Dissidentes perguntam, Pq é tão difícil manter relacionament

Depoimentos de ex-testemunhas de Jeová, cartas de dissociação e depoimentos sobre a vida pós Torre de Vigia. Aqui fala mais alto a sinceridade, o sentimento e muitas vezes os relatos nos impressionam pela falta de algo que mais as Testemunhas de Jeová dizem praticar: o amor ao próximo!
Fique a vontade para contar suas vivências
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Dr. Schultz
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Re: Dissidentes perguntam, Pq é tão difícil manter relacionament

Mensagem não lida por Dr. Schultz »

kooboo escreveu:
Dr. Schultz escreveu:....
PS. Essa é a minha situação, a minha esposa e meus sentimentos. Obviamente, sei que nem toda relação é como a minha então não, isso não é um guia definitivo, rsrs.
Excetuando o fato de você ainda ir ao campo, diria que a negociação está aceitável.
A compreensão da sua esposa difere da maioria dos cenários que encontramos entre os dissidentes, muitos cônjuges se sentem na obrigação de salvar ou abandonar o descrente. E o pior, os anciãos endossam que é melhor separar que ficar com um apóstata.
De repente, se você parasse de fazer campo, sua situação poderia se complicar ligeiramente na congregação, mas, já pensou no impacto disso?
Sim, pensei e o impacto seria muito baixo. Uma coisa que aprendi por ler tantos relatos aqui no fórum e pela experiência pessoal é que o modo de tratar certos assuntos difere muito de congregação para congregação, ou região ou mesmo país.
Dois pontos aí no que flw kooboo, que pelo que compreendi você fez uma relação (me corrija se entendi errado):

1- Se eu parar de ir no campo não serei automaticamente um apóstata, então não haveria sequer a sugestão de separação. Ninguém sabe das minhas opiniões claras sobre a seita, exceto minha esposa e eu sei que ela nunca me exporia de tal forma, me caguetando ou algo do tipo. Meu nível de confiança nela é esse e nunca tive motivo pra duvidar.
2- Nem todo ancião endossa a separação por apostasia. Após aquele fatídico artigo da Sentinela que claramente abria margem para essa aplicação, conversei com diversos anciãos de forma informal e, pelo menos aqui na região que moro, ninguém entendeu que se deva aplicar isso como sugestão para o casal. Via de regra, os anciãos aqui não se metem nesse vespeiro no sentido de sugerir a separação. Até porque isso contradiz outras orientações que dizem claramente que "cada um levará sua própria carga", e os anciãos não devem dizer aos outros o que fazer ou não.

E o Kosta tocou num ponto muito interessante sobre o campo. Eu ODEIO ir no campo, sério... me irrita profundamente. Mas sabe qtas vezes eu fui esse mês? 0! E quantas horas vou entregar no relatório? Sei lá, umas 7. E é assim que se leva.
Mês passado fui uma vez e trabalhei com minha esposa e falamos de assuntos aleatórios, e não entregamos um papelzinho...
Aprendi a enrolar, ludibriar e dar risada da situação.

Então, eu entendo que é muito difícil manter um relacionamento justamente porque no início nós levamos tudo isso muito a sério. No sentido de que estamos sufocados, privados de liberdade, isso é muito latente logo que descobrimos a Verdade.

Mas se soubermos ter sangue frio, se aplicarmos a tolerância na prática, se formos empáticos e principalmente (e porque não dizer essencialmente), se amarmos verdadeiramente quem está do nosso lado, sim é possível permanecer juntos.

Será pra sempre? Ninguém tem como saber. Mas na minha situação eu digo que vale a pena tentar.
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lobo guará
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Re: Dissidentes perguntam, Pq é tão difícil manter relacionament

Mensagem não lida por lobo guará »

Me identifico bastante com o que o Schultz disse. O meu casamento não é baseado no "tríplice cordão" que tanto se fala no salão, mas no amor que eu e minha esposa temos um pelo outro. Não dependemos da religião pra nos entendermos.

