Ter sido TJ destruiu a sua vida?

[Desconstruída]

Entendo perfeitamente como se sente, já tive essas crises varias vezes durante a reunião! O pior é que ate eu descobrir o q era, levou um bom tempo. Hj diminuí bastante a minha participação nas reuniões e no campo já não apareço mais. Isso têm me mantido menos ansiosa. Mas por vezes me sinto como uma criança que descobriu que Papai Noel não existe. Me sinto completamente perdida. Não sei mais como agir nem no que acreditar. Dias mais, dias menos...e vou tocando a vida do jeito que dá.

[timoneiro]

Sim, minha vida foi destruída desde a infância por essa religião mas consegui recuperar em parte.

Por causa dessa religião:
- meu pai abandonou a família (7 filhos) por não concordar com a religião. Eu tinha apena 7 anos.
- perdi minha mãe que morreu por se recusar a tomar uma transfusão de sangue (em 1975). Eu tinha apenas 12 anos.
- sofri bullying na escola por não participar de aniversários, não cantar o hino nacional e nem participar do desfile de 7 de setembro.
- minha sobrinha de 26 anos suicidou por causa de extrema depressão
- perdi oportunidades de fazer amigos, pois lá dentro não há amizades
- perdi oportunidades de bons empregos e de carreiras que, como você, também queria seguir.
- perdi namoradas de quem eu realmente gostava
- deixei de estudar para ser ancião
- tive uma adolescência sofrível
- perdi grande parte de minha vida dedicada a essa religião
- deixei de ter filhos esperando o fim do mundo que traria um paraíso. Agora já era, não dá mais.
- e muitas, muitas outras coisas ruins e bem tristes que não quero falar aqui.

Quando acordei, vi a necessidade de consertar tudo isso e sair dessa porcaria de religião. Demorou, levei uns 10 anos para consertar uma boa parte dessas perdas. Tive que voltar a estudar já com 40 anos até atingir o mestrado, recuperar o emprego e dar um rumo na vida. Não foi fácil. Hoje, superei muitas perdas, mas ainda restam mágoas, traumas e lembranças ruins com as quais ainda tenho que conviver, mas levo numa boa. A vida segue.

Assim, digo a você: você ainda tem chance SIM de levar uma vida normal fora da Torre. Persista. Não se deixe abalar. Não deixe essa religião destruir sua via. Ainda há tempo de recuperar o que está perdendo. Há vida após TJ, mas é preciso ter a cabeça no lugar, ser forte e persistir. Boa sorte e boa luta!

[Galileu]

Queridos e queridas foristas ,

Me deu um nó na garganta ao ler seus relatos , sinto muita tristeza por tudo isso .

Como dizer que esta religião , seita ou empresa pode fazer bem a alguem ??

Estar no mundo vivendo como uma ilha é muito triste , dificil romper as amarras mentais gravadas desde a tenra idade .

Lutemos pelo direito de viver a vida que nos foi concedida , com liberdade de pensamento , expressao e de ação, de modo responsavel.

Um abraço a todos !

[Ana Reis]

Respondendo ao post.
Não cheguei a me batizar, mas estudei durante três anos e participava ativamente nas reuniões. Fiz amizades com 3 irmãs nessa época e sim, elas destruíram a minha vida, fiquei na merda por causa delas. Estava desenvolvendo síndrome do pânico, ansiedade e depressão (aliás, as três sofrem disso). Tive que ir fazer terapia para conseguir voltar a ter uma vida normal.
Essas amizades me fizeram muito mal. Hoje tenho mais certeza disso, quando estava na religião não conseguia enxergar tais coisas.

[Ana Reis]

