Manual de Como Sair da Torre [COMPILADO]

Debates e discussões acerca das crenças, doutrinas e a história das Testemunhas de Jeová.
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Kaarlo Luhtanen
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2.5 Sugestões – Parte V

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2.5 Sugestões – Parte V
2.5.1 O jeito mais fácil de sair da Torre sempre foi e sempre será: Saia! Sem justificativas, sem cartas e sem lamúrias, os anciãos perdem o chão quando isso acontece porque eles simplesmente não estão preparados para isso, eles estão preparados para atuar contra quem sai por apostasia, fornicação etc, mas não contra quem simplesmente sai;

2.5.2 Quando saí, as poucas pessoas com quem mantive contato nos 3 primeiros meses me perguntavam: “O que aconteceu?” e eu simplesmente dizia: "Nada. Já estava na hora.", esse é o pior choque que podem receber. Não se dá munição pra fofoca, pra conversa e nem pra reuniões.

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2.6 Sugestões – Parte VI

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2.6 Sugestões – Parte VI
2.6.1 Invista em coisas que você não teve;

2.6.2 Fazer coisas que você não fez, que são lícitas, mas a torre dizia que não (aniversários, baladas, festas, namorar);

2.6.3 Descubra coisas legais para fazer nas manhãs dos fins de semana, nem que seja dormir até mais tarde ou passear num parque;

2.6.4 Veja os filmes e shows que você não curtiu porque era Testemunha de Jeová;

2.6.5 Leia livros e revistas que antes você não lia;

2.6.6 Entre numa igreja católica para ver arte sacra sem culpa;

2.6.7 Assista cultos de outras religiões (budistas e hare krishna, por exemplo) só pra saber como é;

2.6.8 Mate sua curiosidade;

2.6.9 Leia Nietzsche;

2.6.10 Procure novos sentidos para a frase "amar ao próximo" que não seja entregar folhetos e revistas em troca de contribuições;

2.6.11 Descubra que você realmente é;

2.6.12 Faça novos amigos, esteja aberto!

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2.7 Sugestões – Parte VII

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2.7 Sugestões – Parte VII
2.7.1 Use métodos não dramáticos, tentando preservar relações com familiares que são Testemunhas de Jeová fanáticas;

2.7.2 Deixe de assistir reuniões com tanta regularidade. Quando assistir, tente transmitir desconforto e desânimo em seu semblante (não é difícil, estando em MAIS UMA reunião);

2.7.3 Vá baixando progressivamente sua média de horas. Baixando, baixando até chegar a uma hora, sendo que baixar o número de horas não necessariamente significa sair à pregação;

2.7.4 Se tiver partes, designações e privilégios, simplesmente não apareça, não atenda as chamadas de anciãos;

2.7.5 Passado um mês vá à reunião, inevitavelmente você será abordado por anciãos "preocupados", diga que está desanimado porque [mencione ou invente um problema], diga que esse problema está drenando sua alegria em servir a Jeová e consumindo sua espiritualidade, diga que não há alternativa, que você precisa mudar de "ambiente" (e congregação);

2.7.6 Diga aos seus familiares Testemunhas de Jeová que você está na congregação X para não se preocuparem com sua ausência;

2.7.7 No início vá a algumas reuniões na nova congregação, mas não deixe o povo se habituar à sua presença regular, assista cada vez menos;

2.7.8 Se tiver filhos ainda jovens, comesse por minar a confiança deles na organização, com pequenas frases e críticas, do tipo, precisamos passear, ter mais lazer, a ida ao campo todos os finais de semana não faz bem a nossa saúde mental e, afinal, o irmão x e y vivem no campo e estão com depressão, diga que tudo precisa ter equilíbrio e a organização por ter uma direção humana que peca nessa questão;

2.7.9 Dessa maneira os filhos jovens desenvolvem seu sendo crítico e ficarão mais livres e sem fanatismo, e quando o adulto sair de lá, pai ou mãe, eles o acompanharão sem problemas;

2.7.10 De preferência, não se envolva com mais alguma religião ao sair definitivamente da Torre, viva a sua vida livre de regras e imposições. Seja feliz!

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3. Formas de Sair

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3. FORMAS DE SAIR
O que se segue é uma explanação geral sobre os meios de sair definitivamente da Torre ou parcialmente dela, dependendo da situação de cada pessoa envolvida.

Dentre elas está a inatividade, a dissociação e a desassociação, às quais será explicada de forma breve a maneira como se deve proceder ou qual procedimento eles usam.

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3.1 Afastamento Por Inatividade

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3.1 AFASTAMENTO POR INATIVIDADE
Geralmente progressivo. O irmão ou irmã deixa de ir às reuniões, deixa de ir ao campo e simplesmente se afasta. Se está seguro de que realmente não deseja voltar e tiver condições, mude de endereço sem avisar a congregação. Se esse rompimento mais incisivo não for possível, terá de lidar com a pressão familiar e com visitas eventuais dos anciãos. Recomenda-se só ouvir os anciãos e não manifestar quaisquer dúvidas em relação à organização ou ao Corpo Governante. Se quiser manter a situação morna, diga a eles o que querem ouvir, diga que a organização é o canal exclusivo de Jeová na Terra, diga que o corpo governante é o Escravo Fiel e discreto que dá o alimento espiritual no tempo certo. Essa postura não contestadora significará mais sossego familiar para você. A pressão familiar e congregacional tende a diminuir com o tempo, à medida que se acostumam com seu estado de "fraqueza" espiritual.

Por outro lado essa mesma postura têm como negativo o fato de que não estará realmente livre da Torre que Vigia. Mas talvez possa ter uma vida boa assim, dependendo de sua personalidade. Talvez consiga um bom ponto de equilíbrio entre seus interesses pessoais e a paz familiar. Poderá manter contato normal com sua família, sem o rompimento causado pela desassociação ou pela dissociação.

