligenciado” (cf. Cyclopaedia of Biblical Literature, de Kitto, vb. “deserto”). Após progressivas desolações do território e da cidade pelas invasões de Nabucodonosor, na primeira metade de seu reinado, as “assolações” foram completadas por posterior abandono da região durante uns cinqüenta anos.

D) Assim, os setenta anos cumpriram, ou completaram, “as assolações de Jerusalém”.

4. II Crônicas 36:21.

A) As palavras de Jeremias são, uma vez mais, a base para se ter perfeita compreensão do texto. Já vimos que Jeremias não confirma a tese de que os 70 anos seriam de completa desolação. O cronista não iria contradizer o profeta.

B) O texto na versão Almeida fala que a terra repousaria até que se agradasse dos seus sábados. Tenha-se em mente que a transgressão do sábado foi um dos fatores para o castigo do cativeiro (Jer. 17:19-27).

C) A passagem diz que a terra repousou por ocasião da sua desolação. Isso, porém, não implica que tal desolação seja de 70 anos (ver. s/Jer. 25:11 e 12, nº 1. acima). A servidão (tributo, cativeiros, etc.) durou, sim, 70 anos, mas a desolação da terra, entre 586 a 537/6, esteve incluída nesse período.

D) O fim dos 70 anos de cativeiro seria assinalado pela desolação da própria Babilônia (ver Jer. 25:12 e 13). O que se deu, contudo, é que apenas ocorreu a sua invasão pelos persas em 539 A.C. sem ser literalmente destruída.

5. Uma passagem que as “testemunhas” não citam, e que lança grande luz sobre o problema dos 70 anos de cativeiro é Zacarias 1:12: “Então o anjo do Senhor respondeu, e disse: Ó Senhor dos Exércitos, até quando não terás compaixão de Jerusalém, e das cidades de Judá, contra as quais estiveste irado ESTES SETENTA ANOS?” (cf. capítulo 7, vs. 5).

A) Em Toda Escritura, pág. 162, é dito que “a profecia de Zacarias seria, sem dúvida, proferida e também registrada durante os anos 521-519 A.E.C.”

B) Portanto, se pelo tempo da escrita de Zacarias já os setenta anos se tinham praticamente contado, então “sem dúvida” a cronologia das “testemunhas” está absolutamente errada e certamente não foi inspirada pelo “anjo do Senhor”.

C) Pela cronologia da Torre de Vigia no livro Aid to Bible Understanding [ou Insight on Scriptures, ou Estudo Perspicaz das Escrituras, em português)] e outros, esses setenta anos se cumpririam em 537 A.C. No entanto, praticamente 20 anos mais tarde ainda se fala em “setenta anos” como em andamento, o que se harmoniza com a idéia de um período de 586 A.C. a 516 A.C. em que a desolação do Templo representava a desolação e cativeiro da nação, como é a interpretação dos historiadores da própria nação de Israel, que certamente conhecem melhor sua própria história e os sentimentos de seu povo do que os homens da Torre de Vigia (ver este Est. Subt. III, § 6).
6. O historiador judeu Flávio Josefo reconhecidamente não se preocupava muito com a transmissão dos fatos segundo princípios de exatidão científica, documentada, como o fazem os modernos historiadores. Era também o caso de Heródoto, o “Pai da História”, que costumava misturar fatos históricos com lendas. Mas Flávio Josefo é bastante citado pela “Sociedade” quando lhe convém. Ele declara em sua conhecida obra Contra Apion, Livro I, § 21 (pág. 614 da edição em inglês):

“Esses relatos [falando sobre a sucessão de reis após a morte de Nabucodonosor ‘quando havia reinado quarenta e três anos’] concordam com a verdadeira história em nossos livros; pois neles está escrito que Nabucodonosor, no décimo nono ano de seu reinado, deixou nosso Templo desolado, e assim tem estado neste estado obscuro por cinqüenta anos”.
Obs: O 19º ano de Nabucodonosor foi 587/586. O templo havia estado desolado “cinqüenta anos”, e não setenta, quando eles haviam retornado e lançado os alicerces, o que está em harmonia com a história secular, em contraste com a história malcontada pela Torre de Vigia.

7. CONCLUSÃO: Primariamente, o período de cativeiro deve ser datado desde o 1º ano de Nabucodonosor (605), quando de sua primeira invasão a Judá, e não quando, em seu 19º ano, destruiu Jerusalém. Não obstante, a 2ª data (586) também é válida para uma consideração do cativeiro, em relação à desolação do Templo (de 586 A.C. a 516 A.C.) conforme o Prof. E. R. Thiele.

V – QUERENDO “TAPAR O SOL COM A PENEIRA”

1. Há um importante achado arqueológico guardado no Museu de Berlim Oriental que merece análise cuidadosa e constitui a refutação das teses cronológicas da Torre de Vigia pela Astronomia:

A) O tablete chamado V.A.T. 4956, com texto cuneiforme do tempo de Babilônia, esboça as posições dos corpos celestes por doze meses, e inclui um eclipse, dados que podem ser facilmente cotejados com os calendários até cobrir nossa época.

B) Tal documento declara que foi no 37º ano de regência de Nabucodonosor que se deu o eclipse registrado.
Obs.: Diz um pesquisador sobre esse documento arqueológico da maior importância: “As posições dos corpos celestes naquele período de tempo podem ser identificadas precisamente sendo de abril de 568 a abril de 567 A.C. Os detalhes dados reocorreriam em apenas 40.000 anos”. E. B. Price, Our Friends: The Jehovah’s Witnesses, pág. 25.

C) Ao visitar o Museu de Berlim, E. B. Price fez questão de tirar uma foto segurando o precioso documento arqueológico, e diz em seguida no seu livro de refutação das doutrinas e cronologia das “testemunhas”: “A Torre de Vigia tem tentado desacreditar este tablete, mas autoridades destacadas declaram que ele oferece amplas informações para torná-lo completamente confiável” (Ibid.).

