"Como ajudar a esposa a se desprogramar?"

Depoimentos de ex-testemunhas de Jeová, cartas de dissociação e depoimentos sobre a vida pós Torre de Vigia. Aqui fala mais alto a sinceridade, o sentimento e muitas vezes os relatos nos impressionam pela falta de algo que mais as Testemunhas de Jeová dizem praticar: o amor ao próximo!
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Mentalista
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"Como ajudar a esposa a se desprogramar?"

Mensagem não lida por Mentalista »

O fórum EXTJ (espanhol) tem um tópico sobre esse assunto. Estou acompanhando desde que o tópico foi postado e atualmente ele já tem 7 páginas. Vou colocar aqui o link para o tópico, mas seria legal que aqui mesmo no fórum colocassem suas opiniões e sugestões sobre o assunto.

http://www.extj.com/showthread.php?2711 ... rogramarse
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Fred
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Re: "Como ajudar a esposa a se desprogramar?"

Mensagem não lida por Fred »

Questão extremamente delicada. Antes de tudo, acho que é preciso avaliar honestamente o que une o casal.

S o vínculo maior for a Org., então desprogramar o cônjuge é acabar com o casamento, pois depois não haverá mais nada para "dar liga."

Acho que primeiro tem que investir mais na relação. Cumplicidade, objetivos, cultura, lazer, viajar, etc. Fortalecer o relacionamento através de outros vínculos que não a Torre.

Lembro de umas reportagens que saíram na Superinteressante sobre ateísmo. Tinha a fala de um senhor que disse: "Poxa! até Deus eles querem tirar da gente!"

Aí o cientista ateu fez um mea culpa e reconheceu que de fato eles estavam tirando Deus das pessoas e não ofereciam nada pra substituir, nada que pudesse dar conforto às pessoas.

Se alguém deixa a Torre subitamente, sem preparo, pode ficar sem chão, sem lugar pra se apoiar e o casamento pode ruir. Muita calma nessa hora.
Wilmaaaaaaaaaaa!
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Mentalista
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Re: "Como ajudar a esposa a se desprogramar?"

Mensagem não lida por Mentalista »

Esqueci de colocar no tópico que "desprogramar" é uma palavra que no português tem a ver com "desfazer os efeitos da doutrinação".

Segundo um dicionário de inglês:
desprogramar escreveu:libertar alguém da influência de uma seita religiosa, doutrinação política, etc.
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Live
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Re: "Como ajudar a esposa a se desprogramar?"

Mensagem não lida por Live »

Há um tópico em q fala sobre a maioria entre os apóstatas, serem homens, de fato é mais difícil para uma mulher ter o click, principalmente para aquelas q dependem em tudo do marido.

Então como ajudar a esposa a se desprogramar?
Não faço ideia, isso vai depender da própria pessoa querer isso, se permitir isso.

Acho pouco provável q o casamento perdure se somente um dos cônjuges tiver o click.
O poder q a torre exerce sobre a vida de uma pessoa é muito forte, se a pessoa não quiser ou não for capaz de enxergar o óbvio, então jamais saíra de lá.
Eu conheço alguém já teve a sua fase "apóstata", mas voltou atrás e hoje defende a torre com unhas e dentes, tem pessoas que tem um momento de lucidez, apenas um momento...
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MALÉVOLA
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Re: "Como ajudar a esposa a se desprogramar?"

Mensagem não lida por MALÉVOLA »

Li o tópico e os comentários no Fórum espanhol. Muitas ideias misturadas a desabafos e vivências pessoais (Não é uma crítica. É apenas uma constatação.). Li também os comentários dos colegas acima....Vou listar de maneira prática para que se torne útil para quem pleiteia tal empreitada.

Minhas considerações abaixo abordarão tanto maridos como esposas:

A BASE ONDE FOI FUNDADA O LAÇO MARITAL.

A primeira coisa que vc deve levar em consideração e talvez seja o ponto de partida para qual será o próximo passo a tomar é: O casamento foi formado nos preceitos torreanos? Casaram-se e se tornaram T.J. depois? Quem foi o primeiro a aprender a ser T.J.? Vc ou o cônjuge? Sabendo qual foi a BASE onde seu casamento foi fundado, será um bom ponto de partida para saber o nível de risco da sua empreitada.


QUEM É MEU CÔNJUGE LÁ DENTRO?

