Ben escreveu:Obviamente existe um lugar onde as pessoas boas recebem uma recompensa e os maus são punidos. (veja Maimônides, 13 Princípios da Fé).
A alma precisa passar por uma série de purificações para poder entrar no Gan Éden (conhecido como paraíso). Muitos chamam esta fase de inferno ou purgatório, mas o judaísmo acredita que o inferno não é uma punição, mas um sofrimento espiritual, um processo de refinamento pelo qual a alma precisa passar para se purificar dos pecados cometidos e elevar-se nos diferentes reinos espirituais. Só então a alma vai para o Gan Éden, onde estuda os segredos mais profundos da Torá e é envolvida pela presença Divina.
Quando a pessoa morre e vai para o céu, o julgamento não é arbitrário e imposto externamente.
O segundo filme mostra como a vida da pessoa "poderia ter sido…" se as escolhas certas tivessem sido feitas, se as oportunidades tivessem sido aproveitadas, se o potencial fosse utilizado. Este vídeo – a dor do potencial desperdiçado – é muito mais difícil de suportar. Mas ao mesmo tempo, também purifica a alma. O sofrimento provoca o arrependimento, que remove as barreiras e possibilita à alma conectar-se completamente com D'us.
Quando a alma deixa o corpo, continua a ter outras experiências. Uma parte disso talvez seja receber as recompensas pela sua obra neste mundo: apreciar a Divindade, ver os frutos de seu trabalho nesta vida, passear pelo "paraíso", acompanhar o crescimento de seus filhos e passos de seus amigs e familiares, sentar e respirar o ar rodeado de um infinito azul longe das "tempestades" … mas qualquer que seja o cenário nas Alturas, o corpo voltará à vida após todos os fatos previstos que ocorrerão na era de Mashiach, quando então virá a Ressurreição dos Mortos.
Outro fator que deve ser considerado no céu é que uma pessoa pode ter ótimos assentos, mas pode não saber apreciar o que está acontecendo. Se a pessoa passa toda a vida elevando a alma e tornando-se sensível às realidades espirituais (através do estudo de Torá), então isso constituirá um prazer inimaginável no céu. Por outro lado, se a vida se resumiu a pizza e futebol, bem, isso pode ser bem entediante para a eternidade. (Aí parece que precisará voltar à terra para elevar a alma, certo?)
A existência de uma vida após a vida não é declarada explicitamente na própria Torá, porque como seres humanos temos de nos concentrar em nossa missão neste mundo, agir sem pensar na recompensa, embora a consciência dela possa se constituir em uma motivação eficaz.
Chegamos à conclusão que na verdade não há nada após a vida, porque a vida nunca termina.
É como um ciclo constante, onde a alma desprende-se do corpo e enquanto este decompõem-se lentamente neste processo, ela eleva-se gradualmente(o que pode significar diversas etapas... diversas vidas) às alturas até ficar cada vez mais próxima de sua verdadeira fonte. Talvez sua jornada tenha acabado, talvez mais uma vez mais ela será convocada a descer e habitar um novo corpo, e assim sucessivamente sob o comando do Criador do Universo e de todas as almas, `Aquele que esteve, está e sempre estará no comando: D’us.
Ben,
Gostei muito do texto que vc postou, e me faz pensar que na essência todas as crenças têm algo em comum, aspectos religiosos em que as leis religiosas acabam abafando os principios Universais.
O texto que vc postou me fez pensar muito na vida após a morte, não apenas no céu, ou em qualquer outro plano, mas aqui na terra mesmo. Veja as partes que selecionei. Podem indicar isso. O que está a roxo são comentários meus, mas observe bem a frase que está a vermelho, que subentende claramente a volta duma alma espiritual a um novo corpo. Isso pode subentender reencarnação e não ressureição. Não segundo os principios Kardecistas, mas segundo principios da Kaballa que possam estar ocultos. Suponho que só mesmo alguns mestres (rabinos) tenham acesso a eles, caso existam.
Isso explicaria a pergunta deste tópico, e a outra constantemente repetida por tópicos sem fim: do porquê do sofrimento.
É nisso que acredito agora. Já tive uma fase que me interessei muito pelo estudo da Kaballa, mas o que está disponível na internet é muito pouco ou restrito, mas este texto me redespertou o interesse. Até porque ele combina com todas as minhas crenças sem cariz religioso, autódidatas. (Não me canso de usar esta palavra: "autódidata" = mestre de si mesmo.)