"Jesus era descendente de Davi"?
Enviado: 12 Mar 2011 16:18
Olá meu caríssimo amigo, Souza Matos! Muitas pessoas afirmam categóricamente que Jesus não era descendente de Davi. Os argumentos levantados para suster esse conceito são da maior parte, de pessoas que veemente renegam a historicidade de Jesus. Minha matéria comentará um pouco sobre o assunto. Queira analizá-la, ok?
A GENEALOGIA BÍBLICA É FIDEDIGNA
O estudante cuidadoso da genealogia bíblica não acusará os cronistas bíblicos de descuido, inexatidão ou exagero, no afã de glorificar a sua nação, uma tribo ou uma pessoa. Deve-se ter em mente que os que incluíram genealogias nos seus escritos (por exemplo, Esdras e Neemias) recorreram ao arquivo nacional e obtiveram sua matéria das fontes oficiais que lhes estavam disponíveis. (Veja CRÓNICAS, Os LIVROS DAS. ) Encontraram ali as informações que preenchiam suas necessidades.
Usaram estas listas para provar satisfatoriamente a todos o que era necessário provar naquele tempo.
Evidentemente, suas listas genealógicas foram plenamente aceitas por aqueles que viviam naquele tempo, que tinham acesso aos fatos e aos registros. Por conseguinte, temos de reconhecer a situação com a qual lidavam. Esdras e Neemias lidavam com esses assuntos em tempos de reorganização, e as genealogias que compilaram eram essenciais para o funcionamento de coisas vitais para a existência da nação.
Tais listas genealógicas forçosamente variavam de um período para outro; novos nomes eram acrescentados e outros
omitidos; frequentemente, apenas os mais importantes chefes de família eram mencionados nas listas que tratavam do passado mais remoto. Em alguns casos, nomes menos importantes talvez aparecessem em certas listas, por terem sido de interesse naquela época. As fontes empregadas em alguns casos possivelmente tenham fornecido apenas listas parciais. Algumas partes talvez faltassem, ou o próprio cronista pode ter omitido partes porque não eram necessárias para os seus objetivos. E não são necessárias para os nossos objetivos hoje.
Em alguns casos, talvez se introduzissem no texto erros de copista, especialmente na grafia de nomes. Mas estes não constituem problemas que influam significativamente nas linhagens necessárias para o nosso entendimento da Bíblia; nem afetam os fundamentos do cristianismo.Um exame cuidadoso da Bíblia eliminará a ideia falsa, às vezes apresentada, de que as genealogias antigas nos capítulos 5 e 11 de Génesis, e em outros livros bíblicos, contêm nomes imaginários ou fictícios, para acomodar alguma trama do cronista. Esses cronistas eram servos dedicados de Jeová, não nacionalistas; preocupavam-se com o nome de Jeová e os tratos dele com o Seu povo. Além disso, não apenas escritores bíblicos mencionaram muitas dessas pessoas como reais, mas Jesus Cristo também o fez. (Is 54:9; Ez 14:14, 20; Mt 24:38; Jo 8:56; Ro 5:14; ICo 15:22, 45; l Ti 2:13, 14; He 11:4, 5, 7, 31; Tg 2:25; Ju 14)
Refutar todo este testemunho significaria acusar o Deus da verdade de mentir, ou de necessitar de algum artificio ou expediente para promover a crença na sua Palavra. Significaria também negar a inspiração da Bíblia.Conforme declara o apóstolo: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender, para endireitar as coisas, para disciplinar em justiça, a fim de que o homem de Deus seja plenamente competente, completamen-te equipado para toda
boa obra." (2Ti 3:16, 17)
Portanto, podemos confiar plenamente nas genealogias registradas na Bíblia. Elas forneceram estatísticas vitais não só para o tempo em que foram escritas, mas
também para nós hoje. Por meio delas, temos plena garantia genealógica de que Jesus Cristo é a prometida, há muito aguardada. Semente de Abraão. Somos
grandemente ajudados a determinar a cronologia que remonta até Adão, algo que não se encontra em nenhuma outra fonte. Sabemos que Deus "fez de um só
homem toda nação dos homens, para morarem sobre a superfície inteira da terra". (At 17:26)
Vemos, deveras, que, "quando o Altíssimo deu às nações uma herança, quando separou uns dos outros os filhos de Adão, passou a fixar o termo dos povos com
respeito ao número dos filhos de Israel" (De 32:8), e entendemos como as nações são aparentadas.Por conhecer a origem da humanidade, que Adão era
originalmente "filho de Deus", e que todos descendemos de Adão (Lu 3:38), podemos entender claramente a declaração: "Assim como por intermédio de um só
homem entrou o pecado no mundo, e a morte por intermédio do pecado, e assim a morte se espalhou a todos os homens, porque todos tinham pecado." (Ro 5:12)
Também, este conhecimento torna compreensível de que modo Jesus Cristo pode ser "o último Adão" e o "Pai Eterno", e como pode ser que, "assim como em
Adão todos morrem, assim também em Cristo todos serão vivificados". (Is 9:6; ICo 15:22, 45) Podemos entender melhor o propósito de Deus, de fazer homens
obedientes retornar à relação de "filhos de Deus". (Ro 8:20, 21) Observamos que a benevolência de Jeová é expressa para com aqueles que o amam e que guardam
os Seus mandamentos, "até mil gerações". (De 7:9)
Observamos a sua veracidade qual Deus que cumpre seus pactos, e sua cuidadosa preservação dum registro histórico, em que podemos com segurança basear
nossa fé. A genealogia, bem como outros aspectos da Bíblia, provam que Deus é o grande Registrador e Preservador da história. Conselho de Paulo a Respeito de
Genealogias. O apóstolo Paulo, escrevendo por volta de 61-64 EC, disse a Timóteo que não prestasse atenção a "histórias falsas e a genealogias, que acabam em
nada, mas que fornecem mais questões para pesquisa do que uma dispensação de algo por Deus em conexão com a fé". (l Ti l )
A força deste aviso é melhor avaliada quando sabemos os extremos a que os judeus posteriormente iam na pesquisa de genealogias e quão minuciosamente
investigavam qualquer possível discrepância. O Talmude Babilónico (Pesahim 62b) faz a declaração de que "entre 'Azei' e 'Azei' [l Crónicas 8:38-9:44, um trecho
genealógico da Bíblia], eles estavam carregados com quatrocentos camelos de interpretações exe-géticas!" — Hebrew-English Edition ofthe Baby-lonian Tahnud
(Edição Hebraico-Inglês do Talmude Babilónico), traduzido por H. Freedman, Londres, 1967.
