Texto especial do site Mentes Bereanas 1914-2014
Enviado: 02 Out 2014 13:00
Hoje foi publicado o texto abaixo no site Mentes Bereanas (http://www.mentesbereanas.org), relativo a passagem dos 100 anos em que Russell decretou o "fim dos tempos dos Gentios". Visto que sou participante daquele site, gostaria de compartilhar o texto aqui com vocês. Como vocês devem saber, o Mentes Bereanas é um site cristão e os artigos são escritos sob esta ótica. Sei que muitos aqui já não se consideram mais cristãos e não vão concordar com palavra por palavra do artigo, porém, espero que seja respeitado, da mesma forma que tenho respeitado por seis anos neste fórum (além do tempo do fórum antigo) aqueles que não acreditam mais no cristianismo.
Em 2 de outubro de 1914, numa manhã de sexta-feira, Charles Russell, que na época estava na liderança da obra dos Estudantes da Bíblia, entrou no refeitório do Betel de Brooklyn, Nova York, e disse todo animado: “Bom dia a todos.” Daí, antes de se sentar, anunciou com alegria: “Os tempos dos gentios terminaram; seus reis já tiveram o seu dia.” - Extraído de "A Sentinela" 01/11/2007, página 24.
Há exatos 100 anos atrás, Charles Taze Russell e os Estudantes da Bíblia, como eram conhecidas as Testemunhas de Jeova naquela época, esperavam ainda naquele ano que os santos fossem glorificados e levados para o céu para governar com Jesus e que os governos humanos fossem removidos em prol de um governo teocrático durante o Milênio. Tal expectativa não só mostrou-se falsa, mas foi posteriormente "reciclada" por Joseph F. Rutherford (sucessor de Russell na presidência da Torre de Vigia), com uma série de eventos invisíveis, espirituais, ligados aos anos de 1914, 1918 e 1919. Esta "reciclagem", com pequenos ajustes, ainda faz parte da doutrina das Testemunhas de Jeová.
Talvez nem mesmo as próprias Testemunhas de Jeová se dão conta de que as afirmações sobre 1914, de forma conjunta, são o mais importante pilar doutrinário da Torre de Vigia. Baseados na parábola bíblica do joio e do trigo, e em alguns eventos históricos relacionados à própria Torre de Vigia, esta afirma que, a partir de 1914, Jesus Cristo, ao iniciar o seu reinado celestial, fez uma inspeção espiritual em todas as denominações que afirmavam ser cristãs, aprovando, no início de 1919, os Estudantes da Bíblia associados a Torre de Vigia como os verdadeiros cristãos (veja "A Sentinela" 15/07/2013, páginas 9-14). Sendo assim, comprovar o equívoco histórico e bíblico das afirmações da Torre de Vigia sobre a data 1914, conduz a um "efeito dominó", derrubando uma a uma todas as alegações desta a respeito da "inspeção espiritual" nos anos posteriores. Consequentemente, caem por terra o conceito das Testemunhas de Jeová como única organização aprovada por Cristo, a infalibilidade de seu peculiar arcabouço doutrinário e, especialmente, a autoridade "concedida por Deus" ao Corpo Governante.
Precisamos ter em mente o quão nefastos são os efeitos das crenças relacionadas a 1914. Por honestamente crerem que estavam na verdadeira organização de Deus, inspecionada e aprovada por Cristo, muitos se submeteram ao controle que a Torre de Vigia exerce sobre seus membros, desperdiçando tempo valioso de suas vidas. Quantas crianças não tiveram a singela alegria de comemorar seu aniversário, quantas oportunidades de estudo jovens perderam, quantos bons empregos homens adultos recusaram, quantas jovens envelheceram sem um cônjuge, quantos casais abriram mão de ter filhos, quantos pais se afastaram de seus filhos desassociados, tudo para atender às doutrinas da Torre de Vigia? Além do mais, o que dizer das Testemunhas de Jeová que foram presas, torturadas e até mortas por caprichos do Corpo Governante, como no caso de Malauí, nos anos 70? E as milhares de pessoas que morreram por recusar transfusões de sangue, graças a uma interpretação absurda do capítulo 15 dos Atos dos Apóstolos?
Por mais de 10 anos, os leitores do Mentes Bereanas tem encontrado farta evidência sobre os graves erros doutrinários, históricos e bíblicos relacionados a 1914. Porém, nesta significativa data, não daremos prioridade a fazer novos artigos questionando tais erros. Hoje gostaríamos de estender nossa solidariedade, nossos corações e nossas orações a estes milhões de pessoas que tiveram sua vida indelevelmente afetada pelos ensinamentos da Torre de Vigia. Esperamos que um dia elas possam se sentir como aqueles homens em Emaús, que reconheceram apenas pelos ensinos seu Mestre ressuscitado: "Porventura não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as Escrituras?" (Lucas 24:32, ACF). Que o coração destes bons homens e mulheres venham a "arder" pelo verdadeiro ensinamento do Cristo!
