Gostaria que tivessem me pedido as provas. O que não aconteceu. Apesar de Debora e Amanhecer, questionarem por que usei termos tão fortes?
Debora escreveu:
Penso que TODO tipo de fanatismo seja nocivo.
Mas bora lá....eu gostaria de saber porque usou termos tão fortes.
amanhecer escreveu:
Essa é a mesma pergunta que me fiz. Porque usou esses termos tão fortes?
Apesar de ninguém ter me pedido as provas do que afirmei, sinto-me no dever moral de provar o que disse.
Um esclarecimento. Eu não disse que cada evangélico individualmente seja hipócrita, sínico, safado e sem vergonha. Notem que eu escrevi que os evangélicos formam UM GRUPO, (na verdade eu deveria ter escrito assim: as igrejas evangélicas formam um grupo) como grupo, englobando todas as denominações, sim, é um grupo hipócrita, sínico, safado e sem vergonha. Especialmente, representando esse grupo estão as lideranças, pastores, bispos, apóstolos, missionários, reverendos, anciãos ou outra designação qualquer. Ou seja, os donos das igrejas. Ué! E igreja tem dono? Claro, isso só não pode ser dito e nem fazer parte do estatuto da igreja. Em outras palavras, teoricamente não, mas na prática, sim. Quanto aos membros individualmente, os chamados fiéis, principalmente os mais leigos, devemos ter dó, muita pena e compaixão. Pois não passam de ingênuos, muitos são sinceros e até bons seres humanos, mas não passam de massa de manobra explorados por lobos vorazes, inescrupulosos e sem mãe.
Para alguém fazer as afirmações que fiz, é preciso que ele tenha vivido como evangélico e acompanhado a “evolução” das igrejas. A minha infância e parte da minha juventude foi dentro da Igreja Assembleia de Deus, parte da minha juventude e início da fase adulta foi dentro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, e parte da minha vida adulta foi como Testemunha de Jeová, onde encerrei minha peregrinação religiosa.
Pois bem, a partir daqui começam as provas. Esse termo evangélico é novo, moderno, agradável, antigamente não existia essa designação, éramos os CRENTES. Não se cantava música gospel, isso é novo, cantávamos HINOS. Estou dizendo essas coisas para que vejam que eu conheço o mundo evangélico não de uns dias para cá. Na minha época, o sujeito para ser um crente tinha que ser macho de verdade, ou mulher de fibra, hoje é fácil, qualquer pessoa pode ser evangélica.
Naquela época o crente não podia ver (assistir) televisão, isso era coisa do “mundo”, como diziam (o equivalente para as tjs como coisa de mundanos), portanto nas casas dos crentes não havia aparelhos de tv, e claro, ele também não assistia nas casas dos vizinhos. Caso o pastor descobrisse uma falha nesse sentido, era motivo para repreensão. Hoje, a igreja que não é dona do seu próprio canal de televisão, aluga espaços caríssimos de outras emissoras. Isso é cinismo e safadeza ou não é? Qual a base Bíblica que eles tinham para proibir ver televisão? Se tinham, pelo que sei a Bíblia não foi alterada de lá para cá. Isto para mim é muita senvergonhice.
As mulheres não podiam se produzir. Isto é: não podiam cortar os cabelos, mesmo que só aparar as pontas; não podiam fazer as sobrancelhas; não podiam fazer e ou pintar as unhas. Minhas irmãs, que tinham os cabelos crespos, imaginem como era para se pentearem! No entanto, hoje as evangélicas podem frequentar os salões de beleza e se produzirem muito bem.
As mulheres deviam usar saias abaixo dos joelhos. Enquanto minhas irmãs iam para a escola com aquele tipo de vestimenta que só elas usavam, as demais iam com a saia acima dos joelhos; e quando veio a moda da minissaia, então, imaginem a situação das minhas irmãs! Nós, os garotos, também tínhamos que usar a bermuda abaixo dos joelhos; aquilo era uma coisa ridícula, só os crentes é que se vestiam assim. Éramos alvo de muita ridicularização e zombaria na escola, o bullyng, na linguagem de hoje. A Bíblia mudou? Não, claro que não. É que os donos das igrejas perceberam que precisavam “evoluir” para conquistar mais fiéis, e com isso aumentar a receita financeira. Foi a partir da introdução dessas mudanças que conseguiram abocanhar uma fatia maior da massa católica.
Os crentes não participavam de nenhum tipo de jogo, mesmo que fosse só por diversão, nisso estava incluído o futebol. Filho de crente não jogava bola, mesmo em atividade física da escola. Certa vez estavam os meninos brincando de bola em nossa rua, eu e meus irmãos estávamos sentados olhando os meninos jogarem, quando a bola caiu perto de meu irmão, um dos meninos do jogo pediu para que meu irmão jogasse a bola para eles, meu irmão chutou a bola na direção deles, devolvendo-a, nisso nosso pai estava chegando da igreja e presenciou meu irmão chutar a bola, nosso pai deu uma surra em meu irmão, por ter chutado a bola. Meu irmão apanhou apenas por ter devolvido a bola para as outras crianças. Hoje, temos evangélicos que são jogadores profissionais de futebol. Até pouco tempo atrás, os jogadores evangélicos tinham o costume de ir jogar com duas camisas, a do time por cima e por baixo uma camisa branca escrita com o nome JESUS, e quando faziam um gol, levantavam a camisa do clube e corriam pelo campo mostrando a camisa de baixo com o nome de Jesus, dizendo que o gol havia sido feito para Jesus. São os chamados atletas de Cristo. Se o atleta de Cristo faz o gol para Jesus, o gol do time adversário é para quem? E se no time adversário tiver um evangélico também? Com que base Bíblica eles proibiam o futebol? E com que base Bíblica eles aprovam o futebol hoje em dia? Como vocês querem que eu defina isso? Senvergonhice e safadeza, ou não? Não, desculpem, não é senvergonhice ou safadeza. É que perceberam que não dá para recusar os dízimos e ofertas de altos salários, como dos jogadores, assim sendo, Jesus já liberou a jogatina.