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3.2 Carta de Dissociação

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3.2 CARTA DE DISSOCIAÇÃO
A dissociação pode ser pedida verbalmente, mas o mais comum parece ser através de carta. Talvez a maior vantagem dessa forma de libertação da Torre, seja a manutenção da sua dignidade pessoal. Os irmãos até podem difamar seu nome, caluniar e injuriar, MAS você, perante você mesmo, permanece íntegro, leal ao que acredita e sem passar pela humilhante comissão judicativa. Ao ser você mesmo aquele que determina o seu próprio destino, você preserva sua autonomia, é a figura ativa no processo. Prevalece a sua vontade e a sua maneira de agir. Parece que as pessoas que escolheram essa forma de libertação guardam menos traumas, pois tem o controle na mão e não são submetidas a um processo aviltante e doloroso.

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3.2.1 Características

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3.2.1 Características
A carta de dissociação permite que haja planejamento de como as coisas vão ocorrer. Por exemplo: alguns relatam que foram à reunião, abraçaram todos os amados, disseram a eles o quanto tinham consideração e carinho por eles, e depois disso, entregaram a carta a um dos anciãos e se retiraram. Quer dizer, puderam se despedir das pessoas queridas, puderam assegurar a elas que o amor continuaria. Outros, ao invés de entregarem a carta de dissociação somente aos anciãos, entregaram várias cartas a diversos irmãos, explicando o por quê da dissociação, o lamento em relação à separação, etc. Assim os irmãos puderam saber as razões reais do afastamento. A carta de dissociação, se você é ou era bem quisto na congregação, pessoa séria e de reputação ilibada, pode ser um importante depoimento de verdade e de defesa, pois quando ocorre uma desassociação arbitrária, você se quer tem amplo direito de defesa e a congregação não fica sabendo dos fatos reais, do que realmente houve.

Todavia, apesar da carta permitir esse grau maior de comunicação, a punição social ainda o alcançará. A determinação do corpo governante de que ninguém fale com você, ainda o afetará. Dos males, o menor.

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3.3 Desassociação

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3.3 DESASSOCIAÇÃO
Trata-se de um processo judicativo, um tribunal de exceção, religioso, com poderes para punir e prejudicar gravemente a vida do indivíduo a ele submetido. Se você cometeu um erro grave, talvez até um crime (furto, uso de drogas, tráfico, lesão corporal, etc.), é necessário que responda por seus atos, é muito provável que mereça ser repreendido, censurado e, se manifestou arrependimento, ser ajudado também, PORÉM, a comissão vai além disso. Ela determinará seu futuro dentro da família, com poderes para torná-lo um pária social, como bem sabemos. Por outro lado, não pense que os desassociados somente o são porque cometeram pecados sexuais (geralmente os irmãos pensam que foi adultério ou fornicação). Há muitos desassociados que o foram por simplesmente discordar de A Sentinela, como se fosse essa revista divina; por questionar ensinos como "a geração de 1914, que não passará"; questionaram, persistiram nas dúvidas sinceras e foram desassociados por isso.

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3.3.1 Comissão judicativa

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3.3.1 Comissão judicativa
Há diversos relatos narrando quão traumáticas são essas comissões. Os amorosos anciãos interrogam meninas virgens quanto a se fizeram sexo oral com o irmão fulano, se deixaram ele tocar em sua vagina, se segurou o pênis dele, se ele penetrou. É chocante, eu sei, mas é assim que acontece ou pior. Os anciãos se deliciam com perguntas invasivas, fazendo as meninas saírem da salinha dois com nojo e traumatizadas pelos amorosos pastores judicativos. Onde está Cristo nessas horas? Bem longe deles, com certeza. Os irmãos submetidos a essa comissão também relatam que é muito opressivo se ver respondendo a perguntas constrangedoras. São perguntas insistentes, pedem detalhes, um verdadeiro interrogatório perverso e sistemático. Na salinha há vários anciãos interrogando uma pessoa, isolada ali e sozinha, sem defensor do seu lado.

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3.3.2 Os critérios de desassociação

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3.3.2 Os critérios de desassociação
Os critérios para desassociar, ou não, são bastante subjetivos. Alguns cometem erros graves, mas tem muita amizade com os anciãos e se mostram superficialmente arrependidos, então não são desassociados. Já outros, por muito menos, são desassociados. De congregação para congregação, o tratamento dispensado pela comissão pode variar bastante. Varia conforme a cabeça dos homens da comissão. O ponto é que os mesmos pecados podem ser tolerados num lugar e banidos em outros. E pecados mais leves podem ser banidos num lugar ao passo que pecados mais graves são tolerados em outros. Os irmãos nem sonham com essa realidade, eles acham que tudo ocorre de forma igual para todos, com julgamentos isentos de preferências e favoritismos, isentos de critérios duplos (dois pesos e duas medidas) e ambíguos. Essa deve ser uma das razões porque mantém todos os julgamentos em total segredo.

Pior do que tudo isso é que há testemunhos que indicam que a comissão pode procurar motivos para desassociar uma pessoa que não é mais desejada na organização. Isso mesmo, procura-se formas de acusar essa pessoa para que, de qualquer forma, ela seja expulsa. Geralmente isso ocorre porque o irmão manifesta dúvidas em público quanto a doutrinas ou quanto ao Corpo Governante. Não importa se essa pessoa tem a conduta irrepreensível. Não importa se é pessoa amorosa e bem quista por todos, eles vão vasculhar como lobos a vida dela e a menor razão será suficiente para que a expulsem sem dó, nem piedade.

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