Sabrina - Série (Netflix)

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Saulo
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Sabrina - Série (Netflix)

Mensagem não lida por Saulo »

Essa semana maratonei a Série Sabrina na Netflix. 4 temporadas e episódios em torno de uma hora.
O que imaginei ser as aventuras de uma jovem bruxa num mundo teen logo caiu por terra.
A estória na verdade conta a estória dessa jovem que ao chegar aos 16 anos tem um compromisso tradicional a cumprir - se batizar e dedicar sua vida ao Senhor das Trevas, que vai lhe conceder poderes, mas pode cobrar alguns 'serviços sujos'.
A princípio Sabrina reluta, pois deseja ser apenas uma adolescente normal, namorar, estudar e curtir a vida na sua pequena cidade. Porém, as circunstâncias e manipulações do mundo sombrio a obrigam a se consagrar ao Senhor das Trevas.

Isso é uma breve sinopse. A partir daqui vou tecer críticas que podem conter spoilers.

A escola que Sabrina também terá de frequentar é outra, não é mais seu colégio normal, mas uma escola de estudos ocultistas e aqui a situação toma proporções que muito remeter a QUALQUER IGREJA OU SEITA RADICAL.
O sacerdote local é um baita tirano, odeia a família Spellman (sobrenome paterno da Sabrina). O motivo dele odiar é que o pai de Sabrina tinha intenções de reformar o coven e torná-lo mais aberto à comunidade, com mais respeito às mulheres, e permitindo o casamento entre bruxos e não bruxos. Afinal, a própria Sabrina é uma mestiça neste aspecto.
Embora o sacerdote Blackwood odeie os Speelman's por esse modernismo, enquanto ele é um conservador ferrenho, o que ele ignora a todo o tempo é que o próprio Lucifer está pouco se importando com essas regras, e que a própria Sabrina é, digamos, tipo Jesus saca? Filha dele com a esposa do Sr. Speelman.

Uma coisa que encheu o saco na série, é que em determinados momentos parecia um conversa entre evangélicos, só que ao invés de "bendito seja" é "maldito seja". Vários termos do jargão evangélico é dito no antônimo, isso pode soar engraçado nos primeiros episódios, depois se torna terrivelmente cansativo, e isso perdura até o final da segunda temporada. Na terceira temporada, com a queda de Lúcifer e seu aprisionamento, esses termos reduzem, e o culto a Hécate, uma deusa feminina, torna o ambiente mais leve.

O fato é que a igreja das bruxas satanistas, é um ambiente tóxico, pesado, dominador, preconceituoso, misógino, com dialeto próprio, cheio de rituais, regras, restrição de liberdade, privação de contato com o mundo externo - Lembra algo que vocês conhecem?
E Sabrina queria se ver livre disso! (te lembram algo também?)

Na terceira temporada Sabrina consegue se dividir em duas idênticas - Uma delas governando o Inferno e outra levando sua vidinha mundana e feliz. Detalhe, ambas estavam felizes tirando o melhor de seus mundo.
Mais uma vez me lembrou algo - que bem que gostaríamos de poder usufruir o melhor de dois mundo. Ter os amigos e família, ter o mundo. Só que no inferno, Sabrina resolve administrar melhor que o pai, dar festas e tornar o ambiente com a sua cara.

Em determinado momento surge um outro coven de bruxas, as pagãs. Não vou adentrar neste ponto. Mas cabe apenas ressaltar que há uma baita rivalidade entre os deuses adorados.

Em determinados momento a série é pesada. Mortes, violência e afins. Harry Potter é programa para a família, Sabrina nem tanto - tire as crianças de perto. É sobre bruxas, mas lembra demais o mundo evangélico de igrejas restritas e fechadas.


Creio que a intenção por detrás da diversão é mostrar isso - Uma pessoa saindo de um ambiente fechado e querendo descobrir o mundo. Ter que enfrentar família, tradições, pais, figuras de poder, gente falsa e enganadora, se arriscar a perder tudo... e no caso de Sabrina, no final, realmente PERDER.

"Toda vez que falta luz, o invisível nos salta aos olhos..."