D) Outro autor, Carl Olof Jonsson, um sueco que foi ancião por vários anos entre as “testemunhas” em seu país, conta como se interessou pelo assunto da cronologia e logo descobriu as contradições e problemas da “Cronologia Bíblica” da Torre de Vigia. Ele apresentou à sede da organização os problemas e dúvidas que sua pesquisa suscitara, apenas para sofrer a “cassação” por ter desafiado os ensinos tradicionais de sua religião. Em resultado, fez publicar o livro The Gentile Times Reconsidered [Reavaliação dos Tempos dos Gentios] contendo o material que reunira como fruto de suas pesquisas no campo da Arqueologia e História.

E) No segundo capítulo dessa excelente e erudita obra, o autor trata com a cronologia do período neo-babilônico onde apresenta irrefutável material histórico e arqueológico. Ao mencionar as antigas inscrições reais babilônicas, cita a lâmina cuneiforme Adda Guppi que os “cronólogos bíblicos” da Torre de Vigia se empenham em desacreditar no livro Aid to Bible Understanding [atualmente intitulado Insight on the Scriptures] págs. 326, 327 (Verbete “Cronologia”, subtítulo “Cronologia Babilônica”). O argumento da Torre de Vigia é que tal documento está muito fragmentado e as informações não são completas. Contudo, havia duplicatas dessa lâmina e outras mais não fragmentadas que confirmam os dados históricos e cronológicos tais como admitidos por TODOS os historiadores de gabarito, negando as datas infundadas da Torre de Vigia.
Obs.: De duas, uma: ou os pesquisadores da Torre de Vigia estavam desinformados de tais duplicatas e outros documentos paralelos, ou preferiram ignorar tais fatos.

F) Jonsson também discute o tablete V.A.T. 4956 oferecendo excelente prova de sua autenticidade e refutando as objeções contra a validade de tal documento que em desespero de causa a Torre de Vigia levanta para sustentar sua falsa cronologia sobre que se apoia a “data fundamental” de 1914.

2. Torcendo a história mais uma vez, eis outro fato embaraçoso para os “cronologistas” da “Sociedade”:

A) No livro Babylon the Great Has Fallen [Caiu a Grande Babilônia], pág. 134, ocorre a seguinte declaração seguida de menção de uma obra de pesquisa: “Por esta razão Nabucodonosor veio contra Jerusalém pela segunda vez, para punir o rei rebelde. Isso foi em 618 A.C.”.–Ver Harper’s Bible Dictionary, por M.S. e J. L. Miller, edição de 1952, pág. 306, vb. ‘Jehoaikim’”.

B) Contudo, quem se der ao trabalho de examinar o Harper’s Bible Dictionary na edição e página indicadas não encontrará a data 618 A.C. com referência ao acontecimento sugerido no livro da “Sociedade”, e sim outra data com diferença de quase 20 anos, que se harmoniza com os dados históricos para a desolação de Jerusalém admitidos pelos mais abalizados historiadores e arqueólogos. Mais manipulação de dados!

C) O livro Aid to Bible Understanding [atual Insight on the Scriptures, ou Estudo Perspicaz das Escrituras, em português] reconhece que Nabucodonosor reinou “quarenta e três anos” (pág. 1212). A Bíblia informa que ele destruiu Jerusalém no 19º ano de sua regência (II Reis 25:8-10). Dizem historiadores indicados pela própria Sociedade Torre de Vigia (ex.: Harper’s Bible Dictionary) que isso vai até 562 A.E.C. Assim, seu 19º ano seria 587/586 A.E.C. infalivelmente.

D) Comparando-se Caiu Babilônia, a Grande, págs. 183 e 184, e Toda Escritura é Inspirada por Deus e Proveitosa, pág. 139–rodapé [ambos da edição em inglês], que falam das regências de Amel-Marduk (sucessor de Nabucodonosor), de “2 anos”, Neriglissar, de “4 anos”, Labashi-Marduk, de “9 meses” e Nabonido, de “17 anos”, com a do último findando na “data absoluta” de 539 A.C., é só fazer as contas para apanhar a “Sociedade” em incrível erro: A partir da data reconhecida pela Torre de Vigia, 539 A.C. (o fim da regência do “último monarca supremo do Império Babilônico”–Aid do Bible Understanding, pág. 1195), a soma das regências leva, não ao ano 581 A.C., como requer a “cronologia bíblica” da Torre de Vigia, mas a 562 A.C., data do fim da regência de Nabucodonosor aceita pelos historiadores de gabarito. Senão, vejamos:

Amel-Marduk............................. 2 anos
Neriglissar.................................. 4 anos
Labashi-Marduk......................... 9 meses
Nabonido.................................... 17 anos

TOTAL....................................... 23 anos e 9 meses
Obs: Anos A.C. (ou A.E.C.) são somados para indicar o recuo dos anos a partir da data básica, e subtraídos para cálculo inverso.

E) Para chegar ao ano de ascensão de Nabucodonosor é simples: 539 + 23 = 562. Daí 562 + 43 = 605 (605 - 19 = 586).
Obs.: Detalhando a “fórmula matemática”–a partir do ano 539 (que a “Sociedade” aceita sem discussão para a queda de Babilônia, no que concorda com a história secular), somem-se os 23 anos e nove meses das regências dos últimos reis de Babilônia, após Nabucodonosor, até a queda do grande império, e se chega à data 562. A partir daí, somando-se os 43 anos de regência de Nabucodonosor, conclui-se que ele assumiu o trono em 605. Sendo que foi no seu 19º, como diz a Bíblia e confirma a Arqueologia, que ele desolou Jerusalém, isto nos leva a 586 A.C. Não há por onde escapar!
G) Mas o golpe mortal às teorias cronológica absurdas da Torre de Vigia vem de Raymond Franz, o próprio coordenador do verbete “Cronologia” do livro Aid to Bible Understanding, a obra de maior peso teológico da “Sociedade” (um dicionário bíblico enciclopédico, publicado em português sob o título, Estudo Perspicaz das Escrituras). Ele é nada menos do que o sobrinho do presidente mundial da seita de 1977 a 1992 e autor da tradução bíblica ‘Novo Mundo’, Frederick W. Franz (já falecido). Raymond Franz chegou a ser, durante nove anos, membro do Corpo Governante da Sociedade Torre de Vigia, organismo de máxima hierarquia daquela entidade, mas abandonou a organização e suas crenças desiludido, ao constatar a falta de fundamento bíblico e histórico de sua cronologia, e, conseqüentemente, de sua teologia. Eis como ele expõe o seu “drama de consciência” no livro que escreveu após deixar a “Sociedade”:

“Meses de pesquisa foram gastos sobre este assunto de ‘Cronologia’ que resultou no artigo mais longo da publicação ‘Aid’ [referência a Aid to Bible Understanding, atualmente Insight on the Scriptures, em português Estudo Perspicaz das Escrituras]. Muito do tempo foi gasto no esforço de encontrar alguma prova, algum respaldo na história, para a data tão crucial de 607 A.E.C. para nossos cálculos relacionados com 1914. Charles Ploeger, membro do staff da sede mundial, nesse tempo estava servindo como meu secretário e ele pesquisou nas bibliotecas da área de Nova Iorque qualquer coisa que pudesse substanciar aquela data historicamente.
“Não encontramos absolutamente nada em apoio a 607 A.E.C. Todos os historiadores apontavam para uma data vinte anos posterior. . . . Conquanto eu julgasse isso perturbador, desejava crer que nossa cronologia estava correta a despeito de toda a evidência em contrário. Assim, ao preparar o material para o livro ‘Aid’, muita parte do tempo e do espaço foi gasta em tentar diminuir a credibilidade da evidência arqueológica que tornaria errônea nossa data 607 A.E.C. e dava um ponto de partida diferente para nossos cálculos e, portanto, uma data de conclusão diferente de 1914. . . . Tal como um advogado que defronta evidência que não pode superar, meu esforço era desacreditar ou enfraquecer a confiança nos testemunhos da antiguidade que apresentavam tais evidências, a evidência de textos históricos relacionados com o Império Neobabilônico. Os argumentos que eu apresentei eram honestos, mas eu sei que a intenção deles era sustentar uma data para a qual não havia suporte histórico. (Raymond Franz, Crisis of Conscience [Crise de Consciência], págs. 25, 26). Ver entrevista com Raymond Franz com este autor no Apêndice X, pág. 97.

3. CONCLUSÃO:

A) Grandes homens do meio jeovaísta têm repudiado tais ensinos, como Ray Franz, Carl O. Jonsson e Max Hatton, agora pastor evangélico na Austrália, ex-Servo da Escola de Ministério de uma congregação australiana, que após estudar por três anos o tema da Cronologia também descobriu as falsidades da religião a que dedicara tanta fidelidade.

B) Essa cronologia defendida tenazmente pela Torre de Vigia é a mesma de suas origens e serviu para sustentar datas depois alteradas pela própria Torre de Vigia, como as da criação de Adão em 4.129, os seis mil anos da Criação completando-se em 1872, a “presença” de Cristo tendo-se iniciado em 1874, o início do milênio em 1975, etc.

A Evidência Arqueológica
(Veja sumário da evidência e Linha do Tempo abaixo)

Como nós vimos antes, a Bíblia não contém nenhuma data absoluta. Contém datas relativas e medidas de tempo, e apenas se pudermos definir ao menos um dos eventos e datas relativas para o nosso calendário, é que chegaremos a uma data absoluta.

Este problema sem dúvida alguma a STV também encara. Eles se focalizaram em uma data-chave, um evento que é testemunhado em fontes históricas seculares e a própria Bíblia,: A queda de Babilônia para Rei Ciro em 539 AC.

Como que se chegou a esta data? Historiadores usaram as listas de reis de Ptolomeu e Beroso. Estes são considerados precisos e fidedignos, e eles datam o reinado de Ciro sobre Babilônia a partir de 539 AC. Isto tem sido confirmado pelo método de datação mais fidedigno conhecido em toda a história: documentos contemporâneos com observações astronômicas.

Observações Astronômicas
A fonte mais segura de datas absolutas vem de uma inscrição contemporânea com observações astronômicas. Os Babilônios colocaram, como muitos outros povos, muita ênfase em astrologia, e eles observaram cuidadosamente os fenômenos celestiais e escreveram a colocação exata dos planetas relativos para o zodíaco. Estas inscrições eram datadas precisamente ao reinado de um rei. Muitas de tais observações podem ser encontradas em inscrições separadas, formando uma "impressão digital" sem igual durante um ano, visto que as observações possivelmente não poderiam acontecer em nenhuma outra data por milhares de anos em qualquer direção. Astrônomos hoje podem calcular o fenômeno astronômico descrito nas inscrições astronômicas com precisão, e verificarão que é impossível que estas observações sejam falsas ou que possam se aplicar a qualquer outro ano.

Assim, a única chance para uma inscrição com observações astronômicas corretas ser " falsa", é ter sido datada erroneamente. Visto que a cronologia da STV está consistentemente com vinte anos perdidos, os registros astronômicos contemporâneos teriam de estar datados errados por vinte anos. Pode alguém imaginar os astrólogos e cronistas pela era neobabilonica fazerem tal coisa? O trabalho envolvido em forjar apenas uma destas tábuas astronômicas é enorme, considerando que eles mencionam numerosas datas e eventos na vida de um rei, e apenas uma mudança nas próprias observações ou nas datas fariam destas observações inajustáveis em qualquer constelação ou em fenômenos astronômicos na história conhecida.

