Como é a relação com a minha familia toda TJ

Depoimentos de ex-testemunhas de Jeová, cartas de dissociação e depoimentos sobre a vida pós Torre de Vigia. Aqui fala mais alto a sinceridade, o sentimento e muitas vezes os relatos nos impressionam pela falta de algo que mais as Testemunhas de Jeová dizem praticar: o amor ao próximo!
Fique a vontade para contar suas vivências
Sertaoveredas
Novo (a) Forista
Novo (a) Forista
Mensagens: 6
Registrado em: 23 Dez 2017 15:51

Como é a relação com a minha familia toda TJ

Mensagem não lida por Sertaoveredas »

Fiz as contas e tem uns 13 anos que fui desassociada. Foi bem difícil no começo, a mais difícil foi dar a noticia aos meus pais.
O motivo foi fornicação, eu e o namorado TJ resolvemos contar para os anciãos pq achávamos que a relação melhoraria depois de expormos o "pecado". Eu tinha medo de de os anciãos somente me repreendessem, pq eu vi nessa confissão a oportunidade de sair fora. E fui desassociada mesmo, demorei para contar para os meus pais, falei quase na véspera do anúncio. Foi uma época em que eu sentia muito medo.

Meu irmão, na época servo ministerial (acho) me disse que nada mudaria em nossa relação.
Meu pai agiu como sempre, com ausência emocional.
MInha mãe aproveitou para botar pressão, em forma de choro, de dizer que tinha vergonha de mim, de dizer que os anciãos tiraram o estudo de livro de casa (uns meses antes) pq o espirito santo alertou.
A minha irmã, na primeira oportunidade jogou na minha cara que alguém valia mais do que eu, pq esse alguém "segurou" enquanto eu...

Eu morava com meus pais, trabalha o dia todo e estudava à noite, no sábado ia para a aula de inglês. Ter essa vida paralela era bom, pq eu vivia mais e sofria menos.

Frequentei as reuniões durante um ano mais ou menos, fui à assembleias, congressos, comemoração. Sempre acompanhada do namorado.
O namorado sofria demais pela desassociação, ele tinha muitos amigos na organização, mas não voltou. Ainda enquanto namorávamos ele vivia uma vida mundana ia à shows, saia na madrugada, tinha ficantes e depois do fim do namoro virou o pegador geral.
Acho que ele era frouxo pq embora não quisesse mais ser TJ, ele me cobrava para voltar ao salão. Meio que me culpava pela desassociação. Algumas vezes os anciãos quiseram fazer visitas amorosas para nós, talvez para voltarmos. Eu não queria receber os anciãos, ele queria e depois me culpava por não ter voltado.
Não voltou até hoje, até onde sei se casou com uma moça que não é TJ tbém.

Já eu tinha quase nenhum amigo no salão, resultado de anos de esfriamento. Ia a poucas reuniões, quase nunca no campo, não era amiga de ninguém e tinha uma vida, bem tranquila, no mundo. Trabalhava e estudava. Ir ao salão para mim era uma tortura. Não gostava das pessoas, não tinha saco para ficar sentada ouvindo discursos, estava louca para me livrar daquilo.

Acho que a parte mais difícil foi mesmo perder o contato com a família.
A primeira pessoa que me deu um corte foi meu ex-primo. Fomos criados brincando juntos, passava férias em casa e eu na dele, e de repente toda a amizade acabou. Ele é ancião, casado, dois filhos e família exemplar.

Minha família mora tudo junto, em uma terreno com várias casas. Um dia na casa dos meus pais percebo que todo mundo havia sumido, achei estranho mas não me toquei no que estava acontecendo. Depois olhei pela janela e vi minha irmã correndo com um pote de gelatina. Perguntei aonde ela estava indo com aquilo e foi qdo notei que este era o primeiro almoço de família que eu estava sendo excluída.

O meu afastamento da família foi devagar. Parecia até que não tinha acontecido nada, mas aos poucos nos afastamos.
Pouco depois da desassociação, fui no casamento do meu irmão, que foi no salão e depois uma bela festa com 500 pessoas. Ninguém falou comigo. Tinha alguns parentes meus que não são TJ e eu queria ficar perto deles e dançar com eles, o namorado não deixou, pq precisávamos parecer arrependidos.