Assim como o Schultz eu também tive que ceder mais: ir à reunião de vez em quando, ir a um dia do congresso, ficar calado e não apresentar os podres da religião a todo momento, engolir uns sapos de TJs próximos, etc.
Tive que aprender a não atacar aquilo que ela acredita e procurar formas de mostrar os erros da religião dela de uma forma que ela aceitasse. Esse processo não foi fácil. Errei muito, demorei a saber qual era o jeito de falar, quais assuntos tocar. Brigamos. Choramos. Ficamos com raiva. Descontamos nos filhos. Nos arrependemos.

Percebi que se eu batesse de frente ou se parasse com todas as atividades teocráticas bruscamente iria criar uma comoção muito grande. Ela sentiria muito a minha falta no salão. A congregação iria pressionar. As pessoas ficariam perguntando. O melhor foi sair de fininho - ir parando devagar até que ninguém mais percebesse. Acho que gastei uns dois anos desde que comecei a esfriar até parar completamente de ir ao campo.

Com o tempo as coisas foram se encaixando lentamente. Ela foi ficando mais e mais tolerante, abriu muuuito a mente. Estudamos bastante juntos. Começou a me compreender. Começou a ver que a religião das TJs não é a verdade absoluta. Hoje conseguimos conversar sobre muitos assuntos que até algum tempo atrás eram tabus por ela ainda manter o ponto de vista TJ.

Uma coisa que ajudou muito foi quando a minha revolta com a JW diminuiu - e isso é um ponto que conta muito. No começo, quando "acordei", queria sair acordando todo mundo, atacando a organização o tempo todo, ficando intolerantes com as TJs. Isso gerava muito conflito e foi muito desgastante. Às vezes fazia os nossos parentes TJs quererem intrometer. Com o tempo fui ficando mais sereno, mais tolerante com ela também. E isso facilitou muito o nosso diálogo. Aprendi a respeitar a opinião religiosa dela e a trocar idéias, não debatê-las (ainda dou umas bolas foras de vez em qdo, infelizemente).

Ela mesma diz que nós nunca iríamos concordar em tudo, que isso é utópico e sem graça, e que assim como temos gostos tão diferentes pra música e opiniões políticas diferentes, por exemplo, podemos pensar diferente em relação à religião. E isso não é necessariamente um problema, mas pode ser bom, desde que saibamos como lidar com a diferença.

Então, indo diretamente ao que o kooboo falou:
kooboo escreveu:O fato é que - MANTER - é o cenário mais complexo.
E eu adoraria saber como fazer isso.
Acho que manter o relacionamento começa por ter amor, serenidade e tolerância. Como isso vai afetar cada relacionamento e o que mais será necessário? Aí cada casal precisa descobrir sozinho.
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Re: Dissidentes perguntam, Pq é tão difícil manter relacionament

Mensagem não lida por kooboo »

KOSTA escreveu:Koboo

Se ele deixar de ir ao campo os ansiosos irao meter o bedelho no casamento dele.

Por outro lado, que mal tem ir no campo para manter o casamento? Hoje em dia ir no campo é para manter aparencia ou fazer horas. Nao existe espiritualidade nenhuma. Resumidamente, é um passear a pastinha.
Vou te responder como era para mim - Uma afronta!
Eu estava na rua, com uma pasta cheia de publicações nas quais eu não acreditava, indo na casa das pessoas que não queriam me receber para falar sobre aquilo que nem eu cria e além de tudo, ainda estava representando uma empresa e uma seita com a qual, mentalmente, eu não tinha mais vínculo.
Isso era um peso enorme, uma afronta à minha consciência, algo que não fazia-me sentido, o pior peso que eu poderia sentir.
Sentar no salão e desligar os ouvidos, ver o sorrisos amarelos doia menos que campo.
[]'s
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kooboo
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Re: Dissidentes perguntam, Pq é tão difícil manter relacionament

Mensagem não lida por kooboo »

Dr. Schultz escreveu: Sim, pensei e o impacto seria muito baixo. Uma coisa que aprendi por ler tantos relatos aqui no fórum e pela experiência pessoal é que o modo de tratar certos assuntos difere muito de congregação para congregação, ou região ou mesmo país.
Dois pontos aí no que flw kooboo, que pelo que compreendi você fez uma relação (me corrija se entendi errado):