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Saran
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Re: Sabrina - Série (Netflix)

Mensagem não lida por Saran »

Saulo escreveu: 16 Abr 2023 18:10 Essa semana maratonei a Série Sabrina na Netflix. 4 temporadas e episódios em torno de uma hora.
O que imaginei ser as aventuras de uma jovem bruxa num mundo teen logo caiu por terra.
A estória na verdade conta a estória dessa jovem que ao chegar aos 16 anos tem um compromisso tradicional a cumprir - se batizar e dedicar sua vida ao Senhor das Trevas, que vai lhe conceder poderes, mas pode cobrar alguns 'serviços sujos'.
A princípio Sabrina reluta, pois deseja ser apenas uma adolescente normal, namorar, estudar e curtir a vida na sua pequena cidade. Porém, as circunstâncias e manipulações do mundo sombrio a obrigam a se consagrar ao Senhor das Trevas.

Isso é uma breve sinopse. A partir daqui vou tecer críticas que podem conter spoilers.

A escola que Sabrina também terá de frequentar é outra, não é mais seu colégio normal, mas uma escola de estudos ocultistas e aqui a situação toma proporções que muito remeter a QUALQUER IGREJA OU SEITA RADICAL.
O sacerdote local é um baita tirano, odeia a família Spellman (sobrenome paterno da Sabrina). O motivo dele odiar é que o pai de Sabrina tinha intenções de reformar o coven e torná-lo mais aberto à comunidade, com mais respeito às mulheres, e permitindo o casamento entre bruxos e não bruxos. Afinal, a própria Sabrina é uma mestiça neste aspecto.
Embora o sacerdote Blackwood odeie os Speelman's por esse modernismo, enquanto ele é um conservador ferrenho, o que ele ignora a todo o tempo é que o próprio Lucifer está pouco se importando com essas regras, e que a própria Sabrina é, digamos, tipo Jesus saca? Filha dele com a esposa do Sr. Speelman.

Uma coisa que encheu o saco na série, é que em determinados momentos parecia um conversa entre evangélicos, só que ao invés de "bendito seja" é "maldito seja". Vários termos do jargão evangélico é dito no antônimo, isso pode soar engraçado nos primeiros episódios, depois se torna terrivelmente cansativo, e isso perdura até o final da segunda temporada. Na terceira temporada, com a queda de Lúcifer e seu aprisionamento, esses termos reduzem, e o culto a Hécate, uma deusa feminina, torna o ambiente mais leve.

O fato é que a igreja das bruxas satanistas, é um ambiente tóxico, pesado, dominador, preconceituoso, misógino, com dialeto próprio, cheio de rituais, regras, restrição de liberdade, privação de contato com o mundo externo - Lembra algo que vocês conhecem?
E Sabrina queria se ver livre disso! (te lembram algo também?)

Na terceira temporada Sabrina consegue se dividir em duas idênticas - Uma delas governando o Inferno e outra levando sua vidinha mundana e feliz. Detalhe, ambas estavam felizes tirando o melhor de seus mundo.
Mais uma vez me lembrou algo - que bem que gostaríamos de poder usufruir o melhor de dois mundo. Ter os amigos e família, ter o mundo. Só que no inferno, Sabrina resolve administrar melhor que o pai, dar festas e tornar o ambiente com a sua cara.

Em determinado momento surge um outro coven de bruxas, as pagãs. Não vou adentrar neste ponto. Mas cabe apenas ressaltar que há uma baita rivalidade entre os deuses adorados.

Em determinados momento a série é pesada. Mortes, violência e afins. Harry Potter é programa para a família, Sabrina nem tanto - tire as crianças de perto. É sobre bruxas, mas lembra demais o mundo evangélico de igrejas restritas e fechadas.


Creio que a intenção por detrás da diversão é mostrar isso - Uma pessoa saindo de um ambiente fechado e querendo descobrir o mundo. Ter que enfrentar família, tradições, pais, figuras de poder, gente falsa e enganadora, se arriscar a perder tudo... e no caso de Sabrina, no final, realmente PERDER.

Eu tinha visto um tópico no Reddit sobre isso mas não achei.

Satanismo é um Cristianismo de cabeça pra baixo que pega tudo dos outros pra si. O pentagrama tem origem grega pra símbolo de energia. O Baphomet é um hoax de idade média pra ferrar com os templários mas no século 19 foi apropriado pela turma da Thelema.

Realmente, seitas como um todo são manifestações de poder e podem ser cristãs ou não.

Que eu saiba ela começa bem depois fica ruim
OCUPAR e RECONSTRUIR o Fórum...

E BANIR os:
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- Propagadores de Fake News
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