Minist. Público Federal- acão Civil pública contra TJs

Tudo que se fala na mídia nacional e internacional sobre as Testemunhas de Jeová.
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pascoalnaib
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Re: Minist. Público Federal- acão Civil pública contra TJs

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André Félix cita:
Ademais, deixar de falar com alguém ou exigir que outros não falem não fere nenhum dos Direitos Humanos. E mesmo que ferisse, obedecer a regra é sempre um ato voluntário. Se a pessoa obedece, isso é sinal que ela concorda com uma doutrina religiosa, concorde-se ou não com ela, coisa que não é da conta do Poder Judiciário.
Não sei se você teve o trabalho de baixar a ação pública civil ou mesmo de lê-la. Faria bem, pois responde essas questões. Mas, vamos tentar pelo menos colocar isso de uma forma didática:
1- Qualquer instituição social (religiosa, política etc) tem o direito de ter regras específicas e essas mesmas regras podem ter a expulsão de um membro como algo legal.
2- Porém, se essas regras feitas por essa instituição social, de alguma forma ferirem ou atentarem contra a dignidade do ser humano, isso se torna crime. Posso assinar um papel aceitando tudo, mas o que vai ser considerado é o que tal ato representa. Posso fazer uma comparação rudimentar, que se porventura eu assinasse qualquer tipo contrato e "concordasse", poderia depois recorrer se descobrisse um conteúdo abusivo no mesmo. Isso é lógico!
Na ação Pública Civil (p.10) isso é explicado da seguinte maneira:
Ora, a liberdade de consciência é um princípio de mão dupla, isto é,
a liberdade de um não pode jamais ser usada em prejuízo da liberdade de outrem,
precisamente por conta do princípio da igualdade. Como sustenta Norberto Bobbio
(Elogio da Serenidade, Unesp, 2002, p.141): “ O princípio da liberdade de consciência,
que acabou por sair vitorioso das guerras religiosas, nasceu daqui, não da indiferença,
mas do sentimento profundo de que em todo homem há algo de inatingível e de
inviolável, aquilo que se dizia ser o sacrário da consciência”. Assim é que, se
aquele “irmão atraído” deixou sua religião anterior para se filiar, sendo bem aceito,
ou melhor dizendo, tendo sido “convencido” a mudar de religião, que razões existem
para condená-lo ao isolamento, afastando-o definitivamente das amizades que granjeou
durante a convivência com os “irmãos Testemunhas de Jeová”, ou, mais grave ainda,
afastá-lo do cônjuge, filhos e irmãos de sangue? Onde mesmo foram jogados os
princípios constitucionais da dignidade humana, da igualdade, da solidariedade, da
liberdade de associação e da inviolabilidade de consciência e de crença?
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pascoalnaib
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Re: Minist. Público Federal- acão Civil pública contra TJs

Mensagem não lida por pascoalnaib »

André Félix cita:
E se, aqui uma hipótese totalmente impossível, a justiça brasileira decidir que essa doutrina deve ser anulada?
O que é impossível para você pode não ser para outras pessoas Félix. Por isso que digo que sua opinião é irresponsável e covarde! É muito simples decretar algo, muito simples. Queria ver da sua parte, além dessa opinião irresponsável, sugestões como se mudar ou lutar contra isso. Ou não se deve fazer isso? Melhor ficarmos caladinhos, resignados, derrotados? Melhor não tentar lutar por algo realmente válido?
Se você tem uma visão de mundo derrotista e de omissão, nunca vai ser a minha. A indignação faz parte de quem se mostra insatisfeito com perseguições, desigualdadades, discriminações. Por mais que muitos se afoguem num pessimismo ou niilismo de que tudo está ruim e só tende a piorar, o mundo ainda respira pela luta diária, contante e muitas vezes invisível dessas pessoas que acreditam na justiça e na luta contra a opressão.
Ainda há tempo para você perceber isso André!
André Felix
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Re: Minist. Público Federal- acão Civil pública contra TJs

Mensagem não lida por André Felix »

pascoalnaib escreveu:André Félix cita:
E se, aqui uma hipótese totalmente impossível, a justiça brasileira decidir que essa doutrina deve ser anulada?
...Ainda há tempo para você perceber isso André!
O tempo vai provar que eu estou certo.

1) A justiça não tem poder para mudar esse tipo de doutrina religiosa e por isso não entra no mérito dessas questões.
2) Se acatar a denúncia do MP será uma causa de vitória certa para a Torre pois a tentativa de mudar mesmo esse tipo de doutrina religiosa por força de decisão judicial viola Direitos Humanos, os direitos de religião e de crença.

Numa situação hipotética impossivel de vitória das ex-testemunhas de Jeová tudo seria inútil já que as testemunhas de Jeová, e a história delas tem provas abundantes disso, preferem serem presas, torturadas e até executadas em nome das crenças delas, para obedecer o Corpo Governante. Elas desobedeceriam prontamente a decisão não importando com as consequências. Nenhuma delas voltaria a falar com desassociados porque a justiça determinou.


