Apresentação - Justino Tobias

[justinotobias]

Bom dia a todos

Sou Justino. Gostaria de fazer minha apresentação e ficarei muito grato se puderem comentar o que acharam da minha história. Aí vai um resumo:

Nasci num lar TJ. Desde cedo, meus pais me ensinaram que eu devia ser exemplo. Nunca senti falta de aniversários, natal e outras festas. Meus pais eram bem liberais, a gente assistia filmes, TV, música sem critérios muito rigorosos. Até video-game dava pra jogar.

Mas, desde cedo, ali pelos 6, 7 anos, eu me questionava: se só existe 1 religião certa, mas que coincidência foi essa de eu vir parar aqui, justamente na certa, sendo que era mais provável eu estar na errada?

Essa dúvida me martelava, não parecia fazer sentido eu estar na religião certa se a única fonte disso era justamente o relato dos líderes. Olhando pra trás, vejo que eu tinha um pensamento bem precoce.

Durante a infância e adolescência eu tentei fazer as coisas pra agradar a Jeová. Mas, acho que lá no fundo eu não acreditava em estar na religião verdadeira. Eu achava que todas as religiões ajudavam as pessoas. Inclusive, eu via relatos bem parecidos em outras religiões (como a igreja ajudou a pessoa a abandonar vícios, a ter um sentido na vida, uma boa família etc.) quando conversava com meus colegas de escola que eram católicos ou evangèlicos.

Brinquei muito com vizinhos da rua e colegas da escola. Meus pais eram seletivos, mas se o colega fosse uma boa pessoa, eles deixavam eu brincar, mesmo não sendo TJ ou filho de TJ. Inclusive, até alguns filhos de TJ meus pais não gostavam que eu me associasse.

Na adolescência, sentia falta de amigos. E foi aí, que eu comecei a me associar com alguns irmãos bem zelosos. Me sentia parte de uma tribo, finalmente. E foi aí que iniciou meu desejo por alvos espirituais, mais até pra me sentir parte do grupo. Consegui alcançar privilégios e hoje sou ancião.

Tive várias crises ao longo da vida. Sempre pensava: não é a religião verdadeira. Cheguei a pensar: porque to orando, nem sei se Deus existe. Mas, aquietava isso com estudo pessoal e pesquisas. Meus primeiros contatos com informações críticas às TJ foi por volta de 2005. Não me lembro ao certo, mas acho que acessava muito o ìndice TJ naquela época. Sinceramente, acho que lá no fundo, como nunca acreditei que fosse a religião verdadeira, as informações nem me chocavam tanto. Em 2010 comecei a acessar este fórum com bastante frequência. Depois de uns anos parei e voltei a acessar recentemente.

Mas, ultimamente, há cerca de um ano, tem sido difícil relevar. Eu me sinto feliz com minha vida, com minha família. Procuro ajudar as pessoas da congregação como ancião, inclusive, por não ficar criando caso com coisas que não são da minha conta. Mas, vejo que muita coisa que a gente acredita - o amor que existe só entre o povo de Jeová, aqui temos verdadeiros amigos - não é real. Sei que a maioria me trata muito bem porque sou ancião e os demais da família são pioneiros. Mas, sei que se deixarmos a "elite", poucos amigos vão sobrar. Inclusive, nos meus tratos com os irmãos, pouquissimos perguntam pra mim como eu estou, se preciso de algo. Eles querem só sugar.

Hoje, acredito em:
Jeová é o Deus criador de todas as coisas. Ele se apresenta como Jeová, mas não acredito que ele seja limitado a este nome. Podemos chamá-lo de Deus, senhor, criador. Ele sabe que é com ele que estamos falando.

Acredito que a fé em Jesus é o caminho da salvação. Somente ele é o caminho, nada de escravo fiel e discreto para ser mediador.

Nunca acreditei na geração que não passará, em 1914 e outras profecias. Quando estudamos Revelação, lá em 2008 (acho) eu cheguei a conclusão: "peraí, essas aplicações que estamos fazendo, qualquer um pode aplicar pra qualquer coisa". Isso, junto com as constante mudanças de entendimento sobre profecia, me fez ver que o que acreditamos agora, pode mudar. Então, pra que acreditar, certo?

E não acredito mais que exista ungidos. A ovelhas de outro aprisco eram os gentios que teriam oportunidade de aceitar as boas novas. Todos os cristãos são filhos de Deus. Acredito que haverá vida eterna, acredito numa nova terra, mas a Bíblia não afirma categoricamente se será no céu, na terra, numa outra dimensão, num multiverso. Temos que esperar pra ver.

Depois que li os livros do Ray Franz, minha mente se abriu muito. Hoje não faço mais donativos, visto que já dou minha energia (tempo com discursos, pastoreios, limpeza etc.). Ainda leio as publicações e vejo os vídeos, mas to diminuindo cada vez mais. Meu alvo é ler somente a Bíblia. Também não tenho mais alvos espirituais à lá Torre. Meus alvos agora são desenvolver qualidades cristãs como bondade, amor, misericórdia, compaixão, hospitalidade.