A STV acha que tais cálculos astronômicos são extremamente fidedignos:

"Certa tabuinha babilônica de argila é util para relacionar a cronologia babilônica com a cronologia bíblica. Esta tabuinha contém a seguinte informação astronômica sobre o sétimo ano de Cambises II, filho de Ciro II: "Ano 7, tamuz, noite 14, 1 2/3 hora dupla [três horas e vinte minutos] após o cair da noite, um eclipse lunar visível no seu trajeto inteiro; abrangeu a parte setentrional do disco [da lua]. Tabete, noite 14, duas e meia horas duplas [cinco horas] à noite, antes da madrugada [na última parte da noite], o disco da lua ficou eclipsado; o trajeto inteiro visível; o eclipse atingiu as partes meridional e setentrional." (Inschriften von Cambyses, König von Babylon [Incrições de Cambises, Rei de babilônia], de J. N. Strassmaier, Leipzig, 1890, Nº. 400, linhas 45-48; Sternkunde und Sterndienst in Babel [Astronomias e Veneração das Estrelas em Babel], de F. X. Kugler, Münster, 1907, Vol. I, pp. 70, 71). Estes dois eclipses lunares podem ser identificados com os eclipses lunares visíveis em Babilônia em 16 de Julho de 523AEC e em 10 de Janeiro de 522AEC. (Canon of Eclipses [Canon de eclipses], de Oppolzer, traduzido para o inglês por O.Gingerich, 1962, p. 335). De modo que esta tabuinha especifica o sétimo ano de Cambises II como tendo início na primavera setentrional de 523AEC. Esta data é confirmada pela astronomia. (it-1, p607 - O grifo é nosso).

Esta data astronomicamente confirmada deve permanecer acima de qualquer dúvida. Sem isto, a data-chave da STV, 539 AC para a queda de Babilônia para Ciro, não teria de fato nenhum fundamento. Nós não temos nenhuma dúvida quanto a isto. Mas a STV é grotescamente desonesta quando aceita este pedaço de evidência como definitiva e sem dúvida, e então descartam exatamente o mesmo tipo de evidência, durante a era Neo-babilônica. Como nós veremos, a evidência astronômica para cronologia Neo-babilônica é ainda mais direta e até mesmo mais forte.

Um amplo diário astronômico, VAT 4956, datado no 37º ano de Nabucodonosor, dá observações definidas que não pode se ajustar a nenhum outro ano além de 568 AC. Isto está além de qualquer dúvida; nem um único ano por milhares de anos antes ou depois dele pode se ajustar a toda evidência, e a chance de observações fabricadas que por acidente se ajustam a este ano nem vale a pena se considerar. Considerando que a Bíblia estabelece que Jerusalém caiu no 19º ano de Nabucodonosor (Jeremias 52:12; 2 Reis 25:1-4; 2. Cron 26:11,19), isto certamente deve ter acontecido em 587/6 AC, e com certeza não 20 anos mais cedo.

A STV não pode aceitar isto. Eles tentam desacreditar este diário:

"VAT 4956: Trata-se duma tabuinha cuneiforme que fornece informações astronômicas datando até 568 A.E.C. Diz que as observações eram desde o 37º ano de Nabucodonosor. Isto corresponderia à cronologia que coloca seu 18º ano de reinado em 587/6 A.E.C. todavia, essa tabuinha é admitidamente uma cópia feita no terceiro século A.E.C, de modo que é possível que sua informação histórica seja simplesmente a que era aceita no período selêucida". (kc, p 186)

Esta é realmente uma cópia, mas de forma alguma é "possível" que a informação histórica seja o que foi aceito neste místico "período selêucida" o qual vemos novamente sendo assumido como um período duvidoso para falsificação extensa de evidencias cronológicas. O copista não adicionou informação, o que fica evidente pelo fato de que nos dois lugares onde a tabuinha está danificada, o copista inseriu as palavras "rompidas, apagadas". Isto mostra quão extremamente improvavelmente seria para o copista inserir alguns detalhes cronológicos "aceitos" posterioremente. Também, há aproximadamente quarenta datas no texto, e deveria estar além de consideração que um copista que é tão consciencioso que chega a indicar onde a fonte original é ilegível, estaria ocupado em falsificação indiscriminada por inserir o nome de um rei que estava morto em 568 AC num registro histórico.

Isto está até mesmo fora de discussão, pois bem recentemente o diário astronômico nomeado BM 32312 foi descoberto. Ele contém observações astronômicas exatas de 652/51. Aqui, nenhum copista poderia ter feito qualquer mudança à data, porque o diário está quebrado! Porém, a tabuinha menciona a batalha de Hirite no "mês 12, dia 27" onde o Rei de Babilônia estava envolvido. E um diário mais famoso, a crônica de Aquito, declara que esta data ocorreu no 16º ano de rei o reinado de Samas-sum-iuquim (667-648 AC). Assim, nós temos uma recente e independente confirmação, incluindo duas sólidas peças de evidência, que a cronologia estabelecida da era Neo-babilônica está correta. Como uma curiosidade a mais, podemos acrescentar que este texto babilônico nos informa que o rei de Babilônia perdeu esta batalha, minando seriamente as reinvindicações da STV que os cronistas babilônicos eram desonestos.

O que nós vimos, é que a STV aceita a evidência que apoia a sua cronologia, enquanto rejeita o mesmo tipo de evidência quando contradiz as idéias deles. Além disso, a tabuinha do reinado de Cambises II só estabelece indiretamente a data para conquista de Babilônia por Ciro, por consultar listas régias a fim de descobrir quanto tempo Ciro reinou e que ele foi sucedido pelo seu filho Cambises II em 529 AC. Por outro lado, VAT4956 estabelece o reinado de Nabucodonosor diretamente, e uma pessoa que não se permitirá duvidar da cronologia Bíblica, possivelmente não poderá rejeitar isto. Então, se a STV estivesse correta quando afirmaram que a Bíblia declarou 70 anos desde a queda de Jerusalém até o retorno dos judeus (o qual, como nós vimos, não está!), eles teriam que negar 539, e não 587/6. Então, é claro, eles perderiam 607 como uma data chave, e seria ingênuo acreditar que toda esta distorção da evidência pela STV é por qualquer outra razão alem de mater a data de 607, novamente salvando 1914.