Não tinha sentido empenhar-se em estudar e em discutir tais assuntos, e ainda mais na época em que Paulo escreveu a Timóteo. Não era mais vital manter registros
genealógicos para provar a linhagem da pessoa, visto que Deus não reconhecia mais nenhuma diferença entre judeus e gentios na congregação cristã. (Gál 3:28) E os
registros genealógicos já tinham confirmado a descendência de Cristo através da linhagem de Davi. Também, não demoraria muito, depois de Paulo escrever esta
admoestação, até Jerusalém ser destruída, e junto com ela, os registros judaicos. Deus não os preservou.
Por conseguinte, Paulo estava ansioso que Timóteo e as congregações não fossem desviados para gastar tempo em pesquisas e em controvérsias a respeito de
assuntos da linhagem pessoal, que nada contribuíam para a fé cristã. A genealogia fornecida pela Bíblia é suficiente para provar o Mes-siado de Cristo, que é a
questão genealógica de importância primária para os cristãos. As outras genealogias bíblicas constituem testemunho da autenticidade do registro bíblico, manifestando
claramente que ela é um relato genuinamente histórico. Vamos agora passar para a "genealogia de Jesus.
GENEALOGIA DE JESUS CRISTO.
No primeiro capítulo de Mateus encontramos a genealogia de Jesus a partir de Abraão. Em Lucas, capítulo 3, encontra-se
uma genealogia que remonta a "Adão, filho de Deus". A genealogia de Jesus é a única fornecida nas Escrituras Gregas Cristãs. Parte desta genealogia aparece em l Crónicas, capítulos l a 3, desde Adão, passando por Salomão e Zorobabel. Os livros de Génesis e de Rute, em conjunto, fornecem a linhagem de Adão a Davi.
As últimas três listas (Génesis/Rute, l Crónicas e Lucas) concordam plenamente desde Adão até Arpaxade (Arfaxade), com pequenas diferenças quanto a certos nomes, tais como Quenã, que é "Cainã", em Lucas 3:37. As listas de Crónicas e de Génesis/Rute concordam até Davi, encontrando-se no relato de Lucas outro "Cainã" entre Arfaxade e Sela. — Lu 3:35, 36.
Desde Salomão até Zorobabel, o registro de Crónicas e Mateus concordam de modo geral, sendo que Mateus omite alguns nomes. Estas diferenças, e as diferenças no relato de Lucas, desde Davi até Jesus, serão consideradas mais adiante. Debaixo de GENEALOGIA, mostramos que, além de muitos registros familiares, particulares, os judeus mantinham registros públicos de genealogias, e que cronistas tais como Esdras tinham acesso a eles, ao compilarem suas listas; também, que
existiam registros públicos no primeiro século, evidentemente até 70 EC. A questão de o Messias descender de Abraão, através de Davi, era para eles de importância primária. De modo que podemos confiar em que tanto Mateus como Lucas consultaram estas tabelas genealógicas.
Confiabilidade das Genealogias nos Evangelhos.
Surge a questão: Por que omite Mateus alguns nomes contidos nas listas de outros cronistas? Em primeiro lugar, para se provar uma genealogia, não é necessário dar o nome de cada elo na linhagem. Por exemplo, Esdras, para provar sua linhagem sacerdotal, em Esdras 7:1-5, omitiu diversos nomes constantes na lista da linhagem sacerdotal em l Crónicas 6:1-15.
Obviamente, não era essencial dar o nome de todos estes antepassados para satisfazer os judeus quanto à linhagem
sacerdotal dele. Algo similar ocorre com Mateus: Sem dúvida, ele usou o registro público e copiou dele, se não todos os nomes, pelo menos os necessários para provar que Jesus descendia de Abraão e de Davi. Ele tinha também acesso às Escrituras Hebraicas, que podia consultar junto com os registros públicos oficiais. — Compare Ru 4:12, 18-22, com Mt 1:3-6.
