"Mamãe, eles são como eu!"
Enviado: 24 Ago 2011 22:19
Tem circulado pela internet um texto em língua inglesa que provavelmente é fictício. Infelizmente. Mas abre a possibilidade para o verossímil. A diferença entre a história e a poesia, segundo Aristóteles, é que a história trata do que aconteceu; a poesia, do que poderia ter acontecido. Prefiro, portanto, ver o texto como uma poética do que poderá vir a ser. A tradução é minha. Livre e despretensiosa. Ao final, um link para sua versão original, em inglês.
"Mamãe, eles são como eu!"
Meu filho mais velho tem seis anos e está apaixonado pela primeira vez. Ele está apaixonado por Blaine, da série Glee.
Para aqueles que não sabem, Blaine é um garoto... um garoto gay, o namorado de um dos personagens principais, Kurt.
Não se trata do amor do tipo “ele acha que o Blaine é muito legal”. É um tipo de amor em que ele olha para o rosto do Blaine numa foto por meia hora, seguido de um melancólico “Ele é tão lindo!”.
Ele ama o episódio em que os dois garotos se beijam. Meu filho chama as pessoas que estão em outras partes da casa para ter certeza de que não perderão sua “parte favorita”. Ele volta a cena e assiste outra vez... e ele obriga os outros a assistirem novamente se achar que as pessoas não prestaram a devida atenção.
Essa obsessão não preocupa nem a mim nem a seu pai. Nós vivemos num bairro bem liberal, muitos de nossos amigos são gays, e a ideia de ter um filho gay não é algo que incomode a nenhum de nós. Nosso filho será quem ele é, e é nossa obrigação amá-lo. Fim de papo.
Além disso, ele tem seis anos. Aos seis anos se fica obcecado com todo tipo de coisa. Isso pode não significar nada, no final das contas. Nós sempre brincamos que ou ele é gay ou nós temos o melhor material de chantagem da história da humanidade para usarmos quando ele for um garoto de 16 anos. (Fora aquelas fotos de banho, em que ele está pelado).
“Mamãe, Kurt e Blaine são namorados.”
“Sim, eles são”, eu digo.
“Eles não gostam de beijar meninas. Eles só beijam meninos.”
“É verdade.”
“Mamãe, eles são como eu.”
“Que ótimo, querido! Você sabe que eu te amo de qualquer maneira, não sabe?”
“Eu sei...” Eu poderia ouvi-lo revirando seus olhos para mim.
Quando nós chegamos em casa eu recapitulei essa conversa com seu pai, e nós ficamos simplesmente nos olhando nos olhos por um momento. Depois nós sorrimos.
“Então, se aos 16 ele quiser fazer o grande anúncio à mesa de jantar, nós podemos dizer: ‘Você nos disse isso quando tinha seis anos. Passe as cenouras’, e ele ficará desapontado por roubarmos seu grande e dramático momento”, disse meu marido rindo e me abraçando.
Apenas o tempo dirá se meu filho é gay, mas se ele for fico satisfeita que ele seja meu filho. Fico feliz que ele tenha nascido em nossa família. Uma família cheia de pessoas que o amarão e o aceitarão. Pessoas que nunca irão querer que ele mude. Com pais que mal poderão esperar para dançar em seu casamento.
E eu tenho de admitir: o Blaine seria um genro muito fofo!
Original, em inglês: http://getstooobsessed.tumblr.com/post/ ... est-son-is
"Mamãe, eles são como eu!"
Meu filho mais velho tem seis anos e está apaixonado pela primeira vez. Ele está apaixonado por Blaine, da série Glee.
Para aqueles que não sabem, Blaine é um garoto... um garoto gay, o namorado de um dos personagens principais, Kurt.
Não se trata do amor do tipo “ele acha que o Blaine é muito legal”. É um tipo de amor em que ele olha para o rosto do Blaine numa foto por meia hora, seguido de um melancólico “Ele é tão lindo!”.
Ele ama o episódio em que os dois garotos se beijam. Meu filho chama as pessoas que estão em outras partes da casa para ter certeza de que não perderão sua “parte favorita”. Ele volta a cena e assiste outra vez... e ele obriga os outros a assistirem novamente se achar que as pessoas não prestaram a devida atenção.
Essa obsessão não preocupa nem a mim nem a seu pai. Nós vivemos num bairro bem liberal, muitos de nossos amigos são gays, e a ideia de ter um filho gay não é algo que incomode a nenhum de nós. Nosso filho será quem ele é, e é nossa obrigação amá-lo. Fim de papo.
Além disso, ele tem seis anos. Aos seis anos se fica obcecado com todo tipo de coisa. Isso pode não significar nada, no final das contas. Nós sempre brincamos que ou ele é gay ou nós temos o melhor material de chantagem da história da humanidade para usarmos quando ele for um garoto de 16 anos. (Fora aquelas fotos de banho, em que ele está pelado).
“Mamãe, Kurt e Blaine são namorados.”
“Sim, eles são”, eu digo.
“Eles não gostam de beijar meninas. Eles só beijam meninos.”
“É verdade.”
“Mamãe, eles são como eu.”
“Que ótimo, querido! Você sabe que eu te amo de qualquer maneira, não sabe?”
“Eu sei...” Eu poderia ouvi-lo revirando seus olhos para mim.
Quando nós chegamos em casa eu recapitulei essa conversa com seu pai, e nós ficamos simplesmente nos olhando nos olhos por um momento. Depois nós sorrimos.
“Então, se aos 16 ele quiser fazer o grande anúncio à mesa de jantar, nós podemos dizer: ‘Você nos disse isso quando tinha seis anos. Passe as cenouras’, e ele ficará desapontado por roubarmos seu grande e dramático momento”, disse meu marido rindo e me abraçando.
Apenas o tempo dirá se meu filho é gay, mas se ele for fico satisfeita que ele seja meu filho. Fico feliz que ele tenha nascido em nossa família. Uma família cheia de pessoas que o amarão e o aceitarão. Pessoas que nunca irão querer que ele mude. Com pais que mal poderão esperar para dançar em seu casamento.
E eu tenho de admitir: o Blaine seria um genro muito fofo!
Original, em inglês: http://getstooobsessed.tumblr.com/post/ ... est-son-is