Apresentação Neo1988 - Minha Vida na torre

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Neo1988
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Apresentação Neo1988 - Minha Vida na torre

Mensagem não lida por Neo1988 »

Olá pessoal do Fórum, como podem ver o meu nome aqui no Fórum é Neo, pois foi me senti exatamente como ele quando finalmente libertei minha mente da Matrix (Torre). Já acompanho o Fórum há alguns anos, mas só agora resolvi me cadastrar, poder contar minha "terrível" experiência dentro da Torre e poder interagir com vocês. Desde já peço desculpas pelo tamanho do texto que escreverei, mas quero contar tudo o que puder, omitindo apenas nomes e alguns detalhes, pois ainda permaneço na Torre e preciso manter sigilo.
Então vamos lá:
Minha vida lá começou na década de 90 e desde quando eu era criança comecei a frequentar as reuniões acompanhando minha mãe e irmã (mais nova), de minha parte por não ter outra escolha mesmo, pois lembro achar tudo muito chato e minha alegria era brincar com outras crianças aos finais das reuniões. Por sermos de família simples e humilde minha mãe não tinha condições de me dar roupas (sociais) para frequentar as reuniões e por mais de uma vez fui alvo de uma filha de ancião.
Ela me ridicularizava por ir de roupas comuns e não de terno e gravata como os outros. Imaginem uma criança de 7/8 anos passando por isso dentro de um lugar onde pregam "simplicidade e humildade". Isso me deixou com uma má impressão e por mim não voltaria mais naquele lugar, mas por ser criança e por outros irmãos virem conversar comigo resolvi deixar pra lá. Logo depois fomos convidados para ir a um Congresso pela Instrutora da minha mãe e minha mãe relutou de início, pois não tínhamos dinheiro e nem roupas para a ocasião, mas ela veio com a velha história que de que isso não importava e que estávamos indo para agradar a Jeová e não a homens e que lá os "amorosos irmãos" não deixariam faltar nada.
Foi um dia quente, sentando num banco duro de estádio, muito longe da tribuna, onde não dava pra ver nada praticamente e o melhor... Na hora do almoço os "amorosos irmãos" sumiram, era cada um por si e Deus pra todos. E se não fosse meu pai (que não é TJ) nos tivesse dado um dinheiro para comprar lanche, teríamos passado fome. O pior de tudo, foi o olhar de reprovação dos “amorosos irmãos para nós, pois tínhamos comprado comida fora e não levado a nossa como eles”. Lembro-me da coitada da minha mãe voltar tremendamente magoada com isso e remoemos isso até hoje. Pouco tempo depois a instrutora de minha mãe teve de mudar de Congregação, pois seu marido foi designado para cuidar de uma Congregação vizinha e fomos abandonados e esquecidos por todos. Minha mãe desanimou e paramos por de ir por muitos anos e durante esse tempo não recebemos visitas, telefonemas ou nada do tipo.
Mesmo assim, no ano de 2007 resolvemos voltar de vez, progredir, se batizar e crescer dentro da Organização. Logo nas primeiras reuniões, me interessei pela filha de ancião. Ele por sinal muito gente boa, os irmãos dela logo fizeram amizade comigo e me fizeram sentir em casa. Um deles já se dizia meu irmão carnal, me chamando para participar de tudo e interagir com todos os jovens e fazendo me sentir aceito e querido por todos. Ele já era casado, mas por termos os mesmos gostos a sermos parecidos a amizade cresceu bem rápido. Então, logo imaginei que era uma "resposta de Jeová", pois eu era jovem, muito tímido, e pela primeira vez tinha "amigos" e possivelmente uma futura namorada (o que naquela época era um sonho pra mim). Começou então a luta, estudo e mais estudo, logo em seguida comecei a sair no campo e tudo foi acontecendo muito rápido. Assim que me batizei, comecei a me aproximar dela e logo começamos a conversar com regularidade (era o sonho virando realidade) só que não kkk. Ela era uma moça problemática, cheia de mi mi mi, depressiva e mais um monte de coisas, mas mesmo assim segui em frente e insistir até que finalmente começamos a namorar e minha vida começou a virar um inferno.
Eu tentava levar tudo ao pé da letra, enquanto tentava conciliar tudo com meu primeiro namoro. Por vir do dito "mundão" era muito difícil me controlar às vezes. E apesar de nunca ter namorado ou sequer tocado em uma mulher na época o desejo estava lá. Algumas vezes as coisas começavam a "esquentar" e ela logo parava e vinha com um monte sermão. Outras vezes ela mesma incitava e provocava e quando as esquentava ela saia fora e vinha com sermões e muito gelo. Isso ia me deixando louco e por essa e outras razões brigávamos muitos. Mas o que me tirou do sério foi saber que ela esteve envolvida com um colega de escola dela antes de mim e teve um relacionamento bem sério e que até mesmo um primo meu que era vizinho dela tinha "ficado" com ela também. Ou seja, ela de "santa" não tinha absolutamente nada, nada mesmo.
Até que em certa ocasião ela arrumou uma situação para ficarmos a sós e quando as coisas começaram a esquentar ela saiu fora de novo. Mas desta vez foi tudo armado para ter a desculpa de terminar o namoro e poder infernizar minha vida. Eu não admitia o término e ela pra alimentar o ego ficava me dando esperanças, enquanto flertava com um "amigo" meu.
Ela chegou ao ponto de me convidar duas vezes para sair e levar ele escondido para me esnobar e humilhar na frente de todos. Quando eu tentava me aproximar de outra irmã e ela ficava sabendo ia em cima da pessoa e fazia a vida da moça um inferno até a mesma desistir até de conversar comigo. Simplesmente minha vida virou um inferno, pois tínhamos os mesmo amigos, frequentávamos os mesmos locais e onde quer que eu fosse lá estávamos eles. Mesmo com uma depressão fortíssima consegui o privilégio de SM e achei que essa seria à volta por cima. Tudo virou uma correria para conciliar tudo e poder crescer novamente na organização.
Eu era respeitado, admirado e tido como um futuro ancião da Congregação. Isso me deixava orgulhoso, por que na época eu acreditava que as coisas iriam melhorar. Mas no fundo, a depressão vinha forte e vendo todos os amigos namorando, casando e seguindo a vida, eu me sentia um verdadeiro lixo.
Tentei conhecer diversos irmãos, apoiar tudo o que podia. Era um verdadeiro escravo da Torre, cheguei até mesmo pintar um salão inteiro junto com um estudante e outros diversos escravilégios que eles me arrumavam. Comecei a namorar novamente em 2014, mas devido a antiga namorada infernizando a vida da moça, não durou um mês. Cheguei a conversar com anciãos na época, até meu pai que não é Tj fez isso também, pois ele não acreditava em tamanha falta de caráter. Mas de nada adiantou, só me falaram que a família dela era assim, aprontavam e mudavam de Congregação sempre que as coisas sujavam para o lado deles e assim nada acontecia com eles.

