O homem: Evolução, criação de Deus ou dos Aliens

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BrunoBernardes
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Re: O homem: Evolução, criação de Deus ou dos Aliens

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Concordo Kooboo´s...

O homem cria mistérios para depois dissolve-los.

É a dopamina da crença que gera algum tipo de estado (recompensa) ao cérebro repleto de lacunas.

O homem cria lacunas para depois preenche-las.
Quer viver? Sepulte toda a literatura, apague os jargões (visto que é um gancho psíquico), junte tudo, enterre e escreva na lápide: Aqui Jaz Sentinelas e Despertais! O passado é uma roupa que não nos serve mais. Hipócrita$ Programadore$ Linguí$tico$.
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BrunoBernardes
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Re: O homem: Evolução, criação de Deus ou dos Aliens

Mensagem não lida por BrunoBernardes »

Obs: Sobre a dopamina no contexto da crença. Creio que devo especificar de onde tirei a ideia. Texto retirado do livro Cérebro e Crença - Michael Shermer Página 103.
Spoiler!
Dopamina: a droga da crença.

De todas as substâncias químicas transmissoras que fluem ao redor de nosso cérebro, parece que a dopamina está mais diretamente relacionada com os correlatos neurais da crença. A dopamina é de fato fundamental no aprendizado por associação e no sistema de recompensa do cérebro que Skinner descobriu pelo processo de condicionamento, segundo o qual qualquer comportamento que é reforçado tende a se repetir. O reforço é, por definição, compensador para o organismo; isso é o mesmo que dizer que ele faz o cérebro levar o corpo a repetir o comportamento para obter outra recompensa positiva. Vejamos como funciona. No tronco encefálico – uma das partes do cérebro mais antigas evolucionariamente, partilhada por todos os vertebrados – existem vesículas com cerca de 15 mil a 25 mil neurônios produtores de dopamina de cada lado, que se projetam ao longo dos axônios, conectando-se com outras partes do cérebro. Esses neurônios estimulam a liberação de dopamina sempre que uma recompensa esperada é recebida, o que faz o indivíduo repetir o comportamento. A liberação de dopamina é uma espécie de informação, uma mensagem que diz ao organismo: Faça isso de novo. A dopamina produz a sensação de prazer que acompanha a realização de uma tarefa ou a de um objetivo, o que faz o organismo querer repetir o comportamento, seja ele empurrar uma barra, bicar uma chave ou puxar a alavanca de uma máquina. Você recebe um reforço e seu cérebro recebe uma dose de dopamina. Comportamento - reforço - comportamento: a sequência se repete.

A dopamina, porém, tem as suas vantagens e desvantagens. Do lado positivo, a dopamina tem sido ligada a um feixe de neurônios do tamanho de um amendoim, localizado no meio do cérebro: o nucleus ac cum bens (NAcc), que se sabe estar associado à recompensa e ao prazer. Na verdade, a dopamina parece alimentar o chamado centro do prazer no cérebro, que está envolvido na euforia” derivada tanto da cocaína quanto do orgasmo. Esse centro de prazer foi descoberto em 1954 por James Olds e Peter Milner, da McGill University, que instalaram acidentalmente um eletrodo no NAcc de um rato e descobriram que o roedor ficou muito energizado. Então criaram um aparato, de modo que, sempre que um rato pressionasse uma barra, ela gerava um pequeno estímulo elétrico. Os ratos empurraram a barra até o colapso, a ponto de abdicar de alimento e água. Desde então, o efeito foi encontrado em todos os mamíferos testados, incluindo pessoas que tinham passado por uma cirurgia cerebral e tiveram seu NAcc estimulado. A palavra que os cientistas usaram para descrever o efeito foi orgasmo! Hoje, esse é o exemplo típico de reforço positivo!

