Ensino religioso: deve ser ministrado nas salas de aula?

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RAL28
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Re: Ensino religioso: deve ser ministrado nas salas de aula?

Mensagem não lida por RAL28 »

...errr..por ser laico e leigo o Brasil não deveria impor a necessidade de aulas religiosas, devidamente institucionalizadas, mas sim facultativas, e sem qualquer prejuízo aos que, por "motivo de consciência", as recusarem.
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pascoalnaib
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Re: Ensino religioso: deve ser ministrado nas salas de aula?

Mensagem não lida por pascoalnaib »

O texto cita:
O ensino religioso que aborda uma doutrina específica pode gerar discriminação dentro das salas de aula.
Concordo em número e grau. O ensino religioso proselitista e que favoreça qualquer crença ou não crença é totalmente inviável dentro das escolas públicas de nosso Brasil. Nas escolas particulares isso é feito através das escolas confessionais, mas vale ressaltar que já mudou muito aquela característica inicial de obrigatoriedade em seguir a religião do colégio.

Agora o texto está totalmente desinformado de como se vê atualmente esse ensino religioso e aí cito integralmente essa carta e o site do GPER e FONAPER que orientam o que é ensino religioso:
O GPER divulga texto produzido pelo FONAPER para reflexão dos que acreditam que a ESCOLA é um espaço para o respeito a diversidade em um Estado Democrático e Laico.



RAZÕES PARA NÃO APROVAÇÃO DO ARTIGO 11
DO ACORDO INTERNACIONAL BRASIL- SANTA SÉ

1. O Ensino Religioso no Brasil já está regulamentado pelo Art. 33 da LDBEN nº. 9.394/1996, em sua nova redação dada pela Lei nº. 9.475/1997. Neste, consta que o Ensino Religioso, “de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas do ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo”.

2. A redação do Art. 11 do Acordo Brasil-Santa Sé não está em consonância com a Lei nº. 9.475/1997, pois busca legislar que “o ensino religioso, católico e de outras confissões religiosas, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, em conformidade com a Constituição e as outras leis vigentes, sem qualquer forma de discriminação” (grifos nossos).

3. O Ensino Religioso definido pelo Art. 33 da LDBEN nº. 9.394/1996 não aponta conteúdos de uma determinada denominação religiosa. Em princípio, enquanto componente curricular, deve atender a função social da escola, em consonância com a legislação do Estado Republicano Brasileiro, integrando as diferentes manifestações do fenômeno religioso. O parágrafo 1º do Art. 11 do Acordo, ao contrário, ao anunciar um Ensino Religioso “católico e de outras confissões religiosas”, limita sua abordagem à religião cristã.

4. Deste modo, o texto do Art. 11 do Acordo abre espaços para a oferta de um Ensino Religioso na modalidade confessional, o que fere o Art. 19 e incisos seguintes da Constituição Federal de 1988, que veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios o estabelecimento e a “subvenção a cultos religiosos ou igrejas”. Um Ensino Religioso confessional nas escolas brasileiras só poderia ocorrer sem ônus para os cofres públicos.

5. O Ensino Religioso na modalidade confessional, definido pelo Art. 11 do Acordo como “católico e de outras confissões religiosas”, não contempla os dispositivos das Leis Nacionais no 10.639/2003 e 11.645/2008, que determinam a inclusão, no currículo oficial da rede de ensino, do estudo da história e cultura Afro-Brasileira e Indígena, de forma interdisciplinar.

6. O Ensino Religioso na modalidade confessional, cuja tarefa é transmitir a doutrina de uma denominação religiosa, é de responsabilidade das respectivas denominações religiosas nos seus espaços específicos de culto e estudo, e não na escola pública.