Segui a vida desiludido, mas na esperança de que "alguém" me faria justiça e eu pudesse enfim ser feliz ali dentro e não só viver de aparências como tinha sido durante aqueles anos. No ano seguinte conheci uma irmã, mais nova que eu, muito bonita e que por incrível que pareça se interessou por mim. Tudo foi acontecendo muito rápido e quando me dei conta já estava muito envolvido. A medida que eu a conhecia, mas me apaixonava e mais descobria coisas que me deixavam com uma pulga atrás da orelha. Uma delas foi sua "amizade" com o irmão "casado" da minha ex-namorada (sim, a que causou um inferno na minha vida). Descobri que eles mantinham contato todos os dias, e ele com agora ancião, com a velha desculpa de preocupação, de cuidar dos mais jovens e essas coisas, mantinha um flerte as escondidas com ela durante anos. Assim que descobri isso o chamei para conversar e mostrar meus sentimentos por ela, já quer éramos solteiros e não tínhamos impedimentos. Como ele era meu "irmão" imaginei que teria sua ajuda e seu apoio, pois até mesmo quando tive problemas com sua irmã ele ficou do meu lado. Mas me enganei, naquele momento ganhei um terrível inimigo, que estava sedento de ciúmes por eu estar como que lhe tirando sua "namorada". A amizade antes escancarada, agora virou uma verdadeira Guerra pelo coração da moça.
Enquanto por um lado estávamos felizes, por outro ele estava me apunhalando pelas costas e me difamando. Mas devido a um vacilo, fraqueza ou a natureza mesmo, eu e minha namorada nos envolvemos "demais". Resolvemos manter tudo em segredo e como tínhamos planos para nos casar, resolvemos ficar calados.
E nisso depois de meses, ela acabou de dizendo que havia comentado com outra irmã de sua confiança e que tudo estava tranquilo, pois tínhamos alguém para ajudar. De inicio a irmã ajudou e até dava ideias a ela de lugares onde poderíamos ir e chegou até dar "roupas" para essas ocasiões a ela para que usasse quando saíssemos. Mas como era de se esperar nesse local, ela contou para outras irmãs e juntas levaram para o meu querido "amigo" que era ancião e só estava esperando um deslize meu para me derrubar. Ele as orientou a pressionar minha namorada pelo Whatsapp para assim conseguir provas (áudios, prints e conversas) e como ele manja muito de informática, manipulou tudo como quis, editou conversas e deixou a armadilha pronta para me pegar. No dia que vieram conversar comigo ele veio me cumprimentar antes todo feliz e até achei suspeito, por que até então eu nem imaginava o que estava acontecendo nos bastidores.
De repente ao final da reunião veio à bomba. Já chegaram me tratando como um verdadeiro animal, como se eu fosse a pior pessoa do mundo. E eu, mesmo tendo "errado" acreditava fielmente em tudo e achava que ali era Jeová me punindo. Minha vida virou avesso, sofri ameaças sérias da família dela, tive que me esconder em casa de amigos e ainda nem havia passado pela tal comissão, onde "Jeová ajuda a pessoa por meio dos anciãos".
Cheguei ao local realmente esperando me sentir melhor, sair aliviado e perdoado por Jeová.
Mas o que senti, foi frieza, desprezo, arrogância, falta de conhecimento bíblico, falta de preparo e nada, absolutamente NADA do que havia aprendido, estudado e lido nas publicações. Ali você se sente humilhado, expondo sua vida estranhos que se acham donos da razão, perfeitos e que no fundo tem um passado podre, pelos 2 deles é certeza. A única coisa que senti naquele dia é que Jeová não estava ali com aqueles homens, mas não adiantava argumentar, pois minha sentença já estava pronta antes mesmo deu entrar na sala. Pois meu "querido amigo" além de ser conhecido no circuito era protegidos dos anciãos. Disseram-me que tudo ali seria mantido no maior sigilo e que ninguém além de nós quatro saberíamos o que foi falado ali. Coitado de mim, pois em menos de uma semana (antes de darem meu anúncio) um amigo de outra congregação me ligou sabendo de tudo o que havia sido falado lá dentro. Os meses a seguir foram de humilhação, desprezo, como se eu tivesse uma doença contagiosa e com minha mãe não era diferente. Um desses anciãos fazia questão de humilhá-la e perseguí-la e minha mãe com medo deles retardarem minha readmissão aguentou tudo calada durante todo o período de minha desassociação que levou em média uns 13 meses.
Meu despertar para tudo foi após o anuncio de que eu não fazia mais parte da Organização. O que eles falaram pra mim na comissão martelava minha cabeça. O irmão fazia questão de esfregar na minha cara o exemplo de Davi. De como ele se arrependeu prontamente e reconheceu que tinha pecado contra Jeová. Resolvi pesquisar afundo o seu exemplo e ver o que Davi fez que eu não houvesse feito e assim poder aprender com ele. Mas então ao ler 2 Samuel 12:14 que na integra diz: “Mas, visto que o senhor mostrou tanto desrespeito por Jeová nesse assunto, seu filho que acabou de nascer certamente morrerá.” Neste pequeno versículo percebi que o exemplo de Davi, que o irmão tanto esfregou na minha cara não era tão “bom assim” pois o arrependimento de Davi não foi imediato como ele havia jogado tanto na minha cara. O texto deixa claro que Natã foi conversar com Davi quando a criança tinha (acabado de nascer) ou seja Davi escondeu isso durante os 9 meses da gestação de Bate Seba e se arrependeu por que o próprio Jeová mandou Natã.
Com isso comecei a me perguntar: O irmão não pesquisou? Não se preparou para conversar comigo? Se ele errou nisso pode ter errado em outras coisas também?
E comecei a pesquisar em todos os lugares sobre temas que me incomodavam, como a desassociação, o sangue, aniversário e tantos outros. Quando finalmente encontrei esse Fórum percebi que eu era apenas mais um entre milhares de pessoas enganadas, prejudicas e feridas por essa organização disfarçada de Igreja. Até o momento só compartilho essas informações com minha querida mãe e sempre que encontro tópicos interessantes levo pra ela para conversarmos e ficarmos ainda mais atentos com tudo o que acontece lá.
Mesmo com tudo isso ainda acredito em Deus (Jeová), em Jesus e na Bíblia, mas tenho certeza de que ali Jeová e Jesus Cristo não estão. Sei que ali à pessoas boas, sinceras e honestas, mas que a grande maioria são pessoas terríveis, muito piores dos que as ditas “pessoas do mundo”.
Enfim, me perdoem por um texto tão extenso, mais foi um alivio poder escrever tudo isso e desabafar finalmente com pessoas que sabem o que passei e ainda passo por estar lá dentro.
Ainda tenho inúmeras histórias de coisas que presenciei, que escutei e que me contaram e em breve estarei compartilhando com todos.
Muito obrigado!!!
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Debora
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Re: Apresentação Neo1988 - Minha Vida na torre