Infelizmente, existe uma desvantagem na dopamina, que é a dependência. Drogas que causam dependência assumem o papel dos sinais de recompensa. Jogo, pornografia e drogas fazem o cérebro se inundar de dopamina em resposta. Assim, criam ideias de dependência, principalmente más ideias, como as propagadas por cultos que levam a suicídio em massa(lembrem-se de Jonestown e da Porta do Paraíso)ou as defendidas por religiões que levam a ataques suicidas (lembrem-se do 11 de Setembro). Uma importante advertência sobre a dopamina: os neurocientistas fazem distinção entre gostar (prazer) e querer (motivação) e existe um acalorado debate sobre se a dopamina atua para estimular o prazer ou motivar o comportamento. Um reforço positivo pode levar à repetição do comportamento porque a pessoa se sente bem (puro prazer de obter a recompensa)ou porque ela se sente mal se o comportamento não se repete (motivação para evitar a ansiedade de não obter a recompensa). A primeira recompensa está ligada ao puro prazer de, digamos, um orgasmo, enquanto a segunda está ligada à ansiedade da dependência, quando a próxima dose é dúvida. A pesquisa citada acima defende a tese do prazer, mas novas pesquisas fizeram cientistas pender para a tese da motivação. Russel Poldrack, neurocientista da UCLA [Universidade da Califórnia, em Los Angeles], me disse que, baseado nesses novos dados, suspeita que o papel da dopamina este ja na motivação e não no pra zer em si, enquanto os opiáceos parecem ser fundamentais para o prazer. Ele afirma, por exemplo, que se pode bloquear o sistema da dopamina em ratos e eles continuam desfrutando as recompensas, mas não trabalham mais para obtê-las. Trata-se de uma distinção sutil, mas importante. Para nosso propósito de entender os correlatos neurais da crença, o importante é que a dopamina reforça comportamentos, crenças e a padronicidade, e é portanto uma das primordiais drogas da crença.

A conexão de dopamina e crença foi estabelecida por experimentos que Peter Brugger e sua colega Christine Mohr conduziram na Universidade de Bristol, na Inglaterra. Explorando a neuroquímica da superstição, do pensamento mágico e da crença na paranormalidade, Brugger e Mohr descobriram que pessoas com altos níveis de dopamina têm maior probabilidade de encontrar sentido nas coincidências e descobrir significados e padrões onde eles não existem. Em um estudo, por exemplo, eles compararam vinte pessoas que declararam acreditar em fantasmas, deuses, espíritos e conspirações com vinte pessoas que se declararam céticas em relação a esses fenômenos. Exibiram a todos os sujeitos uma série de slides com rostos de pessoas, alguns normais e outros com certas partes embaralhadas, como olhos, ouvidos ou nariz trocados. Em outro experimento, palavras existentes e misturadas foram exibidas. Em geral, os cientistas descobriram que os crentes tinham muito maior probabilidade que os céticos de avaliar um rosto de forma do e uma palavra em baralhada como normais.

Na segunda parte do experimento, Brugger e Mohr deram a todos os quarenta sujeitos uma dose de L-dopa, droga usada pelos portadores do mal de Parkinson para elevar os níveis de dopamina no cérebro. Então, repetiram a exibição de sli des com rostos e palavras normais e embaralhados. O aumento de dopamina fez com que tanto crentes quanto céticos identificassem rostos e palavras embaralhados como normais. Isso indica que a padronicidade pode estar associada a altos níveis de dopamina no cérebro. Curiosamente, o efeito do L-dopa foi mais forte nos céticos que nos crentes, ou seja, níveis aumentados de dopamina parecem ser mais eficazes para tornar os céticos menos céticos do que os crentes mais crentes. Por quê? Duas possibilidades me ocorrem:(1) talvez os níveis de dopamina dos crentes já fossem mais altos que os dos céticos, que por isso sentiram mais os efeitos da droga; ou(2) talvez a tendência à padronicidade dos crentes já fosse tão alta que os efeitos da dopamina foram menores que nos céticos. Novas pesquisas revelaram que pessoas que acreditam na paranormalidade –comparadas com céticos – mostram uma tendência maior a perceber padrões no ruído e estão mais inclinadas a atribuir significado a conexões aleatórias que elas julgam existir.
Quer viver? Sepulte toda a literatura, apague os jargões (visto que é um gancho psíquico), junte tudo, enterre e escreva na lápide: Aqui Jaz Sentinelas e Despertais! O passado é uma roupa que não nos serve mais. Hipócrita$ Programadore$ Linguí$tico$.
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