1- Se eu parar de ir no campo não serei automaticamente um apóstata, então não haveria sequer a sugestão de separação. Ninguém sabe das minhas opiniões claras sobre a seita, exceto minha esposa e eu sei que ela nunca me exporia de tal forma, me caguetando ou algo do tipo. Meu nível de confiança nela é esse e nunca tive motivo pra duvidar.
Pelo que entendi, você ainda vai ao campo (ou entrega relatórios) como uma forma de deixar sua posição na congregação acima de suspeitas.
Sua esposa não exige isso de você, mas indo, é como se você mostrasse à congregação "somos uma família teocrática e não se preocupem conosco".
Isso pode ser um esforço válido. Sabe de uma coisa... porque você não estava aqui a uns dez anos atrás para me aconselhar? :lol:
2- Nem todo ancião endossa a separação por apostasia. Após aquele fatídico artigo da Sentinela que claramente abria margem para essa aplicação, conversei com diversos anciãos de forma informal e, pelo menos aqui na região que moro, ninguém entendeu que se deva aplicar isso como sugestão para o casal. Via de regra, os anciãos aqui não se metem nesse vespeiro no sentido de sugerir a separação. Até porque isso contradiz outras orientações que dizem claramente que "cada um levará sua própria carga", e os anciãos não devem dizer aos outros o que fazer ou não.
Dissestes bem - "nem todo ancião". Não é uma unanimidade, mas os que estavam assessorando minha ex-posa foram nessa contra-mão e deram maior apoio à separação, já na torcida de que eu pisasse na bola e fornicasse rapidinho.
E o Kosta tocou num ponto muito interessante sobre o campo. Eu ODEIO ir no campo, sério... me irrita profundamente. Mas sabe qtas vezes eu fui esse mês? 0! E quantas horas vou entregar no relatório? Sei lá, umas 7. E é assim que se leva.
Mês passado fui uma vez e trabalhei com minha esposa e falamos de assuntos aleatórios, e não entregamos um papelzinho...
Aprendi a enrolar, ludibriar e dar risada da situação.

Então, eu entendo que é muito difícil manter um relacionamento justamente porque no início nós levamos tudo isso muito a sério. No sentido de que estamos sufocados, privados de liberdade, isso é muito latente logo que descobrimos a Verdade.

Mas se soubermos ter sangue frio, se aplicarmos a tolerância na prática, se formos empáticos e principalmente (e porque não dizer essencialmente), se amarmos verdadeiramente quem está do nosso lado, sim é possível permanecer juntos.

Será pra sempre? Ninguém tem como saber. Mas na minha situação eu digo que vale a pena tentar.
Tua esposa é uma TJ bem light.
O problema é realmente quando a outra parte é intolerante.
[]'s
kooboo

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Lara Croft
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Re: Dissidentes perguntam, Pq é tão difícil manter relacionament

Mensagem não lida por Lara Croft »

Eu penso diferente da maioria aqui.
Acredito que o amor verdadeiro é demonstrado quando a outra pessoa te aceita do jeito que você é.
Se você precisa fingir, viver uma mentira, esconder seus pensamentos e sentimentos, então qual a intensidade deste amor?c
Comodismo, insegurança, medo e outros fatores assustam muito na hora da tomada de decisão.
Eu acredito no amor, sim vale a pena lutar por um amor.
Mas se a situação fosse inversa, seu cônjuge faria o mesmo por vc?
Acho lindo falar: eu amo minha esposa, ou marido. Mas muitos vivem relacionamentos abusivos, em que se exigem de você que abra mão de si mesmo.
Eu posso sim amar alguém e amar muito, mas aprendi a não amar ninguém mais que a mim.
E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.
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Mano
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Re: Dissidentes perguntam, Pq é tão difícil manter relacionament

Mensagem não lida por Mano »

Eu passei por isso no meu casamento.