Mensagem não lida por Debora »

É um prazer recebe-lo, grata pela confiança.

Infelizmente devo te dizer que práticas desamorosas são rotina no SR. Tenho certeza que todos aqui, viveram ou conheceram algum relato onde houve fofoca, humilhação, despreparo dos anciãos mas acima de tudo, falta do maior dos mandamentos, o amor

Continue pesquisando aqui e onde considerar oportuno, você ainda vai tomar conhecimento de fatos chocantes que te farão repensar bastante

Seja bem-vindo !
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Daenerys
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Re: Apresentação Neo1988 - Minha Vida na torre

Mensagem não lida por Daenerys »

O seu relato demonstra o quanto essa religião limita a vida de seus membros.
É perturbador, tudo muito artificial e complicado lá, afinal, não há naturalidade. Ser tj é ter que atuar constantemente.

Que bom que você teve coragem de pesquisar e chegou até aqui, agora poderá recuperar a sua vida.

Seja bem vindo!
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"É preciso sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não saímos de nós".
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freudexplica
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Re: Apresentação Neo1988 - Minha Vida na torre

Mensagem não lida por freudexplica »

Que história. Continue seu caminho de pesquisas.
Libertar-se mentalmente é a melhor coisa. Todas as merdas do passado passam a fazer sentido e voce nao sente mais tanta revolta depois de um tempo.

Bem vindo
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SuperboyPrime
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Re: Apresentação Neo1988 - Minha Vida na torre

Mensagem não lida por SuperboyPrime »

