Re: Luto
Enviado: 26 Ago 2009 08:31
Bem, quanto a questão da culpa, segue um texto meu postado no TJ Livres na época que eu era postulante a monge.
Pode vir a ser útil.
O Demônio da Culpa
“Só podemos fazer o melhor que podemos”.
Culpa é o mais inútil dos sentimentos, pois em nada nos ajuda, apenas a nos autotorturar. Culpar-se não resolve problema, não muda o passado e nem permite sermos melhores pessoas, apenas nos jogam no posso sem fundo da depressão.
A frase: “só podemos fazer o melhor que podemos” dita pela minha Sensei me acertou em cheio. Fez-me perceber que nós somente fazemos o melhor em qualquer circunstância, devido as nossas causas e condições.
Uma pessoa com potencial para fazer algo, mas negligente quanto a este “algo” é alguém que devido as suas causas e condições não percebeu o seu potencial.
Por exemplo: quando éramos TJs não comemorávamos aniversários, deixamos de passar momentos agradáveis com pessoas que nos eram caras porque tínhamos medo do deus jeovita. Estando agora fora da torre, talvez nos lamentemos de ter perdido estes bons momentos e nos culpamos por termos sido “idiotas”. Na verdade não fomos idiotas, mas agimos da melhor maneira que sabíamos e podíamos dentro de nossas causas e condicionamentos. Tínhamos o potencial de comemorar os aniversários de maneira alegre? Sim tínhamos, mas não o fizemos, pois nossas causas (a religião) e condicionamentos (aniversário é uma festa pagã e desagrada a Jeová) não nos permitiam!
Não adianta ficarmos no “eu era um imbecil” ou eu sou um pobre coitado, o importante é olhar o demônio da culpa nos olhos e dizer: eu fiz o melhor que pude!
Culpar outras pessoas? Elas, dentro de suas próprias causas e condições, também só fizeram o melhor que podiam. Mães, pais, irmãos, amigos, anciões todos os que nos fizeram algum mal somente fazem e fizeram o melhor que podiam... Eis o porque muitas religiões e filosofias ensinam o perdão (nem sempre fácil de praticar): somos seres vivos e cometemos erros dentro de determinados contextos.
Lembrando que isso não significa que só porque “fazemos o melhor que podemos”, não iremos agir da maneira certa e ou consertar as coisas. Devemos sim olhar o passado com os “olhos do aluno da vida” e o presente como a imensidão do infinito!
Este insight surgiu quando realizei uma entrevista pessoal (Dokusan) com minha sensei e descobri que, de maneira sutil, haviam muitos sentimentos ocultados por minhas experiências de vida. Um Dokusan se assemelha a uma sessão num psicólogo, onde o monge ou praticante qualificado, pergunta aspectos da sua vida e baseado na observação e nas respostas te orienta na vida pessoal, nas práticas e filosofia.
Como nem sempre a autodescoberta é algo “lindo e maravilhoso”, no meu caso havia os meus demônios que eu tive de encarar.
“Dói na alma” mas o resultado é positivo e transformador. É como um remédio amargo, mas que tem um bom resultado.
Hoje, após olhar nos olhos meus demônios internos, me sinto MUITO melhor. Estranhamente meus ombros e peito ficaram naturalmente leves e relaxados, como se um peso que carregasse durante anos simplesmente sumisse. A sensei fala que seria tirar o sofrimento do campo energético do corpo. Começo a verificar de maneira empírica sobre esta questão da “energização”. Vi algumas demonstrações e experimentei pessoalmente, começo a crer que existe isso.
Bem o tempo é um dos meus professores...
Outros “demônios” como raiva e rancor, postarei em outro momento. Lembrando que quando falo demônio, não me refiro a uma denominação a um termo budista ou ainda uma entidade fixa “demônio”. Demônio no sentido de um sentimento que tortura. Uma mera licença poética de minha parte. (só para não haver alguma possível confusão).
Bem, meus amigos, esta é parte de minha experiência recente com o zen e espero que seja de ajuda para quem nela se interessar em ler.