Mas o tempo vai provar que eu estou certo.
Editado pela última vez por André Felix em 24 Jul 2011 14:10, em um total de 1 vez.
O pensamento é o ensaio da ação.
Sigmund Freud
Cristóvão Colombo
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Re: Minist. Público Federal- acão Civil pública contra TJs

Mensagem não lida por Cristóvão Colombo »

Concordo em número e gênero Pascoal!

Independente de uma resposta positiva ou não do Ministério Público, o fato de haver uma movimentação significativa em prol deste assunto em sí já é um ganho tremendo, pois, a atenção de muitos, quer sejam, pensem ou realmente venham a se tornar uma TJ no futuro. Também não podemos nos esquecer daqueles que se "identificam" com o processo envolvido. O Mero fato de sabermos que há uma "chance" de sequer "sermos ouvidos" é um alento para quem "passa e já passou por este trauma" , assim como está se dando comigo neste momento. Cabe lembrar o exemplo de Cristo, com certeza todas as suas lutas contra os fariseus e hipócritas talvez tenham parecido "sem resultado" para aqueles que viram a sua morte e para aqueles que mesmo sabendo de sua ressurreição talvez não entenderam o valor de suas atitudes.
No entanto, mais de dois mil anos depois, NÓS conseguimos entender plenamente o valor de suas ações e assim como ele conseguimos SER DIFERENTES!
Com certeza o mesmo se dará nesta e em tantas outras bandeiras que se levantarão! - Jamias seremos iguais a Cristo, no entanto, assim como ordem dele o estaremos "seguindo de perto"!

Reforço minhas palavras a TODOS de não desistirem de tornar este processo conhecido independente dos resultados! - Conforme bem expresso pelo Pascoal, seria muito "cômodo" baixarmos as armas. Quem dera que todos nós tivéssemos a "coragem" de defender os nossos direitos assim como Sebastião Ramos fez. Já que não o tivemos, nos cabe pelo menos em agradecimento dar o nosso apoio a ele, independente dos resultados advindos deste!

Grande abraço para Todos!
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pascoalnaib
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Re: Minist. Público Federal- acão Civil pública contra TJs

Mensagem não lida por pascoalnaib »

André Félix cita:
O tempo vai provar que eu estou certo.
Quantas certezas não foram mudadas nessa espera? Só o fato de você estar aqui num site de ex-testemunhas de Jeová já comprova o poder da mudança!
Nada é estático André...tudo que é sólido um dia vai se desmanchar no ar!
Não se trata de competição se algo vai dar certo ou não, é simplesmente que posição nós tomamos diante dela.
Como já disse, eu nunca iria tomar essa sua posição, que é mais do que simplesmente uma opinião, é uma opção sua de total comodidade, estagnação e de omissão!
Isso sim é que é perigoso...não lutar ou se indignar frente a intolerância ou injustiças.

Fique com sua "certeza" que eu fico com minha dignidade!
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pascoalnaib
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Re: Minist. Público Federal- acão Civil pública contra TJs

Mensagem não lida por pascoalnaib »

Cristóvão Colombo cita:
Reforço minhas palavras a TODOS de não desistirem de tornar este processo conhecido independente dos resultados!
Tudo na vida é um processo e quando utopias se mostram justas, se tornam realidade.

Acredito no poder da mobilização e da motivação. Quantos de nós não temos exemplos de homens formidáveis que mudaram a história por lutarem contra o "impossível"? Quantos não estamos inspirando ao lerem nossa luta?

Longe de mim ser um "José":
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José !

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José !
José, pra onde ?
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Re: Minist. Público Federal- acão Civil pública contra TJs

Mensagem não lida por regina »

Eu não concordo com o André.

No tempo em que eu era Testemunha, um ancião me contou que muitas Testemunhas sentiam-se incomodadas, envergonhadas mesmo com o fato de não poderem conversar com desassociados.

Sabemos que existe grande número de Testemunhas que de tão fanatizadas apoiam até com alegria essa regra desumana de não se falar com ex-adeptos. Mas muitas Testemunhas gostariam que essa regra absurda acabasse.
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AntonioMadaleno
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Re: Minist. Público Federal- acão Civil pública contra TJs

Mensagem não lida por AntonioMadaleno »

André Felix escreveu: O tempo vai provar que eu estou certo.

1) A justiça não tem poder para mudar esse tipo de doutrina religiosa e por isso não entra no mérito dessas questões.
2) Se acatar a denúncia do MP será uma causa de vitória certa para a Torre pois a tentativa de mudar mesmo esse tipo de doutrina religiosa por força de decisão judicial viola Direitos Humanos, os direitos de religião e de crença.