Neo1988 escreveu: 15 Out 2021 11:51
Spoiler!
Olá pessoal do Fórum, como podem ver o meu nome aqui no Fórum é Neo, pois foi me senti exatamente como ele quando finalmente libertei minha mente da Matrix (Torre). Já acompanho o Fórum há alguns anos, mas só agora resolvi me cadastrar, poder contar minha "terrível" experiência dentro da Torre e poder interagir com vocês. Desde já peço desculpas pelo tamanho do texto que escreverei, mas quero contar tudo o que puder, omitindo apenas nomes e alguns detalhes, pois ainda permaneço na Torre e preciso manter sigilo.
Então vamos lá:
Minha vida lá começou na década de 90 e desde quando eu era criança comecei a frequentar as reuniões acompanhando minha mãe e irmã (mais nova), de minha parte por não ter outra escolha mesmo, pois lembro achar tudo muito chato e minha alegria era brincar com outras crianças aos finais das reuniões. Por sermos de família simples e humilde minha mãe não tinha condições de me dar roupas (sociais) para frequentar as reuniões e por mais de uma vez fui alvo de uma filha de ancião.
Ela me ridicularizava por ir de roupas comuns e não de terno e gravata como os outros. Imaginem uma criança de 7/8 anos passando por isso dentro de um lugar onde pregam "simplicidade e humildade". Isso me deixou com uma má impressão e por mim não voltaria mais naquele lugar, mas por ser criança e por outros irmãos virem conversar comigo resolvi deixar pra lá. Logo depois fomos convidados para ir a um Congresso pela Instrutora da minha mãe e minha mãe relutou de início, pois não tínhamos dinheiro e nem roupas para a ocasião, mas ela veio com a velha história que de que isso não importava e que estávamos indo para agradar a Jeová e não a homens e que lá os "amorosos irmãos" não deixariam faltar nada.
Foi um dia quente, sentando num banco duro de estádio, muito longe da tribuna, onde não dava pra ver nada praticamente e o melhor... Na hora do almoço os "amorosos irmãos" sumiram, era cada um por si e Deus pra todos. E se não fosse meu pai (que não é TJ) nos tivesse dado um dinheiro para comprar lanche, teríamos passado fome. O pior de tudo, foi o olhar de reprovação dos “amorosos irmãos para nós, pois tínhamos comprado comida fora e não levado a nossa como eles”. Lembro-me da coitada da minha mãe voltar tremendamente magoada com isso e remoemos isso até hoje. Pouco tempo depois a instrutora de minha mãe teve de mudar de Congregação, pois seu marido foi designado para cuidar de uma Congregação vizinha e fomos abandonados e esquecidos por todos. Minha mãe desanimou e paramos por de ir por muitos anos e durante esse tempo não recebemos visitas, telefonemas ou nada do tipo.
Mesmo assim, no ano de 2007 resolvemos voltar de vez, progredir, se batizar e crescer dentro da Organização. Logo nas primeiras reuniões, me interessei pela filha de ancião. Ele por sinal muito gente boa, os irmãos dela logo fizeram amizade comigo e me fizeram sentir em casa. Um deles já se dizia meu irmão carnal, me chamando para participar de tudo e interagir com todos os jovens e fazendo me sentir aceito e querido por todos. Ele já era casado, mas por termos os mesmos gostos a sermos parecidos a amizade cresceu bem rápido. Então, logo imaginei que era uma "resposta de Jeová", pois eu era jovem, muito tímido, e pela primeira vez tinha "amigos" e possivelmente uma futura namorada (o que naquela época era um sonho pra mim). Começou então a luta, estudo e mais estudo, logo em seguida comecei a sair no campo e tudo foi acontecendo muito rápido. Assim que me batizei, comecei a me aproximar dela e logo começamos a conversar com regularidade (era o sonho virando realidade) só que não kkk. Ela era uma moça problemática, cheia de mi mi mi, depressiva e mais um monte de coisas, mas mesmo assim segui em frente e insistir até que finalmente começamos a namorar e minha vida começou a virar um inferno.
Eu tentava levar tudo ao pé da letra, enquanto tentava conciliar tudo com meu primeiro namoro. Por vir do dito "mundão" era muito difícil me controlar às vezes. E apesar de nunca ter namorado ou sequer tocado em uma mulher na época o desejo estava lá. Algumas vezes as coisas começavam a "esquentar" e ela logo parava e vinha com um monte sermão. Outras vezes ela mesma incitava e provocava e quando as esquentava ela saia fora e vinha com sermões e muito gelo. Isso ia me deixando louco e por essa e outras razões brigávamos muitos. Mas o que me tirou do sério foi saber que ela esteve envolvida com um colega de escola dela antes de mim e teve um relacionamento bem sério e que até mesmo um primo meu que era vizinho dela tinha "ficado" com ela também. Ou seja, ela de "santa" não tinha absolutamente nada, nada mesmo.
Até que em certa ocasião ela arrumou uma situação para ficarmos a sós e quando as coisas começaram a esquentar ela saiu fora de novo. Mas desta vez foi tudo armado para ter a desculpa de terminar o namoro e poder infernizar minha vida. Eu não admitia o término e ela pra alimentar o ego ficava me dando esperanças, enquanto flertava com um "amigo" meu.
Ela chegou ao ponto de me convidar duas vezes para sair e levar ele escondido para me esnobar e humilhar na frente de todos. Quando eu tentava me aproximar de outra irmã e ela ficava sabendo ia em cima da pessoa e fazia a vida da moça um inferno até a mesma desistir até de conversar comigo. Simplesmente minha vida virou um inferno, pois tínhamos os mesmo amigos, frequentávamos os mesmos locais e onde quer que eu fosse lá estávamos eles. Mesmo com uma depressão fortíssima consegui o privilégio de SM e achei que essa seria à volta por cima. Tudo virou uma correria para conciliar tudo e poder crescer novamente na organização.
Eu era respeitado, admirado e tido como um futuro ancião da Congregação. Isso me deixava orgulhoso, por que na época eu acreditava que as coisas iriam melhorar. Mas no fundo, a depressão vinha forte e vendo todos os amigos namorando, casando e seguindo a vida, eu me sentia um verdadeiro lixo.
Tentei conhecer diversos irmãos, apoiar tudo o que podia. Era um verdadeiro escravo da Torre, cheguei até mesmo pintar um salão inteiro junto com um estudante e outros diversos escravilégios que eles me arrumavam. Comecei a namorar novamente em 2014, mas devido a antiga namorada infernizando a vida da moça, não durou um mês. Cheguei a conversar com anciãos na época, até meu pai que não é Tj fez isso também, pois ele não acreditava em tamanha falta de caráter. Mas de nada adiantou, só me falaram que a família dela era assim, aprontavam e mudavam de Congregação sempre que as coisas sujavam para o lado deles e assim nada acontecia com eles.