Essa pergunta por si só montará outro pilar para seu projeto de tirar seu par de lá com vc. Como ele ou ela trata os privilégios que possui? Qual o grau de comprometimento com essas modalidades? Como é o envolvimento emocional com essas atividades?


O SER HUMANO E O PODER.

Todos nós temos nossas medidas de poder na vida e no grupo social em que estamos inseridos. Vc como infiltrado com certeza, indiretamente já abriu mão desse poder social dentro do S.R. Esse desiquilíbrio comportamental existe entre vcs mesmo que negue. Um leve poder social do outro perante vc já reina inegavelmente. Como ele se comporta frente a isso? Desprezo, indiferença, apatia, questiona, te ouve, te minimiza?????? Como seu par vê sua apatia ou dissidência?


ANTES E DEPOIS

Como está a relação de vcs antes mesmo de vir a tona uma questão tão séria para uma relação a dois como é a dissidência? Essa questão será crucial, pois confessar sua apostasia numa relação já abalada criará rachaduras e possíveis quedas de base bem maiores. Está disposto a correr o risco? Vale a pena?


MULHER DE VIDA PRÓPRIA

No caso da esposa: ela trabalha fora, se interessa em outros conhecimentos que não os torreanos, tem uma vida social além dos muros do S.R.? Se houver sim nessas respostas há uma esperança positiva para uma conversa franca.


OS HOMENS E SEUS IMPÉRIOS

No caso do marido: o S.R. é o único lugar onde ele possui um determinado destaque e poder? Tem profissão de líder? Possui equipe a ser liderada fora do S.R.? Se o S.R. é o único lugar que ele se sente líder e respeitado será complexa sua empreitada para abrir-lhe a mente.
Homens fleumáticos e melancólicos serão os mais acessíveis para se falar sobre uma apostasia. Ambos temperamentos são analíticos e detestam se sentir manipulados de qualquer forma. Homens sanguíneos e coléricos são territoriais, apegados as pessoas e apaixonados por poder.....será mais difícil trazer atenção apostasia para eles.


AS VARIANTES

Mesmo concordando com sua apostasia seu cônjuge terá altos e baixos até decidir o que fará da própria vida. Oscilará entre desprezo, concordância com vc, apatia, incredulidade sobre a apostasia, incredulidade com as reuniões, incredulidade com o casamento.......Prepare-se, pois ele ou ela está decidindo o que fará dali em diante e pode ser que isso não lhe inclua......

NÃO ESPERE GRATIDÃO

Tirar alguém da cegueira nem sempre gerará gratidão. Ele pode até reconhecer que vc foi inteligente para abrir os olhos dele, mas em outro momento pode lhe jogar na cara que estava muito melhor sendo cego. Vc está preparado pra ouvir isso? Pois há uma grande possibilidade de acontecer.


E FORAM FELIZES PARA SEMPRE CADA UM DO SEU LADO APÓSTATA

Abrir o jogo com o cônjuge pq vc é um infiltrado sincero é lindo. Mas, saiba que daquele momento em diante que ele te ver como apóstata, vc não é mais a T.J. com quem ele ou ela era casado ou casada. Isso pode ser positivo ou não. O grau de apostasia dele ou dela será diferente do seu. Muito ressentimento, mágoa, etc e tal virão a tona.



Todas as questões acima não são via de regra. Mas, reflexões com possibilidades grandes de ocorrer. Pensar nessas perguntas talvez seja primariamente importante antes de vc por todo o pilar da sua vida a dois em xeque.

Posso garantir que o preço é alto e as surpresas que vc terá serão tão grandes quanto o dia que vc descobriu as mentiras da Torre.
Vai de cada dizer se vale a pena pagar pra viver isso ou não.

Um ex-amigo torreano sempre diz que é VIDA DE MALUCA eu correr no parque todos os dias nos finais de tarde.

Eu concordava com ele. Hoje não concordo.

VIDA DE MALUCA é topar sair de INFILTRADO pra EX T.J. Tenham certeza que estão dispostos a pagar com sangue e lágrimas, amados! Sei do que estou falando.
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Urim&Tumim
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Re: "Como ajudar a esposa a se desprogramar?"

Mensagem não lida por Urim&Tumim »

Malévola TJ escreveu:Li o tópico e os comentários no Fórum espanhol. Muitas ideias misturadas a desabafos e vivências pessoais (Não é uma crítica. É apenas uma constatação.). Li também os comentários dos colegas acima....Vou listar de maneira prática para que se torne útil para quem pleiteia tal empreitada.