Numa situação hipotética impossivel de vitória das ex-testemunhas de Jeová tudo seria inútil já que as testemunhas de Jeová, e a história delas tem provas abundantes disso, preferem serem presas, torturadas e até executadas em nome das crenças delas, para obedecer o Corpo Governante. Elas desobedeceriam prontamente a decisão não importando com as consequências. Nenhuma delas voltaria a falar com desassociados porque a justiça determinou.

Mas o tempo vai provar que eu estou certo.
André, você tem alguma razão no que diz. Mas você está esquecendo um pequeno pormenor.

DINHEIRO!!!!

É verdade que as Testemunhas de Jeová em geral, são capazes de abdicar de valores materiais e até mesmo a vida, para cumprir com o que acreditam ser a vontade de Deus. Vemos isso no campo da neutralidade, por exemplo.

Mas a questão é se a estrutura central em Brooklyn, está disposta a perder DINHEIRO com as possíveis acções que puderão abrir contra ela, caso o MP ganhe este caso. É claro que poderá sempre recorrer para algum tribunal acima.
Mas se perder e se vir confrontada com perdas materais avultadas ou até mesmo o risco de poder publicar alguma literatura no País, ela vai mudar as regras do jogo.

Porquê? Porque a sobrevivência da Organização está acima da doutrina. Aliás, mudanças doutrinais são apanágio da Organização. Veja o caso do serviço cívico, distribuição gratuita da literatura, etc.

Essas mudanças ocorreram, não apenas porque alguém entendeu melhor algum conceito bíblico. Foram feitos esses ajustes, porque interessavam à Organização que a obra se ampliasse em países que não aceitavam a obra por causa desta posição estranha sobre o serviço cívico e, no caso da literatura, porque nos EUA e em outros países, a literatura vendida seria taxada pelo governo.

É óbvio que a Organização é gerida, não pelos velhinhos CG, mas por uma classe administrativa capaz de fazer td o que estiver ao seu alcance para espandir a obra, mesmo que para isso, tenham de abolir alguns ensinamentos.

Por isso, volto a salientar, se o MP ganhar este caso, a probabilidade de isso se expandir a outros países será maior - será como uma peça de dominó. A Organização está ciente disso. O custo material será bastante avultado.

A Organização já não é uma pequena empresa trabalhando na clandestinidade. É uma multinacional, poderosa e com muitas ramificações - muitas das quais nem conhecemos. O valor material dela ascende a nível mundial a vários bilhões de dólares anuais. Ela terá muito a perder se não fizer os ajustes necessários para sobreviver.

Acredito que ela o fará, como já fez no passado. E é tão simples André, basta sair uma nova luz provando à base da bíblia que a atitude para com os desassociados não deve ser tão dura como tem sido. É fácil usar a Bíblia para provar isso.

Eles vão pesar entre o que podem perder a nível material e por consequência de seguidores no Brasil, e o possível dano causado pela convivência com aqueles que sairam do "rebanho".

Para além disso, se fossem espertos, iriam perceber que se tratarem aqueles que saem com a dignidade que merecem enquanto seres humanos, vão ter muito menos oposição e por consequência, menos pessoas dispostas a estarem em foruns como este a divulgar os seus erros e distorções.
Editado pela última vez por AntonioMadaleno em 24 Jul 2011 14:40, em um total de 1 vez.
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alan
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Re: Minist. Público Federal- acão Civil pública contra TJs

Mensagem não lida por alan »

Todas as medidas para divulgar os desmandos da Torre, devem ser adotadas, Lutas como estas é q impulsionam o ser humano a se tornar mais fortes em suas ídeias e naquilo q sofremos Injustiças e intolerancia, claro q o resultado final é importante, mas a Luta , Determinação, obstinação, ....Devem ser incentivados e apoiados d:8 :D1
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Osvaldo
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Re: Minist. Público Federal- acão Civil pública contra TJs

Mensagem não lida por Osvaldo »

André Felix escreveu:Ademais, deixar de falar com alguém ou exigir que outros não falem não fere nenhum dos Direitos Humanos. E mesmo que ferisse, obedecer a regra é sempre um ato voluntário. Se a pessoa obedece, isso é sinal que ela concorda com uma doutrina religiosa, concorde-se ou não com ela, coisa que não é da conta do Poder Judiciário.
É, mas há de levar-se em conta de que há uma pressão social interna para que a pessoa concorde com essa doutrina. Se a pessoa obecede, não necessariamente quer dizer que ela concorde com a doutrina, ela pode simplesmente ter medo de ser repreendida pela organização e perder amigos, perder contato com familiares... não é pura e simples opção religiosa como a Torre faz parecer. Seria se fosse uma questão de "consciência", ou seja, se ela não corresse o risco de ser expulsa da congregação ao falar com um desassociado, se não fosse considerada apostasia e se a pessoa não sofresse sanções. Existe uma clara coação da Torre para que a pessoa obedeça a esse princípio, não tendo o TJ liberdade para decidir se quer ou não obedecer sem acabar na "guilhotina" da Torre.
Osvaldo Jr.
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