Nunca me arrependi. Nem qdo o namoro acabou. Nunca quis voltar. Há anos que nem penso nisso aliás.

Minha vida seguiu. Conheci um moço no trabalho, nos apaixonamos, passei a cada vez mais a frequentar a casa dele, até que começamos a morar juntos. Estamos juntos até hoje, 13 anos depois mais ou menos.

Fomos juntos ao casamento da minha irmã. Tinha vários parentes e amigos que não são TJ, mas só comigo que não falavam.
Sai com minha mãe para pegar uma marmita de bolo e da cozinha vi uns 3 anciãos em volta do meu esposo. Só esperaram eu sair um pouco de perto para pregar para o moço rsrsrsrss.
Na hora de ir embora, meu pai foi apresentar minha ex-prima para o meu esposo. Ela não falava comigo, evitou claramente chegar perto de mim, mas foi toda sorridente para cumprimenta-lo, adorei qdo ele simplesmente virou as costas para ela e me abraçou. Me senti defendida e protegida.

Passou um tempo meu irmão e cunhada desfizeram a amizade comigo no Facebook. Depois foi meu cunhado. Perguntei para a minha irmã o que tinha acontecido e ela disse que havia problemas na congregação mas que ela nunca deixaria de ser minha amiga.
Ainda tivemos alguns contatos, sempre na casa dos meus pais.

Há pouco tempo minha irmã me enviou uns emotions de madrugada. No outro dia respondi para ela que me respondeu com emotions tbém. Depois não encontrei mais o perfil do face dela. Fiquei preocupada achando que ela estava mal pq ela tem depressão. Pedi o contato dela para minha mãe que não me deu. Comentei com meu esposo e ele achou o perfil dela, e notei que havia sido bloqueada. Foi um choque.

E acho que sou lenta mesmo rsrsrsrs, pq só agora percebi que meu pai tbém cortou o contato comigo.
Embora a gente ainda se fale, as respostas dele são sim, não e ok.
Meu pai virou ancião depois que eu fui desassociada.
Não me trata mal, mas é super frio.

Minha mãe não faz drama mais. Nem tocamos no assunto. Ás vezes me pede ajuda para comprar alguma coisa na internet, muito às vezes saímos juntos para alguma coisa e só.

Tem foto no face da minha mãe com a "família" unida na adoração. A foto está com meus irmãos, genro e nora.

O que eu sinto é um pouco de solidão pq eu meio que não tenho família. Não faço parte de nenhum núcleo. Sou solo.

Tenho meu esposo, mas não é a mesma coisa. Se algo der errado eu posso contar só comigo e pronto.

Parece triste, mas deve ter um monte de gente assim no mundo. E foi o preço que paguei pela minha liberdade.
Qdo vejo fotos de congressos, aquelas roupas, cabelos e jeito de se arrumarem me dá arrepios. Não pq está bonito ou não, mas pq eu não quero ser assim, acho que reconheço nisso o que é a organização. Qdo vejo a "alegria" de fazer parte do povo escolhido, eu dou graças a Deus por não fazer parte.

Não foi bom minha estada no mundo dos TJs. Na minha opinião só vi desamor e desamparo.
Tem muitas histórias para contar, sempre história de desamor.

Não entendo como meus pais ainda estão na "verdade". Eles sofreram muitas injustiças de anciãos. Lendo os tópicos lembro de coisas que por eu ser criança não ter notado a gravidade na hora.
Lembro da minha mãe ter dúvidas como a história de 1914, convivemos com um espião que até se casou com uma moça TJ, teve um moço que tentou se matar para não assumir a sua sexualidade, os anciãos tentaram desassociar meu pai em uma época que não tínhamos nem o que comer em casa e ao invés de ajudar veio julgar, meu irmã foi perseguido pelos anciãos...

Sei lá, tive vontade de conversar sobre isso tudo.
É uma história de vida estranha, pq não se encaixa em ninguém dos meus amigos normais do mundo. Acho que é a primeira vez que alguém vai entender o que foi tudo isso.