Minhas considerações abaixo abordarão tanto maridos como esposas:

A BASE ONDE FOI FUNDADA O LAÇO MARITAL.

A primeira coisa que vc deve levar em consideração e talvez seja o ponto de partida para qual será o próximo passo a tomar é: O casamento foi formado nos preceitos torreanos? Casaram-se e se tornaram T.J. depois? Quem foi o primeiro a aprender a ser T.J.? Vc ou o cônjuge? Sabendo qual foi a BASE onde seu casamento foi fundado, será um bom ponto de partida para saber o nível de risco da sua empreitada.


QUEM É MEU CÔNJUGE LÁ DENTRO?

Essa pergunta por si só montará outro pilar para seu projeto de tirar seu par de lá com vc. Como ele ou ela trata os privilégios que possui? Qual o grau de comprometimento com essas modalidades? Como é o envolvimento emocional com essas atividades?


O SER HUMANO E O PODER.

Todos nós temos nossas medidas de poder na vida e no grupo social em que estamos inseridos. Vc como infiltrado com certeza, indiretamente já abriu mão desse poder social dentro do S.R. Esse desiquilíbrio comportamental existe entre vcs mesmo que negue. Um leve poder social do outro perante vc já reina inegavelmente. Como ele se comporta frente a isso? Desprezo, indiferença, apatia, questiona, te ouve, te minimiza?????? Como seu par vê sua apatia ou dissidência?


ANTES E DEPOIS

Como está a relação de vcs antes mesmo de vir a tona uma questão tão séria para uma relação a dois como é a dissidência? Essa questão será crucial, pois confessar sua apostasia numa relação já abalada criará rachaduras e possíveis quedas de base bem maiores. Está disposto a correr o risco? Vale a pena?


MULHER DE VIDA PRÓPRIA

No caso da esposa: ela trabalha fora, se interessa em outros conhecimentos que não os torreanos, tem uma vida social além dos muros do S.R.? Se houver sim nessas respostas há uma esperança positiva para uma conversa franca.


OS HOMENS E SEUS IMPÉRIOS

No caso do marido: o S.R. é o único lugar onde ele possui um determinado destaque e poder? Tem profissão de líder? Possui equipe a ser liderada fora do S.R.? Se o S.R. é o único lugar que ele se sente líder e respeitado será complexa sua empreitada para abrir-lhe a mente.
Homens fleumáticos e melancólicos serão os mais acessíveis para se falar sobre uma apostasia. Ambos temperamentos são analíticos e detestam se sentir manipulados de qualquer forma. Homens sanguíneos e coléricos são territoriais, apegados as pessoas e apaixonados por poder.....será mais difícil trazer atenção apostasia para eles.


AS VARIANTES

Mesmo concordando com sua apostasia seu cônjuge terá altos e baixos até decidir o que fará da própria vida. Oscilará entre desprezo, concordância com vc, apatia, incredulidade sobre a apostasia, incredulidade com as reuniões, incredulidade com o casamento.......Prepare-se, pois ele ou ela está decidindo o que fará dali em diante e pode ser que isso não lhe inclua......

NÃO ESPERE GRATIDÃO

Tirar alguém da cegueira nem sempre gerará gratidão. Ele pode até reconhecer que vc foi inteligente para abrir os olhos dele, mas em outro momento pode lhe jogar na cara que estava muito melhor sendo cego. Vc está preparado pra ouvir isso? Pois há uma grande possibilidade de acontecer.


E FORAM FELIZES PARA SEMPRE CADA UM DO SEU LADO APÓSTATA

Abrir o jogo com o cônjuge pq vc é um infiltrado sincero é lindo. Mas, saiba que daquele momento em diante que ele te ver como apóstata, vc não é mais a T.J. com quem ele ou ela era casado ou casada. Isso pode ser positivo ou não. O grau de apostasia dele ou dela será diferente do seu. Muito ressentimento, mágoa, etc e tal virão a tona.


Todas as questões acima não são via de regra. Mas, reflexões com possibilidades grandes de ocorrer. Pensar nessas perguntas talvez seja primariamente importante antes de vc por todo o pilar da sua vida a dois em xeque.

Posso garantir que o preço é alto e as surpresas que vc terá serão tão grandes quanto o dia que vc descobriu as mentiras da Torre.
Vai de cada dizer se vale a pena pagar pra viver isso ou não.

Um ex-amigo torreano sempre diz que é VIDA DE MALUCA eu correr no parque todos os dias nos finais de tarde.

