inzaghi25, sugiro que tenha uma conversa com sua mãe. Se não for possível uma conversa pessoal, frente a frente, talvez através de uma carta. Diga a ela que a ama e garanta a ela que sempre vai apoiá-la, sempre que ela precisar. Naturalmente, diga isso se sentir no seu coração.
Tenho uma boa relação com a minha mãe, continuamos nos abraçando, tendo conversas significativas, porém, eu não me oponho à fé dela e me mostro uma ajudadora sempre que ela precisa. Já conversei com ela sobre algumas coisas à respeito da Torre, mas foi de forma muito suave, com muito respeito. A minha postura diante da minha mãe, que também é idosa, é essa e isso está na minha natureza, no meu jeito de ser. Respeito muito a fé dela. Esse respeito, inclusive, alcança a questão do sangue. Se a minha mãe um dia precisar de sangue e não quiser, estiver determinada na sua fé, eu irei conversar com o médico e pedirei que ele respeite a consciência religiosa dela, mas que não a abandone, que ministre todo e qualquer tratamento existente, exceto o sangue. Pedirei que ele faça todo o possível para que ela se recupere, respeitando a sua fé, que ele não poupe esforços em ajudá-la de toda forma possível. Se o médico for colaborador, melhor. Se não for, se eu descobrir que ele está sonegando tratamento alternativo existente, vou ameaçá-lo de processo, pois o médico não pode ser negligente. Enfim, vou ser uma leoa na defesa dos direitos da minha mãe. Morrer todo mundo vai morrer um dia, mas se for para ela morrer, que morra com dignidade e integridade de espírito.
Apóio minha mãe se ela precisa que alguém a leve no Salão do Reino, eu a levo e busco de carro. Isso é raro de acontecer, pois há outras pessoas na família que a levam, mas já precisei levá-la e prontamente o faço.
Isso faz com que toda a família confie em mim. Eles sabem que penso diferente, que não quero e não sou Testemunha de Jeová, mas também sabem que sou uma pessoa a quem podem recorrer e que sou compreensiva. Faço isso por amor e sempre farei.
Essa postura não impede que eventualmente eu diga algo que possa ampliar a visão de minha mãe e de outros familiares, mas tem de ser com muito tato.
Acho que se você for assim, sua mãe vai sentir que vc é uma pessoa boa e não algum tipo de inimigo.
Porém, se vc não sente no seu coração esse impulso de se mostrar uma fonte de apoio para sua família, se acha que tal postura é humilhante, contra seus impulsos, etc. Então não faça, pois se não for sincero, isso logo ficará evidente, pois vc vai demonstrar má vontade ou raiva. Não vai ser um gesto de boa vontade, de verdadeiro interesse pelo bem-estar deles, ainda que pensem de forma tão diferente e que saibamos que estão cegados por uma organização. Acho que com amor é mais fácil de desvelar os olhos deles do que com isolamento auto-imposto ou indiferença da sua parte.
Mas penso que se a pessoa quer sair, ela acha uma porta. O problema é que eles não querem sair, rejeitam qualquer coisa que afronte sua fé. Então, acho que só nos resta respeitar suas escolhas.
Já falei para a minha irmã do caso Watchtower & ONU, mas ela não quis ouvir, inclusive me proibiu de voltar a falar nesse assunto. Então, imediatamente respeitei o limite que ela impôs. Mas ela sabe que na hora H é comigo que pode contar, pois os irmãos não ajudam de verdade nos problemas familiares.
( Soldada de Cristo )