Segui a vida desiludido, mas na esperança de que "alguém" me faria justiça e eu pudesse enfim ser feliz ali dentro e não só viver de aparências como tinha sido durante aqueles anos. No ano seguinte conheci uma irmã, mais nova que eu, muito bonita e que por incrível que pareça se interessou por mim. Tudo foi acontecendo muito rápido e quando me dei conta já estava muito envolvido. A medida que eu a conhecia, mas me apaixonava e mais descobria coisas que me deixavam com uma pulga atrás da orelha. Uma delas foi sua "amizade" com o irmão "casado" da minha ex-namorada (sim, a que causou um inferno na minha vida). Descobri que eles mantinham contato todos os dias, e ele com agora ancião, com a velha desculpa de preocupação, de cuidar dos mais jovens e essas coisas, mantinha um flerte as escondidas com ela durante anos. Assim que descobri isso o chamei para conversar e mostrar meus sentimentos por ela, já quer éramos solteiros e não tínhamos impedimentos. Como ele era meu "irmão" imaginei que teria sua ajuda e seu apoio, pois até mesmo quando tive problemas com sua irmã ele ficou do meu lado. Mas me enganei, naquele momento ganhei um terrível inimigo, que estava sedento de ciúmes por eu estar como que lhe tirando sua "namorada". A amizade antes escancarada, agora virou uma verdadeira Guerra pelo coração da moça.
Enquanto por um lado estávamos felizes, por outro ele estava me apunhalando pelas costas e me difamando. Mas devido a um vacilo, fraqueza ou a natureza mesmo, eu e minha namorada nos envolvemos "demais". Resolvemos manter tudo em segredo e como tínhamos planos para nos casar, resolvemos ficar calados.
E nisso depois de meses, ela acabou de dizendo que havia comentado com outra irmã de sua confiança e que tudo estava tranquilo, pois tínhamos alguém para ajudar. De inicio a irmã ajudou e até dava ideias a ela de lugares onde poderíamos ir e chegou até dar "roupas" para essas ocasiões a ela para que usasse quando saíssemos. Mas como era de se esperar nesse local, ela contou para outras irmãs e juntas levaram para o meu querido "amigo" que era ancião e só estava esperando um deslize meu para me derrubar. Ele as orientou a pressionar minha namorada pelo Whatsapp para assim conseguir provas (áudios, prints e conversas) e como ele manja muito de informática, manipulou tudo como quis, editou conversas e deixou a armadilha pronta para me pegar. No dia que vieram conversar comigo ele veio me cumprimentar antes todo feliz e até achei suspeito, por que até então eu nem imaginava o que estava acontecendo nos bastidores.
De repente ao final da reunião veio à bomba. Já chegaram me tratando como um verdadeiro animal, como se eu fosse a pior pessoa do mundo. E eu, mesmo tendo "errado" acreditava fielmente em tudo e achava que ali era Jeová me punindo. Minha vida virou avesso, sofri ameaças sérias da família dela, tive que me esconder em casa de amigos e ainda nem havia passado pela tal comissão, onde "Jeová ajuda a pessoa por meio dos anciãos".
Cheguei ao local realmente esperando me sentir melhor, sair aliviado e perdoado por Jeová.
Mas o que senti, foi frieza, desprezo, arrogância, falta de conhecimento bíblico, falta de preparo e nada, absolutamente NADA do que havia aprendido, estudado e lido nas publicações. Ali você se sente humilhado, expondo sua vida estranhos que se acham donos da razão, perfeitos e que no fundo tem um passado podre, pelos 2 deles é certeza. A única coisa que senti naquele dia é que Jeová não estava ali com aqueles homens, mas não adiantava argumentar, pois minha sentença já estava pronta antes mesmo deu entrar na sala. Pois meu "querido amigo" além de ser conhecido no circuito era protegidos dos anciãos. Disseram-me que tudo ali seria mantido no maior sigilo e que ninguém além de nós quatro saberíamos o que foi falado ali. Coitado de mim, pois em menos de uma semana (antes de darem meu anúncio) um amigo de outra congregação me ligou sabendo de tudo o que havia sido falado lá dentro. Os meses a seguir foram de humilhação, desprezo, como se eu tivesse uma doença contagiosa e com minha mãe não era diferente. Um desses anciãos fazia questão de humilhá-la e perseguí-la e minha mãe com medo deles retardarem minha readmissão aguentou tudo calada durante todo o período de minha desassociação que levou em média uns 13 meses.
Meu despertar para tudo foi após o anuncio de que eu não fazia mais parte da Organização. O que eles falaram pra mim na comissão martelava minha cabeça. O irmão fazia questão de esfregar na minha cara o exemplo de Davi. De como ele se arrependeu prontamente e reconheceu que tinha pecado contra Jeová. Resolvi pesquisar afundo o seu exemplo e ver o que Davi fez que eu não houvesse feito e assim poder aprender com ele. Mas então ao ler 2 Samuel 12:14 que na integra diz: “Mas, visto que o senhor mostrou tanto desrespeito por Jeová nesse assunto, seu filho que acabou de nascer certamente morrerá.” Neste pequeno versículo percebi que o exemplo de Davi, que o irmão tanto esfregou na minha cara não era tão “bom assim” pois o arrependimento de Davi não foi imediato como ele havia jogado tanto na minha cara. O texto deixa claro que Natã foi conversar com Davi quando a criança tinha (acabado de nascer) ou seja Davi escondeu isso durante os 9 meses da gestação de Bate Seba e se arrependeu por que o próprio Jeová mandou Natã.
Com isso comecei a me perguntar: O irmão não pesquisou? Não se preparou para conversar comigo? Se ele errou nisso pode ter errado em outras coisas também?
E comecei a pesquisar em todos os lugares sobre temas que me incomodavam, como a desassociação, o sangue, aniversário e tantos outros. Quando finalmente encontrei esse Fórum percebi que eu era apenas mais um entre milhares de pessoas enganadas, prejudicas e feridas por essa organização disfarçada de Igreja. Até o momento só compartilho essas informações com minha querida mãe e sempre que encontro tópicos interessantes levo pra ela para conversarmos e ficarmos ainda mais atentos com tudo o que acontece lá.
Mesmo com tudo isso ainda acredito em Deus (Jeová), em Jesus e na Bíblia, mas tenho certeza de que ali Jeová e Jesus Cristo não estão. Sei que ali à pessoas boas, sinceras e honestas, mas que a grande maioria são pessoas terríveis, muito piores dos que as ditas “pessoas do mundo”.
Enfim, me perdoem por um texto tão extenso, mais foi um alivio poder escrever tudo isso e desabafar finalmente com pessoas que sabem o que passei e ainda passo por estar lá dentro.
Ainda tenho inúmeras histórias de coisas que presenciei, que escutei e que me contaram e em breve estarei compartilhando com todos.
Muito obrigado!!!
Que história revoltante! Sei bem como são esses anciãos! Fazem de tudo com e pelo poder, enquanto por trás fazem de tudo! Eu msm fui julgado por um alcoolatra e outro infiel, e todos os 4 mentiram pra manter seus cargos! Mandei provas pra betel e adivinha...Nenhuma resposta! Cadê o tal Jeová nessa hora?