As listas tanto de Mateus como de Lucas eram de nomes publicamente reconhecidos como autênticos pêlos judeus daqueles tempos. Os escribas e os fariseus, bem como os saduceus, eram ferrenhos inimigos do cristianismo, e eles se valeriam de qualquer argumento possível para desacreditar Jesus, mas é digno de nota que nunca questionaram estas genealogias. Se a genealogia de Jesus, apresentada quer por Mateus, quer por Lucas, estivesse errada, que oportunidade isso teria sido
para estes oponentes provarem isto na ocasião! Pois, até 70 EC, eles evidentemente tinham livre acesso aos registros genealógicos públicos e às Escrituras.
O mesmo se dá com os inimigos pagãos do cristianismo, no primeiro século, muitos dos quais, assim como aqueles judeus, sendo homens eruditos, teriam indicado prontamente qualquer evidência de que estas listas de Mateus e de Lucas não eram autênticas e eram contraditórias. Mas não há registro de que estes primitivos inimigos pagãos atacassem os cristãos nesta base.
Também, tanto Mateus como Lucas alcançaram seu objetivo, e isso era tudo o que era necessário. Para provar que Jesus descendia de Abraão e de Davi, não era necessário criar uma nova genealogia. Tudo o que tinham de fazer era copiar tabelas públicas que a nação aceitava plenamente com respeito à linhagem de Davi e do sacerdócio, e todos os outros assuntos que exigiam prova da linhagem da pessoa. (Veja Lu 1:5; 2:3-5; Ro 11:1.) Mesmo que houvesse omissões nestas tabelas, isso não detrairia daquilo que esses escritores de Evangelhos pretenderam e realmente conseguiram fazer, a saber, apresentar prova legal e publicamente reconhecida da genealogia de Jesus, o Messias.
Problemas na Genealogia de Jesus Registrada por Mateus.
Mateus divide a genealogia de Abraão a Jesus em três seções de 14 gerações cada uma. (Mt 1:17) Esta divisão pode ter sido feita como ajuda para a memória. No entanto, ao contarmos os nomes, verificamos que totalizam 41, em vez de 42. Uma sugestão a respeito de como podem ser contados é a seguinte: Contar os nomes de Abraão até Davi, 14 nomes; usar então Davi como nome inicial do segundo grupo de 14, tendo Josias por último; finalmente, encabeçar a terceira série de 14 nomes com Jeconias (Joaquim) e terminá-la com Jesus. Note que Mateus repete o nome de Davi como o último dos primeiros 14 nomes e como o primeiro dos próximos 14. Daí, ele repete a expressão "deportação para Babilónia", que ele relaciona com Josias e seus filhos. — Mt 1:17.
Conforme já declarado, Mateus pode ter copiado sua lista de forma exara do registro público que ele usou, ou pode ter propositadamente omitido alguns elos, pretendendo ajudar a memória. No entanto, uma sugestão a respeito da omissão aqui de três reis da linhagem de Davi, entre Jeorão e Uzias (Azarias), é que Jeorão se casou com a iníqua Atalia, filha de Jezabel, da casa de Acabe, introduzindo assim esta estirpe condenada por Deus na linhagem dos reis de Judá. (IRs 21:20-26;
2Rs 8:25-27)
Após mencionar Jeorão como primeiro na aliança iníqua, Mateus omite os nomes dos próximos três reis até a quarta geração, Acazias, Jeoás e Amazias, os frutos desta aliança. — Compare Mt 1:8 com ICr 3:10-12. Mateus indica que Zorobabel era filho de Sealtiel (Mt 1:12), e isto coincide com outras referências. (Esd 3:2; Ne 12:1; Ag 1:14; Lu 3:27) No entanto, em l Crónicas 3:19, Zorobabel é chamado de filho de Pedalas. Evidentemente, Zorobabel era filho do próprio Pedaías e filho legal de Sealtiel, em razão de casamento de cunhado; ou, possivelmente, depois de falecer Pedaías, pai de Zorobabel, este foi criado por Sealtiel como seu próprio filho e por isso passou a ser reconhecido legalmente como filho de Sealtiel.
Um Problema na Genealogia de Jesus Registrada por Lucas.
Cópias manuscritas disponíveis de Lucas alistam um segundo "Cainã" entre Arfaxade (Arpaxade) e Sela. (Lu 3:35, 36; compare isso com Gên 10:24; 11:12; ICr 1:18, 24.) A maioria dos peritos considera isso como erro de copista. Nas Escrituras Hebraicas, não se encontra "Cainã" nesta posição relativa nas listas genealógicas nos textos hebraico e samaritano, nem em qualquer dos Targuns ou das versões exceto na Septuaginta grega.
E não parece que se encontrava mesmo nas primitivas cópias da Septuaginta, porque Josefo, que usualmente seguia a Septuaginta, alista a seguir Seles (Sela) como filho de Arfaxades (Arpaxade). (Jewish Antiquities [Antiguidades Judaicas], I, 146 [vi, 4]) Os antigos escritores Irineu, Africano, Eusébio e Jerônimo rejeitam o segundo "Cainã" como interpolação nas cópias do relato de Lucas.