Quando eu sair da casa da minha tia e fui viver a minha vida, construí meu pequeno lá, estudava e trabalhava. Nesta época trabalhava com uma TJ e fiz amizade com ela, pois via como todos a desprezava e a ignorava. Então, nesse meio tempo, em 2014 sofri uma tentativa de estrupo e fiquei muito debilitada emocionalmente, contei tudo para esse minha colega de trabalho que me ofereceu ajuda (foi aí que o inferno começou), ela colocou na minha cabeça que eu ia morrer que o cara ia vir atrás de mim, ela fez uma massacre psicológico na minha cabeça, não conseguia estudar, faltei ao trabalho e o pior de tudo, não voltei mais a minha casa (pedi TUDO que eu havia construído). Fiquei morando com essa colega uns 7 meses até sair da casa dela, pois ela me fazia de empregada e era muito abusada (neste tempo eu já frequentava o SR) conheci uma irmã no SR e pedi ajuda, ela deixou eu morar com ela, porque eu era estudante e tal...mas daí começou a perseguição com essa irmã, os ansiosos e os irmãos do SR começaram a colocar titica na cabeça dela que eu ia dá trabalho e tal e que não era aconselhável me ajudar... Depois de um ano morando com essa irmã, me sentia muito solitária, pois como disse minha família mora do outro lado do Brasil, conheci um rapaz e ele me pediu em namoro. Resultado: uma semana depois de eu ter contado para ela sobre o relacionamento, ela me expulsou da casa dela. Eu não tinha para onde ir, estava na rua. Contei para esse rapaz o que havia acontecido e ele terminou o namoro comigo. Fui morar num barraco na favela que não tinha nada (passei maus bocados). Mas mesmo assim não desistir de frequentar o SR e estudar a Bíblia.
Consegui arrumar a minha vida de novo, daí essas irmãs voltaram a querer ter assunto comigo e eu acho que o resto da história eu já contei aqui na minha apresentação.

[Lehh]

Boa Tarde


Como disse a Ermione, a torre atrasou muito a minha vida, mas não digo que destruiu.

Esta seita influenciou de forma negativa muito a minha vida, mas além disso, eu sempre tive problemas familiares que não estão exatamente ligados à religião, mas que ela ajudou a agravar.

A grande maioria das pessoas que fizeram parte desta organização e enxergaram que ela não é verdadeira, sofreram com isso de alguma forma e se sentiram prejudicados, inclusive, porque, por ser uma seita, ela exerce controle mental e traz sentimentos de culpa, medo, etc.. além do sentimento de estar preso e as consequências da expulsão ou saída voluntária formal, que conhecemos bem.

Como muitos responderam, eu também tive traumas, poucos amigos, até hoje não me socializo facilmente porque fui criada lá. Também sou desconfiada e as vezes julgo as pessoas (defeito que tenho tentado perder). Na época em que eu acreditava nas tjs, eu achava que as pessoas que não eram tjs não eram nem um pouco confiáveis, que só as tjs poderiam ser consideradas amigas.

Apesar de todos esses danos e traumas, já que despertamos, temos que buscar o lado bom. Pelo menos a nossa mente está livre, e o mundo é cheio de possibilidades e muito maior do que acreditamos quando ainda somos tjs de coração.
Independente da idade da pessoa, sempre há esperança, recomeço , possibilidades e atividades interessantes, coisas a se aprender, pessoas para conhecer.

No seu caso e no de vários outros foristas aqui, vocês tem a juventude a seus favor, muitos anos pela frente. Pode planejar e conquistar a liberdade mais cedo, e terá mais tempo ainda para desfrutar das alegrias da vida. Muitas vezes não é fácil por causa da família e dos traumas, mas fazer o quê, infelizmente, tivemos o azar de nascer ou ter entrado nessa seita, isso não podemos mudar. Mas podemos mudar daqui para frente.

[Ronildo Araujo]

Quando eu sair da casa da minha tia e fui viver a minha vida, construí meu pequeno lá, estudava e trabalhava. Nesta época trabalhava com uma TJ e fiz amizade com ela, pois via como todos a desprezava e a ignorava. Então, nesse meio tempo, em 2014 sofri uma tentativa de estrupo e fiquei muito debilitada emocionalmente, contei tudo para esse minha colega de trabalho que me ofereceu ajuda (foi aí que o inferno começou), ela colocou na minha cabeça que eu ia morrer que o cara ia vir atrás de mim, ela fez uma massacre psicológico na minha cabeça, não conseguia estudar, faltei ao trabalho e o pior de tudo, não voltei mais a minha casa (pedi TUDO que eu havia construído). Fiquei morando com essa colega uns 7 meses até sair da casa dela, pois ela me fazia de empregada e era muito abusada (neste tempo eu já frequentava o SR) conheci uma irmã no SR e pedi ajuda, ela deixou eu morar com ela, porque eu era estudante e tal...mas daí começou a perseguição com essa irmã, os ansiosos e os irmãos do SR começaram a colocar titica na cabeça dela que eu ia dá trabalho e tal e que não era aconselhável me ajudar... Depois de um ano morando com essa irmã, me sentia muito solitária, pois como disse minha família mora do outro lado do Brasil, conheci um rapaz e ele me pediu em namoro. Resultado: uma semana depois de eu ter contado para ela sobre o relacionamento, ela me expulsou da casa dela. Eu não tinha para onde ir, estava na rua. Contei para esse rapaz o que havia acontecido e ele terminou o namoro comigo. Fui morar num barraco na favela que não tinha nada (passei maus bocados). Mas mesmo assim não desistir de frequentar o SR e estudar a Bíblia.
Consegui arrumar a minha vida de novo, daí essas irmãs voltaram a querer ter assunto comigo e eu acho que o resto da história eu já contei aqui na minha apresentação.

