Me identifiquei bastante com este tópico. Obrigado, Rafidhi por falar sobre o tema, Deusmeodeia por complementar e Ronildo Araujo por ponderar com suas argumentações.
Li tudo o que vocês escreveram, até o artigo sugerido pelo Ronildo, e peço licença para entrar na discussão. Eu, hoje, estou mais para o lado do Rafidhi do que para o lado do Ronildo Araujo.
Antes de mais nada quero deixar claro que acredito em Deus. Como eu acho que nunca interagi antes com nenhum dos três citados, um resumo: sou TJ, infiltrado, mas já fui católico (fiz catequese quando criança, mas nunca fui praticante) e umbandista na adolescência. Tive um hiato de religião até cair no laço da Torre de Vigia.
Mas falando sobre Deus... Acredito nele, em sua criação, em seu filho Jesus, no resgate, no amor bíblico e até mesmo no futuro paraíso - terrestre ou não, sei lá. Não me prendo mais a isso. Não acredito, hoje, que haja um inferno de tormento eterno. Estou mais pro lado da destruição do que do sofrimento, ou seja, mais pra doutrina TJ nesse ponto do que pra Católica e Espírita.
Enfim... Mas eu "travo" na mesma questão do Rafidhi. POR QUE? Por que Deus permite o sofrimento? A explicação TJ eu não engulo mais. E a explicação do Ronildo também não me satisfaz.
Com todo respeito que a sua argumentação e fé merece, Ronildo, pra mim é uma resposta insuficiente. Tá certo que devemos viver o presente e nos pautar pelo amor das boas obras do Cristianismo. Eu mesmo sempre falo isso em casa e para TJs mais próximos, que os ensinamentos de Cristo são irrefutáveis, livres de doutrinas humanas deturpadas em sua maioria. Mas mesmo assim essa inquietação do "por que" me mata. E dói MUITO quando os males chegam em nossa carne.Ronildo disse: "Acredito que um dia saberemos exatamente porque Deus permitiu que o mal imperasse por tanto tempo"
Ronildo, acima você citou "tantos crimes" para o Rafidhi, no mesmo tom que a Torre fala sobre os "tempos difíceis de manejar". De fato são mesmo, tempos horríveis. Mas quando essas coisas acontecem dentro da sua casa e você sente na pele mesmo, você passa a enxergar o mundo de outra forma.
Não estou dizendo que você não tenha passado por alguma coisa nesse sentido. Na verdade eu não sei, pois não lhe conheço. Seria leviano da minha parte fazer tal afirmação. Mas digo por mim: é muito difícil. Complicado demais. Hoje procuro respostas que não tenho e a angústia corrói a minha alma. Busco por saídas que não encontro. Soluções que não existem.
Mas o amor... Sim. Eu me apego a ele. A 1ª carta de Paulo aos Coríntios, capítulo 13, é simplesmente maravilhosa. Ela descreve um pouco do amor que Cristo nos ensinou a ter a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, como os dois principais mandamentos. Para não surtar, tenho focado minha vida nisso. Mas te falo, de coração aberto, que ainda é pouco.
Não acho justo, da parte de um Deus tão bom e poderoso - e justo (!!!) - sofrermos tanto para que ele prove o seu ponto de vista de alguma coisa para alguém. Na doutrina TJ, rola a discussão com o Diabo. Na Católica, o tal "segredo" que ninguém sabe e ninguém ousa perguntar. "É porque Deus quer" e ponto final, não questione. Já para os espíritas, independentemente da ramificação - kardecistas, umbandistas, etc - o sofrimento na matéria faz parte da evolução espiritual necessária. Mas necessária pra que, gente? Para qual finalidade?
Não é à toa que a taxa de suicídios está subindo drasticamente no mundo. É triste, de fato, mas compreensível. As coisas aqui não fazem muito sentido.