Por que diferem as genealogias de Jesus Cristo conforme apresentadas por Mateus e por Lucas?
A diferença entre quase todos os nomes na genealogia de Jesus registrada por Lucas em comparação com a apresentada por Mateus é prontamente resolvida pelo fato de que Lucas traçou a linhagem de Jesus através de Nata, filho de Davi, em vez de através de Salomão, conforme fez Mateus. (Lu 3:31; Mt 1:6, 7) Lucas, evidentemente, segue os antepassados de Maria, mostrando assim ter sido Jesus descendente natural de Davi, ao passo que Mateus mostra o direito legal de Jesus ao trono de Davi, por ele descender de Salomão através de José, que era legalmente o pai de Jesus.
Tanto Mateus como Lucas indicam que José não era o pai verdadeiro de Jesus, mas apenas seu pai adotivo, que lhe concedeu o direito legal. Mateus se afasta do estilo usado em toda a sua genealogia quando chega a Jesus, dizendo: "Jacó tornou-se pai de José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo." (Mt 1:16) Note que ele não diz que 'José tornou-se pai de Jesus', rnas que ele era "marido de Maria, da qual nasceu Jesus". Lucas é ainda mais incisivo quando, depois de primeiro mostrar que Jesus na realidade era o Filho de Deus por intermédio de Maria (Lu 1:32-35), ele diz: "Jesus . . . sendo, como era a opinião, filho de José, filho de Eli." — Lu 3:23.
Visto que Jesus não era filho do próprio José, mas era o Filho de Deus, a genealogia de Jesus, por Lucas, provaria que ele era, por nascimento humano, filho de Davi, por meio da sua mãe, Maria. Sobre as genealogias de Jesus, apresentadas por Mateus e por Lucas, Frederic Louis Godet escreveu: "Este estudo detalhado do texto nos leva assim a admitir — 1. Que o registro genealógico de Lucas é o de Eli, avô de Jesus; 2. Que, visto esta filiação de Jesus com Eli ser expressamente oposta à Sua filiação com José, o documento que ele preservou para nós, no conceito dele, não pode ser nada mais do que a genealogia de Jesus através de Maria.
Mas, por que não menciona Lucas a Maria, e por que passa logo de Jesus para o Seu avô? Sentimentos antigos não condiziam com a menção da mãe como elo genealógico. Entre os gregos, o homem era filho do seu pai, não da sua mãe; e entre os judeus, o adágio era: 'Genus matris non vocatur genus ["O descendente da mãe não é chamado descendente (dela)"]' ('Baba bathra', 110, a)." — Commentary on Luke (Comentário Sobre Lucas), 1981, p. 129.
Na realidade, cada genealogia (a tabela de Mateus e a de Lucas) mostra sua descendência de Davi, através de Salomão e através de Nata. (Mt 1:6; Lu 3:31) Ao examinarmos as listas de Mateus e de Lucas, verificamos que, depois de divergirem em Salomão e Nata, elas incidem outra vez em duas pessoas, Sealtiel e Zorobabel. Isto pode ser explicado da seguinte forma: Sealtiel era filho de Jeconias; talvez por casamento com a filha de Néri, ele se tornou genro de Néri, sendo assim chamado "filho de Néri". É também possível que Néri não tivesse filhos, de modo que Sealtiel foi contado como seu "filho" também por este motivo. Zorobabel, que provavelmente era mesmo filho de Pe-daías, foi legalmente considerado como filho de Sealtiel, conforme já antes explicado. — Veja Mt 1:12;Lu 3:27; ICr 3:17-19.
Daí, os relatos indicam que Zorobabel teve dois filhos, Resa e Abiúde, as linhagens separando-se de novo neste ponto. (Estes talvez não fossem realmente filhos, mas sim descendentes, ou, pelo menos um, talvez genro. Veja ICr 3:19.) (Lu 3:27; Mt 1:13) As genealogias de Jesus, tanto por Mateus como por Lucas, divergem aqui daquela encontrada em l Crónicas, capítulo 3. Isto talvez se deva a que diversos nomes foram propositalmente omitidos por Mateus e possivelmente também por Lucas. Mas, deve-se ter em mente o fato de que essas diferenças nas listas genealógicas de Mateus e de Lucas bem provavelmente são as já presentes nos registros genealógicos então em uso e plenamente aceitos pêlos judeus, e não eram mudanças feitas por Mateus e por Lucas.
Portanto, podemos concluir que as duas listas, de Mateus e de Lucas, conjugam as duas verdades, a saber: (1) que Jesus era realmente o Filho de Deus e o herdeiro natural do Reino pelo nascimento milagroso por meio da virgem Maria, da linhagem de Davi, e (2) que Jesus era também o herdeiro legal na linhagem masculina descendente de Davi e de Salomão, por meio do seu pai adotivo, José. (Lu 1:32, 35; Ro 1:1-4) Se houvesse alguma acusação por parte de judeus hostis, de que o nascimento de Jesus era ilegítimo, o fato de que José, apercebido das circunstâncias, casou-se com Maria e deu-lhe a proteção do seu bom nome e da sua linhagem real, refutaria tal calúnia.
