Por que é tão dificil?

[Bruce D.]

Todos nós aqui no forúm quer ainda na Torre ou não sabemos como é dificil nos expressarmos em determinadas ocasiões. Isso claro se deve ao que passamos lá dentro. No entanto, mesmo em ocasiões em que isso não deveria ocorrer isso ainda acontece. Eu explico:

Ainda estou na Torre por motivos familiares. Já deixei claro aqui no forúm que eu sou bisexual. E para conseguir levar a vida eu faço terapia há cerca de tres meses. Nas ultimas duas sessões minha terapeuta disse que vai trabalhar comigo a área de relacionamento , pois percebe que eu tenho dificuldade em estar aberto a novas possibilidades, de conhecer outras pessoas.
Nessa hora, eu quase falei da minha condição de bisexual, mas acabei travando e não falei.

O que eu quero com esse depoimento é: Eu estou falando não é com nenhum ancião, nao estarei falando com alguém que vai me recriminar pelo que sou. Então por que eu simplesmente não consigo falar com ela sobre o assunto? E como eu poderia aborda-lo com ela? Por favor me ajudem!

[sidhiresus]

Porque você ainda não se aceitou?

[André Felix]

Todos nós aqui no forúm quer ainda na Torre ou não sabemos como é dificil nos expressarmos em determinadas ocasiões. Isso claro se deve ao que passamos lá dentro. No entanto, mesmo em ocasiões em que isso não deveria ocorrer isso ainda acontece. Eu explico:

Ainda estou na Torre por motivos familiares. Já deixei claro aqui no forúm que eu sou bisexual. E para conseguir levar a vida eu faço terapia há cerca de tres meses. Nas ultimas duas sessões minha terapeuta disse que vai trabalhar comigo a área de relacionamento , pois percebe que eu tenho dificuldade em estar aberto a novas possibilidades, de conhecer outras pessoas.
Nessa hora, eu quase falei da minha condição de bisexual, mas acabei travando e não falei.

O que eu quero com esse depoimento é: Eu estou falando não é com nenhum ancião, nao estarei falando com alguém que vai me recriminar pelo que sou. Então por que eu simplesmente não consigo falar com ela sobre o assunto? E como eu poderia aborda-lo com ela? Por favor me ajudem!

Eu não sou psicanalista, não passo de um "achista" mas, vamos lá ....

EU ACHO que as informações mais impactantes são justamente as mais difíceis de falar. E sexualidade tem tudo haver com dificuldades na "área de relacionamento". Parece que a sua terapeuta acertou em cheio no que mais dói em você. Parece ser uma ferida aberta que precisa ser tratada mas que você pressente que o processo do tratamento vai envolver dor. A ferida está lá, quetinha, escondidinha, se mexer nela vai doer, mas é preciso doer, senão como ela vai receber os curativos?
Você concorda que a sua sexualidade é uma das causas dessas suas dificuldades na área de relacionamento? Você confia na eficácia do tratamento da sua terapeuta, confia nela? Em caso afirmativo fale com todas as letras - EU SOU BISSEXUAL! Pode ser que doa menos do que você imagina.

[CAIO]

Vou arriscar um comentário

Eu acho que essas dificuldades de conhecer novas pessoas e se abrir a novas possibilidades as quais ela se refere foram causadas pela Torre e não pela sua opção sexual.
Na minha opinião o fato de vc ser bissexual não precisa ser dito agora, espere ficar mais a vontade.
Mas vc deve dizer ao seu terapeuta o que te transtorna de verdade, por exemplo: O fato de estar numa religião a contragosto, apenas para agradar sua família. E o fato de não poder levar a vida como vc gostaria....

[Poltergeist]

Ainda no "achismo", talvez seja porque você tem um assunto que vem antes de sua orientação sexual e que precisa ser resolvido antes — justamente sua necessidade momentânea de permanecer na Torre, uma religião castradora em todos os sentidos, incluindo o sexual.

Resolva a questão da Torre em sua vida e creio que a sexual ficará mais fácil.

[LIFENEW]

Todos nós aqui no forúm quer ainda na Torre ou não sabemos como é dificil nos expressarmos em determinadas ocasiões. Isso claro se deve ao que passamos lá dentro. No entanto, mesmo em ocasiões em que isso não deveria ocorrer isso ainda acontece. Eu explico:

Ainda estou na Torre por motivos familiares. Já deixei claro aqui no forúm que eu sou bisexual. E para conseguir levar a vida eu faço terapia há cerca de tres meses. Nas ultimas duas sessões minha terapeuta disse que vai trabalhar comigo a área de relacionamento , pois percebe que eu tenho dificuldade em estar aberto a novas possibilidades, de conhecer outras pessoas.
Nessa hora, eu quase falei da minha condição de bisexual, mas acabei travando e não falei.

