Visita de pastoreio - pressões e acusações

[Mocorongo]

Quando os inquisidores marcarem uma visita de pastoreio (mas creio que Já desistiram) em minha casa, estarei com o microgravador de prontidão.

[Brother Franz]

Ue? Mas antes NÃO convidavam desassociados. Agora vão convidar? Ta difícil mesmo a situação da Torre. E aqui, mais um ancião ungido de 27 anos fará o discurso.

[Marcelo Navarro]

Ue? Mas antes NÃO convidavam desassociados. Agora vão convidar? Ta difícil mesmo a situação da Torre. E aqui, mais um ancião ungido de 27 anos fará o discurso.

Aparenta ter problema mental?

[MALÉVOLA]

Saudações foristas!

Bom, participo pouco no fórum mas estou sempre de olho nos tópicos e hoje gostaria de compartilhar com vocês a ''amorosa visita de pastoreio'' que eu e meu marido tivemos ontem. Pouco dos foristas recentes me conhecem, e resumidamente, tenho 23 anos, sou casada a 2 anos e meio, já não vou as reuniões a quase um ano, e meu marido é ainda um servo zeloso da Torre (infelizmente), para os que querem saber mais sobre os meus conflitos, basta olhar minha apresentação e chorar comigo. :p Mentira! Estou bem, sair da Torre foi a melhor escolha que fiz. Não me dissociei, apenas me afastei por questões familiares, que já foram bem difíceis logo no início, mas tudo se ajeita (ou quase tudo).

Vamos ao que interessa. Ontem, tivemos visita de pastoreio. Um ancião novo no cargo, que era muito meu amigo e um mais velho, conhecido por seu zelo e fanatismo. Até então havia combinado com meu marido de ficar na minha, ouvir amigavelmente, dizer que ainda que não pretenda voltar pro salão hoje, talvez um dia aconteça, etc e tal. MAS, como tomei pavor e nojo desta organização e me mandaram um fanático medíocre, as coisas saíram um pouco do eixo. Nós praticamente tivemos uma discussão acalorada, eu quase o expulsei da minha casa, e QUASE peguei a cartinha de dissociação da gaveta. Me tiraram do sério.

Logo no início da visita, ele veio perguntar o que mudou desde a última visita que tive, eu disse que estava na mesma. Ele disse que eu não ia ao campo e estava inativa a um bom tempo e que é normal desanimarmos nestes tempos do fim, eu acenei com a cabeça. Perguntou se eu estava me sentindo desanimada, como não aguento omitir em perguntas diretas, eu disse que não estava desanimada, me perguntou o porque então eu não ia ao campo, eu disse ''porque eu não quero, apenas'' (pode parecer grosseiro, mas juro que fui simpática, sorrindo e acenando o tempo todo, haha). Logo após eu dizer que não queria ir ao campo, ele disse que pregar era um ordenamento de Cristo, e quem acha ou diz que não é necessário seguir tão ordenamento está se rebelando diante dos mandamentos dele, está sendo rebelde e atitudes de rebeldia provem de apostatas. Achei que ele foi absurdamente rápido ao me acusar de apostasia apenas por eu não querer ir no campo, nunca nenhum ancião fez isso, mas talvez já vieram com a intenção de desmascarar a apóstata.