As listagens nas escrituras:[/color
Aqui eu queria colocar uma imagem, mas não sei como fazer isso, se voce quiser ver as imagens, me dê as dicas de como fazer!
"ESTUDOS PERPICAZ DAS ESCRITURAS"- Pag. 195-200
A GENEALOGIA BÍBLICA É FIDEDIGNA
O estudante cuidadoso da genealogia bíblica não acusará os cronistas bíblicos de descuido, inexatidão ou exagero, no afã de glorificar a sua nação, uma tribo ou uma pessoa. Deve-se ter em mente que os que incluíram genealogias nos seus escritos (por exemplo, Esdras e Neemias) recorreram ao arquivo nacional e obtiveram sua matéria das fontes oficiais que lhes estavam disponíveis. (Veja CRÓNICAS, Os LIVROS DAS. ) Encontraram ali as informações que preenchiam suas necessidades.
Usaram estas listas para provar satisfatoriamente a todos o que era necessário provar naquele tempo.
Evidentemente, suas listas genealógicas foram plenamente aceitas por aqueles que viviam naquele tempo, que tinham acesso aos fatos e aos registros. Por conseguinte, temos de reconhecer a situação com a qual lidavam. Esdras e Neemias lidavam com esses assuntos em tempos de reorganização, e as genealogias que compilaram eram essenciais para o funcionamento de coisas vitais para a existência da nação.
Tais listas genealógicas forçosamente variavam de um período para outro; novos nomes eram acrescentados e outros
omitidos; frequentemente, apenas os mais importantes chefes de família eram mencionados nas listas que tratavam do passado mais remoto. Em alguns casos, nomes menos importantes talvez aparecessem em certas listas, por terem sido de interesse naquela época. As fontes empregadas em alguns casos possivelmente tenham fornecido apenas listas parciais. Algumas partes talvez faltassem, ou o próprio cronista pode ter omitido partes porque não eram necessárias para os seus objetivos. E não são necessárias para os nossos objetivos hoje.
Em alguns casos, talvez se introduzissem no texto erros de copista, especialmente na grafia de nomes. Mas estes não constituem problemas que influam significativamente nas linhagens necessárias para o nosso entendimento da Bíblia; nem afetam os fundamentos do cristianismo.Um exame cuidadoso da Bíblia eliminará a ideia falsa, às vezes apresentada, de que as genealogias antigas nos capítulos 5 e 11 de Génesis, e em outros livros bíblicos, contêm nomes imaginários ou fictícios, para acomodar alguma trama do cronista. Esses cronistas eram servos dedicados de Jeová, não nacionalistas; preocupavam-se com o nome de Jeová e os tratos dele com o Seu povo. Além disso, não apenas escritores bíblicos mencionaram muitas dessas pessoas como reais, mas Jesus Cristo também o fez. (Is 54:9; Ez 14:14, 20; Mt 24:38; Jo 8:56; Ro 5:14; ICo 15:22, 45; l Ti 2:13, 14; He 11:4, 5, 7, 31; Tg 2:25; Ju 14)
Refutar todo este testemunho significaria acusar o Deus da verdade de mentir, ou de necessitar de algum artificio ou expediente para promover a crença na sua Palavra. Significaria também negar a inspiração da Bíblia.Conforme declara o apóstolo: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender, para endireitar as coisas, para disciplinar em justiça, a fim de que o homem de Deus seja plenamente competente, completamen-te equipado para toda
boa obra." (2Ti 3:16, 17)
Portanto, podemos confiar plenamente nas genealogias registradas na Bíblia. Elas forneceram estatísticas vitais não só para o tempo em que foram escritas, mas
também para nós hoje. Por meio delas, temos plena garantia genealógica de que Jesus Cristo é a prometida, há muito aguardada. Semente de Abraão. Somos
grandemente ajudados a determinar a cronologia que remonta até Adão, algo que não se encontra em nenhuma outra fonte. Sabemos que Deus "fez de um só
homem toda nação dos homens, para morarem sobre a superfície inteira da terra". (At 17:26)
Vemos, deveras, que, "quando o Altíssimo deu às nações uma herança, quando separou uns dos outros os filhos de Adão, passou a fixar o termo dos povos com
respeito ao número dos filhos de Israel" (De 32:8), e entendemos como as nações são aparentadas.Por conhecer a origem da humanidade, que Adão era
originalmente "filho de Deus", e que todos descendemos de Adão (Lu 3:38), podemos entender claramente a declaração: "Assim como por intermédio de um só
homem entrou o pecado no mundo, e a morte por intermédio do pecado, e assim a morte se espalhou a todos os homens, porque todos tinham pecado." (Ro 5:12)
Também, este conhecimento torna compreensível de que modo Jesus Cristo pode ser "o último Adão" e o "Pai Eterno", e como pode ser que, "assim como em
Adão todos morrem, assim também em Cristo todos serão vivificados". (Is 9:6; ICo 15:22, 45) Podemos entender melhor o propósito de Deus, de fazer homens
obedientes retornar à relação de "filhos de Deus". (Ro 8:20, 21) Observamos que a benevolência de Jeová é expressa para com aqueles que o amam e que guardam
os Seus mandamentos, "até mil gerações". (De 7:9)
Observamos a sua veracidade qual Deus que cumpre seus pactos, e sua cuidadosa preservação dum registro histórico, em que podemos com segurança basear
nossa fé. A genealogia, bem como outros aspectos da Bíblia, provam que Deus é o grande Registrador e Preservador da história. Conselho de Paulo a Respeito de
Genealogias. O apóstolo Paulo, escrevendo por volta de 61-64 EC, disse a Timóteo que não prestasse atenção a "histórias falsas e a genealogias, que acabam em
nada, mas que fornecem mais questões para pesquisa do que uma dispensação de algo por Deus em conexão com a fé". (l Ti l )
A força deste aviso é melhor avaliada quando sabemos os extremos a que os judeus posteriormente iam na pesquisa de genealogias e quão minuciosamente
investigavam qualquer possível discrepância. O Talmude Babilónico (Pesahim 62b) faz a declaração de que "entre 'Azei' e 'Azei' [l Crónicas 8:38-9:44, um trecho
genealógico da Bíblia], eles estavam carregados com quatrocentos camelos de interpretações exe-géticas!" — Hebrew-English Edition ofthe Baby-lonian Tahnud
(Edição Hebraico-Inglês do Talmude Babilónico), traduzido por H. Freedman, Londres, 1967.