Listas de Reis
Uma peça principal de evidência contra a cronologia da STV é lista de reis que nós temos depois de Beroso e Ptolomeu. Beroso era um sacerdote babilônico que viveu no 3º século AC. Ele escreveu um livro de três volumes da história de Babilônia, dos quais só fragmentos são conhecidos por citações em trabalhos mais recentes, como os escritos por Josefo e Eusebio. Ptolomeu (70-161EC) era um estudioso polivalente que viveu no Egito. Ptolomeu escreveu um trabalho matemático conhecido em latim como Almagest, onde ele incluiu o cânon, uma lista de reis. A Enciclopédia Britannica (versão on-line) diz:

"A fonte da qual a exploração da cronologia Mesopotanica começou em um texto chamado o Cânon de Ptolomeu. Esta lista de reis sobre um período de cerca de 1,000 anos, começando com os reis de Babilônia depois da ascensão de Nabonasar em 747 AC. O próprio texto pertence ao período do Império romano e foi escrito por um astrônomo grego residente no Egito. Prova da justeza fundamental do Cânon de Ptolomeu veio das tabuinhas cuneiformes antigas escavadas na Mesopotania, incluindo algumas que se referem a eventos astronômicos, principalmente eclipses da Lua. Assim, até que escavações começassem, um quadro bastante detalhado da cronologia babilônica já estava disponível para o período posterior a 747 AC ". (debaixo dos tópicos "O Estudo de História, Babilônico e Assírio, cronologia da Mesopotania, 747 a 539 AC ".)

Beroso e Ptolomeu, vivendo em partes diferentes do mundo e em tempos diferentes, e ambos sendo respeitados como fontes fidedignas pelos historiadores modernos, dão os mesmos dados de reinos:


Reis Beroso Ptolomeu Data AC
Nabopolassar 21 anos 21 anos 625-605
Nabucodonosor 43 anos 43 anos 604-562
Evil-Merodaque 2 anos 2 anos 561-560
Neriglissar 4 anos 4 anos 559-556
Labasi-Marduque (9 meses) - 556
Nabonido 17 anos 17 anos 555-539

Não é nenhuma surpresa, então, que a Sociedade está tentando desacreditar estas fontes. Nem sequer isto não ajudaria muito se podessemos demonstrar estas fontes como independentes uma da outra. Assim, em Ajuda ao Entendimento da Bíblia de 1971, a Sociedade Torre de Vigia afirma que Ptolomeu tinha copiado Beroso:


"Ao preparar seu canon, pensamos que Ptolomeu tenha usado as escritas de Beroso" (página 328)

O teor passivo esconde o fato que só os próprios escritores da Sociedade Torre de Vigia alguma vez "pensaram" isto! Há evidência substancial que Ptolomeu fez seu trabalho sobre registros anteriores. Depois que este argumento tivesse sido desiludido, a STV teve que usar outro:


"Ptolomeu evidentemente baseou sua informação histórica em fontes que datavam do período selêucida, o qual começou mais de 250 anos depois de Ciro ter capturado Babilônia. Portanto, não surpreende que as cifras de Ptolomeu concordem com as de Beroso, sacerdote babilônico do período selêucida." (kc - pg. 186)

É difícil entender como ligar Ptolomeu e Beroso com o "período Selêucida" podem os desacreditar, como se este fosse um tempo que foram forjados muitos registros. A própria Sociedade Torre de Vigia depende 100% da data 539AC. Como nós vimos, isto vem de Ptolomeu e Beroso também. Vendo este problema, a STV foi para lugares estranhos para achar apoio adicional depois de ter desacreditado Ptolomeu:

"Pode-se chegar à data 539AEC para a queda de Babilônia não somente pelo cânon de Ptolomeu, mas também por outras fontes. O historiador Diodoro, bem como Africano e Eusébio, mostram que o primeiro ano de Ciro, como rei da Pérsia, correspondia à Olimpíada 55, ano 1 (560/559AEC), ao passo que o último ano de Ciro é situado na Olimpíada 62, ano 2 (531/530 AEC)". (It-1, página 608)

Isto é bastante interessante, visto que Diodoro (1º século AC) viveu bem depois do "período Selêucida", e usou fontes deste período. Um dos problemas com Diodoro é que ele não menciona freqüentemente suas fontes e reduz a possibilidade para o conferir. Africano é um escritor Cristão do 3º século AD. Ele usa Diodoro como uma fonte. Vivendo no 3º e 4º século nós achamos Eusebio que se diz usar Diodoro e Africano como fontes!

Isto não significa, é claro, que a 539AC não é uma data bem estabelecida. Mas o fato é que, é menos segura que 586/7AC como a data para a destruição de Jerusalém.

Documentos Comerciais
Uma da peças de evidência mais extensas e significativas é a quantia enorme de documentos de negócios e administrativos surgidos da era Neo-babilônica. Estes são documentos contemporâneos, não cópias mais recentes, e pode haver pelo menos 50,000 (!) destes documentos, muitos deles armazenados no Museu britânico em Londres. Alguns milhares destes documentos estão registrados. A STV admite:


"Tabuinhas Comerciais: Milhares de tabuinhas cuneiformes, neobabilônicas, contemporâneas, foram encontradas com simples registros de transações comerciais, mencionando o ano do rei babilônico em que ocorreu a respectiva transação. Tabuinhas desta espécie foram encontradas para todos os anos de reinado dos reis neobabilônicos conhecidos na cronologia aceita do período." (kc, p 187)

Assim, para todo ano conhecido nesta era, existem tais documentos contemporâneos. Porém, a STV afirma que vinte anos estão faltando. Onde estão os documentos comerciais cobrindo este período? Eles não existem. Se algum rei reinasse por mais anos que aqueles nomeados a eles nas listas de reis estabelecidas, ou se algum rei desconhecido reinasse durante vinte anos (ou uma combinação), deveria ter havido centenas se não milhares de documentos comerciais datando este período. Não há realmente nenhum. Os documentos contêm detalhes de centenas de milhares de transações empresariais triviais e não tão-triviais -comprando e vendendo -- e a idéia que isto não aconteceu durante este período é absurda. Além disso, nós podemos localizar transações empresariais desde entrega de bens até o pagamento dos mesmos. Nós podemos estabelecer quem é o cabeça da companhia em determinado ano. Acreditar que a cronologia da STV pode ser defendida contra esta evidência, faz da infame idéia de "conspiração" parecer improvável. Não só envolveria centenas de escriturários, cronistas, funcionários e astrólogos do período Neo-Babilônico adiante por séculos, mas também requereria um silêncio conspiratório de milhares de empresários de em um império inteiro!