Após isso ele jogou a primeira pergunta '' Você não quer ser mais uma Testemunha de Jeová?'', perguntei '' O quê?!'' Ele repetiu a pergunta '' Você não quer mais ser Testemunha de Jeová, não quer carregar esse nome?'' e repetiu a pergunta muitas vezes. (MUITAS) Então meu alerta apóstata começou a piscar, e eu disse '' Que tipo de pergunta é esta?'' Ele repetiu, então respirei fundo e disse, ''Irmão, *imbecil*, eu não estou entendendo o motivo da sua pergunta. Eu estou na minha, provando a mim mesma a verdade, você está me perguntando se quero me dissociar? Não, não quero. Estou bem da forma como estou''. E depois disso ele ficou repetindo essa pergunta repetidas vezes, me tirou do sério. Depois vieram me questionar como posso ''estar bem'' fora da organização, pra eles é um absurdo a afirmativa, e voltaram na questão não poder servir a Deus ou a Jesus sem a Santa Organização, então eu já não muito amigável pela insistência dele em tirar da minha boca que não quero mais ser uma TJ fui abrir a boca e dizer que ''mas espera, quem disse que eu não falo de Jeová ou Jesus?'' (Tá, eu não falo mesmo, minhas crenças mudaram completamente pós a saída da organização), e então começou outra ladainha imensa, disseram que o que mostra que estou pregando é meu relatório de campo, se estou inativa, não estou fazendo o que Jesus ordenou. Daí eu disse que Jesus não ordenou que relatássemos nossas horas, caramba, eu sei, estava ''cutucando a vara com onça curta'' (sim vocês leram certo) hahahaaha :p E foi mais um bucado de ladainha após isso. Depois me acusou de me contradizer, que como posso afirmar amar Jesus e Jeová e não servir a organização dirigida por ele(Detalhe, eu nem afirmei que amo a Jeová ou Jesus, rsrs). Daí repetiu isso inúmeras vezes, o quanto eu era contraditória por isso. Acho que eles devem fazer algum curso intensivo de serem completos idiotas, só pode. Parecia que queria mesmo me tirar do sério e conseguiu. Esse papo de colocar a organização como sendo Deus, de me acusar inúmeras vezes de me contradizer por não estar servindo a esta organização e me colocar contra a parede para dizer que não quero ser uma TJ me deixou em um nível hard de falta de paciência.

Detalhe também que não me deixavam falar. Eu abria a boca ele me cortava, ele perguntava, eu ia responder e ele me cortava novamente. Sei que em determinado momento quando ele perguntou de novo se eu não queria mais ser uma Testemunha de Jeová, eu disse: ''Quer saber, eu não quero não. Não quero levar esse nome. Só não me dissociei por causa da minha família, só por isso. Satisfeito?! É o que quer que eu diga? Parece que é.'' Daí o outro ancião, ex amigo, mais novo veio dizer com toda calma que o objetivo da visita de pastoreio é cuidar das ovelhinhas e em nenhum momento o objetivo é castigá-las de algum modo e perguntou se eu entendia o objetivo. Daí eu disse que ele estava fazendo de acordo com o objetivo, mas que o irmão *imbecil* não o estava. Que na verdade ele estava usando de uma abordagem muito agressiva comigo, querendo me colocar contra a parede sobre querer ou não continuar sendo uma Testemunha de Jeová, que eu já havia explicado minha atual situação, e que me forçar a dizer que quero ou não quero ser TJ e dizer que estou me contradizendo, que o que eu acredito não é válido, me parecia grosseiro e pouco amoroso, perguntei qual a necessidade disso. Eles podem até achar isso, todos acham, mas que não concordava com o tipo de abordagem que ele estava usando.

Enfim, falei pra caramba, mas no mais foi isso, no meio de todo o papo, após me irritar, disse que não queria ser uma TJ, e o era apenas pela família, acusei o ancião de ser desamoroso, fui contra a organização e disse que não acho que ela é dirigida por Jeová e Jesus. hahahaha Cavei minha cova. Sou uma pessoa muito calma, juro, mas eles foram escrotos o suficiente pra tirar o ''pior'' de mim. Cansei. No fim, pediram pra eu não comentar dos meus questionamentos a ninguém, eu disse que não o faria a menos que a pessoa me perguntasse, afinal é direito de todo mundo procurar respostas. Disseram que vão dar tempo ao tempo e mencionou algo sobre o Armagedom, para me dar ''medinho''. Depois de tudo que afirmei poderiam abrir uma comissão né?! Mas não parecia que de fato iam o fazer. Não sei como funciona isso. De qualquer modo, minha úncia preocupação é minha família, a depressão profunda da minha mãe, porque fora isso, amigos já se afastaram todos, a amizade é geralmente superficial ali dentro, então me restaram um ou dois. É isso pessoal, se quiserem e puderem deem a opinião sobre.

Um grande abraço a todos!

Cara forista:

Receba meu afeto.