Não tinha sentido empenhar-se em estudar e em discutir tais assuntos, e ainda mais na época em que Paulo escreveu a Timóteo. Não era mais vital manter registros
genealógicos para provar a linhagem da pessoa, visto que Deus não reconhecia mais nenhuma diferença entre judeus e gentios na congregação cristã. (Gál 3:28) E os
registros genealógicos já tinham confirmado a descendência de Cristo através da linhagem de Davi. Também, não demoraria muito, depois de Paulo escrever esta
admoestação, até Jerusalém ser destruída, e junto com ela, os registros judaicos. Deus não os preservou.
Por conseguinte, Paulo estava ansioso que Timóteo e as congregações não fossem desviados para gastar tempo em pesquisas e em controvérsias a respeito de
assuntos da linhagem pessoal, que nada contribuíam para a fé cristã. A genealogia fornecida pela Bíblia é suficiente para provar o Mes-siado de Cristo, que é a
questão genealógica de importância primária para os cristãos. As outras genealogias bíblicas constituem testemunho da autenticidade do registro bíblico, manifestando
claramente que ela é um relato genuinamente histórico. Vamos agora passar para a "genealogia de Jesus.
GENEALOGIA DE JESUS CRISTO.
No primeiro capítulo de Mateus encontramos a genealogia de Jesus a partir de Abraão. Em Lucas, capítulo 3, encontra-se
uma genealogia que remonta a "Adão, filho de Deus". A genealogia de Jesus é a única fornecida nas Escrituras Gregas Cristãs. Parte desta genealogia aparece em l Crónicas, capítulos l a 3, desde Adão, passando por Salomão e Zorobabel. Os livros de Génesis e de Rute, em conjunto, fornecem a linhagem de Adão a Davi.
As últimas três listas (Génesis/Rute, l Crónicas e Lucas) concordam plenamente desde Adão até Arpaxade (Arfaxade), com pequenas diferenças quanto a certos nomes, tais como Quenã, que é "Cainã", em Lucas 3:37. As listas de Crónicas e de Génesis/Rute concordam até Davi, encontrando-se no relato de Lucas outro "Cainã" entre Arfaxade e Sela. — Lu 3:35, 36.
Desde Salomão até Zorobabel, o registro de Crónicas e Mateus concordam de modo geral, sendo que Mateus omite alguns nomes. Estas diferenças, e as diferenças no relato de Lucas, desde Davi até Jesus, serão consideradas mais adiante. Debaixo de GENEALOGIA, mostramos que, além de muitos registros familiares, particulares, os judeus mantinham registros públicos de genealogias, e que cronistas tais como Esdras tinham acesso a eles, ao compilarem suas listas; também, que
existiam registros públicos no primeiro século, evidentemente até 70 EC. A questão de o Messias descender de Abraão, através de Davi, era para eles de importância primária. De modo que podemos confiar em que tanto Mateus como Lucas consultaram estas tabelas genealógicas.
Confiabilidade das Genealogias nos Evangelhos.
Surge a questão: Por que omite Mateus alguns nomes contidos nas listas de outros cronistas? Em primeiro lugar, para se provar uma genealogia, não é necessário dar o nome de cada elo na linhagem. Por exemplo, Esdras, para provar sua linhagem sacerdotal, em Esdras 7:1-5, omitiu diversos nomes constantes na lista da linhagem sacerdotal em l Crónicas 6:1-15.
Obviamente, não era essencial dar o nome de todos estes antepassados para satisfazer os judeus quanto à linhagem
sacerdotal dele. Algo similar ocorre com Mateus: Sem dúvida, ele usou o registro público e copiou dele, se não todos os nomes, pelo menos os necessários para provar que Jesus descendia de Abraão e de Davi. Ele tinha também acesso às Escrituras Hebraicas, que podia consultar junto com os registros públicos oficiais. — Compare Ru 4:12, 18-22, com Mt 1:3-6.