Não é simples sair, pq qdo a gente sai, eles tiram a nossa dignidade diante da família e amigos.

Mesmo assim, gosto de ser o que sou. Uma pessoa normal, cuida da minha casa, da família que formei, do meu trabalho, enfim das coisas que dizem respeito a mim.
Ás vezes algum TJ bate aqui em casa para pregar, eu só agradeço e dispenso. Não quero alimentar nem autopiedade e nem raiva.

Gosto de não fazer parte deles! Não me arrependo de ter saído e não volto mais, nunca mais.
Ana Reis
Desativado a pedido do usuário
Mensagens: 270
Registrado em: 09 Out 2017 10:04

Re: Como é a relação com a minha familia toda TJ

Mensagem não lida por Ana Reis »

Com certeza a sua história é a história de muitos por aqui. Consigo imaginar a sua dor!

Mas o melhor mesmo é você continuar seguindo a sua vida com o seu esposo. Talvez um dia a sua família desperte.

Fique com essa frase de Nietzsche

“Nunca é alto o preço a se pagar pelo privilégio de pertencer a si mesmo.”

:bjo9: :bjo9:
Avatar do usuário
jedimind
Forista
Forista
Mensagens: 317
Registrado em: 14 Dez 2017 18:14

Re: Como é a relação com a minha familia toda TJ

Mensagem não lida por jedimind »

Sertaoveredas escreveu:Fiz as contas e tem uns 13 anos que fui desassociada. Foi bem difícil no começo, a mais difícil foi dar a noticia aos meus pais.
O motivo foi fornicação, eu e o namorado TJ resolvemos contar para os anciãos pq achávamos que a relação melhoraria depois de expormos o "pecado". Eu tinha medo de de os anciãos somente me repreendessem, pq eu vi nessa confissão a oportunidade de sair fora. E fui desassociada mesmo, demorei para contar para os meus pais, falei quase na véspera do anúncio. Foi uma época em que eu sentia muito medo.

Meu irmão, na época servo ministerial (acho) me disse que nada mudaria em nossa relação.
Meu pai agiu como sempre, com ausência emocional.
MInha mãe aproveitou para botar pressão, em forma de choro, de dizer que tinha vergonha de mim, de dizer que os anciãos tiraram o estudo de livro de casa (uns meses antes) pq o espirito santo alertou.
A minha irmã, na primeira oportunidade jogou na minha cara que alguém valia mais do que eu, pq esse alguém "segurou" enquanto eu...

Eu morava com meus pais, trabalha o dia todo e estudava à noite, no sábado ia para a aula de inglês. Ter essa vida paralela era bom, pq eu vivia mais e sofria menos.

Frequentei as reuniões durante um ano mais ou menos, fui à assembleias, congressos, comemoração. Sempre acompanhada do namorado.
O namorado sofria demais pela desassociação, ele tinha muitos amigos na organização, mas não voltou. Ainda enquanto namorávamos ele vivia uma vida mundana ia à shows, saia na madrugada, tinha ficantes e depois do fim do namoro virou o pegador geral.
Acho que ele era frouxo pq embora não quisesse mais ser TJ, ele me cobrava para voltar ao salão. Meio que me culpava pela desassociação. Algumas vezes os anciãos quiseram fazer visitas amorosas para nós, talvez para voltarmos. Eu não queria receber os anciãos, ele queria e depois me culpava por não ter voltado.
Não voltou até hoje, até onde sei se casou com uma moça que não é TJ tbém.

Já eu tinha quase nenhum amigo no salão, resultado de anos de esfriamento. Ia a poucas reuniões, quase nunca no campo, não era amiga de ninguém e tinha uma vida, bem tranquila, no mundo. Trabalhava e estudava. Ir ao salão para mim era uma tortura. Não gostava das pessoas, não tinha saco para ficar sentada ouvindo discursos, estava louca para me livrar daquilo.