Que situação em Ana Reis. Se um dia houver um congresso da dissidência com entrevistas você poderia participar num discurso Provas da Falta de Amor entre as TJs. No ínterim, ainda bem que tem o fórum para que as pessoas conheçam sua história. Parabéns por nos contar.

[sabrepoderoso*]

boa noite a tds

quase destruiu , porém aos 45 do 2 tempo comecei a virar o jogo , era sincero , acreditava e vivia o que pregava
da melhor maneira possível , sair desta seita miserável depois de anos , foi um baque .

perdi amigos , trabalho , contatos que tinha com várias pessoas , meus filhos e netos reclamavam da ausência
nas datas festivas , fiz a neta mais velha chorar ao recusar uma fatia de um bolo de um niver dela .

ajudei bastante gente que depois me olhavam como se eu fosse um cão leproso , vi gente me olhar como se fosse alguém
repugnante , juntando isso a uma gigantesca decepção amorosa , parei no fundo de um poço escuro , frio , e escorregadio
e claro , sozinho , alguém talvez possa não acreditar , mas o que me tirou do fundo do poço , foi o ódio , ele me fez levantar a cabeça , e hj odeio esta seita miserável , destrutiva , desamorosa , falsa com td força que tenho .

e não me convidem nem para beber água com essas pessoas , só troco algumas palavras com um ex estudante , já tentei
tirar isso de dentro de mim mas não deu , converso com alguns que saíram de vez de lá . até minha alegria que foi
minha marca registrada , perdi , recuperei o hábito de sorrir aqui em 2015 quando me cadastrei , lendo relatos de pessoas que nunca conheci mas que passaram ou passam por coisas que conheço muito bem .

tds nós de alguma forma temos cicatrizes , invisíveis aos olhos humanos mais bem reais , o convívio com vcs aqui do forum me fez e faz bem ao meu coração e mente , as vezes lendo relatos , experiências , apresentações , desabafos
as lágrimas molham os meus olhos , sei o que estar sozinho mesmo estando no meio de uma multidão .

antes de entrar neste hospício eu era feliz , só não sabia , esta seita miserável , me fez chegar a beira do abismo sem
alegria alguma dentro der mim , os 45 minutos do 2 tempo que citei , foi descobrir este lugar .

abraços a tds

[Girlboss2]

Por muito pouco...
Tenho depressão, crises de ansiedade... Inúmeras vezes pensei em suicídio. Não tive uma infância feliz(nasci em lar tj). Não sei o que é adolescência ( foi uma das piores fases da minha vida). Há pouco tempo descobrir a verdade sobre a torre... Então, ainda estou no processo de reconstrução, de adaptação. Não é fácil quando você está no fundo do poço. É uma luta diária para não permitir que a torre destrua o resto de esperança que tenho de ter uma vida NORMAL.

[jeongguk]

Também já chorei no salão, aquilo tudo é um show de horrores para nos. Eu passo mal quase toda vez que estou não pregação, não me sinto bem levando uma mentira para os outros.
Cresci nessa situação também, e a gente infelizmente tem alguns problemas e traumas, fomos criados pensando que as pessoas o mundo sao monstros que só vão nos fazer mal.
Mas eu acredito que com o tempo podemos superar isso, claro que vez ou outra vamos lembrar . eu pelo menos não sentirei falta, mas sim raiva.