O que eu quero com esse depoimento é: Eu estou falando não é com nenhum ancião, nao estarei falando com alguém que vai me recriminar pelo que sou. Então por que eu simplesmente não consigo falar com ela sobre o assunto? E como eu poderia aborda-lo com ela? Por favor me ajudem!

Eu tenho uma amigo que esta passando a mesma situação que você, ele é gay, esta na organização por motivos pessoais, já foi desassociado(por outros motivos) mas voltou , e agora ele não sabe o que faz até tem uma namorada TJ, que sente nojo dela, ele se abriu comigo a alguns meses, e confesso que foi complicado ajudá-lo faz tratamento psicologico mas a grande questão que observo não é que ele é não convicto na sua condição sexual, mas o que prende é Torre, o medo de ser desassassociado e perder sua familia...ele sofre...muito...mas ele sofreria mais se não tivesse com desabafar.

Resumindo a questão é as regras opressoras da Torre que impedem as pessoas de serem elas mesmas.

O fato de você ser bisexual, não é constragimento nenhum e o primeiro passo é auto aceitação....e se você esta se tratando é por que acha que precisa de ajuda certo?Não tenha receio ela pode te ajudar tenho certeza, tente aos poucos falar com ela...diga o que te aflige...da mesma forma que você fez aqui, e com certeza sua carga ficará um pouco mais leve.....eu já fiz tratamento psicologico e tem algumas coisas que foram dificies falar a principio, mas quando falamos ...poxa vida....a conversa se deslancha..
Tente ....sei que você consegue!!!

Boa sorte!!!

[kooboo]

Com a sua psicanalista diga com todas as letras "Sou Bissexual e tenho sérios problemas em assumir isso"
Ou voce acha que a psicanalista vai te recriminar?
Cara, eu sou hetero, mas admiro uma coisa nos bissexuais - Tem muito mais opções que os outros!
rsrs

[André Felix]

Vou arriscar um comentário

Eu acho que essas dificuldades de conhecer novas pessoas e se abrir a novas possibilidades as quais ela se refere foram causadas pela Torre e não pela sua opção sexual.
Na minha opinião o fato de vc ser bissexual não precisa ser dito agora, espere ficar mais a vontade.
Mas vc deve dizer ao seu terapeuta o que te transtorna de verdade, por exemplo: O fato de estar numa religião a contragosto, apenas para agradar sua família. E o fato de não poder levar a vida como vc gostaria....

Mas será que uma coisa não leva a outra? Explico:
- Uma pessoa se descobre portadora de atrações "sexualmente ilícitas" para os padrões da Torre, evita estabelecer relações de amizade com os "irmãos de fé" pois sabe que não poderia se abrir com eles, ao passo que tem dificuldades em criar laços de amizade com os de fora do grupo religioso em virtude da programação "más associações estragam hábitos úteis", sempre bem incutida em filhos das testemunhas de Jeová desde a tenra idade.
Claro que se o Bruce D. fosse hétero ele também poderia ter essas dificuldades de relacionamento apontadas pela terapeuta, mas seria na mesma intensidade?

E parece que o Bruce está aceitando essa bissexualidade dele, não assume abertamente com parentes e amigos TJs pois teme o óbvio rompimento com eles mas, por outro lado, hesita em falar com a terapeuta sobre o assunto, mesmo admitindo que ela não o recriminaria.

Se ele fala sobre outras frustrações, por exemplo, nos relacionamentos dele com a mãe, com a religião familiar (na verdade eu não sei sobre o que ele fala com a terapeuta, estou apenas exemplificando), porque ele acha difícil tocar no assunto sexualidade? Será que não é por ser aí o lugar mais sensível, emocionalmente dolorido?

No momento em que ele se sentir seguro e confiante com a terapeuta ele vai falar (e deve falar) com certeza e eu acho que vai ser muito benéfico para ele.

[Debora]

Bruce D.
Você disse: Nessa hora, eu quase falei da minha condição de bisexual, mas acabei travando e não falei.

Sua fala me leva a crer basicamente que o posicionamento cruel da torre quanto a sua opção sexual está te atormentando ao ponto de você literalmente "ter travado" para falar sobre o tema. Involuntáriamente você se acha no mínimo "diferente", quem sabe pecador ou outro adjetivo qualquer que a torre "ache" que tem o direito de dar.