Acho que a parte mais difícil foi mesmo perder o contato com a família.
A primeira pessoa que me deu um corte foi meu ex-primo. Fomos criados brincando juntos, passava férias em casa e eu na dele, e de repente toda a amizade acabou. Ele é ancião, casado, dois filhos e família exemplar.

Minha família mora tudo junto, em uma terreno com várias casas. Um dia na casa dos meus pais percebo que todo mundo havia sumido, achei estranho mas não me toquei no que estava acontecendo. Depois olhei pela janela e vi minha irmã correndo com um pote de gelatina. Perguntei aonde ela estava indo com aquilo e foi qdo notei que este era o primeiro almoço de família que eu estava sendo excluída.

O meu afastamento da família foi devagar. Parecia até que não tinha acontecido nada, mas aos poucos nos afastamos.
Pouco depois da desassociação, fui no casamento do meu irmão, que foi no salão e depois uma bela festa com 500 pessoas. Ninguém falou comigo. Tinha alguns parentes meus que não são TJ e eu queria ficar perto deles e dançar com eles, o namorado não deixou, pq precisávamos parecer arrependidos.

Nunca me arrependi. Nem qdo o namoro acabou. Nunca quis voltar. Há anos que nem penso nisso aliás.

Minha vida seguiu. Conheci um moço no trabalho, nos apaixonamos, passei a cada vez mais a frequentar a casa dele, até que começamos a morar juntos. Estamos juntos até hoje, 13 anos depois mais ou menos.

Fomos juntos ao casamento da minha irmã. Tinha vários parentes e amigos que não são TJ, mas só comigo que não falavam.
Sai com minha mãe para pegar uma marmita de bolo e da cozinha vi uns 3 anciãos em volta do meu esposo. Só esperaram eu sair um pouco de perto para pregar para o moço rsrsrsrss.
Na hora de ir embora, meu pai foi apresentar minha ex-prima para o meu esposo. Ela não falava comigo, evitou claramente chegar perto de mim, mas foi toda sorridente para cumprimenta-lo, adorei qdo ele simplesmente virou as costas para ela e me abraçou. Me senti defendida e protegida.

Passou um tempo meu irmão e cunhada desfizeram a amizade comigo no Facebook. Depois foi meu cunhado. Perguntei para a minha irmã o que tinha acontecido e ela disse que havia problemas na congregação mas que ela nunca deixaria de ser minha amiga.
Ainda tivemos alguns contatos, sempre na casa dos meus pais.

Há pouco tempo minha irmã me enviou uns emotions de madrugada. No outro dia respondi para ela que me respondeu com emotions tbém. Depois não encontrei mais o perfil do face dela. Fiquei preocupada achando que ela estava mal pq ela tem depressão. Pedi o contato dela para minha mãe que não me deu. Comentei com meu esposo e ele achou o perfil dela, e notei que havia sido bloqueada. Foi um choque.

E acho que sou lenta mesmo rsrsrsrs, pq só agora percebi que meu pai tbém cortou o contato comigo.
Embora a gente ainda se fale, as respostas dele são sim, não e ok.
Meu pai virou ancião depois que eu fui desassociada.
Não me trata mal, mas é super frio.

Minha mãe não faz drama mais. Nem tocamos no assunto. Ás vezes me pede ajuda para comprar alguma coisa na internet, muito às vezes saímos juntos para alguma coisa e só.

Tem foto no face da minha mãe com a "família" unida na adoração. A foto está com meus irmãos, genro e nora.

O que eu sinto é um pouco de solidão pq eu meio que não tenho família. Não faço parte de nenhum núcleo. Sou solo.

Tenho meu esposo, mas não é a mesma coisa. Se algo der errado eu posso contar só comigo e pronto.

Parece triste, mas deve ter um monte de gente assim no mundo. E foi o preço que paguei pela minha liberdade.
Qdo vejo fotos de congressos, aquelas roupas, cabelos e jeito de se arrumarem me dá arrepios. Não pq está bonito ou não, mas pq eu não quero ser assim, acho que reconheço nisso o que é a organização. Qdo vejo a "alegria" de fazer parte do povo escolhido, eu dou graças a Deus por não fazer parte.