7. A elaboração do Art. 11 do Acordo não atendeu a Lei Federal nº. 9.709/1998, em seus Art. 1º e 2º, que regulamentou o Art. 14, incisos I, II, III, da Constituição Federal, onde prescreve que a soberania popular é exercida por sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, mediante Plebiscito, Referendo e Iniciativa Popular. O Plebiscito e o Referendo são consultas formuladas ao povo para deliberar sobre matéria de acentuada relevância, de natureza constitucional, legislativa ou administrativa. Neste caso, o povo brasileiro não foi consultado acerca da relevância da assinatura do presente acordo e da alteração na forma e no conteúdo de se ministrar a disciplina de Ensino Religioso nas escolas públicas do país.

8. Numa sociedade democrática e diversa no aspecto religioso, como a brasileira, o encaminhamento da proposta de Ensino Religioso acordada entre o Governo Brasileiro e a Santa Sé não contempla os princípios e fins da educação nacional, ao propor a oferta de segmentar os conhecimentos religiosos segundo cada denominação religiosa. A LDBEN nº. 9.394/1996 prescreve que o ensino será ministrado com base em princípios, entre os quais se encontra “a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar cultura, o pensamento, a arte e o saber; [...] o pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; [...] respeito à liberdade e apreço à tolerância” (Art. 3º, inciso II, III, IV).

9. O Estado brasileiro deve promover e respeitar a diversidade cultural religiosa, que transita no cotidiano escolar, permitindo que todos os educandos tenham acesso ao conjunto dos conhecimentos religiosos, que integram o substrato das culturas, vedadas quaisquer formas de proselitismo, em conformidade com a legislação nacional em vigor, assumindo o compromisso da construção de uma escola que proporcione a inclusão de todos (Documento Final da Conferência Nacional da Educação Básica, 2008).
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ELZA ARROIO
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Re: Ensino religioso: deve ser ministrado nas salas de aula?

Mensagem não lida por ELZA ARROIO »

OS DOZE VALORES UNIVERSAIS

Em 1995 crianças eadultos de 129 paises foram convidados a visualizar um mundo melhor em todas as religiões e culturas do mundo, apoiado pela UNESCO E UNICEF e orgãos governamentais , propõe que se viva os doze valores universais que são:
AMOR: garante bondade
COOPERAÇÃO: príncipio de respeito multuo
FELICIDADE: estado de paz
HONESTIDADE: consciencia limpa
HUMILDADE: INterior com dignidade e integridade
LIBERDADE :conquista interior
PAZ: arte de sentimentos puros
RESPEITO:reconhecimento dos direitos dos individuos
RESPONSABILIDADES: fazer parte , equilibrando direito e deveres
TOLERANCIA:é a beleza das diferenças
SIMPLICIDADE:apreciar a beleza interior
UNIÃO :visão compartilhada

EDUCAR É SER UM ARTESÃO DA PERSONALIDADE, UM POETA DA INTELIGENCIA, UM SEMEADOR DE IDÉIAS,E SER UM CONTADOR DE ESTÓRIAS.....
Acredito que a crença em DEUS é mais que uma válvula de escape, é a CRIATURA PROCURANDO SEU CRIADOR....




Visitem meu blog:

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jBrother
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Re: Ensino religioso: deve ser ministrado nas salas de aula?

Mensagem não lida por jBrother »

Acho que a História da Religião dentro de uma visão histórico, político, cultural e antropológica SIM. Isto ajudaria alguns jovens a repensarem a religião o qual nasceu, ou no mínimo buscar conhecer seu passado.
jBrother
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pascoalnaib
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Re: Ensino religioso: deve ser ministrado nas salas de aula?

Mensagem não lida por pascoalnaib »

A atual proposta do ensino religioso visa a divulgação das mais variadas crenças e não crenças nas salas de aula. Uma proposta de conhecer a diversidade religiosa e manter o respeito. Uma tentativa de educar a população para uma visão mais tolerante e saber que discriminação e fanatismo não levam a pessoa para lugar algum.