Eu concordava com ele. Hoje não concordo.

VIDA DE MALUCA é topar sair de INFILTRADO pra EX T.J. Tenham certeza que estão dispostos a pagar com sangue e lágrimas, amados! Sei do que estou falando.
Muito interessante essa sua compilação Malévola. Concordo em vários pontos. Não podemos fechar os olhos para o fato de que existem pessoas realmente felizes dentro da organização. A doutrina pode não ser verdadeira mas a felicidade que sentem é real.

Existem pessoas que conseguem viver bem sem essa "rede de segurança" que são a esperança da ressurreição, a certeza de que toda injustiça será desfeita de que em breve viveremos uma utopia onde todos os desejos do coração serão satisfeitos. Mas percebo que não são todas e sequer são maioria. É uma decisão muito delicada e que tem que ser muito bem pensada.
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Episcopos
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Re: "Como ajudar a esposa a se desprogramar?"

Mensagem não lida por Episcopos »

Tópico oportuno, visto que muitos estão passando por essa situação!

Achei todos os comentários muito válidos. Tenho passado por isso, e sei como é angustiante ver seu cônjuge sendo enganado, e ter dificuldade para fazê-lo abrir os olhos. Outros tópicos trataram desse assunto aqui no fórum, como por exemplo:

http://extestemunhasdejeova.net/forum/v ... =3&t=17394
http://extestemunhasdejeova.net/forum/v ... 15&t=18076

A alguns anos uma pessoa passou aqui no site e fez uma coletânea de materiais que ajudaram a esposa dele a sair da religião.:
http://extestemunhasdejeova.net/forum/v ... 11&t=14725

No fórum Inglês também surgiu uma questão semelhante:
http://www.jehovahs-witness.com/topic/5 ... -thin-line

Realmente ajudar a esposa ou o marido a se libertar das amarras mentais perpetradas pela Torre não é nada fácil. É preciso ter paciência, não sobrecarregar a pessoa com informações, e não pressionar.
Como disse o apóstolo Paulo, alguns seriam ganhos sem palavras. (1 Pedro 3:1, 2)
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Mentalista
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Re: "Como ajudar a esposa a se desprogramar?"

Mensagem não lida por Mentalista »

Interessantes as ideias até agora.

Eu não sou casado, no entanto acho que os posts daqui podem ser úteis não apenas para maridos, mas também para pais, filhos, irmãos, irmãs etc. Requer apenas adaptação.

Episcopos, esses tópicos são muito interessantes. O legal é ler cada uma das experiências e ver em cada uma quais foram as estratégias que funcionaram e as que apenas pioraram a situação. Como há vários tipos de personalidade, ler várias experiências facilita encontrar uma que faça mais o perfil da pessoa alvo da desprogramação. Meu plano ao criar tópico, e que ainda não mudou, é reunir os posts mais interessantes daquele tópico e deste também, depois que eles tiverem um bom número de comentários. Agora que você colocou mais alguns na mesa, vou usá-los também.
Live escreveu:Há um tópico em q fala sobre a maioria entre os apóstatas, serem homens, de fato é mais difícil para uma mulher ter o click, principalmente para aquelas q dependem em tudo do marido.

Então como ajudar a esposa a se desprogramar?
Não faço ideia, isso vai depender da própria pessoa querer isso, se permitir isso.

Acho pouco provável q o casamento perdure se somente um dos cônjuges tiver o click.
O poder q a torre exerce sobre a vida de uma pessoa é muito forte, se a pessoa não quiser ou não for capaz de enxergar o óbvio, então jamais saíra de lá.
Eu conheço alguém já teve a sua fase "apóstata", mas voltou atrás e hoje defende a torre com unhas e dentes, tem pessoas que tem um momento de lucidez, apenas um momento...
Com certeza. Acho que as pessoas que têm maior probabilidade de sair são aquelas que já têm um tipo de pré-disposição. Quem conhece bem a pessoa, talvez consiga perceber se ela tem ou não. Se não tiver certeza, pode arriscar. Geralmente a pessoa, digamos aqui o marido, sabe que o casamento não vai dar certo se a esposa for continuar na seita. Então, se ele realmente gostar dela e tentar, não tem muito a perder. Pelo contrário, pode ganhar.

Sobre esses momentos de lucidez, foi muito bem colocado. Tem pessoas em que, de vez em quando, a ficha cai por um tempo, mas depois elas até esquecem o que pensaram, muitas vezes de propósito, embora não percebam.
Ka Franz
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Re: "Como ajudar a esposa a se desprogramar?"