Não foi bom minha estada no mundo dos TJs. Na minha opinião só vi desamor e desamparo.
Tem muitas histórias para contar, sempre história de desamor.

Não entendo como meus pais ainda estão na "verdade". Eles sofreram muitas injustiças de anciãos. Lendo os tópicos lembro de coisas que por eu ser criança não ter notado a gravidade na hora.
Lembro da minha mãe ter dúvidas como a história de 1914, convivemos com um espião que até se casou com uma moça TJ, teve um moço que tentou se matar para não assumir a sua sexualidade, os anciãos tentaram desassociar meu pai em uma época que não tínhamos nem o que comer em casa e ao invés de ajudar veio julgar, meu irmã foi perseguido pelos anciãos...

Sei lá, tive vontade de conversar sobre isso tudo.
É uma história de vida estranha, pq não se encaixa em ninguém dos meus amigos normais do mundo. Acho que é a primeira vez que alguém vai entender o que foi tudo isso.

Não é simples sair, pq qdo a gente sai, eles tiram a nossa dignidade diante da família e amigos.

Mesmo assim, gosto de ser o que sou. Uma pessoa normal, cuida da minha casa, da família que formei, do meu trabalho, enfim das coisas que dizem respeito a mim.
Ás vezes algum TJ bate aqui em casa para pregar, eu só agradeço e dispenso. Não quero alimentar nem autopiedade e nem raiva.

Gosto de não fazer parte deles! Não me arrependo de ter saído e não volto mais, nunca mais.
Tristeza é o resultado final de quem pertence a essa religião satânica. Estou afastado a pouco tempo e não sinto saudade nemhuma de estar em uma reunião cheia de robôs.
Todas as religiões são a verdade sagrada para quem tem a fé, mas não passam de fantasia para os fiéis das outras religiões

Isaac Asimov
Sertaoveredas
Novo (a) Forista
Novo (a) Forista
Mensagens: 6
Registrado em: 23 Dez 2017 15:51

Re: Como é a relação com a minha familia toda TJ

Mensagem não lida por Sertaoveredas »

Ana Reis escreveu:Com certeza a sua história é a história de muitos por aqui. Consigo imaginar a sua dor!

Mas o melhor mesmo é você continuar seguindo a sua vida com o seu esposo. Talvez um dia a sua família desperte.

Fique com essa frase de Nietzsche

“Nunca é alto o preço a se pagar pelo privilégio de pertencer a si mesmo.”

:bjo9: :bjo9:
Super concordo!
Avatar do usuário
Ronildo Araujo
Perfil Desativado
Perfil Desativado
Mensagens: 1207
Registrado em: 17 Abr 2017 20:52

Re: Como é a relação com a minha familia toda TJ

Mensagem não lida por Ronildo Araujo »

Obrigado por seu comovente relato Sertãoveredas. Sinta-se feliz por não dar a sua luz à esta organização impostora.
A base do Cristianismo verdadeiro, aprovado por Cristo, é o amor de Deus.
A vida e a morte de Jesus Cristo é a confirmação deste amor.
Avatar do usuário
Magoo
Forista
Forista
Mensagens: 139
Registrado em: 27 Nov 2017 14:04

Re: Como é a relação com a minha familia toda TJ

Mensagem não lida por Magoo »

Poxa, esse é o amor pregado pelos cristãos. A Torre torna seus adeptos doentes, ausentes de empatia e aqueles que percebem isso são punidos. Esse é o caminho que devemos percorrer, quando saí meus pais já estavam de saída também, então não foi nada traumático para mim mas quando dentro da organização meu pai aplicava a sharia TJ dentro de casa, proibiam todos de falar comigo, nas refeições eu era o ultimo, depois que todos já tinham saído da mesa, meu pai de sacanagem ficava conversando, contando piada para mostrar como todos estavam felizes, eles saiam e eu ficava sozinho em casa. Hoje meu pai fala que perdeu 15 anos da vida dele (de quebra gastou o meu também), deveria ter ido fazer uma faculdade. As vezes alguns acabam acordando para a realidade.
Esse é comportamento padrão, é triste e chocante saber que vocês que ainda tem família TJ tenham que passar por isso, os problemas se resolvem com o tempo, aquela ideia cultivada dentro da Torre de que nossa vida acaba quando estamos do lado de fora é apenas uma prisão psicológica, vamos ter perdas e ganhos como qualquer outra pessoa.
Espero que consiga superar tudo isso da melhor forma possível (muitos de nós tivemos nossas seções no analista) e que em algum momento sua família acorde para vida!
"A loucura é a porta para a liberdade, mas é preciso ter coragem para atravessá-la." :8
Avatar do usuário
Debora
Desativado a pedido do usuário
Mensagens: 8443
Registrado em: 21 Dez 2010 11:07
Localização: Santana

