Politicamente Correto, Arte e Mimimi - Isso te interessa!

[kooboo]

Recebi esse vídeo hoje -



Onde Henry Bugalho faz uma analise de situação sobre um caso que rolou no programa da Fátima Bernardes - Ludmila foi lá e cantou "Verdinha" e isso levou um deputado do PSL a fazer uma ação contra o programa e a Fátima.

A reflexão do Henry envolve vários temas - Politica, religião, arte, minorias, mimimi, liberdade de expressão, politicamente correto.

E porque essa salada de frutas deve interessar a nós, pobres mortais e aqui foristas?

Bom, antes de começar a fazer minha observação sobre o tema, gostaria de colocar uma curiosidade que ouvi no Jornal da Manhã aqui de MG. Um cidadão desacatou um funcionário do metrô de BH, chamando-o de "negro, macaco e 'olha a sua cor'". Detalhe - esse foi o SÉTIMO caso aqui na região metropolitana em poucos meses.
Depois volto nisso, agora vamos ao assunto.


Em primeiro lugar - Ludmila é uma artista, artista faz arte, não é responsável por educar crianças. Educação é coisa dos pais e da escola. Portanto há uma parcela de responsabilidade alta para a família e para o estado. Mas zero de parcela de responsabilidade aos artistas.
Se Ludmila fez apologia a maconha ou a alface, Ok, é expressão artística. O objetivo da arte não é educar, mas provocar reflexões. E assim como o Henry, eu não conheço a tal musica. Mas ha cinco minutos atrás eu estava aqui ouvindo planet hemp dizendo que está queimando tudo até a ultima ponta, e nem por isso sou maconheiro.

Bom, já colocamos aqui o papel da arte.

Agora vamos ao ponto focal - Para você, minorias devem ser ouvidas e respeitadas, ou f0dam-se as minorias?
Devemos respeitar religião dos outros... ou a religião é que deve orientar os fieis a respeitar os outros... ou o respeito deve ser geral?

Nós, somos uma minoria.

Aqui nesse fórum, se você for sulista com um sobrenome italiano ou alemão, branco, macho, hétero, tiver curso superior, tiver um salário acima de 10 mil... ainda assim está numa situação de minoria sujeito a exclusão. Se for negro, nordestino, mulher, gay, sem estudos... está sujeita à mesma exclusão.
Aqui lutamos contra uma injustiça chamada - desassociação. Então, dentro do tema que tratamos nesse fórum, tanto faz se somos preto, pobre, branco, rico, sulista, nordestino, gay, hétero, ... somos oriundos de uma religião minoritária e que ainda nos discrimina por termos ideias divergentes da deles.

A reflexão que cabe aqui é - de que lado estamos?
Estamos do lado de quem apoia a censura, que acha errado um programa de humor criticar a religião, que acha que uma arte deve ser censurada, que acha que, por outro lado minorias reclamam demais sobre racismo, homofobia, e etc... ou a postura é - deixa arte expressar, mas respeitem as pessoas por serem quem elas são?
Parece que a linha que separa as coisas é tênue, mas ela é bem clara.
O ponto é que ideias podem ser criticadas - sejam ideias políticas ou religiosas. A torre de vigia pode criticar o pensamento dissidente, mas... tem que respeitar as pessoas. Podem subir na tribuna e tecer mil críticas ao que dizemos, mas não pode incentivar a discriminação e nem dizer que somos doentes mentais. Ela pode e deve defender seus dogmas, mas não pode dizer para os fieis - "não converse com eles". (notou a similaridade com o caso Fátima Bernardes?)

O pastor pode dizer na igreja "não usem drogas porque ... (e dar mil motivos bíblicos para isso)", mas não pode querer impor a vontade num programa de TV onde crentes e não crentes tem acesso.

Agora voltando ao caso do racismo que citei lá em cima.
Bom, estamos vivendo em tempos em que o poste faz xixi no cachorro. Desde quando um político famoso disse que as "minorias tem que se curvas às maiorias" - E foi eleito!!! - parece que abriu um portal para racistas, supremacistas, homofóbicos, fascistas, e toda a sorte de odiadores saísse dos armários e se achassem no direito de ofender e se sentirem ofendidos.
As causas de ofensa mudaram.
Parece um mundo perfeito da torre de vigia em escala ampla - Você não pode ter ideias diferentes e se expressar, mas a maioria pode impor suas regras e oprimir. Querem normatizar o mundo segundo regras onde o respeito não existe, aliás, só se deve respeitar uma coisa - o que eles julgam ser o caminho.

Complicado? Sim. Estamos na névoa.

[Laralara]

[MarcosSC]

Complicado? Sim. Estamos na névoa.

