Curioso em entender melhor o tema, fui pesquisar. Achei um artigo no livro Proclamadores
*** jv cap. 28 pp. 632-635 Provas e peneiramento internos ***
1925:
No discurso “Milhões Que Agora Vivem Jamais Morrerão”, proferido por J. F. Rutherford em 21 de março de 1920 no Hippodrome, na cidade de Nova Iorque, dirigiu-se atenção ao ano de 1925. Em que base se pensava ser este significativo? Num folheto publicado naquele mesmo ano, 1920, foi dito que, se 70 plenos jubileus fossem calculados a partir da data em que Israel, segundo se entendia, entrou na Terra Prometida (em vez de começar depois do último jubileu típico ocorrido antes do exílio babilônico e daí contar até o início do ano do jubileu no fim do ciclo de 50 anos), isso poderia apontar para o ano de 1925.
Vemos aqui uma clara especulação. O sempre perigoso uso do "SE". Qual foi o resultado? Vejamos:
O que não foi respondido é o porquê muitos ficaram ansiosos aguardando uma recompensa! Como já foi falado em outro artigo (acho que Leathermouth...e a pioneira ), as TJs não podiam (e até hoje não podem) tirar conclusões por sua própria conta. Então tudo isso foi propalado pela direção da organização, seja em modo escrito ou oral!À base do que se dizia ali, muitos esperavam que talvez os remanescentes do pequeno rebanho recebessem sua recompensa celestial em 1925. Esse ano também era relacionado com expectativas de ressurreição de fiéis servos de Deus pré-cristãos com o fim de servirem na Terra como representantes principescos do Reino celestial. Se isso realmente ocorresse, isso significaria que a humanidade havia entrado numa era em que a morte deixaria de ser dominadora, e milhões que então viviam podiam ter a esperança de nunca desaparecer da Terra por causa da morte. Que feliz perspectiva! Embora equivocada, eles ansiosamente partilharam-na com outros.
No fim, diz que embora equivocado, eles (eles quem?) partilharam a esperança com outros! É pegadinha, né? Direcionam o raciocínio do leitor pra atividade de pregação. Sim, é uma verdade que foi pregado pelos publicadores. Mas... quem levou a informação até eles? E com que resultados? Cadê os resultados reais da profecia furada? Informação totalmente incompleta.
Agora vejam a próxima pérola
1975, o ano marcado:
Mais tarde, durante os anos de 1935 a 1944, uma revisão do esquema geral da cronologia bíblica revelou que uma má tradução de Atos 13:19, 20 na King James Version, junto com certos outros fatores, causara um erro de mais de um século na cronologia. Isto mais tarde levou ao conceito — às vezes declarado como possibilidade, às vezes mais firmemente — que visto que o sétimo milênio da história humana começaria em 1975, os eventos associados com o início do Reinado Milenar de Cristo poderiam começar a ocorrer então.
Claro que novamente, após 1975, a frustração foi generalizada. E o CG "reconhece". Vejam:
Quais problemas? O próprio CG fala em parte:Eram corretas as crenças das Testemunhas de Jeová nesses assuntos? Elas certamente não erraram em crer que Deus sem falta faria o que prometera. Mas alguns de seus cálculos de tempo e as expectativas que ligavam a estes causaram sérios desapontamentos.
O que era encarado como tentativa de subverter a fé dos outros? Mostrar as outras datas erradas? Quer dizer, o CG erra e não se pode dizer pros seus amigos e parentes que algo está errado com a liderança? Que ela tava cega e com um volante nas mãos?Depois de 1925, a assistência às reuniões caiu drasticamente em algumas congregações na França e na Suíça. De novo, em 1975, houve desapontamento quando as expectativas sobre o início do Milênio não se concretizaram. Em resultado, alguns se afastaram da organização. Outros, porque tentaram subverter a fé de associados, foram desassociados.
Continuando...
Aí está uma argumentação típica de "mau caratice". O CG para não continuar mostrando a extensão do estrago causado por uma profecia furada, direciona malandramente a atenção do leitor para os "apóstatas", e ainda assim, afirma que esses eram pequenos em números! O que é contraditório com a afirmação anterior de que a data furada trouxe sérios desapontamentos. O que é contraditório em falar que em certos lugares do mundo as assistências às reuniões caíram dramaticamente. O que é contraditório em falar que esses "poucos" dissidentes usaram a TV e a imprensa.Sem dúvida, o desapontamento com relação à data era um fator, mas, em alguns casos, as raízes eram mais profundas. Alguns indivíduos também argumentavam contra a necessidade de participar no ministério de casa em casa. Alguns não escolheram simplesmente seguir o seu próprio caminho; tornaram-se agressivos na sua oposição à organização com a qual outrora se associavam, e serviram-se da imprensa e da televisão para divulgar seus conceitos. Não obstante, o número dos dissidentes foi relativamente pequeno.
...
Algumas expectativas não se haviam cumprido, mas isso não significava que a cronologia bíblica fosse sem valor. A profecia registrada por Daniel a respeito do aparecimento do Messias 69 semanas de anos depois da “saída da palavra para se restaurar e reconstruir Jerusalém” se cumpriu na hora certa, em 29 EC. (Dan. 9:24-27) O ano de 1914 também foi marcado na profecia bíblica.
Ninguém colocou em xeque a profecia bíblica! Mas sim a capacidade do corpo governante em dizer quando virá o fim!
Minhas conclusões: o CG falou desse passado incômodo no livro porque não tinha saída. Deveria falar. Mas colocou muito pano quente, minimizando o seu erro. E em nenhum momento, ele diz que a culpa foi da direção da organização. Que tosco! Os "apóstatas" desse fórum estão certos, mesmo!
Importante lembrar que: Todos os créditos dos pontos destacados acima são da Torre de Vigia de Bíblias e Tratados!