Acho importante o papel do educador nesse sentido, pois muitas crianças são reféns de seus pais que muitas vezes só mostram sua visão (por vezes distorcida) da realidade e com o aumento do neo pentecostalismo na vertente "o diabo são os outros" uma informação vindo da escola pode sim fazer com que as pessoas meditem ou pelo menos ouçam o que o outro fala e crê.
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Vitor Nascimento Sá
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Re: Ensino religioso: deve ser ministrado nas salas de aula?

Mensagem não lida por Vitor Nascimento Sá »

Gostaria de fazer algumas considerações acerca dos comentários de Elza.
Você disse primeiro:
Queridos colegas foristras, não sei quantos de voces tem filhos ou filhos adolecentes. Tambem não sei quantos de voces já ouviram que quando crescem a preocupação com filhos dobra. E mais ainda sei que a maioria de voces passaram a juventude presos dentro da seita TJ, mas na minha opinião como mãe de 7 filhos e de todas as idades eu posso lhes informar o quanto é importante para o jovem ter noção de DEUS , ou seja do ABSOLUTO, pois hj tudo é permitido , tudo é relativo. Estudei em colegio católico, meus filhos estudaram em colegio Adventista, tiveram aulas de religião assim como tive na minha época e sinceramente saber sobre o CRIADOR, falar sobre o amor , não importa qual vertente é importante para a formação do caracter do ser humano. OS COLEGIOS PÚBLICOS SÃO A PORTA DE ENTRADA PARA AS DROGAS, E NOSSAS CASAS ESTAÕ SENDO NOSSA PRÓPRIA PRISÃO....
Permita que eu lhe dê alguns dados acerca da escola pública. Sou diretor de uma e trabalho na educação desde o fim da década de noventa. Naquela época, estávamos implantando a nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) e a mais de uma década tentávamos universalizar o acesso à educação. Dizer que a escola de ontem (com ou sem ensino religioso) era melhor que a de hoje no Brasil é um erro muito comum. Faz parte até de alguns discursos de políticos elitistas que pensam em “treinar” professores (leia-se aqui Geraldo Alckmin, que foi quem usou esse termo um dia), achando que os de hoje são piores que o de ontem. A escola de hoje não é nem pior nem melhor. Ela é diferente. A escola de ontem servia apenas para a elite. Até mesmo a escola pública era da elite. Porque o pobre precisava trabalhar muito mais cedo, não tinha dinheiro para fardamento e material e não tinha comportamento aprovado pela elite que dirigia o sistema escolar (logo eram suspensos várias vezes até a expulsão). Naquela época, os professores lidavam com filhos da elite que tinha um plano traçado para os seus, tinha objetivos claros, tangíveis e possíveis.

Quando conseguimos enfim abrir as portas para o povão, tivemos que lidar com uma nova realidade. Hoje a escola é um microcosmo. Tudo que acontece na sociedade, acontece na escola. Há drogas na escola pública? Claro! Também há na privada? Em menor proporção, talvez, ou com maior discrição, certamente, mas com certeza também há. O problema das drogas não se resolve na escola nem mesmo com aula de religião, nem mesmo com exorcismo, nem mesmo com ronda. Por quê? Porque a crise existencial não se origina na escola. A falta de perspectiva não é culpa da escola. A falta de limites e ética não é responsabilidade da escola. A escola sozinha não pode, nem deve, tentar resolver os problemas originados fora dela. Isso requer a participação de todos.

Se o ensino religioso fosse a varinha de condão para sanar os problemas da escola, não existiriam drogados nos meios religiosos. Não haveria entre religiosos depressão, assassinatos, alcoolismo, falta de caráter, falta de solidariedade, egocentrismo e drogas. A religião tenta salvar as pessoas que, em boa parte dos casos, estão no limite desses problemas. Religião tem bem menos graça para quem tem uma vida equilibrada.

