"Como ajudar a esposa a se desprogramar?"
- Zinedine Zidane
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- Registrado em: 21 Jan 2014 15:25
Re: "Como ajudar a esposa a se desprogramar?"
Vejo no meu caso que a preocupação de minha esposa é que se eu deixar de ser TJ virarei o "demônio" rsrsrs, virarei mulherengo, desonesto e coisas do tipo. Em várias ocasiões que conversamos sobre essa questão sempre deixei claro que sou o que sou não por causa da religião, afinal se fosse assim, não existiriam pessoas honestas, leais a seu cônjuge e que realmente se preocupam com o próximo em outras religiões ou até mesmo aqueles que não creem em Deus. Mas não a culpo por pensar assim, afinal as TJs são ensinadas a pensar dessa maneira, que não existe nada de bom apartado da Organização. Por isso, paciência é fundamental.
Re: "Como ajudar a esposa a se desprogramar?"
So mais uma razao para voce, prezado, mostrar lhe que voce nao se tornara o "demonio" que a Org tanto a quer convencer a crer!!Zinedine Zidane escreveu:Vejo no meu caso que a preocupação de minha esposa é que se eu deixar de ser TJ virarei o "demônio" rsrsrs, virarei mulherengo, desonesto e coisas do tipo. Em várias ocasiões que conversamos sobre essa questão sempre deixei claro que sou o que sou não por causa da religião, afinal se fosse assim, não existiriam pessoas honestas, leais a seu cônjuge e que realmente se preocupam com o próximo em outras religiões ou até mesmo aqueles que não creem em Deus. Mas não a culpo por pensar assim, afinal as TJs são ensinadas a pensar dessa maneira, que não existe nada de bom apartado da Organização. Por isso, paciência é fundamental.
" A confiança do Ingênuo é a Arma mais Útil do Mentiroso!"
" O Maior Enganado é aquele que engana a si próprio!"
" As Dúvidas são mais cruéis do que as duras Verdades!"
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Re: "Como ajudar a esposa a se desprogramar?"
Gostei do simplesmente. Faz muito sentido.gerom escreveu:Existem TJs que o serão pelo resto de suas vidas, não importa o que lhe digam. Mesmo que acordem e descubram que alguns ensinos não se sustentam. A pessoa se justifica e acredita forçando sua credulidade e a fé naquilo que ela aprendeu desde que ela tomou contato. Ela precisa porque precisa acreditar naquilo. Simplesmente.
Parece uma ótima abordagem. Esse tipo de perguntas torna tudo mais leve.mayhra escreveu:Por exemplo, teste se seu esposo/a aceita refletir sobre um questionamento leve. Escolha uma ocasião oportuna e pergunte sobre o novo entendimento da "geração que não passará" comparando ao antigo entendimento. Ouça a explicação dele/a e não conteste nada, apenas faça mais algumas perguntas, tipo "Então agora o cumprimento da profecia foi adiado em aproximadamente quantos anos?", "Sem essa mudança no entendimento, o fim seria agora mesmo, né?" "O entendimento anterior estava errado, então a verdade ensinada antes não era realmente a verdade verdadeira?"
Muito boa dica. A maioria obviamente é dependente da Torre, mas se houver o mínimo sinal de independência da Torre tudo pode ficar mais fácil.Observe se o cônjuge tem condições de raciocinar sozinho ou se logo ele/a manda ir perguntar a um ancião ou recorrer às publicações. Quanto mais o cônjuge recorrer aos anciãos e às publicações, mais o pensamento dele/a é dependente da Torre.
Gosto muito desse site.TJ Curioso escreveu:Este site tem dicas importantes para falar com entes queridos que estão presos na religião:
http://www.4jehovah.org/pt-pt/ex-testem ... -queridos/
- Rocky Balboa
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Re: "Como ajudar a esposa a se desprogramar?"
Tópico muito interessante!
Para essa situação acho que não existe receita de bolo, o que dá certo para um pode não funcionar com outro. Mesmo assim, existem pontos que são comuns no processo de "deslavagem cerebral".
Mas vou contar como fiz.
Acordei do pesadelo da torre, mas não contei a ela. Só contei quando ela pediu para saber, quando ela criou coragem para ouvir. No momento em que contei sobre as pesquisas que vinha fazendo ela já sabia que eu estava pesquisando (eu fazia questão de deixá-la ver os papeis em minhas mãos e colocando na mochila do trabalho, mas nunca deixava ela ver o conteúdo, de forma alguma) e ela sabia que se tratava de algo relacionado aos ensinos da organização devido às minhas observações sutis durante as preparações para as reuniões, a princípio eu não questionava diretamente os ensinos, simplesmente fazia perguntas de raciocínio lógico durante essas preparações, como se estivesse perguntando pra mim mesmo, mas em voz alta, apenas para despertar a curiosidade dela, mas não dava as respostas.