Mensagem não lida por Ka Franz »

Fred escreveu:Questão extremamente delicada. Antes de tudo, acho que é preciso avaliar honestamente o que une o casal.

S o vínculo maior for a Org., então desprogramar o cônjuge é acabar com o casamento, pois depois não haverá mais nada para "dar liga."

Acho que primeiro tem que investir mais na relação. Cumplicidade, objetivos, cultura, lazer, viajar, etc. Fortalecer o relacionamento através de outros vínculos que não a Torre.

Lembro de umas reportagens que saíram na Superinteressante sobre ateísmo. Tinha a fala de um senhor que disse: "Poxa! até Deus eles querem tirar da gente!"

Aí o cientista ateu fez um mea culpa e reconheceu que de fato eles estavam tirando Deus das pessoas e não ofereciam nada pra substituir, nada que pudesse dar conforto às pessoas.

Se alguém deixa a Torre subitamente, sem preparo, pode ficar sem chão, sem lugar pra se apoiar e o casamento pode ruir. Muita calma nessa hora.
Achei muito oportuno o comentário do Fred e também da Live. O tópico é específico para ajudar as esposas a desprogramar, mas no meu caso, o que tenho feito desde que saí da Torre foi tentar investir na relação como o Fred mencionou. A princípio pensei ser impossível vivermos bem sendo que apenas eu tive o click e ao meu ver meu marido jamais o terá ou teria, mas como apesar de cogitar, não queríamos nos separar sem ao menos tentar, tentamos, e por enquanto a experiência apesar de difícil as vezes, tem sido muito produtiva outras vezes.

Estou tentando envolvê-lo em atividades culturais e de lazer cada vez mais. Peças teatrais (de preferência com temas que podem fazê-lo trabalhar o ''pensar'' ainda que subjetivamente), exposições em museus, participação em palestras sobre temas importantes que acontecem na cidade, algumas festas e shows, comprei ingressos pra que fossemos assistir um clássico juntos, e ir a estádios de futebol nem sempre é visto com bons olhos na minha região, mas ele, que nunca havia ido, e por ser um apaixonado por futebol, se divertiu muito. Em casa, tento conversar sobre assuntos profundos, mas que não necessariamente tenha a ver com a Torre, ou a bíblia, mas apenas para estimular o senso crítico, as opiniões e desejos mais profundos dele e não apenas impostos pela Torre, e também para que nos aproximemos mais. Nem sempre é fácil, mas estou notando uma mudança excelente nele como um todo. Outra coisa também é mostrar que hoje, sou uma esposa melhor. Ou ao menos tento ser. Talvez menos neurótica, menos depressiva, menos chata, porque de fato me sinto assim. Quando TJ era muito rígida comigo mesma e até com ele as vezes, perfeccionista, queria fazer tudo perfeitamente correto.

Como disse, também concordo com o comentário da Live, que é pouco provável que o relacionamento dê certo, quando um se recusa a enxergar o óbvio, ainda que exposto e escancarado, talvez seja mesmo, não sei, ao menos é bem cansativo algumas vezes. Eu decidi tentar e pelo menos momentaneamente tenho tido bons resultados, inclusive posso dizer que nos divertimos e rimos juntos mais hoje, comigo afastada, do que antes, quando TJ ou quando infiltrada, temos mais momentos alegres sem dúvida alguma.

:)
''Somos feitos de carne, mas temos de viver como se fôssemos de ferro.''
Sigmund Freud
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Zinedine Zidane
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Re: "Como ajudar a esposa a se desprogramar?"

Mensagem não lida por Zinedine Zidane »

Bom tópico.
Como disse em minha apresentação, ainda sou ancião. Está sendo cada vez mais complicado sustentar a situação visto que já não concordo com muita coisa ensinada. Há pouco tempo abri o jogo com minha esposa e disse como me sentia e como encarava atualmente a religião que sigo. Ela chorou, mas disse que não era surpresa, pois estava evidente em minhas ações que era assim que me sentia. O mais impressionante foi o modo como ela lidou com o que falei, pois eu tinha certeza que no dia que dissesse como me sentia em relação a tudo, ela me execraria e me entregaria para os anciãos. Não foi o que aconteceu, ela foi extremamente equilibrada e compreensiva. Agora sempre que acontece algo incoerente dentro da organização eu menciono isso para ela refletir a respeito.
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