Todo caminho longo inicia com um primeiro passo...
Paz a todos
Pode vir a ser útil.
O Demônio da Culpa
“Só podemos fazer o melhor que podemos”.
Culpa é o mais inútil dos sentimentos, pois em nada nos ajuda, apenas a nos autotorturar. Culpar-se não resolve problema, não muda o passado e nem permite sermos melhores pessoas, apenas nos jogam no posso sem fundo da depressão.
A frase: “só podemos fazer o melhor que podemos” dita pela minha Sensei me acertou em cheio. Fez-me perceber que nós somente fazemos o melhor em qualquer circunstância, devido as nossas causas e condições.
Uma pessoa com potencial para fazer algo, mas negligente quanto a este “algo” é alguém que devido as suas causas e condições não percebeu o seu potencial.
Por exemplo: quando éramos TJs não comemorávamos aniversários, deixamos de passar momentos agradáveis com pessoas que nos eram caras porque tínhamos medo do deus jeovita. Estando agora fora da torre, talvez nos lamentemos de ter perdido estes bons momentos e nos culpamos por termos sido “idiotas”. Na verdade não fomos idiotas, mas agimos da melhor maneira que sabíamos e podíamos dentro de nossas causas e condicionamentos. Tínhamos o potencial de comemorar os aniversários de maneira alegre? Sim tínhamos, mas não o fizemos, pois nossas causas (a religião) e condicionamentos (aniversário é uma festa pagã e desagrada a Jeová) não nos permitiam!
Não adianta ficarmos no “eu era um imbecil” ou eu sou um pobre coitado, o importante é olhar o demônio da culpa nos olhos e dizer: eu fiz o melhor que pude!
Culpar outras pessoas? Elas, dentro de suas próprias causas e condições, também só fizeram o melhor que podiam. Mães, pais, irmãos, amigos, anciões todos os que nos fizeram algum mal somente fazem e fizeram o melhor que podiam... Eis o porque muitas religiões e filosofias ensinam o perdão (nem sempre fácil de praticar): somos seres vivos e cometemos erros dentro de determinados contextos.
Lembrando que isso não significa que só porque “fazemos o melhor que podemos”, não iremos agir da maneira certa e ou consertar as coisas. Devemos sim olhar o passado com os “olhos do aluno da vida” e o presente como a imensidão do infinito!
Este insight surgiu quando realizei uma entrevista pessoal (Dokusan) com minha sensei e descobri que, de maneira sutil, haviam muitos sentimentos ocultados por minhas experiências de vida. Um Dokusan se assemelha a uma sessão num psicólogo, onde o monge ou praticante qualificado, pergunta aspectos da sua vida e baseado na observação e nas respostas te orienta na vida pessoal, nas práticas e filosofia.
Como nem sempre a autodescoberta é algo “lindo e maravilhoso”, no meu caso havia os meus demônios que eu tive de encarar.
“Dói na alma” mas o resultado é positivo e transformador. É como um remédio amargo, mas que tem um bom resultado.
Hoje, após olhar nos olhos meus demônios internos, me sinto MUITO melhor. Estranhamente meus ombros e peito ficaram naturalmente leves e relaxados, como se um peso que carregasse durante anos simplesmente sumisse. A sensei fala que seria tirar o sofrimento do campo energético do corpo. Começo a verificar de maneira empírica sobre esta questão da “energização”. Vi algumas demonstrações e experimentei pessoalmente, começo a crer que existe isso.
Bem o tempo é um dos meus professores...
Outros “demônios” como raiva e rancor, postarei em outro momento. Lembrando que quando falo demônio, não me refiro a uma denominação a um termo budista ou ainda uma entidade fixa “demônio”. Demônio no sentido de um sentimento que tortura. Uma mera licença poética de minha parte. (só para não haver alguma possível confusão).
Bem, meus amigos, esta é parte de minha experiência recente com o zen e espero que seja de ajuda para quem nela se interessar em ler.
Todo caminho longo inicia com um primeiro passo...
Paz a todos