Embora eu amasse muito minha esposa, nossa relação ficou insustentável. Eu parei de ir no salão em meados de 2012, na época ela até deu uma diminuída no ritmo, mas logo retomou e não se conformava de eu ter parado de ir. Levamos até o ano passado, quando decidimos pelo divórcio.
T.I.T.J
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Re: Dissidentes perguntam, Pq é tão difícil manter relacionament

Mensagem não lida por T.I.T.J »

Dr. Schultz escreveu:
kooboo escreveu:
Dr. Schultz escreveu:....
PS. Essa é a minha situação, a minha esposa e meus sentimentos. Obviamente, sei que nem toda relação é como a minha então não, isso não é um guia definitivo, rsrs.
Excetuando o fato de você ainda ir ao campo, diria que a negociação está aceitável.
A compreensão da sua esposa difere da maioria dos cenários que encontramos entre os dissidentes, muitos cônjuges se sentem na obrigação de salvar ou abandonar o descrente. E o pior, os anciãos endossam que é melhor separar que ficar com um apóstata.
De repente, se você parasse de fazer campo, sua situação poderia se complicar ligeiramente na congregação, mas, já pensou no impacto disso?
Sim, pensei e o impacto seria muito baixo. Uma coisa que aprendi por ler tantos relatos aqui no fórum e pela experiência pessoal é que o modo de tratar certos assuntos difere muito de congregação para congregação, ou região ou mesmo país.
Dois pontos aí no que flw kooboo, que pelo que compreendi você fez uma relação (me corrija se entendi errado):

1- Se eu parar de ir no campo não serei automaticamente um apóstata, então não haveria sequer a sugestão de separação. Ninguém sabe das minhas opiniões claras sobre a seita, exceto minha esposa e eu sei que ela nunca me exporia de tal forma, me caguetando ou algo do tipo. Meu nível de confiança nela é esse e nunca tive motivo pra duvidar.
2- Nem todo ancião endossa a separação por apostasia. Após aquele fatídico artigo da Sentinela que claramente abria margem para essa aplicação, conversei com diversos anciãos de forma informal e, pelo menos aqui na região que moro, ninguém entendeu que se deva aplicar isso como sugestão para o casal. Via de regra, os anciãos aqui não se metem nesse vespeiro no sentido de sugerir a separação. Até porque isso contradiz outras orientações que dizem claramente que "cada um levará sua própria carga", e os anciãos não devem dizer aos outros o que fazer ou não.

E o Kosta tocou num ponto muito interessante sobre o campo. Eu ODEIO ir no campo, sério... me irrita profundamente. Mas sabe qtas vezes eu fui esse mês? 0! E quantas horas vou entregar no relatório? Sei lá, umas 7. E é assim que se leva.
Mês passado fui uma vez e trabalhei com minha esposa e falamos de assuntos aleatórios, e não entregamos um papelzinho...
Aprendi a enrolar, ludibriar e dar risada da situação.

Então, eu entendo que é muito difícil manter um relacionamento justamente porque no início nós levamos tudo isso muito a sério. No sentido de que estamos sufocados, privados de liberdade, isso é muito latente logo que descobrimos a Verdade.

Mas se soubermos ter sangue frio, se aplicarmos a tolerância na prática, se formos empáticos e principalmente (e porque não dizer essencialmente), se amarmos verdadeiramente quem está do nosso lado, sim é possível permanecer juntos.

Será pra sempre? Ninguém tem como saber. Mas na minha situação eu digo que vale a pena tentar.
Boa tarde Dr. Schultz!

Eu já estou há alguns meses sem ir ao campo e neste mês fui apenas uma vez na reunião com minha esposa, eu simplesmente não entrego relatório e até agora nenhum ancião veio me encher o saco com isso. Estou simplesmente cagando e andando pro que o pessoal do salão pensam de mim.
"Por vezes as pessoas não querem ouvir a verdade porque não desejam que as suas ilusões sejam destruídas".
Friedrich Nietzsche
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Re: Dissidentes perguntam, Pq é tão difícil manter relacionament

Mensagem não lida por T.I.T.J »

Mano escreveu:Eu passei por isso no meu casamento.