Siga sua vida fora desse lugar e seja feliz! Bem vindo!
Editado pela última vez por YukimuraSanada em 15 Out 2021 23:46, em um total de 1 vez.
Razão: Citação desnecessária do tópico na íntegra
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SaindoDaCaverna
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Re: Apresentação Neo1988 - Minha Vida na torre

Mensagem não lida por SaindoDaCaverna »

Seja bem-vindo Neo1988! Sinto muito saber de todo esse sofrimento que você passou dentro da Torre. Mas como disse o colega freudexplica, continue em seu caminho, é um processo contínuo, mas cada dia em que você se aprofundar em conhecer mais, será um dia de liberdade maior.
-----------------------------------

O segredo da felicidade está na liberdade; o segredo da liberdade está na coragem.
Ocontodaaia
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Re: Apresentação Neo1988 - Minha Vida na torre

Mensagem não lida por Ocontodaaia »

Seja bem vindo! Que história revoltante viu? E infelizmente é triste saber que todos nós conhecemos histórias parecidas com muita maldade e pessoas decididas a acabar com a vida de alguém.
Mas veja pelo lado positivo, isso tudo te fez acordar e é bom ter sua mãe pra compartilhar o que vc está descobrindo, eu mesma ainda não tive essa chance…
Agora é armar um plano e sair de vez desse hospício!
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Tsubasa
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Re: Apresentação Neo1988 - Minha Vida na torre

Mensagem não lida por Tsubasa »

Seja bem vindo! Ah! Parabéns por seu despetar.
Sinto muito por tudo que vc passou. Infelizmente histórias como a sua não são raridades.
Ao menos isso tudo serviu de despertar a vcs.
Continue estudando. Conhecimento nunca é demais. E, como a bíblia diz:"E conhecereis a verdade e a verdade os libertará". 😉
Contra fatos não há argumentos. A favor da fé sempre haverá.
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YukimuraSanada
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Re: Apresentação Neo1988 - Minha Vida na torre

Mensagem não lida por YukimuraSanada »

Seja bem-vindo... :w3lcome:
Você "conheceu a verdade" sobre a Torre e essa verdade "o libertou"...
m:2
Passei maus bocados lá também e decidi "deixar nas mãos de Zé Obá, rrss :mrgreen: E pela inação Dele, me despertei e cá estou com a galera.
Gostei de seu texto, longo e com ótimo português! As vezes dou só esse crédito à Torre, que é fazermos melhorar nossa leitura e escrita por tanto ler as publicações, que, no passado, tinham um ótimo português ou inglês*. Infelizmente, hoje está muito infantilizado.
Parabéns por seu despertar e lhe desejo muito sucesso! :D1

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* PS: antigamente eu lia as publicações originais em inglês e precisava de um dicionário do lado porque o nível de linguagem era bem alto. Nível avançado! Hoje em dia não encontro nenhuma dificuldade, e me sinto como no nível básico ou pré intermediário do idioma, kkk. Que regresso! Até parece que estou lendo artigos da Wikipédia na versão Simple English. E por falar nisso, a JW até parou de editar a Sentinela paralela na Edição Fácil De Ler (Simplified Edition, in English), e passou a publicar quase tudo em linguagem simplificada (e infantilizada).
servocansado
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Re: Apresentação Neo1988 - Minha Vida na torre

Mensagem não lida por servocansado »