É nato dos corações dissidentes a sede por justiça frente a todas as mentiras que descobrimos (O que é mentira? O que é verdade?)

Tenho total empatia pelo que vivenciou, dada a maneira como foi desafiada em seu próprio lar. Respeito sua realidade e a situação.

No meu caso, colega, esses dias atrás fui questionada pela primeira vez sobre algumas mudanças em minha postura. Como partiu de uma pessoa do meu círculo pessoal veio em tom de brincadeira (Costumo dizer que na BRINCADEIRA e na RAIVA dizemos o que vai na alma.):

- Está menos teocrática ultimamente, Malévola, tá tudo bem??!!

Como estou me policiando em diversas ações abruptas, pois sei que passionalidades podem gerar graves problemas nesse momento eu simplesmente invadi a zona íntima dessa pessoa. (Invadir a zona íntima com elemento surpresa desarma instantaneamente seu interlocutor, caso ele esteja com intensão de intimidação velada). Segurei no braço, olhei nos olhos da pessoa e perguntei com um sorriso largo:

- Isso é uma cobrança? Você está me cobrando?

- Não! O que é isso?! De forma alguma! É brincadeira! Não vai ficar pensando isso e blábláblá........

O assunto morreu na hora.
O tema LINGUAGEM CORPORAL é uma leitura que tenho por hobby.
Acredite, tem me mantido sempre um passo a frente de me indispor em diversas situações.

Não tem a ver com que se passou com vc, amiga. Mas, saiba que estou driblando situações assim também.

[Ka Franz]

Ka Franz

Morri de rir com seu relato... haha.. realmente vc deveria escrever mais aqui.

minha ideia inicial numa eventual visita dessas seria igual a sua.... sorria e acene.... talvez eu até choraria e prometeria começar a arrastar um carrinho ali mesmo.... qualquer coisa que os fizessem felizes e a conversa bem rapida (sim, sou libriano). Dai, fechou a porta eu ja voltaria a me entupir de violencia, imoralidade, espiritismo, apostasia e idolatria.... regular Monday.

Olá Little Rooster!

''.... talvez eu até choraria e prometeria começar a arrastar um carrinho ali mesmo....'' hahahaha adorei você! Tive a curiosidade de olhar a sua apresentação e então te adorei mais ainda. O jeito é levar no bom humor toda essa palhaçada que fazer com a gente né?!

Abraços!!

[Ka Franz]

Parece que nem leram a brochura "Volte para Jeová". Assim até eu ficaria irritado e ia dizer que eu precisava sair para um outro compromisso , só para irem embora da minha casa. E que eles teriam de marca hora para falar comigo na próxima. (próxima que nunca teriam pois não seria mais encontrado).

Eu espero que não tenha próxima comigo também. Já disse ao meu marido que da próxima vez que quiserem marcar pra ele avisar que eu não estou disposta! hahaha

[Ka Franz]

Mas por que brincando eu disse que você está em melhor situação que eu? Você ainda recebeu uma visita de pastoreio. Eu, nunca recebi. Nem depois de ter sido desassociado. A norma da Organização é que os anciãos visitem os desassociados uma vez por ano. Eu praticamente implorei por estas visitas. Nunca as recebi. Mas desconfio qual foi o motivo: eu tava prontinho para fazer o que você fez. Acho que os anciãos, desconfiando do que eu pretendia fazer, não me visitaram, kkkk. Modéstia a parte, eles sabem que tenho um bom conhecimento Bíblico e cultura geral e prudentemente se furtaram a me visitar, eheh

Olá ex-ancião!

Espertos que são! E o medo que tem de encontrar alguém que os desafie?! E nem é preciso muito pra isso. Na minha última visita, logo após o afastamento, o irmão veio falar de apostasia e daí eu perguntei: Irmão, sabe me explicar o conceito de apostasia? Em âmbito geral, e não apenas no conceito da organização... Ele perguntou como assim... eu repeti: o que significa a PALAVRA apostasia...? No dicionário por exemplo... ? E ele engasgou, embananou todo, tossiu, coçou a cabeça, e disse que a pergunta era complicada. Pasme!! EU JURO! Fiquei chocada! Não sabem nem o que significa apostasia fora dos muros da Torre. Ou vai ver estava assustadinho demais, porque qualquer um sabe o que é apostasia.

