Eu tinha esquecido o fórum aberto no notebook ligado aqui no meu quarto. Pra minha "sorte", uma barata me acordou antes do amanhecer! Tentei capturá-la, já que matá-la ali não resolveria o problema, mas quem disse que ela deixou? Literalmente ela saltava enquanto eu tentava pegá-la com um pano velho. Daí eu resolvi apelar e lhe acertar uma chinelada, mas ela ainda assim pulou da parede antes da chinelada que ia ser certeira chegar até ela. O bicho tem um instinto de sobrevivência ferrado. No final eu consegui pegá-la, mas quanto trabalho. Recomendo a leitura de um artigo para quem gosta desse tipo de curiosidade:
https://super.abril.com.br/ciencia/bara ... a-rapidos/
Já retorno a esse assunto...
Penso que não termos as respostas objetivas faz com que as crenças se tornem necessárias para alguns. Eu não acho surreal a ideia de crer na existência de um ser superior criador do universo, embora outras formas de pensar sejam válidas; aliás, para evitar uma possível citação fora de contexto (como a Torre gosta de fazer), eu não falo no sentido de que eu creio em um ser assim; crer, para mim, é uma palavra forte, envolve ter uma conduta de acordo com o que se acredita; eu não creio, eu apenas considero a possibilidade.
O que acho complicado é quando as pessoas afirmam que o Deus bíblico é esse ser, porque a existência desse deus seria bem contraditória. Mais complicado ainda é quando afirmam que ele criou o mundo de uma forma específica e que o mundo é diferente de quando ele criou. Por exemplo, quando dizem que o pecado mudou o mundo e que Deus não participou disso.
Antes do pecado, as pessoas não morriam, os animais eram pacíficos, não havia uma cadeia alimentar, não chovia, não havia instinto de sobrevivência, não havia doenças nem vírus, não havia "malícia". Depois do pecado, as pessoas passam a morrer; os animais inventam uma cadeia alimentar que equilibra a existência das espécies, passam a ter garras, dentes afiados; passa a chover; os animais começam a agir segundo um instinto de sobrevivência (incluindo o humano), adotando mecanismos de defesa como, por exemplo, a camuflagem e o mimetismo; surgem doenças, vírus, bactérias, contaminações de todo tipo; o sistema imunológico aparece para lutar contra as doenças e infecções; a malícia entra no mundo, os animais começam a sofrer pelas mais diversas razões mesmo naturais, incluindo pela falta de sexo ( algo que estou presenciando é o seguinte: deixa um cachorro macho perto de uma fêmea, mas impedido de cruzar com ela), os humanos passam a se comportar de forma maliciosa, mas mesmo nessa forma há uma consistência, ou seja, o comportamento tende a permanecer o mesmo (por exemplo, o ser humano como espécie sempre foi egoísta, sempre teve instinto de sobrevivência; aliás, o último seria dispensável na presença de anjos salvadores, e seria uma contradição com o livre arbítrio fazer com que o ser humano passasse a ter uma forte tendência a tomar decisões espontâneas em defesa de algo, mesmo que da sobrevivência). Não há evidência alguma de que o mundo já foi diferente para melhor nesse sentido. Até agora, nada sequer sugere isso fortemente. Eu nem estou falando de evolução, eu não baseio minhas discussões sobre esse assunto nessa teoria.
O caso da barata, voltando ao ponto, é o instinto de sobrevivência. Alguém vai afirmar: "Ora, isso é evidência de que um ser inteligente criou todas as coisas."
Porém, tratando-se especificamente do deus defendido atualmente no cristianismo, é coerente dizer que ele colocou instinto de sobrevivência nos animais, para se defenderem de outros animais, sendo que eles não precisariam, por todos serem pacíficos? É coerente dizer que Deus criou um animal desses para que o ser humano sentisse repulsa ao vê-lo, a ponto de, no mínimo, querer distância, e ainda colocou nesse o instinto de sobrevivência? Ou ainda que, depois do pecado, o ser humano passou do nada a sentir repulsa por uma das obras divinas que é tal animal? Os mosquitos passaram não só a portar doenças como também a picar as pessoas e transmitir essas doenças. O planeta enlouqueceu.
Ronildo Araujo escreveu:Concordemente, em seu Reino, Deus ou um anjo desengasgará um engasgado para que não morra. Assim, do mesmo modo que não temos motivos para reclamar da água, não temos motivo para reclamar da "goela"! Entendeu?