Neo1988 escreveu: 15 Out 2021 11:51
Spoiler!
Olá pessoal do Fórum, como podem ver o meu nome aqui no Fórum é Neo, pois foi me senti exatamente como ele quando finalmente libertei minha mente da Matrix (Torre). Já acompanho o Fórum há alguns anos, mas só agora resolvi me cadastrar, poder contar minha "terrível" experiência dentro da Torre e poder interagir com vocês. Desde já peço desculpas pelo tamanho do texto que escreverei, mas quero contar tudo o que puder, omitindo apenas nomes e alguns detalhes, pois ainda permaneço na Torre e preciso manter sigilo.
Então vamos lá:
Minha vida lá começou na década de 90 e desde quando eu era criança comecei a frequentar as reuniões acompanhando minha mãe e irmã (mais nova), de minha parte por não ter outra escolha mesmo, pois lembro achar tudo muito chato e minha alegria era brincar com outras crianças aos finais das reuniões. Por sermos de família simples e humilde minha mãe não tinha condições de me dar roupas (sociais) para frequentar as reuniões e por mais de uma vez fui alvo de uma filha de ancião.
Ela me ridicularizava por ir de roupas comuns e não de terno e gravata como os outros. Imaginem uma criança de 7/8 anos passando por isso dentro de um lugar onde pregam "simplicidade e humildade". Isso me deixou com uma má impressão e por mim não voltaria mais naquele lugar, mas por ser criança e por outros irmãos virem conversar comigo resolvi deixar pra lá. Logo depois fomos convidados para ir a um Congresso pela Instrutora da minha mãe e minha mãe relutou de início, pois não tínhamos dinheiro e nem roupas para a ocasião, mas ela veio com a velha história que de que isso não importava e que estávamos indo para agradar a Jeová e não a homens e que lá os "amorosos irmãos" não deixariam faltar nada.
Foi um dia quente, sentando num banco duro de estádio, muito longe da tribuna, onde não dava pra ver nada praticamente e o melhor... Na hora do almoço os "amorosos irmãos" sumiram, era cada um por si e Deus pra todos. E se não fosse meu pai (que não é TJ) nos tivesse dado um dinheiro para comprar lanche, teríamos passado fome. O pior de tudo, foi o olhar de reprovação dos “amorosos irmãos para nós, pois tínhamos comprado comida fora e não levado a nossa como eles”. Lembro-me da coitada da minha mãe voltar tremendamente magoada com isso e remoemos isso até hoje. Pouco tempo depois a instrutora de minha mãe teve de mudar de Congregação, pois seu marido foi designado para cuidar de uma Congregação vizinha e fomos abandonados e esquecidos por todos. Minha mãe desanimou e paramos por de ir por muitos anos e durante esse tempo não recebemos visitas, telefonemas ou nada do tipo.
Mesmo assim, no ano de 2007 resolvemos voltar de vez, progredir, se batizar e crescer dentro da Organização. Logo nas primeiras reuniões, me interessei pela filha de ancião. Ele por sinal muito gente boa, os irmãos dela logo fizeram amizade comigo e me fizeram sentir em casa. Um deles já se dizia meu irmão carnal, me chamando para participar de tudo e interagir com todos os jovens e fazendo me sentir aceito e querido por todos. Ele já era casado, mas por termos os mesmos gostos a sermos parecidos a amizade cresceu bem rápido. Então, logo imaginei que era uma "resposta de Jeová", pois eu era jovem, muito tímido, e pela primeira vez tinha "amigos" e possivelmente uma futura namorada (o que naquela época era um sonho pra mim). Começou então a luta, estudo e mais estudo, logo em seguida comecei a sair no campo e tudo foi acontecendo muito rápido. Assim que me batizei, comecei a me aproximar dela e logo começamos a conversar com regularidade (era o sonho virando realidade) só que não kkk. Ela era uma moça problemática, cheia de mi mi mi, depressiva e mais um monte de coisas, mas mesmo assim segui em frente e insistir até que finalmente começamos a namorar e minha vida começou a virar um inferno.
Eu tentava levar tudo ao pé da letra, enquanto tentava conciliar tudo com meu primeiro namoro. Por vir do dito "mundão" era muito difícil me controlar às vezes. E apesar de nunca ter namorado ou sequer tocado em uma mulher na época o desejo estava lá. Algumas vezes as coisas começavam a "esquentar" e ela logo parava e vinha com um monte sermão. Outras vezes ela mesma incitava e provocava e quando as esquentava ela saia fora e vinha com sermões e muito gelo. Isso ia me deixando louco e por essa e outras razões brigávamos muitos. Mas o que me tirou do sério foi saber que ela esteve envolvida com um colega de escola dela antes de mim e teve um relacionamento bem sério e que até mesmo um primo meu que era vizinho dela tinha "ficado" com ela também. Ou seja, ela de "santa" não tinha absolutamente nada, nada mesmo.
Até que em certa ocasião ela arrumou uma situação para ficarmos a sós e quando as coisas começaram a esquentar ela saiu fora de novo. Mas desta vez foi tudo armado para ter a desculpa de terminar o namoro e poder infernizar minha vida. Eu não admitia o término e ela pra alimentar o ego ficava me dando esperanças, enquanto flertava com um "amigo" meu.
Ela chegou ao ponto de me convidar duas vezes para sair e levar ele escondido para me esnobar e humilhar na frente de todos. Quando eu tentava me aproximar de outra irmã e ela ficava sabendo ia em cima da pessoa e fazia a vida da moça um inferno até a mesma desistir até de conversar comigo. Simplesmente minha vida virou um inferno, pois tínhamos os mesmo amigos, frequentávamos os mesmos locais e onde quer que eu fosse lá estávamos eles. Mesmo com uma depressão fortíssima consegui o privilégio de SM e achei que essa seria à volta por cima. Tudo virou uma correria para conciliar tudo e poder crescer novamente na organização.
Eu era respeitado, admirado e tido como um futuro ancião da Congregação. Isso me deixava orgulhoso, por que na época eu acreditava que as coisas iriam melhorar. Mas no fundo, a depressão vinha forte e vendo todos os amigos namorando, casando e seguindo a vida, eu me sentia um verdadeiro lixo.
Tentei conhecer diversos irmãos, apoiar tudo o que podia. Era um verdadeiro escravo da Torre, cheguei até mesmo pintar um salão inteiro junto com um estudante e outros diversos escravilégios que eles me arrumavam. Comecei a namorar novamente em 2014, mas devido a antiga namorada infernizando a vida da moça, não durou um mês. Cheguei a conversar com anciãos na época, até meu pai que não é Tj fez isso também, pois ele não acreditava em tamanha falta de caráter. Mas de nada adiantou, só me falaram que a família dela era assim, aprontavam e mudavam de Congregação sempre que as coisas sujavam para o lado deles e assim nada acontecia com eles.