As listas tanto de Mateus como de Lucas eram de nomes publicamente reconhecidos como autênticos pêlos judeus daqueles tempos. Os escribas e os fariseus, bem como os saduceus, eram ferrenhos inimigos do cristianismo, e eles se valeriam de qualquer argumento possível para desacreditar Jesus, mas é digno de nota que nunca questionaram estas genealogias. Se a genealogia de Jesus, apresentada quer por Mateus, quer por Lucas, estivesse errada, que oportunidade isso teria sido
para estes oponentes provarem isto na ocasião! Pois, até 70 EC, eles evidentemente tinham livre acesso aos registros genealógicos públicos e às Escrituras.
O mesmo se dá com os inimigos pagãos do cristianismo, no primeiro século, muitos dos quais, assim como aqueles judeus, sendo homens eruditos, teriam indicado prontamente qualquer evidência de que estas listas de Mateus e de Lucas não eram autênticas e eram contraditórias. Mas não há registro de que estes primitivos inimigos pagãos atacassem os cristãos nesta base.
Também, tanto Mateus como Lucas alcançaram seu objetivo, e isso era tudo o que era necessário. Para provar que Jesus descendia de Abraão e de Davi, não era necessário criar uma nova genealogia. Tudo o que tinham de fazer era copiar tabelas públicas que a nação aceitava plenamente com respeito à linhagem de Davi e do sacerdócio, e todos os outros assuntos que exigiam prova da linhagem da pessoa. (Veja Lu 1:5; 2:3-5; Ro 11:1.) Mesmo que houvesse omissões nestas tabelas, isso não detrairia daquilo que esses escritores de Evangelhos pretenderam e realmente conseguiram fazer, a saber, apresentar prova legal e publicamente reconhecida da genealogia de Jesus, o Messias.
Problemas na Genealogia de Jesus Registrada por Mateus.
Mateus divide a genealogia de Abraão a Jesus em três seções de 14 gerações cada uma. (Mt 1:17) Esta divisão pode ter sido feita como ajuda para a memória. No entanto, ao contarmos os nomes, verificamos que totalizam 41, em vez de 42. Uma sugestão a respeito de como podem ser contados é a seguinte: Contar os nomes de Abraão até Davi, 14 nomes; usar então Davi como nome inicial do segundo grupo de 14, tendo Josias por último; finalmente, encabeçar a terceira série de 14 nomes com Jeconias (Joaquim) e terminá-la com Jesus. Note que Mateus repete o nome de Davi como o último dos primeiros 14 nomes e como o primeiro dos próximos 14. Daí, ele repete a expressão "deportação para Babilónia", que ele relaciona com Josias e seus filhos. — Mt 1:17.
Conforme já declarado, Mateus pode ter copiado sua lista de forma exara do registro público que ele usou, ou pode ter propositadamente omitido alguns elos, pretendendo ajudar a memória. No entanto, uma sugestão a respeito da omissão aqui de três reis da linhagem de Davi, entre Jeorão e Uzias (Azarias), é que Jeorão se casou com a iníqua Atalia, filha de Jezabel, da casa de Acabe, introduzindo assim esta estirpe condenada por Deus na linhagem dos reis de Judá. (IRs 21:20-26;
2Rs 8:25-27)
Após mencionar Jeorão como primeiro na aliança iníqua, Mateus omite os nomes dos próximos três reis até a quarta geração, Acazias, Jeoás e Amazias, os frutos desta aliança. — Compare Mt 1:8 com ICr 3:10-12. Mateus indica que Zorobabel era filho de Sealtiel (Mt 1:12), e isto coincide com outras referências. (Esd 3:2; Ne 12:1; Ag 1:14; Lu 3:27) No entanto, em l Crónicas 3:19, Zorobabel é chamado de filho de Pedalas. Evidentemente, Zorobabel era filho do próprio Pedaías e filho legal de Sealtiel, em razão de casamento de cunhado; ou, possivelmente, depois de falecer Pedaías, pai de Zorobabel, este foi criado por Sealtiel como seu próprio filho e por isso passou a ser reconhecido legalmente como filho de Sealtiel.
Um Problema na Genealogia de Jesus Registrada por Lucas.
Cópias manuscritas disponíveis de Lucas alistam um segundo "Cainã" entre Arfaxade (Arpaxade) e Sela. (Lu 3:35, 36; compare isso com Gên 10:24; 11:12; ICr 1:18, 24.) A maioria dos peritos considera isso como erro de copista. Nas Escrituras Hebraicas, não se encontra "Cainã" nesta posição relativa nas listas genealógicas nos textos hebraico e samaritano, nem em qualquer dos Targuns ou das versões exceto na Septuaginta grega.
E não parece que se encontrava mesmo nas primitivas cópias da Septuaginta, porque Josefo, que usualmente seguia a Septuaginta, alista a seguir Seles (Sela) como filho de Arfaxades (Arpaxade). (Jewish Antiquities [Antiguidades Judaicas], I, 146 [vi, 4]) Os antigos escritores Irineu, Africano, Eusébio e Jerônimo rejeitam o segundo "Cainã" como interpolação nas cópias do relato de Lucas.
Por que diferem as genealogias de Jesus Cristo conforme apresentadas por Mateus e por Lucas?