Eu tinha entendido sua declaração inicial nesse sentido que você falou, porém agora me surgiram duas questões: (1) Por que somente no futuro? (2) Da água as pessoas ainda podem manter distância (muitas mães falam pra seus filhos ficarem longe das lagoas traiçoeiras), mas não é irônico que um canal tão necessário ao ser humano, que é o tubo onde o alimento entra, seja um dos fatores que facilitam as mortes das pessoas, incluindo por engasgos?
para aqueles que não acreditam que uma suposta evolução desenvolveria os cílios, as sobrancelhas, os ouvidos! (Necessidade de ouvir som?Que sofisticação para um fenômeno não pensante!) Para estes, estas coisas: promessas de Deus, Reino de Deus, significam ESPERANÇA! Principalmente diante de todos os atos dos homens conforme a história relata!
Há de se mencionar que a teoria da evolução não descarta a possibilidade de uma intervenção inteligente e vice-versa; que existem outras possibilidades de pensamento, incluindo a dúvida; e que mesmo "evidências" de criação (ou projeto inteligente) não indicam que esse ser é quem as pessoas dizem que é (eu sei que o ponto principal não é exatamente esse, mas foi falado de esperança, e esperança nesse caso é algo decorrente da crença em um deus com descrições específicas, não um criador genérico).
Por exemplo, não indicaria que há um só projetista, que tudo não passa de um tipo de experimento, que ele ainda interage com esse universo, que ele não foi criado por outro criador. Ou ainda, mesmo que exista um ser poderoso e sábio assim, nada prova que ele não esteja iludido achando que é todo poderoso e todo sábio sendo que talvez existam poderes e saberes que podem ir além da própria compreensão dele, bem como dimensões ou realidades além da percepção dele. Antes de os seres humanos descobrirem o eletromagnetismo, não se fazia ideia da existência de ondas de diferentes frequências, que enxergamos e ouvimos apenas certas frequências etc. Isso pode parecer um daqueles argumentos feitos com a intenção de negar algo a qualquer custo, mesmo quando as evidências estão claras, mas é apenas uma amostra das inúmeras possibilidades que poderiam igualmente ser válidas pressupondo a crença num ser superior. Descartando a ideia de criação, talvez haja pouca criatividade (desculpe o trocadilho, sei que não foi engraçado) quanto a outras possibilidades, o que faz com que se resuma a origem da universo ao "acaso".
Eu não diria que o mundo é do jeito que é aleatoriamente; existem algumas regras ou leis que são seguidas pela natureza, o que acaba resultando em padrões e assim por diante. Penso que o grande problema é definir as causas (se essas causas existem) pelas quais essas leis são assim. Está longe de ser provado que as leis que regem o universo estão numa certa combinação que seja a única possível para existir a vida. Por exemplo, seria possível supor, embora até onde eu sei não haja tantas evidências (ou contra-evidências) disso, que novos "universos" surgem a todo instante desde sempre e de forma aleatória, com as mais variadas combinações de regras possíveis e que na vasta maioria deles não há vida (embora não possa existir maioria em um número infinito), sendo que poucos universos, incluindo o nosso, sustentam alguma forma de vida. Mesmo no nosso universo as leis não são as mesmas por toda a parte; por exemplo, a força da gravidade não é constante, e as pessoas não negariam a possibilidade de existência da vida em outros planetas. A mente do humano é muito limitada para poder entender essas coisas plenamente, mas não é por não entender que ele deve preencher essas lacunas com algo também inexplicável. Colocar um deus na questão ainda deixa muitas questões em aberto e ainda não explica o funcionamento da maioria das coisas. Por exemplo, eu posso atribuir um suposto milagre a Deus, mas isso ainda não explica como esse milagre funciona. É trocar seis por meia dúzia.
Como você vê, acreditar em Deus significa descrer de um monte de coisas (muitíssimas milagrosas) também!
Talvez isso mostre como a descrença não é um absurdo, e que descrer em um deus, por extensão, também não o é.
De certa forma eu nem gosto muito de falar sobre isso, se bem que hoje eu acabei me empolgando e delongando muito o assunto, porque as pessoas que creem podem perder essa esperança na qual se baseiam se verem sentido no que penso (independentemente de eu ter razão ou não) e terem grandes problemas para se readaptar; talvez a crença seja na cabeça delas essencial para sua felicidade, diferentemente do que penso. É como cogitar a saída de algumas pessoas da Torre de Vigia: às vezes elas já viveram tanto lá dentro que teriam grandes problemas em se readaptar fora daquele mundo.
Olha só o que aquele pequeno grande inseto foi capaz de fazer.