Concordaria que ensinássemos aqui em nossa escola conteúdos voltados para as religiões de um modo geral. Mas com uma condição: que fosse obrigatório para toda e qualquer religião dentro do território brasileiro alfabetizar jovens e adultos, ensinar profissões, oferecer ajuda psicológica profissional etc. tudo de graça. Porque se as religiões terão o dinheiro do estado investido em conteúdos religiosos (sim, porque a contratação de um professor de religião custa dinheiro e muito: aqui na minha escola custaria cerca de R$ 16.000,00 por ano) então as igrejas também teriam que apoiar a educação. Olho por olho, dente por dente, obrigatoriedade por obrigatoriedade, centavo por centavo. Se é para ser uma disciplina optativa, que cada igreja faça sua escolinha de religião, catequese, escola dominical ou o que quer que seja e chame as pessoas. Será um estudo optativo. Optativo por optativo, custo por custo, que a religião faça o que é da religião e que a escola faça o que é da escola. A gente já tem problema demais para resolver aqui, não dá pra ficar fazendo o trabalho dos outros. Ainda mais quando a maioria desses outros não está disposta a fazer o mínimo do nosso trabalho (a menos que receba algo em troca), excetuando-se aí uma ou duas denominações.
Depois você disse:
OS DOZE VALORES UNIVERSAIS

Em 1995 crianças eadultos de 129 paises foram convidados a visualizar um mundo melhor em todas as religiões e culturas do mundo, apoiado pela UNESCO E UNICEF e orgãos governamentais , propõe que se viva os doze valores universais que são:
AMOR: garante bondade
COOPERAÇÃO: príncipio de respeito multuo
FELICIDADE: estado de paz
HONESTIDADE: consciencia limpa
HUMILDADE: INterior com dignidade e integridade
LIBERDADE :conquista interior
PAZ: arte de sentimentos puros
RESPEITO:reconhecimento dos direitos dos individuos
RESPONSABILIDADES: fazer parte , equilibrando direito e deveres
TOLERANCIA:é a beleza das diferenças
SIMPLICIDADE:apreciar a beleza interior
UNIÃO :visão compartilhada

EDUCAR É SER UM ARTESÃO DA PERSONALIDADE, UM POETA DA INTELIGENCIA, UM SEMEADOR DE IDÉIAS,E SER UM CONTADOR DE ESTÓRIAS.....
Muito bonito. Concordo com os valores. Mas o que isso tem a ver com a religião? 99% das que eu conheço pregam isso e praticam o contrário. Dê uma olhadinha na história das religiões como um todo e você vai ver do que eu estou falando.
As religiões estão tentando se aproveitar do espaço público, do dinheiro público, do funcionário público, para fazer o que elas se demonstraram incapazes de realizar. Por favor, religiosos do mundo todo, inclusive das denominações com as quais eu me simpatizo, entendam de uma vez por todas: nós, educadores brasileiros, temos mais o que fazer.
Nada pode perturbar mais do que "olhar para fora e aguardar de fora respostas a perguntas a que talvez somente seu sentimento mais íntimo possa responder na hora mais silenciosa." Rainer Maria Rilke
Jaime Santana
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Re: Ensino religioso: deve ser ministrado nas salas de aula?

Mensagem não lida por Jaime Santana »

Rogério escreveu:Bem:

A Única aula de religião que deveria ser ministrada nas escolas, na minha visão, seria uma que abordasse a todas sem ninguém puxar "a brasa para a sua sardinha"
Pra mim esse é o ponto. Como os cursos de religião iríam conseguir essa isenção ? Caso fosse realmente implantado o ensino religioso quem iria impedir, por exemplo, que fosse praticada em sala de aula a já tradicional antipatia pelos cultos africanos por parte dos protestantes ?

Ou quem iria impedir que um colégio católico abordasse numa luz desfavorável os evangélicos ?

E os espíritas ?

Bem, a forma de resolver o problema seria então extinguir a universalização do ensino (que na prática nem existe) e se criarem "ilhas educacionais", cada uma tendendo a orientar os alunos a favor de determinado culto.