É mais do que óbvio que não há nenhum registro para os "vinte anos perdidos" porque eles nunca existiram. Nem um único pedaço de texto cuneiforme nunca indicou que eles existiram. Nenhum cronista ou astrólogo ouviu falar deles. E como nós demonstramos acima, se eles existissem, a própria Bíblia se contradiria em muitos detalhes cronológicos, e a profecia de Jeremias teria falhado.

Inscrições Reais comntemporâneas
Evidências mais diretas da era Neo-babilônica também foram encontradas. Uma inscrição da era Selêucida, A Lista do Rei Uruque, descoberta em 1959/60, confirma os reinados de Nabopolassar, Nabucodonosor, Amel-Marduque e Labasi-Marduque. Outras partes do texto infelizmente estão danificadas. Enquanto nós não temos nenhuma lista de reis de eras anteriores, nós temos várias inscrições que confirmam a cronologia de modo mais direto.

Nabon N.º 18 menciona um eclipse lunar que estabelece o segundo ano de Nabonido para 554/53, confirmando assim a cronologia estabelecida.

Nabon Nº. 8 confirma a cronologia para a era inteira de Nabopolasar até Nabonido, dando o período total dos reis como todas as outras fontes estabeleceram. Também dá detalhes de eventos astronômicos estabelecendo assim as datas exatas do reinado de Nabonido.

Nabon H 1, A e H 1, B. A STV admite:


"Estela de Nabonido, de Harã (NABON H 1, B): Esta estela ou coluna contemporânea com uma inscrição foi descoberta em 1956. Menciona os reinados dos reis neobabilônicos Nabucodonosor, Evil-Merodaque e Neriglissar. As cifras para estes três concordam com as do Cânon de ptolomeu." (kc, p 186)

A mais recente cópia da mesma estela (B), nos dá detalhes do que tinha sido danificado na peça original encontrada. Também dá detalhes do rei assírio Assurbanipal e Nabopolassar, estabelecendo assim novamente a cronologia Neo-babilônica.


A Crônica de Nabonido (BM 35382) é freqüentemente usada pela STV para discutir a justeza da Bíblia em detalhes históricos (veja it-1 pp 148, 283-4, 566 e muitos outros lugares). Obviamente não é ignorância que nunca os faz mencionar esta crônica famosa neste debate. O fato é, esta crônica dá os reinados de todos os reis desta era, e eles são exatamente iguais aos determinados por Ptolomeu e Beroso. Todos os argumentos que os mais recentes cronistas usaram apenas cronologia "popular" nas listas deles são assim quebrados, porque esta crônica é contemporânea com os próprios reis Neo-babilônicos! Nem se fala que a STV não mencionará este pedaço devastador de evidência, apesar de estar bem consciente do que diz.

Texto dos Eclipses Lunares (saros)
Como temos visto, a STV está mais que ansiosa para aceitar evidência "secular" da recente era Persa, os quais estão dependentes para sua própria cronologia, mas eles rejeitam a mesma -- e mais forte -- evidência que estabelece a cronologia da era Neo-babilônica. Agora nós examinaremos um pedaço de evidência intocado pela STV que nos leva diretamente da era Neo-babilônica adentro a recente era Persa sem qualquer possibilidade para "interrupção" dos "vinte anos perdidos" que a STV precisa para manter a data de 607.

Alguns textos babilônicos conhecidos como textos "saros", ou textos de eclipses da lua, contém detalhes de eclipses lunares. Os eclipses acontecem em grupos, que se repetem em aproximadamente em intervalos de 18 anos. Eles podem ser nomeados precisamente a datas absolutas específicas, porque as observações precisas são únicas e não podem ser repetidas por milhares de anos. Um documento particular destaca o pedaço de tempo compreendido entre 17º ano de Nabopolasar até o 18º ano do rei Persa Artaxerxes!

Rei Ano Real Data (AC)
Nabopolassar 17º 609/8
Nabucodonosor 14º 591/0
Nabucodonosor 32º 573/2
Nabonido 1º 555/4
Ciro 2º 537/6
Dario 3º 519/8
Dario 21º 501/0
Xerxes 3º 483/2
Xerxes 21º 465/4
Artaxerxes 18º 447/6

O impacto desta evidência é estonteante por si só. Nós vemos um registro contínuo de observações astronômicas. Estes podem ser apontados a uma data absoluta, e por causa da própria natureza do nosso sistema solar nada pode ser trocado vinte anos sem quebrar esta lista longa de datas de eclipses lunares que conduza a um período onde a STV concorde com a cronologia "secular". Novamente, nós temos uma confirmação independente e segura da cronologia estabelecida, não deixando na realidade nenhum espaço para a data de 607 da STV.


Concordância com a Cronologia Egipcia
Como nós vimos, a cronologia Neo-babilônica descansa solidamente em seus próprios pés. Porém, nós temos uma oportunidade excelente para testar este corpo de evidência contra um punhado de evidência completamente independente. A cronologia contemporânea do Egito foi estabelecida baseado numa evidência diferente. Nós já usamos muito espaço por entrar na evidência detalhada da cronologia babilônica, assim, para este trabalho, é suficiente a notar que esta evidência consiste em muitos estelas de túmulos, o historiador grego Herodoto e o padre egípcio Maneto (terceiro século AC), e vários papiros, incluindo alguns detalhes astronômicos (ie. Papiro Demótico Berlim 13588). Esta cronologia está solidamente fundamentada, e até mesmo mais, é completamente independente da cronologia Neo-babilônica.