Em 2 de outubro de 1914, numa manhã de sexta-feira, Charles Russell, que na época estava na liderança da obra dos Estudantes da Bíblia, entrou no refeitório do Betel de Brooklyn, Nova York, e disse todo animado: “Bom dia a todos.” Daí, antes de se sentar, anunciou com alegria: “Os tempos dos gentios terminaram; seus reis já tiveram o seu dia.” - Extraído de "A Sentinela" 01/11/2007, página 24.
Há exatos 100 anos atrás, Charles Taze Russell e os Estudantes da Bíblia, como eram conhecidas as Testemunhas de Jeova naquela época, esperavam ainda naquele ano que os santos fossem glorificados e levados para o céu para governar com Jesus e que os governos humanos fossem removidos em prol de um governo teocrático durante o Milênio. Tal expectativa não só mostrou-se falsa, mas foi posteriormente "reciclada" por Joseph F. Rutherford (sucessor de Russell na presidência da Torre de Vigia), com uma série de eventos invisíveis, espirituais, ligados aos anos de 1914, 1918 e 1919. Esta "reciclagem", com pequenos ajustes, ainda faz parte da doutrina das Testemunhas de Jeová.
Talvez nem mesmo as próprias Testemunhas de Jeová se dão conta de que as afirmações sobre 1914, de forma conjunta, são o mais importante pilar doutrinário da Torre de Vigia. Baseados na parábola bíblica do joio e do trigo, e em alguns eventos históricos relacionados à própria Torre de Vigia, esta afirma que, a partir de 1914, Jesus Cristo, ao iniciar o seu reinado celestial, fez uma inspeção espiritual em todas as denominações que afirmavam ser cristãs, aprovando, no início de 1919, os Estudantes da Bíblia associados a Torre de Vigia como os verdadeiros cristãos (veja "A Sentinela" 15/07/2013, páginas 9-14). Sendo assim, comprovar o equívoco histórico e bíblico das afirmações da Torre de Vigia sobre a data 1914, conduz a um "efeito dominó", derrubando uma a uma todas as alegações desta a respeito da "inspeção espiritual" nos anos posteriores. Consequentemente, caem por terra o conceito das Testemunhas de Jeová como única organização aprovada por Cristo, a infalibilidade de seu peculiar arcabouço doutrinário e, especialmente, a autoridade "concedida por Deus" ao Corpo Governante.
Precisamos ter em mente o quão nefastos são os efeitos das crenças relacionadas a 1914. Por honestamente crerem que estavam na verdadeira organização de Deus, inspecionada e aprovada por Cristo, muitos se submeteram ao controle que a Torre de Vigia exerce sobre seus membros, desperdiçando tempo valioso de suas vidas. Quantas crianças não tiveram a singela alegria de comemorar seu aniversário, quantas oportunidades de estudo jovens perderam, quantos bons empregos homens adultos recusaram, quantas jovens envelheceram sem um cônjuge, quantos casais abriram mão de ter filhos, quantos pais se afastaram de seus filhos desassociados, tudo para atender às doutrinas da Torre de Vigia? Além do mais, o que dizer das Testemunhas de Jeová que foram presas, torturadas e até mortas por caprichos do Corpo Governante, como no caso de Malauí, nos anos 70? E as milhares de pessoas que morreram por recusar transfusões de sangue, graças a uma interpretação absurda do capítulo 15 dos Atos dos Apóstolos?
Por mais de 10 anos, os leitores do Mentes Bereanas tem encontrado farta evidência sobre os graves erros doutrinários, históricos e bíblicos relacionados a 1914. Porém, nesta significativa data, não daremos prioridade a fazer novos artigos questionando tais erros. Hoje gostaríamos de estender nossa solidariedade, nossos corações e nossas orações a estes milhões de pessoas que tiveram sua vida indelevelmente afetada pelos ensinamentos da Torre de Vigia. Esperamos que um dia elas possam se sentir como aqueles homens em Emaús, que reconheceram apenas pelos ensinos seu Mestre ressuscitado: "Porventura não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as Escrituras?" (Lucas 24:32, ACF). Que o coração destes bons homens e mulheres venham a "arder" pelo verdadeiro ensinamento do Cristo!