Poderia dar margem também à criação de "castas" educacionais, ou seja, determinados centros de excelência educacional seríam privativos de uma certa orientação religiosa e o canditado a aluno que não pertencesse à mesma orientação religiosa de determinada instituição teria sua matrícula praticamente vetada não pela instituição, mas, pelos pais que não ficaríam à vontade vendo seu filho freqüentando aulas onde sua religião não é respeitada. O problema torna-se agudo é se justamente aquela instituição for uma referência de ensino em determinada região.

Em outras palavras, não é aconselhável seu filho estudar na Fundação Getúlio Vargas por que essa instituição segue a orientação católica e como você é protestante não se sentiria à vontade com seu filho vendo imagens de santos pelos corredores da escola, entende ?

A grande questão é que a Fundação Getúlio Vargas é, digamos, uma referência em excelência de ensino.

Nem imaginamos como as minorias religiosas tais como as Testemunhas de Jeová contornaríam o problema.

A solução plausível seria reduzir o ensino religioso à apenas "História das Religiões" onde os prefessores ficaríam praticamente proibidos de usar as expressões "certo" ou "errado" em suas aulas sob pena de serem acusados de serem tendenciosos a favor dessa ou daquela corrente religiosa.
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pascoalnaib
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Re: Ensino religioso: deve ser ministrado nas salas de aula?

Mensagem não lida por pascoalnaib »

Jaime cita:
Pra mim esse é o ponto. Como os cursos de religião iríam conseguir essa isenção ? Caso fosse realmente implantado o ensino religioso quem iria impedir, por exemplo, que fosse praticada em sala de aula a já tradicional antipatia pelos cultos africanos por parte dos protestantes ?Ou quem iria impedir que um colégio católico abordasse numa luz desfavorável os evangélicos ?E os espíritas ?
Jaime primeiro teremos que reaprender o significado de ensino religioso. Antigamente com o domínio da Igreja Católica era comum termos só essa visão religiosa, mas hoje em dia de acordo com a Constituição Brasileira e a LDB (Leis de diretrizes e bases da educação) o ensino religioso é facultativo nas escolas públicas e se for ensinado por lei é garantido o estudo da diversidade religiosa e sem proselitismo ou mesmo discriminação.
Nenhum colégio público pode ter vertente religiosa, isso já é feito por escolas particulares confessionais e aí vemos colégios adventistas, islâmicos, católicos, protestantes. Esses colégios confessionais e particulares podem atuar dessa forma, mas colégios públicos não!
A solução plausível seria reduzir o ensino religioso à apenas "História das Religiões" onde os prefessores ficaríam praticamente proibidos de usar as expressões "certo" ou "errado" em suas aulas sob pena de serem acusados de serem tendenciosos a favor dessa ou daquela corrente religiosa.
Essa é a programação que o ensino religioso assume hoje e que luta também para a obrigatoriedade da formação em "Ciências da Religião" para todos os que forem ensinar e o respeito pela laicidade e mais ainda o respeito por crenças e não crenças dos alunos. :4
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Nanda Lima
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Re: Ensino religioso: deve ser ministrado nas salas de aula?

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Jaime Santana
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Ensino religioso: deve ser ministrado nas salas de aula?

Mensagem não lida por Jaime Santana »

Graande Pascoal !

Pois é, acho que esse é o ponto de consenso, ou seja, é importante que a escola dê conhecimento aos jovens sobre religião de uma forma pluralizada como, aliás, já é previsto em Lei, conforme você citou.

O conhecimento sobre a diversidade cultural é importante para desenvolver o senso de tolerância. Hoje em classes sociais menos privilegiadas o conhecimento de religiões diferentes das que temos aqui no Brasil fica praticamente restrito a folhetins tais como "O Clone" ou "Caminho das Índias".

O conhecimento sobre Islamismo quase que se resume aos noticiários sobre atentatos terroristas e ao conflito na Palestina.

Conheço pessoas que se perguntadas o que é Protestantismo, Adventismo, Pentencostalismo, Russelismo, Ubandismo, etc, elas às veses se confundem, se atrapalham e esse desconhecimento é o terreno fértil para o nascimento do preconceito e da intolerância.
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