A Sociedade Torre de Vigia está consistentemente também fora por pelo menos 20 anos relativos a cronologia egípcia.


Há vários sincronismos entre a cronologia Bíblica, egípcia e babilônica, e nestes é evidente que a cronologia da STV está errada. 2. Reis 23:29 nos faz saber que Josias morreu durante o reinado do farao Neco. Neco começou o reinado dele em 610 AC, mas de acordo com a STV Josias morreu 19 anos mais cedo. Jeremias 46:2 nos informa de uma batalha entre Nabucodonosor e o farao Neco no quarto ano de Jeoiaquim. Na cronologia da STV isto seria 625 AC, mas como nós vimos, Neco não começou o reinado dele antes de 610! Jeremias 44:30 nos informa que logo após a morte de Gedalias, o faraó Hofra (em outro lugar chamado Apriés) era o rei no Egito. Ele regeu o Egito entre 589-570, então isto se ajusta perfeitamente com a data da queda de Jerusalém em 587 mas não 607. Finalmente, nós temos o texto cuneiforme BM33041, que nos conta que Nabucodonosor fez uma campanha contra o farao Amasis do Egito no 37º ano de seu reinado. Amasis reinou entre 570-526, assim, isto não pode ter acontecido em 588/87 como a cronologia da STV afirma.

A STV têm que admitir:


" A diferença entre as datas acima e às geralmente atribuidas pelos historiadores hodiernos chega a um século, ou mais, quanto ao Êxodo, e depois se reduz a uns 20 anos no tempo do faraó Neco." (It-1, página 604)

Seria uma coincidência acima de qualquer coisa a cronologia da STV estar correta e toda essa evidência estar errada. Isto nos recorda uma mãe orgulhosa de um escoteiro que exclamou durante uma grande parada: "Imagine, dos três mil escoteiros, só meu filho está no passo correto".


Sumário da evidência arqueológica para a cronologia estabelecida
Crônicas, registros historicos, e inscrições reais do período Neo-Babilônico, começando com o reinado de Nabopolasar and terminando com os renados de Nabonido e Belsazar, mostram que o período correu de 626 até 539 AC, e não de 645 até 539 AC como afirma a Sociedade.
Beroso
Ptolomeu
Varias crônicas Babilônicas tais como a crônica de Nabonido
Nabonido N.º 18
A estela de Hilá, Nabonido N.º 8
A estela de Adda-Gupp, Nabonido H1,B
Documentos Comerciais e Administrativos
Tabuinhas existentes que são datadas para cada ano do período Neo-Babilônico como estabelecido por Beroso, Ptolomeu e o stele contemporaneo; nenhuma tabuinha está datada inconsistentemente. Cerca de 5000 foram publicadas e restam cerca de 50000. Estes são documentos contemporâneos do período Neo-Babilônico.
Diários Astronômicos
VAT 4956 fixa o 37º ano de Nabucodonosor para 568 AC por um jogo único de observações astronômicas, estabelecendo o seu ano de ascensão em 605 AC.
BM 32312 mais a Crônica de Aquito colocam o 16º ano de Samas-sum-iuquim (um rei Babilônico anterior ao período Neo-Babilonico) para 652/1 AC. Isto, combinado com documentos comerciais, o canon de Ptolomeu, a crônica de Aquito e a lista de Reis de Uruque combinam para datar o reinado de Nabucodonosor para 605/4-562/1, com o seu 18º (destruição de Jerusalém, Jer. 52:28-30) ano em 587/6 AC.
Textos Saros (Eclipses Lunares)
Quatro textos independentes provêem datas absolutas dentro do período Neo-Babilônico. O 18º ano de Nabucodonosor é fixado em 587/6 AC.
Sincronismos com a cronologia Egipcia contemporânea mostra que a cronologia da Sociedade está consistentemente fora da realidade por 20 anos.
Josias morreu durante o reinado do faraó Neco, que começou em 610 AC. A Sociedade data a morte de Josias para 629 AC.
Alguns Judeus fugiram para o Egito sobre o faraó Hofra (Apriés) imediatamente depois da destruição de Jerusalém. Visto que ele começou a reinar em 589 AC, Jerusalém não poderia ter sido destruida em 607 AC.
Um texto cuneiforme fragmentado menciona uma batalha por Nabucodonosor no seu 37º ano contra o faraó Amasis, que começou a reinar em 570 AC. A Sociedade diz que Nabucodonosor morreu em 582 AC.

--------------------------------------------------------------------------------

Linha do Tempo - uma visão geral
Cronologia STV Datas AC Cronologia Estabelecida Evidência

640



|



630
milhares de tabuinhas cuneiformes, incluindo documentos comerciais
628: ano de ascensão de Jeoiaquim |


624: Ano de ascensão de Nabucodonsor 620


617: Nabucodonosor leva cativos judeus no 3º ANO de Jeoiaquim (!). Da1:1,2; 2Re24:10-17; 2Cro36:10 |



610 609: Queda de Harã. Poder do mundo em Babilônia. Possivelmente o INICIO DOS 70 ANOS. Josias morto em batalha com o faraó Neco (2Re46:2)

607: QUEDA DE JERUSALÉM; inicio dos 70 anos | 605: Ano de ascensão de Nabucodonosor . Primeira deportaçao dos Judeus (Dan 1:1,2; 2:1).


600 597: Nabucodonosor leva prisioneiros. Segunda deportação. Jeoiaquim em exílio; o reinado de Zedequias começa. BM21946:11-13; 2Re24:10-17; 2Cro36:10.

|



590 587: QUEDA DE JERUSALÉM


|



580



|



570
BM33041. Concordância com cronologia Egipcia independente

|
VAT4956: observ. astronômicas fidedignas para datar 568/67 como o 37º ano de Nabucodon.