Re: Como é a relação com a minha familia toda TJ

Mensagem não lida por Debora »

Minha querida, que relato lindo !!! Este efetivamente é o mundo que as testemunhas de jeova vivem mas insistem em ocultar.

Uma frase minha pra você refletir: amigos não são os que recebemos por consequência sanguínea. Amigos, são aqueles que nós escolhemos e que caminham connosco em uma via de duas mãos onde ninguém é melhor que o outro.
Sabe de denúncias de abuso sexual infantil dentro da organização das Testemunhas de Jeová? Envie dicas investigativas, informações e documentos sobre este tópico para o Ministério Público de São Paulo: avarc@mpsp.mp.br
TJ RENOVADO
Forista
Forista
Mensagens: 214
Registrado em: 27 Abr 2017 00:02

Re: Como é a relação com a minha familia toda TJ

Mensagem não lida por TJ RENOVADO »

Não é simples sair, pq qdo a gente sai, eles tiram a nossa dignidade diante da família e amigos.
Li o seu emocionante relato ontem e fiquei processando. Imaginei a sua angústia e de muitos outros sequelados da Torre.
Agradeço muito a Deus por não presenciar isso em minha família. Tenho um irmão desassociado, atualmente desperto e não mostra nenhum interesse em voltar. Vai eventualmente ao salão para acompanhar a esposa. Mas nos encontramos na casa de nossos pais TJs, todos conversamos sobre tudo (inclusive sobre religião), rimos, discutimos acaloradamente também, comemos e bebemos juntos.

Só me resta torcer para que você e outros recuperem as suas respectivas famílias.
Avatar do usuário
KOSTA
Perfil Desativado
Perfil Desativado
Mensagens: 3751
Registrado em: 22 Set 2011 20:06
Localização: Portugal

Re: Como é a relação com a minha familia toda TJ

Mensagem não lida por KOSTA »

Debora escreveu:Minha querida, que relato lindo !!! Este efetivamente é o mundo que as testemunhas de jeova vivem mas insistem em ocultar.

Uma frase minha pra você refletir: amigos não são os que recebemos por consequência sanguínea. Amigos, são aqueles que nós escolhemos e que caminham connosco em uma via de duas mãos onde ninguém é melhor que o outro.
Eis uma verdade!!!Palavras sábias.
NÃO TEMAS AQUELES QUE BUSCAM PELA VERDADE, MAS TEME ANTES OS QUE AFIRMAM TEREM A VERDADE
NicoleGoncalves
Forista
Forista
Mensagens: 78
Registrado em: 07 Mar 2017 16:01

Re: Como é a relação com a minha familia toda TJ

Mensagem não lida por NicoleGoncalves »

Olá! Bem vinda ao fórum!

Nossa ler sua história, foi como rever muitas situações que eu já vivi.

E realmente, é tão difícil explicar e passar as situações que vivemos, parece que nunca ninguém viveu algo parecido. Só aqui, no fórum, da para se encontrar nas situações vividas por outras pessoas.

Fico triste que a sua família tenha agido dessa forma, mas fico feliz de saber que você teve força pra se desprender dessa religião tão possessiva e construir uma família livre, de acordo com o que você realmente sente e acredita!

Você não está sozinha :w3lcome:
“A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.”
Drummond
Responder

Quem está online

Usuários navegando neste fórum: Nenhum usuário registrado e 14 visitantes