Segui a vida desiludido, mas na esperança de que "alguém" me faria justiça e eu pudesse enfim ser feliz ali dentro e não só viver de aparências como tinha sido durante aqueles anos. No ano seguinte conheci uma irmã, mais nova que eu, muito bonita e que por incrível que pareça se interessou por mim. Tudo foi acontecendo muito rápido e quando me dei conta já estava muito envolvido. A medida que eu a conhecia, mas me apaixonava e mais descobria coisas que me deixavam com uma pulga atrás da orelha. Uma delas foi sua "amizade" com o irmão "casado" da minha ex-namorada (sim, a que causou um inferno na minha vida). Descobri que eles mantinham contato todos os dias, e ele com agora ancião, com a velha desculpa de preocupação, de cuidar dos mais jovens e essas coisas, mantinha um flerte as escondidas com ela durante anos. Assim que descobri isso o chamei para conversar e mostrar meus sentimentos por ela, já quer éramos solteiros e não tínhamos impedimentos. Como ele era meu "irmão" imaginei que teria sua ajuda e seu apoio, pois até mesmo quando tive problemas com sua irmã ele ficou do meu lado. Mas me enganei, naquele momento ganhei um terrível inimigo, que estava sedento de ciúmes por eu estar como que lhe tirando sua "namorada". A amizade antes escancarada, agora virou uma verdadeira Guerra pelo coração da moça.
Enquanto por um lado estávamos felizes, por outro ele estava me apunhalando pelas costas e me difamando. Mas devido a um vacilo, fraqueza ou a natureza mesmo, eu e minha namorada nos envolvemos "demais". Resolvemos manter tudo em segredo e como tínhamos planos para nos casar, resolvemos ficar calados.
E nisso depois de meses, ela acabou de dizendo que havia comentado com outra irmã de sua confiança e que tudo estava tranquilo, pois tínhamos alguém para ajudar. De inicio a irmã ajudou e até dava ideias a ela de lugares onde poderíamos ir e chegou até dar "roupas" para essas ocasiões a ela para que usasse quando saíssemos. Mas como era de se esperar nesse local, ela contou para outras irmãs e juntas levaram para o meu querido "amigo" que era ancião e só estava esperando um deslize meu para me derrubar. Ele as orientou a pressionar minha namorada pelo Whatsapp para assim conseguir provas (áudios, prints e conversas) e como ele manja muito de informática, manipulou tudo como quis, editou conversas e deixou a armadilha pronta para me pegar. No dia que vieram conversar comigo ele veio me cumprimentar antes todo feliz e até achei suspeito, por que até então eu nem imaginava o que estava acontecendo nos bastidores.
De repente ao final da reunião veio à bomba. Já chegaram me tratando como um verdadeiro animal, como se eu fosse a pior pessoa do mundo. E eu, mesmo tendo "errado" acreditava fielmente em tudo e achava que ali era Jeová me punindo. Minha vida virou avesso, sofri ameaças sérias da família dela, tive que me esconder em casa de amigos e ainda nem havia passado pela tal comissão, onde "Jeová ajuda a pessoa por meio dos anciãos".
Cheguei ao local realmente esperando me sentir melhor, sair aliviado e perdoado por Jeová.
Mas o que senti, foi frieza, desprezo, arrogância, falta de conhecimento bíblico, falta de preparo e nada, absolutamente NADA do que havia aprendido, estudado e lido nas publicações. Ali você se sente humilhado, expondo sua vida estranhos que se acham donos da razão, perfeitos e que no fundo tem um passado podre, pelos 2 deles é certeza. A única coisa que senti naquele dia é que Jeová não estava ali com aqueles homens, mas não adiantava argumentar, pois minha sentença já estava pronta antes mesmo deu entrar na sala. Pois meu "querido amigo" além de ser conhecido no circuito era protegidos dos anciãos. Disseram-me que tudo ali seria mantido no maior sigilo e que ninguém além de nós quatro saberíamos o que foi falado ali. Coitado de mim, pois em menos de uma semana (antes de darem meu anúncio) um amigo de outra congregação me ligou sabendo de tudo o que havia sido falado lá dentro. Os meses a seguir foram de humilhação, desprezo, como se eu tivesse uma doença contagiosa e com minha mãe não era diferente. Um desses anciãos fazia questão de humilhá-la e perseguí-la e minha mãe com medo deles retardarem minha readmissão aguentou tudo calada durante todo o período de minha desassociação que levou em média uns 13 meses.
Meu despertar para tudo foi após o anuncio de que eu não fazia mais parte da Organização. O que eles falaram pra mim na comissão martelava minha cabeça. O irmão fazia questão de esfregar na minha cara o exemplo de Davi. De como ele se arrependeu prontamente e reconheceu que tinha pecado contra Jeová. Resolvi pesquisar afundo o seu exemplo e ver o que Davi fez que eu não houvesse feito e assim poder aprender com ele. Mas então ao ler 2 Samuel 12:14 que na integra diz: “Mas, visto que o senhor mostrou tanto desrespeito por Jeová nesse assunto, seu filho que acabou de nascer certamente morrerá.” Neste pequeno versículo percebi que o exemplo de Davi, que o irmão tanto esfregou na minha cara não era tão “bom assim” pois o arrependimento de Davi não foi imediato como ele havia jogado tanto na minha cara. O texto deixa claro que Natã foi conversar com Davi quando a criança tinha (acabado de nascer) ou seja Davi escondeu isso durante os 9 meses da gestação de Bate Seba e se arrependeu por que o próprio Jeová mandou Natã.
Com isso comecei a me perguntar: O irmão não pesquisou? Não se preparou para conversar comigo? Se ele errou nisso pode ter errado em outras coisas também?
E comecei a pesquisar em todos os lugares sobre temas que me incomodavam, como a desassociação, o sangue, aniversário e tantos outros. Quando finalmente encontrei esse Fórum percebi que eu era apenas mais um entre milhares de pessoas enganadas, prejudicas e feridas por essa organização disfarçada de Igreja. Até o momento só compartilho essas informações com minha querida mãe e sempre que encontro tópicos interessantes levo pra ela para conversarmos e ficarmos ainda mais atentos com tudo o que acontece lá.
Mesmo com tudo isso ainda acredito em Deus (Jeová), em Jesus e na Bíblia, mas tenho certeza de que ali Jeová e Jesus Cristo não estão. Sei que ali à pessoas boas, sinceras e honestas, mas que a grande maioria são pessoas terríveis, muito piores dos que as ditas “pessoas do mundo”.
Enfim, me perdoem por um texto tão extenso, mais foi um alivio poder escrever tudo isso e desabafar finalmente com pessoas que sabem o que passei e ainda passo por estar lá dentro.
Ainda tenho inúmeras histórias de coisas que presenciei, que escutei e que me contaram e em breve estarei compartilhando com todos.
Muito obrigado!!!
Seja muito bem-vindo! Li e fui imaginando todas as cenas e realmente tudo o que acontece dentro da org é perturbador. Tenho 13 anos de "batismo" e a cada dia que passa me convenço de que não existe uma pessoa boa sequer dentro dessa religião (exceto os despertos e esclarecidos). Cada um dentro dessa religião não busca melhorar nada em sua vida apenas encontrar erros dos outros para acharem que estão corretos. A cada um que é acusado eles tem mais certeza de que são melhores quando, na verdade, desde que entraram lá não mudaram em nada sua vida. Apenas pararam de olhar para o que fazem para focar no que os outros fazem. Se eu falar tudo que sei não fica um dentro da congregação. Porém como existem os protegidos por terem cargos não vale a pena se desgastar por algo que será escondido de todos.
Editado pela última vez por YukimuraSanada em 18 Out 2021 23:26, em um total de 1 vez.
Razão: Citação desnecessária do tópico na íntegra
Servo Cansado
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