560 Evil-Merodaque 561-560 Estela de Hilá

| Neriglissar 559-556 Nabon no 18

550 555: Ano de Ascensão de Nabonido BM35382. Crônica de Nabonido

|
Nabon H 1, B
539: Queda de Babilônia 540 539: QUEDA DE BABILÔNIA para Ciro; FIM DOS 70 ANOS. Faraó Hofra reina o Egito neste tempo; Jer 44:30

537: Judeus retornam do exílio, terminam os 70 anos. |



530



|



--------------------------------------------------------------------------------

Nota:
Ano de Ascensão. Nas crônicas babilônicas, o ano que um rei ascende o trono é chamado de ano de ascensão, o ano seguinte é o primeiro ano e asim por diante. Isto é chamado de sistema de ano de ascensão. Crônicas Judaicas, seguindo um sistema sem ano de ascensão, conta ano inicial como o primeiro ano régio, o próximo como o segundo e assim por diante. O terceiro ano do reinado de Jeoiaquim nas crônicas Babilônicas seria o quarto ano nas crônicas de Israel.
Victor Rito
Forista
Forista
Mensagens: 2858
Registrado em: 23 Jul 2009 07:48
Localização: Coimbra - Portugal

Re: As Testemunhas de Jeová e suas datas "proféticas"

Mensagem não lida por Victor Rito »

Olá Manoel

Agradeço a sua exposição.

Tive oportunidade de ler a primeira parte. Faço questão de a ler toda.

Entretanto, e peço que me corrija se entendi mal, pude constatar que houve dois erros em relação ao ano "marcado" de 1914.

Se de facto Jerusalem caiu em 607 como diz a "Torre" então, não havendo o ano zero no calendário, o ano "marcado" deveria ser 1915.

No entanto, a "Torre" desconsiderou o ano zero e, por tal motivo, chegou ao ano de 1914, por fazer um ajustamento na data da queda de Jerusalém para 606, posição esta defendida antes daquele ano.

Devemos recordar que a data de 607 resulta de adicionar 70 anos de "descanso" daquela terra à data aceite de 537, a data do decreto de Ciro de repatriamento dos judeus.

Parece-me que a data de 606AC, carece de fundamentação e só foi tida em conta para se chegar ao ano de 1914, despercebendo que não havia o ano zero. Tomando como facto que havia o ano zero, ajustou-se a data de 606 para 607, o que está de acordo com a cronologia bíblica.



Manoel, parece realmente que havia uma fixação no ano de 1914. Foram precisos dois erros, um anulando o outro para se chegar ao ano "marcado" de 1914.



Você diz:
A Sociedade Torre de Vigia (STV) tem provido o que pode ser chamado de uma armação teológica para as Testemunhas de Jeová. Como nós veremos, esta armação baseia-se inteiramente na data de 1914. Atualmente, as Testemunhas de Jeová(TJ's) asseguram que em 1914, Jesus Cristo foi colocado num trono nos céus, e começou a "subjugar no meio dos seus inimigos" (Salmos 110:2). O fim do mundo começou naquele ano.

Até o 1º número de Novembro de "A Sentinela" de 1995, a STV também argumentava que alguns daqueles que foram testemunhas oculares dos eventos de 1914 estariam também vivos para ver o fim. Como esta doutrina agora está abandonada, a importância de 1914 foi reduzida. Não obstante, um bom número de doutrinas estão construídas na data de 1914:

A STV alega que a liderança das TJ's, os tão chamados "ungidos", foram selecionados por Cristo como seu único canal de comunicação com a humanidade, e que isto aconteceu em 1919. Isto é baseado na premissa que Cristo retornou em 1914, e fez uma inspeção nos grupos cristãos e 3 anos e meio depois, mandou a liderança da STV para o "cativo babilônico" (na verdade, prisão) e então finalmente os selecionou em 1919. Sem 1914, a STV não tem nenhuma posição relativa a Cristo.

TJ's alegam que apenas elas cumprem Mateus 24:14 por proclamar as "boas novas" a todo o mundo no nosso tempo. Estas "boas novas" são que Cristo começou a reinar em 1914, e que o fim virá "breve". Se isto é falso, as Testemunhas de Jeová estão pregando um falso evangelho (boas novas) (Gálatas 1:6-9).

As interpretações das TJ's da maior parte da bíblia está baseada na idéia da presença invisível de Cristo desde 1914. Se isto estiver errado, sua interpretação é falsa, e qualquer alegação de ser dirigido pela vontade de Deus será provada horrivelmente falsa.

Não há nenhuma evidência que nosso tempo tenha qualquer profecia bíblica importante se as alegações sobre 1914 estiverem erradas.


Como você próprio diz:
Atualmente, as Testemunhas de Jeová(TJ's) asseguram que em 1914, Jesus Cristo foi colocado num trono nos céus, e começou a "subjugar no meio dos seus inimigos" (Salmos 110:2). O fim do mundo começou naquele ano.



Não estou com isto a dizer que concordo com a "Torre", mas pelo menos em algumas coisas sou obrigado a concordar.

Um abraço
Victor Rito
Avatar do usuário
Manoel Bandeira
Forista
Forista
Mensagens: 405
Registrado em: 08 Jun 2009 14:48
Localização: São Paulo, SP
Contato:

Re: As Testemunhas de Jeová e suas datas "proféticas"

Mensagem não lida por Manoel Bandeira »

Victor Rito escreveu:Olá Manoel

Agradeço a sua exposição.

Tive oportunidade de ler a primeira parte. Faço questão de a ler toda.
Prezado Victor,

Um bom tempo já se passou, e aí já leu tudo?

A que conclusão chegou?

Aguardo ansiosamente vossa resposta.

Atenciosamente:

Manoel Bandeira
Avatar do usuário
sidhiresus
Administrador
Administrador
Mensagens: 8405
Registrado em: 01 Nov 2008 10:15

Re: As Testemunhas de Jeová e suas datas "proféticas"

Mensagem não lida por sidhiresus »

Vitor o Manoel está esperando sua respsta, e eu tambem.
Responder

Quem está online

Usuários navegando neste fórum: Nenhum usuário registrado e 13 visitantes