Algo que contou e muito a meu favor foi a quebra da rotina dela e o momento que ela estava passando. Ela vinha lidando com uma crise de ansiedade e isso a fez diminuir um pouco a rotina de campo e estudos para procurar tratamento médico. Antes ela estava quase esgotada por causa do serviço de pioneira regular e as cobranças que ocorriam relacionadas ao requisito de horas sobre todos os pioneiros.
A partir do dia em que falei tive que dar suporte total (eu estava entrando de férias) então ela não teve tempo para ficar sozinha ou conversar com outras irmãs sobre o assunto. Isso teria sido fatal contra mim.
Tentei trabalhar passos racionais com apelos emocionais adequados, é como se eu tivesse tentando reprogramar a mente dela. Precisei jogar um pouco com a emoção, mas continuando mantendo a razão.
Dias antes de contar, conversei com ela calmamente e falei que pra mim era muito importante conversar com alguém sobre minhas pesquisas, ela sabia que eu não podia contar isso pra mais ninguém, e que eu precisava dela para compartilhar isso. Disse que meu objetivo não era enfraquecer a fé dela, mas apenas dividir um peso que eu estava carregando sozinho e que nós por sermos casados precisávamos ajudar um ao outro. Essa fraseologia junto com demonstrações de carinho funcionou bastante no meu caso.
Resumido o que funcionou no meu caso: quebra da rotina da torre, criar dúvidas sutis e lógicas, apelos emocionais adequados, paciência, suporte total após falar, não criticar de maneira direta as doutrinas, trabalhar a ideia de ter um ponto de vista neutro sobre cada questão pesquisada juntos: sem acusar e sem defender, apenas saber a verdade.
Não foi fácil mas valeu a pena.
Para essa situação acho que não existe receita de bolo, o que dá certo para um pode não funcionar com outro. Mesmo assim, existem pontos que são comuns no processo de "deslavagem cerebral".
Mas vou contar como fiz.
Acordei do pesadelo da torre, mas não contei a ela. Só contei quando ela pediu para saber, quando ela criou coragem para ouvir. No momento em que contei sobre as pesquisas que vinha fazendo ela já sabia que eu estava pesquisando (eu fazia questão de deixá-la ver os papeis em minhas mãos e colocando na mochila do trabalho, mas nunca deixava ela ver o conteúdo, de forma alguma) e ela sabia que se tratava de algo relacionado aos ensinos da organização devido às minhas observações sutis durante as preparações para as reuniões, a princípio eu não questionava diretamente os ensinos, simplesmente fazia perguntas de raciocínio lógico durante essas preparações, como se estivesse perguntando pra mim mesmo, mas em voz alta, apenas para despertar a curiosidade dela, mas não dava as respostas.
Algo que contou e muito a meu favor foi a quebra da rotina dela e o momento que ela estava passando. Ela vinha lidando com uma crise de ansiedade e isso a fez diminuir um pouco a rotina de campo e estudos para procurar tratamento médico. Antes ela estava quase esgotada por causa do serviço de pioneira regular e as cobranças que ocorriam relacionadas ao requisito de horas sobre todos os pioneiros.
A partir do dia em que falei tive que dar suporte total (eu estava entrando de férias) então ela não teve tempo para ficar sozinha ou conversar com outras irmãs sobre o assunto. Isso teria sido fatal contra mim.
Tentei trabalhar passos racionais com apelos emocionais adequados, é como se eu tivesse tentando reprogramar a mente dela. Precisei jogar um pouco com a emoção, mas continuando mantendo a razão.
Dias antes de contar, conversei com ela calmamente e falei que pra mim era muito importante conversar com alguém sobre minhas pesquisas, ela sabia que eu não podia contar isso pra mais ninguém, e que eu precisava dela para compartilhar isso. Disse que meu objetivo não era enfraquecer a fé dela, mas apenas dividir um peso que eu estava carregando sozinho e que nós por sermos casados precisávamos ajudar um ao outro. Essa fraseologia junto com demonstrações de carinho funcionou bastante no meu caso.
Resumido o que funcionou no meu caso: quebra da rotina da torre, criar dúvidas sutis e lógicas, apelos emocionais adequados, paciência, suporte total após falar, não criticar de maneira direta as doutrinas, trabalhar a ideia de ter um ponto de vista neutro sobre cada questão pesquisada juntos: sem acusar e sem defender, apenas saber a verdade.
Não foi fácil mas valeu a pena.
“A vida vai nos derrubar, mas a gente escolhe se vai ou não levantar!” Rocky Balboa
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