Foi no início da década de 70 que as pílulas anticoncepcionais chegaram ao Brasil, pelo menos na minha cidade interiorana da Bahia. Isto era coisa proibida para os casais crentes. Pois Deus disse: “sede fecundos, tornai-vos muitos e enchei a terra”. Essa era a pregação. O problema não eram as pílulas, mas o controle da natalidade, que segundo os crentes, hoje evangélicos, controlar a natalidade era querer desfazer das ordens de Deus. Portanto, as famílias daquela época eram de dez ou mais filhos; eu sou de uma família de doze filhos. Pergunto-lhes, hoje vemos alguma família evangélica com tantos filhos assim? Já podem controlar a natalidade? Não é desfazer das ordens de Deus? Os evangélicos, além de hipócritas, sínicos, safados e sem vergonha, são antiprogressistas, lutam pelo retrocesso da humanidade. Mas, depois têm eles a cara-de-pau de querer se beneficiar daquilo que lutaram contra. Sinceramente, me falta adjetivo para essa gente.
Nos anos 70 vivíamos o período da ditadura militar, portanto, só havia dois partidos políticos permitidos, ARENA, que era o partido de direita, de apoio e sustentação do regime, e o MDB, que era o partido de oposição, permitido. Não vou aqui entrar no mérito se a ditadura foi boa ou ruim, não é disso que estou falando. Pois bem, o que era dito dentro das igrejas naquela época, era que o “crente de verdade” só votava na ARENA. Ora, onde eles tinham encontrado isso na Bíblia que crente de verdade vota na ARENA? Ou Seria porque lhes era mais conveniente se manterem aliados ao regime político vigente? Mas, o crente ou evangélico não tem que seguir não é a Bíblia? E hoje, o crente de verdade vota em que partido? ARENA não existe mais, e agora? É muita senvergonhice!
Até o ano de 1977 não havia divórcio no Brasil. O casamento era indissolúvel, mesmo que o casal se separasse e constituísse outra família, permaneciam casados. Se um homem se casasse, separasse e depois construísse nova família, e com a nova família construísse um patrimônio, por ocasião de sua morte a nova esposa não herdava, a primeira esposa, mesmo que tivesse convivido com o falecido por pouco tempo e não tivesse ajudado a formar o patrimônio, é que era a legítima herdeira. Quem propôs a instituição do divórcio no Brasil foi o então Senador Nelson Carneiro. O bravo senador enfrentou uma luta feroz contra os religiosos, católicos e evangélicos. Pois diziam os religiosos que a dissolução do casamento contrariava as leis de Deus. Os evangélicos se julgam melhor que os católicos, mas quando é para lutar contra o progresso social eles se juntam. Pois bem, o divórcio foi instituído no Brasil. Pergunto-lhes, quantos evangélicos hoje não são beneficiados com a lei do divórcio que tanto eles lutaram contra? Quantos que depois de divorciados entraram para a igreja, encontraram um novo cônjuge e se casaram novamente? Para os evangélicos serem coerentes com a doutrina deveria não aceitar no seu rol de membros pessoas que se divorciaram, pois deveriam dizer: “você se ajustou perante a lei humana, mas para Deus você continua casado com seu primeiro cônjuge”. Como gostam de usufruir daquilo que tentaram impedir a implantação, acredito que nem mesmo digam aos fiéis que foram contra o divórcio. São safados, sim!
Recentemente tivemos no Supremo Tribunal Federal o embate sobre a autorização para os cientistas brasileiros fazerem pesquisas com células troncos embrionárias. Acredito que todos aqui se lembram de qual foi a posição dos religiosos, mais uma vez católicos e evangélicos juntos, contra as pesquisas. O Supremo autorizou as pesquisas. Agora estão calados, como se não tivessem tentado impedir as pesquisas. Só quero ver, quando as novas terapias à base de células troncos estiverem disponíveis, se serão coerentes e dirão: “não, não posso receber este tratamento pois fui contra a sua pesquisa”. É obvio que são muito sínicos, e vão querer ser os primeiros a receberem os novos tratamentos.
A nação mais evangélica do mundo é os Estados Unidos da América. Também não é preciso dizer que foi lá onde houve e ainda há uma das maiores segregação racial do mundo por causa da cor da pele. Também não é preciso dizer que é a nação mais beligerante e fomentadora de guerra do mundo, é a nação com o maior aparato bélico, está presente com seus exércitos em várias partes do mundo, já fez várias guerras e já saqueou muitas nações.
Com a palavra os defensores dos evangélicos. Provem que estou mentindo.