Já fiz acompanhamento com psicóloga. Achei divino. Se permite uma sugestão: Saia de casa ouvindo músicas de sua preferência, procure ficar bem relaxado e ao entrar no consultório diga de imediato: Hoje quero falar sobre minhas opções sexuais. Tenho certeza que você vai tirar 100 kilos das costas.

Conta para nós o resultado. Boa sorte !

[ODECY]

Bruce, concordo com o posicionamento do André Félix e da Lifenew. No entanto, reconhecer-se em uma orientação sexual não é a mesma coisa que aceitá-la. Somos induzidos desde a mais tenra idade a corresponder às expectativas dos "outros": da sociedade, da família e, principalmente, da religião. Somos treinados por todo um sistema a enxergar a vida de uma maneira muito simplista, dividida em normal e anormal, natural e anti natural, certo e errado. Contudo, na visão dos que criaram "padrões" de aceitabilidade ou não pela sociedade como um todo.
Por isso, ao nos situarmos numa orientação sexual diferente da imposta por esse sistema, não é de se estranhar os conflitos travados, principalmente os próprios. O grande problema nisso tudo é que também afetará as pessoas com quem você venha a se relacionar.
Não sei se você teve a oportunidade de ler a minha apresentação, mas os motivos que me trouxeram a este fórum também estão relacionados à sexualidade e a relacionamento.
Não sei quando você se reconheceu na condição de bissexual, no entanto, isso não importa. No meu caso, após um casamento de 10 anos, me ví envolvido emocionalmente com um homem de 60 anos e, prá piorar, ele é (ou foi, pois está inativo a um bom tempo) TJ. Muito mais que a questão do sexo, o que nos aproximou foi o sentimento afetivo. Num primeiro momento, eu até me senti confuso, pois jamais havia sentido atração por homens. Enfim, o inevitável acabou acontecendo e, a medida que o tempo passava, mais estávamos próximos. Contudo, os efeitos de todo o sistema, somados às sequelas da religião, começaram a trazer, além da felicidade que sentíamos de estarmos juntos, as crises de aceitação por parte dele mesmo. Ou seja, enquanto eu tive a coragem de romper com todos os meus princípios anteriores, ele não consegue fazer o mesmo. Assim, ele viveu uma mentira de um casamento por 35 anos, sendo e fazendo outra pessoa infeliz e, agora, tendo ficado viúvo, ainda não se aceita na sua condição de homossexual, embora se reconheça como tal. Resultado: sofremos os dois.
Assim como você, ele não tem coragem de entrar nesse assunto com um terapeuta ou com qualquer outra pessoa, até mesmo pelo próprio preconceito.
Bom, o que eu quero lhe dizer é que, por mais difícil que seja estarmos sujeitos às críticas e preconceitos alheios, pior é termos que nos enganar, vestir uma máscara para agradar aos outros. Realmente você tem que se abrir com seu terapeuta, pois somente assim você conseguirá enxergar suas dificuldades. Ao contrário de você, a partir do momento que me identifiquei como homossexual, tive que me abrir com algumas pessoas de minha confiança, inclusive familiares, pois não conseguiria não dividir isso, carregar tamanho peso. Não posso dizer que foi fácil essa situação, mas tive a sorte de contar com pessoas de mente aberta que demonstraram compreensão e me ajudaram a ver toda essa transformação por outro ângulo.
Hoje só lamento ele não tomar uma atitude como essa, de não dividir esse peso que ele, sim, carrega por muitos anos, mas não tem coragem de viver e ser o que ele sempre será.
O que eu posso dizer a você é que tudo só é tão difícil até que tenhamos coragem de encarar de frente, de nos posicionarmos com relação a nós mesmos. A partir do momento em que você olhar para você e tomar consciência de que sua sexualidade não determina o seu caráter, não lhe faz melhor ou pior que ninguém, que você tem o direito de ser feliz do modo que melhor lhe convier, aí sim, você verá que é mais fácil do que parece. Com certeza, você não será o primeiro e tampouco o último a se ver nessa situação. Como eu costumo dizer, se acreditamos que fomos feitos à imagem e semelhança de Deus, toda a diversidade, seja de raça, cor ou sexo, foi Dele que herdamos.
Boa sorte! E não faça disso o seu calvário ou a sua glória, apenas viva e se respeite, pois só assim os outros lhe respeitarão.