A diferença entre quase todos os nomes na genealogia de Jesus registrada por Lucas em comparação com a apresentada por Mateus é prontamente resolvida pelo fato de que Lucas traçou a linhagem de Jesus através de Nata, filho de Davi, em vez de através de Salomão, conforme fez Mateus. (Lu 3:31; Mt 1:6, 7) Lucas, evidentemente, segue os antepassados de Maria, mostrando assim ter sido Jesus descendente natural de Davi, ao passo que Mateus mostra o direito legal de Jesus ao trono de Davi, por ele descender de Salomão através de José, que era legalmente o pai de Jesus.
Tanto Mateus como Lucas indicam que José não era o pai verdadeiro de Jesus, mas apenas seu pai adotivo, que lhe concedeu o direito legal. Mateus se afasta do estilo usado em toda a sua genealogia quando chega a Jesus, dizendo: "Jacó tornou-se pai de José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo." (Mt 1:16) Note que ele não diz que 'José tornou-se pai de Jesus', rnas que ele era "marido de Maria, da qual nasceu Jesus". Lucas é ainda mais incisivo quando, depois de primeiro mostrar que Jesus na realidade era o Filho de Deus por intermédio de Maria (Lu 1:32-35), ele diz: "Jesus . . . sendo, como era a opinião, filho de José, filho de Eli." — Lu 3:23.
Visto que Jesus não era filho do próprio José, mas era o Filho de Deus, a genealogia de Jesus, por Lucas, provaria que ele era, por nascimento humano, filho de Davi, por meio da sua mãe, Maria. Sobre as genealogias de Jesus, apresentadas por Mateus e por Lucas, Frederic Louis Godet escreveu: "Este estudo detalhado do texto nos leva assim a admitir — 1. Que o registro genealógico de Lucas é o de Eli, avô de Jesus; 2. Que, visto esta filiação de Jesus com Eli ser expressamente oposta à Sua filiação com José, o documento que ele preservou para nós, no conceito dele, não pode ser nada mais do que a genealogia de Jesus através de Maria.
Mas, por que não menciona Lucas a Maria, e por que passa logo de Jesus para o Seu avô? Sentimentos antigos não condiziam com a menção da mãe como elo genealógico. Entre os gregos, o homem era filho do seu pai, não da sua mãe; e entre os judeus, o adágio era: 'Genus matris non vocatur genus ["O descendente da mãe não é chamado descendente (dela)"]' ('Baba bathra', 110, a)." — Commentary on Luke (Comentário Sobre Lucas), 1981, p. 129.
Na realidade, cada genealogia (a tabela de Mateus e a de Lucas) mostra sua descendência de Davi, através de Salomão e através de Nata. (Mt 1:6; Lu 3:31) Ao examinarmos as listas de Mateus e de Lucas, verificamos que, depois de divergirem em Salomão e Nata, elas incidem outra vez em duas pessoas, Sealtiel e Zorobabel. Isto pode ser explicado da seguinte forma: Sealtiel era filho de Jeconias; talvez por casamento com a filha de Néri, ele se tornou genro de Néri, sendo assim chamado "filho de Néri". É também possível que Néri não tivesse filhos, de modo que Sealtiel foi contado como seu "filho" também por este motivo. Zorobabel, que provavelmente era mesmo filho de Pe-daías, foi legalmente considerado como filho de Sealtiel, conforme já antes explicado. — Veja Mt 1:12;Lu 3:27; ICr 3:17-19.
Daí, os relatos indicam que Zorobabel teve dois filhos, Resa e Abiúde, as linhagens separando-se de novo neste ponto. (Estes talvez não fossem realmente filhos, mas sim descendentes, ou, pelo menos um, talvez genro. Veja ICr 3:19.) (Lu 3:27; Mt 1:13) As genealogias de Jesus, tanto por Mateus como por Lucas, divergem aqui daquela encontrada em l Crónicas, capítulo 3. Isto talvez se deva a que diversos nomes foram propositalmente omitidos por Mateus e possivelmente também por Lucas. Mas, deve-se ter em mente o fato de que essas diferenças nas listas genealógicas de Mateus e de Lucas bem provavelmente são as já presentes nos registros genealógicos então em uso e plenamente aceitos pêlos judeus, e não eram mudanças feitas por Mateus e por Lucas.
Portanto, podemos concluir que as duas listas, de Mateus e de Lucas, conjugam as duas verdades, a saber: (1) que Jesus era realmente o Filho de Deus e o herdeiro natural do Reino pelo nascimento milagroso por meio da virgem Maria, da linhagem de Davi, e (2) que Jesus era também o herdeiro legal na linhagem masculina descendente de Davi e de Salomão, por meio do seu pai adotivo, José. (Lu 1:32, 35; Ro 1:1-4) Se houvesse alguma acusação por parte de judeus hostis, de que o nascimento de Jesus era ilegítimo, o fato de que José, apercebido das circunstâncias, casou-se com Maria e deu-lhe a proteção do seu bom nome e da sua linhagem real, refutaria tal calúnia.
As listagens nas escrituras:[/color
Aqui eu queria colocar uma imagem, mas não sei como fazer isso, se voce quiser ver as imagens, me dê as dicas de como fazer!
"ESTUDOS PERPICAZ DAS ESCRITURAS"- Pag. 195-200