"Testemunha de Jeová não mente"
Enviado: 31 Ago 2010 17:15
Testemunha de Jeová tem a casa invadida por policiais, a procura de traficantes, e relata um "bom testemunho" — supostamente dito por um dos policiais.
Ela tem razão, só o Corpo Governante pode mentir.Aposentada diz que teve residência invadida durante operação policial
POR GABRIELA SARAIVA
Por volta das 16h30 do último sábado, 28, policiais que participavam da Operação “Boca Fechada” teriam invadido e revistado a casa da aposentada Nizete Serra de Mesquita, 73 anos. Segundo ela, os homens teriam quebrado o cadeado e arrombado a porta da sua residência em busca de traficantes e drogas, mas não encontraram nenhum bandido na casa.
A aposentada contou que, no momento da ação policial, estava só em casa, dormindo sobre o efeito de uma medicação que havia tomado para dores no joelho. Ela disse que acordou assustada com o barulho da porta sendo arrombada. Que quando abriu os olhos, identificou um policial ao seu lado e teria perguntado o que estava acontecendo.
Segundo Nizete, o homem teria respondido apenas que era a polícia e que ela deveria ficar quieta. A aposentada, sem compreender o que estava acontecendo, perguntou se algum ladrão havia pulado o quintal de sua casa, tendo o policial dito para ela aguardar.
Cerca de oito homens, que estariam em duas viaturas, vasculharam e reviraram os pertences da aposentada. Ela explicou que é hipertensa e que, na ocasião, diante do susto que tomou com a ação violenta da polícia, teve a pressão elevada, passou mal, precisando pedir aos homens que a deixassem tomar um remédio. “Fiquei tonta, com muita dor de cabeça, de tão nervosa. Parecia que estava anestesiada e com a língua como se estivesse endurecida, sem que conseguisse falar”, relatou Nizete.
Para a dona de casa, a polícia confundiu seu endereço com o de traficantes da área, uma vez que no mandado de busca e apreensão consta o nome da Rua do Japão, enquanto a sua é chamada apenas de Rua Japão, no Anjo da Guarda. Ela afirmou que é na Rua do Japão que as pessoas comentam que se trata de uma área de grande incidência de tráfico. “Me perguntaram se eu vendia droga, se Roxo, Diogo, Braço e Toquinho moravam aqui na minha casa e eu disse que não. Quando falei que meu marido estava para um congresso das Testemunhas de Jeová, no Castelinho, junto com meus dois filhos de 10 e 14 anos, eles me disseram que ainda bem porque Testemunha de Jeová não mente. Na mesma hora, eu disse que eu estava falando a verdade e que não estava mentindo”, detalhou Nizete.
Desde o incidente, a aposentada disse que não vem passando bem e que, em determinadas horas, suas mãos ficam trêmulas. Nizete afirmou que não concordou com a maneira que a polícia arrobou e invadiu sua casa, sem ao menos lhe apresentar antes o mandado. “Eu nem sei como não morri. Mas isso não vai ficar assim. Já estou colocando o caso na Justiça. Acho que eles deveriam bater na porta e me mostrar a ordem judicial. Quando eles estavam saindo, a arma de um deles caiu no chão e eu não sei como não disparou. Minha casa ficou toda revirada, com minhas coisas jogadas no chão”, contou.
Outro lado – O secretário de Segurança, Aluísio Mendes, disse ter conhecimento do ocorrido e que irá ser apurado se houve equívocos nos endereços. Porém, ele afirmou existirem denúncias feitas ao Disque Denúncia (3223-5800) de que a residência servia como ponto para venda de drogas.
FONTE: http://www.jornalpequeno.com.br/2010/8/ ... 129948.htm