Embora eu amasse muito minha esposa, nossa relação ficou insustentável. Eu parei de ir no salão em meados de 2012, na época ela até deu uma diminuída no ritmo, mas logo retomou e não se conformava de eu ter parado de ir. Levamos até o ano passado, quando decidimos pelo divórcio.
Boa tarde Mano! E a decisão partiu dos dois? Ou foi só de um?
"Por vezes as pessoas não querem ouvir a verdade porque não desejam que as suas ilusões sejam destruídas".
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Re: Dissidentes perguntam, Pq é tão difícil manter relacionament

Mensagem não lida por Dr. Schultz »

Minha esposa me surpreendeu tb, nunca imaginei que ia relaxar como fez. E foi bom, a relação se mantém por conta de concessões.

E vou falar o que acho da definição de "amor verdadeiro" como a Lara levantou a bola. Filosofia de boteco, preparem-se:

Se sua esposa ou marido esteve ao seu lado nos momentos mais difíceis (falta de dinheiro, problemas de saúde, emocionais, psicológicos, não importa) e te deu a mão, te deu apoio, te ouviu, brigou com vc para te convencer de algo que estava fazendo de errado (mesmo que só aos olhos dela), se lutou por vc mesmo quando todos viraram as costas pra vc, bem, isso é um sentimento verdadeiro. Pra mim, isso é amor e é intenso.

Não cheguei a essa conclusão hoje, foi todo um processo que alguns aqui no fórum sabem um pouco.

Mas o que não acho que é "amor verdadeiro"? É eu chegar pra ela depois de ANOS juntos e passando por tudo isso JUNTOS e dizer:
"Agora não acredito mais nessa religião, me aceite como eu sou ou senão não vai dar certo."

Uma coisa que é preciso ficar bem claro: Deixar uma religião não pode NUNCA ser comparado com a situação de um homossexual que sai do armário para a família, por exemplo.
Não é uma coisa da minha natureza ser ou não de uma religião. Ser da religião A ou B é um opção, uma escolha. Então é bem diferente de ser homossexual. A pessoa É mesmo sem escolher. Então, nesse caso, é algo a ser imposto a aceitação de terceiros, não se deve fazer concessões.

Eu não posso dizer pra minha esposa "me aceite como eu sou" posso até dizer "aceite minha ESCOLHA".
E quer saber? Eu disse isso pra ela e ela aceitou.
Mas eu tenho de ter paciência ir devagar porque não quero deixá-la triste. Ela fez concessões por mim. Eu farei por ela sempre que for preciso.

Minha relação não é abusiva, não me sinto oprimido, nem nada disso. Não somos crianças, somos adultos que conseguem discutir todo tipo de assunto e que pensam seriamente nas consequências de nossas decisões baseado na nossa história juntos e no fruto do nosso amor.

E sobre fingir, é tão utópico achar que poderá viver sem fingimentos livre da seita JW quanto a vinda do paraíso ou do Armagedom,kkk.
Fingir está no nosso DNA, sempre teremos de fingir, mentir, etc para alguém em qualquer ambiente. E se por enquanto fingir pra uns otários de uma seita vai manter meu casamento em paz, eu faço de boa.

Estou esperançoso, acho que me livrarei dos malucos JW totalmente um dia. Por enquanto, vou manter meu esquema como está.
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Dr. Schultz
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Re: Dissidentes perguntam, Pq é tão difícil manter relacionament

Mensagem não lida por Dr. Schultz »

Mano escreveu:Eu passei por isso no meu casamento.

Embora eu amasse muito minha esposa, nossa relação ficou insustentável. Eu parei de ir no salão em meados de 2012, na época ela até deu uma diminuída no ritmo, mas logo retomou e não se conformava de eu ter parado de ir. Levamos até o ano passado, quando decidimos pelo divórcio.
A pergunta que não quer calar é:

Você se arrepende por tentar fazer o casamento dar certo?

É isso que penso:
Do que vou me arrepender, de largar tudo pra me sentir "livre" de vez ou tentar o máximo agora pra talvez daqui a algum tempo talvez acabar terminando?

Eu sou do tipo que esgota as possibilidades. Se eu não fizer isso, não ficarei em paz.
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