Sim, estamos na névoa. Podemos entrar em várias vertentes por aqui, mas como você falou existe uma coisa que nos une e somos minoria (sempre, em algum aspecto, seremos minoria). Mas por sorte ainda vivemos em um país que a Constituição Federal garante a liberdade de comunicação e de religião. Pessoalmente não gosto do programa da Fátima Bernardes, acho algumas atitudes do nosso atual presidente boas e outras nem tanto (o cara parece uma criança comprando briga com todo mundo, do Sérgio Moro ao Alexandre Frota, passando pela Greta Thunberg e pelo Leonardo DiCaprio) e sou favorável a liberação da maconha no Brasil. No fim, para resumir o que quero dizer: liberdade é para todos (inclusive para o que o Porta dos Fundos fizeram com Jesus, embora não concordo preciso respeitar pq talvez um dia posso fazer algo que vai ofender outras pessoas e se me lincharem não posso reclamar). Estou do mesmo lado que o seu Kooboo, o lado que ideias existem para serem criticadas.

[Galileu]

Esse bando de deputados vagabundos que vivem as custas do povo deveriam é cuidar do Brasil para tenha uma melhor e mais justa distribuição de renda e igualdade de oportunidade para todos sem discriminação e censura !

Minorias e maioria seja la todo que for precisam é de educação para respeitar o espaço de cada um

[kooboo]

Esse bando de deputados vagabundos que vivem as custas do povo deveriam é cuidar do Brasil para tenha uma melhor e mais justa distribuição de renda e igualdade de oportunidade para todos sem discriminação e censura !

Minorias e maioria seja la todo que for precisam é de educação para respeitar o espaço de cada um

é isso aí, Imoral é famílias dormindo debaixo de uma marquise e criança passando fome.

[Lourisvaldo Santana]

Estão dizendo por aí que o especial de Natal do Porta dos Fundos foi banido da Netflix.


Só pra constar.

[kooboo]

Estão dizendo por aí que o especial de Natal do Porta dos Fundos foi banido da Netflix.


Só pra constar.

é, vi um artigo no elpaís falando sobre a ordem judicial.
O Brasil é tão laico quanto o Irã.

[MarcosSC]

Estão dizendo por aí que o especial de Natal do Porta dos Fundos foi banido da Netflix.


Só pra constar.

é, vi um artigo no elpaís falando sobre a ordem judicial.
O Brasil é tão laico quanto o Irã.

Vi isso ontem. Realmente, Brasil tão laico quanto o Irã.

[Dr. Schultz]

Acho que todo tipo de Caga-regra é desprezível.

O que entendo por "caga-regra"?
É a ação de de dizer o que pode e o que não pode sem se basear em LEIS ou PRINCÍPIOS claros e específicos.

Exemplo:
A cantora cantar uma música falando de drogas de forma até lúdica digamos. Isso é apologia a drogas? Não tá muito claro isso na lei então, ela PODE cantar.

Agora e se a música falasse de uma mulher sendo agredida fisicamente, da mesma forma "lúdica", o que vcs acham? É apologia a violência contra a mulher ou não? No meu entender o artista PODE pq a lei também não é clara ao que seria apologia ao crime de violência contra a mulher.

Eu pessoalmente ia achar terrível, grotesco, uma música sobre isso, mais até do que falar de maconha por motivos que EU particularmente acho óbvio mas para outra pessoa isso não seja tão óbvio e ela considere ambas igualmente erradas.

Se eu insistir em minha própria visão, condenando o outro lado, eu seria um "caga-regra". O mesmo vale para qualquer assunto (homofobia, racismo, etc). Pra mim, são assuntos que não tem que ter subjetividade, não deveria ser um espectro "cinza". Tem que ser definido por LEI. Por isso racismo é crime, pedofilia é crime, homofobia é crime. Só assim as coisas ficam claras para qualquer um e nenhuma mente doentia pode entrar na esfera da subjetividade.

Assim é tb com a questão da desassociação, é uma evolução. Nem sempre o racismo foi crime ou mesmo algo que a sociedade condenasse. A desassociaçaõ antes era vista muito bem entre as TJS por décadas, mas pergunta informalmente para alguns e verá que muitos, muitos mesmo, hoje acham a desassociação algo muito duro e por vezes exagerado. Isso está mudando...

Então antes de apontar para direita, esquerda, eu devo olhar pro meu próprio rabo e entender que pessoas tem opiniões diferentes até que se estabeleça um entendimento comum.

[MarcosSC]

Então antes de apontar para direita, esquerda, eu devo olhar pro meu próprio rabo e entender que pessoas tem opiniões diferentes até que se estabeleça um entendimento comum.

Apenas creio que nunca haverá entendimento comum. Trocaria por 'até que se estabeleça tolerância'