Para começar, já fiz coisas não-éticas. Erradas, perante a torre e perante a sociedade. Arrependo-me do que já fiz, não pelo ponto de vista da torre. Mas sei que agi de forma errada para com outras pessoas do ponto de vista ético e moral. Algumas atitudes podem ser motivadas por traumas sexuais que fizeram parte da minha infância e um acontecimento durante minha adolescência. Nunca lidei muito bem com as emoções que estas situações me causaram. Creio que até hoje eu não saiba lidar. Temos sempre nossas escolhas, mas durante nossa vida somos formados por tudo o que acontece conosco e a nossa volta. E talvez minha fraqueza emocional tenha contribuído com boa parte das ações que vos relatarei a seguir.
Não sei se os que aqui estão me odiarão por relatar isso ou se há alguém que passou ou passa pela mesma situação. Mas vamos lá, serei sincera.
Para início de conversa, mencionarei que me envolvi com dois cristãos casados, em anos e épocas diferentes. E antes de mais nada aprendi muito com tudo isso.
Começarei a relatar pelo segundo com quem me envolvi; pois o primeiro será de mais interesse dos que aqui estão, e por isso deixemos o suspense para o final.
2º caso: Conheci o referido irmão através do namorado que eu possuía na época. Eles eram amigos. Sempre fomos colegas, tínhamos convívio com regularidade e algumas vezes conversávamos. Quando meu namoro acabou, este "amigo" do meu ex começou a tornar-se cada vez mais amigo meu. Conversávamos sobre praticamente tudo; até que ele começou a relatar para mim todos os problemas do casamento dele. E eu comecei a me compadecer e sentir pena dele. Eu já deveria ter aprendido da primeira vez. Mas como dizem, as vezes a gente consegue socar duas vezes a ponta de uma faca para poder aprender o quanto dói.
Continuando, eu e a esposa dele nunca nos demos muito bem; mesmo antes de ele me falar sobre os problemas que tinham conjugalmente. Então acabei me envolvendo com ele. Ele já havia sido expulso da torre por adultério; e céus, sabe-se lá porque eu caí na mesma história dele e acabei apaixonando-me. Antes que vocês se perguntem, não, nunca tivemos relações sexuais. Nem com este caso e nem com o próximo que contarei daqui a pouco.
Não éramos nada santos, mas nunca permiti que sexo acontecesse. Outras coisas nós fazíamos, fomos a motéis algumas vezes, creio que seria caracterizado como "conduta desenfreada" ou impureza, pela torre.
Ele me destruiu emocionalmente, porque nunca se interessou pelo meu bem estar e na verdade nunca gostou de mim. Envolveu-se comigo e alimentou seu próprio ego. E a esposa sobre quem ele tanto falava mal, hoje está grávida, e permanecerão levando seu casamento de fachada. Sendo que o principal objetivo dele, pelo menos até a última vez que nos falamos (não temos mais contato algum), é ser servo ministerial; e pasmem, pelo que eu soube, ele está quase para ser designado. Cômico, não?
1º caso: Creio que para muitos, este será muito interessante. Isto aconteceu quando eu ainda era menor de idade. Para começar da melhor forma, adianto que a pessoa com quem me envolvi era um ANCIÃO. Sim, o maior cargo em uma congregação, o SANTO que merece respeito e lealdade, o ancião. Seria uma prova da atuação do espírito santo?!
Como eu já disse, tudo isto aconteceu quando eu era menor de idade. Entre meus 16 e 17 anos.
Nos conhecemos em um grupo de uma rede social e começamos a manter contato. Confesso que nesta idade eu já possuía muitos desgostos e decepções na organização. Quando conheci um ancião que me dava atenção, passou-me pela mente "será que ele se apaixona por mim mesmo sendo casado e ancião?". Começamos a ter bastante contato por mensagens, e com o tempo passamos a nos encontrar pessoalmente. Eu era uma menina, mas não era boba e nem totalmente inocente. E por incrível que pareça, formamos um grupo de amigos de umas 5 pessoas (de congregações vizinhas as nossas). Inclusive saíamos todos juntos, ele largava a esposa em casa para estar conosco. E mais, estes amigos que nos acompanhavam meio que 'sabiam' e apoiavam esta loucura. Como já disse, não mantivemos relações sexuais.. mas foi com ele que estive a primeira vez em um motel. E foi com ele que tive a primeira vez de muitas coisas. Eu podia ter dito não; mas ele utilizava minha não experiência entre quatro paredes a favor dele. Nunca havia feito sexo oral em alguém; tudo que eu sabia sobre um homem, estava muito distante disso.
Mas depois de alguns meses de contato e da história toda, eu decidi ficar totalmente longe dele. Demorei meses para fazer isso, porque ele ameaçava tirar a própria vida caso eu o deixasse. E eu achava que ele pudesse fazer mesmo isso. Inclusive quando eu realmente decidi que não queria mais contato algum, ele disse que se mataria jogando seu carro dentro de um lago (eu não cedi. Já estava decidida. E ele também não se matou, então tudo ok). Hoje vejo que era só uma forma de controle dele sobre uma menina 17 anos mais nova do que ele.
E hoje ele ainda continua sendo ancião. Continua casado com a esposa terrível de quem ele tanto falava mal, inclusive teve uma filha.
Vez por outra nos encontramos em congressos e assembleias. E a parte mais cômica é porque tenho amigos e amigas na congregação onde ele ainda serve como ancião. Da última vez que lá estive, fazendo uma visita, ele era o dirigente de A Sentinela; e eu, claramente, fiz totalmente questão de dar comentários excelentes.
Creio que hoje em dia ele tem medo de mim, porque eu disse que entregaria toda a história para meus anciãos, quando chegasse 2017. Na última assembléia que nos vimos, ele ficou amarelo e acho que correria se tivesse oportunidade.
Depois de tudo o que vos contei, talvez vocês imaginem tamanha decepção com esta organização. Pessoas guiadas pelo espírito santo, com altos cargos na congregação, mas que na verdade são muito mais podres do que várias pessoas classificadas como "mundanas".
Não me orgulho do que fiz. Sei que errei e errei muito. Mas creio que com estes erros cresci e aprendi muito. Repudio todas as minhas práticas. Não é motivo de orgulho para mim relatar tudo isso. Mas o que fizemos não pode ser mudado. Só podemos fazer diferente no futuro.
Mas através destes acontecimentos, tenho mais uma prova de que se o espírito santo existe, ele está bem longe desta organização religiosa. Porque casos como esses não são nem um pouco isolados.
Desculpem pelo longo texto e história. Fui o mais sincera que pude.
Até a próxima.