Sempre fui tolerante a pessoas de todas as religiões. Agora ainda mais.

O que o futuro reserva?

Não penso em sair. Tenho família lá dentro. Se não fosse isso, acho que sairia. Mas, como não temos possibilidade de uma saída digna, vou continuar. Tento ver bons conselhos e me apego aos princípios bíblicos sem interpretações malucas. Minha família imediata, esposa e filhos, não são bitolados. Isso já ajuda demais! E não tenho amigos bitolados tb, exceto alguns co-anciãos que querem controlar a vida de outros, mas são boas pessoas. Vejo que há muita gente boa e sincera lá dentro e me apego a isso.

Algo que penso em fazer é deixar de ser ancião. Mas, acho que ainda existe o Ego. Mas, acredito que com o tempo, vou deixar de ser. Ao contrário do que muitos pensam, os anciãos trabalham demais. E é difícil concicliar com família, trabalho e estudos. Não sei se quero mais. Mas, por enquanto, continuo sendo e tento ser alguém legal para servir de referência.

É isso, espero contribuir com este fórum que conheci há mais de uma década. Espero também que vocês possam me ajudar a colocar os pensamentos em ordem. Tem sido um furacão na minha mente ultimamente.

Abraço a todos.

[Daenerys]

[supernova]

Gostei muito da sua apresentação, em vários aspectos me vi nela.

Também sou ancião, e há mais de um ano TB não consigo fazer donativos financeiros para os bestelistas vivam no luxo.

No campo só uso a bíblia. TB minha esposa e meus filhos não dão bitolads, na verdade acho até qye minha esposa frequenta aqui, como toda minha família, KKK.

Penso em deixar de ser ancião, toma tempo e cansa, mas quando vejo os jovens me olhando, vendo que não precisam anular suas vidas e me usam como exemo, acaba que me mantenho firme.

Minha vida e ótima, mas tbm não acredito na geração de Matheus. Na verdade, o que se cumpre em nós, talvez seja apenas o livro de revelação.

TB acho que Jeová desistiu de fazer desta terra um paraíso, e por isso criou outras galáxias e planetas habitáveis para a gebte morar depois que morrer.

Como aprendemos que somos feitos a imagem de Deus, eu fico pensando que Deus viu que não era justo pessoas morarem no paraíso sem terem se moldado antes. Percebeu tbm que o sofrimento nos refina e aprimora, e se todos nascerem em paraíso, serão serem inferiores e egoístas,kkkk

Vámis fazer um congresso? Temos muitos anciãos e servos aqui, hahaha

[Burns]

Olá Justino. Gostei da tua posição determinada! Sou ateu, mas sou a favor que minha família vá a uma religião (igreja, salão, culto) desde que isso faça eles bem e não prejudique eles e a relação familiar...

A gente toma decisões aos poucos.

[Cerberus]

seja bem vindo amigo. poderia responder minha mensagem que mandei no privado? Obrigado

[justinotobias]

Obrigado pelas respostas de todos!

Supernova: vejo que somos parecidos em algumas questões, de verdade!

Burns: bem isso, vamos decidindo devagar, sem pular etapas.

Cerberus: Te respondi, mas, parece que a mensagem tá presa na caixa de saída.

[EternoSonhador]

Seja bem vindo.

Mas, desde cedo, ali pelos 6, 7 anos, eu me questionava: se só existe 1 religião certa, mas que coincidência foi essa de eu vir parar aqui, justamente na certa, sendo que era mais provável eu estar na errada?

Essa dúvida me martelava, não parecia fazer sentido eu estar na religião certa se a única fonte disso era justamente o relato dos líderes. Olhando pra trás, vejo que eu tinha um pensamento bem precoce.

Durante a infância e adolescência eu tentei fazer as coisas pra agradar a Jeová. Mas, acho que lá no fundo eu não acreditava em estar na religião verdadeira. Eu achava que todas as religiões ajudavam as pessoas. Inclusive, eu via relatos bem parecidos em outras religiões (como a igreja ajudou a pessoa a abandonar vícios, a ter um sentido na vida, uma boa família etc.) quando conversava com meus colegas de escola que eram católicos ou evangélicos.

Cara, sempre tive esses mesmos pensamentos. Tem sido muito bom confirmar a minha dúvida que não é a religião verdadeira, mesmo não tendo certeza de mais nada da vida kkkk É a vida toda tendo a mente moldada apenas com assuntos da torre que nem sei mais no que acreditar.

Fico feliz que esteja lidando bem com privilégio, família e com sua própria mente. Chegou uma hora para mim que estava insustentável e estar fora hoje tem sido um grande alívio.

[Pepita]

Parabéns pelo bom senso crítico. Todas as pessoas deveriam ter o direito de questionar suas crenças sem sofreram represálias.

O apego aos privilégios é algo comum, não se culpe por isso, pois a Torre implantou essa ideia na nossa mente. Mas, um dia, o desejo de ter paz supera o ego. Desejo-lhe paz.

Seja bem vindo Justino Tobias.

[jurado8]