E você não perdeu muito em não ter uma visita. Ou perdeu. A oportunidade de falar umas boas pra eles!

[Ka Franz]

Eu ainda não tive a oportunidade de ler a sua apresentação, farei isso mais tarde. Mas não haveria possibilidade de vc ter sido dedurada pelo seu próprio marido, que na ânsia de te "ajudar" te denunciou?

Olá Herege!

Não, não tem a possibilidade. Inclusive a um tempo atrás quando eu queria de todo modo falar tudo o que estava engasgado pros anciãos, ele dizia que achava melhor não, que o melhor era eu ficar na minha, só me afastar mesmo.

Temos uma conversa bem franca em nosso relacionamento, ele jamais faria isso sem antes me consultar. Felizmente.

[Ka Franz]

Querida Ka!!

Parabéns pela coragem!!!!

Sabemos muito bem a barra que é saber dos podres da torre sem poder dividir com alguém. Não foi meu caso, pois eu e meu marido descobrimos simultaneamente tudo sobre a organização perfeita, ou seria empresa perfeita??? rsrsrsrs

Mas pelo que vi você conseguiu reverter o quadro e seu marido parece que está do teu lado!!! Tenho certeza que apenas uma questão de tempo para ele começar raciocinar e te apoiar ainda mais!

Não desista pois estas no rumo certo

Estamos torcendo por ti e teu marido!!!

Ei Camila!!

Muito obrigada pelas palavras!

Fico feliz que você e seu marido estejam nessa juntos, não minimiza por completo as consequências da pesada decisão mas ainda assim já é alguém para te apoiar. Espero mesmo que logo meu marido comece a raciocinar mais e me apoie, seria realmente ótimo. Ver ele lá dentro me dá até dor no peito as vezes, rs. Oremos!!

Obrigada mais uma vez...

[Ka Franz]

Muito bom ler seu desabafo. Serve de lição pra muita gente. Embora o teu embate lhe tenha causado desconforto.

É necessário cuidar muito quando esses 'pastores de araque' vem fazer essas visita. Lembre-se de uma coisa: eles podem combinar antes da visita que um fará o papel de bonzinho e o outro o papel de ruim, assim o que ataca pode fazer a 'ovelhinha' confessar o que não quer, por irritação, e quando o clima começa a ganhar ares de briga o outro vem e apazígua.

Quando eu me afastei, uns 3 meses após, vieram em minha casa o SC e o AC (ancião coord.). O SC me fez várias e várias vezes a pergunta se eu acreditava no C.G. Até eu, que procurei ficar bem calmo, comecei a ficar irritado e disse a mesma coisa que você. "O irmão quer que eu me dissocie, é isso?" Aí o irmão AC tentou intervir para acalmar a conversa.

Eles usam desse artificio para "arrancar" do TJ visitado uma confissão de "qualquer coisa", até dizer que matou passarinho com estilingue, atirou pedra em avião, qualquer coisa...

Me disseram a mesma coisa: "No fim, pediram pra eu não comentar dos meus questionamentos a ninguém..."

E me ameaçaram de que se eu comentasse algo poderia ser desassociado até mesmo sem comissão, uma vez que ficaria provado que eu estaria cometendo apostasia. É mole?

Olá Gerom!

Não é mole não meu amigo!

Passamos então exatamente pela mesma situação... Mas me conta, como você está hoje, ainda afastado? Se dissociou? Que rumo tomou? Continuaram fazendo esse tipo de visita ameaçadora?

Oi Ka!

Primeiro que depois dessa visita acabei decidindo não ir mais ao SR mesmo, definitivamente. Minha ex-esposa e minha filha continuam indo. Mas, fui trabalhar em outra cidade em outro estado, fiquei um ano e meio fora daquela cidade em que minha filha e a mãe dela continuaram. Depois desse 1 ano e meio voltei novamente, e conversando com minha ex-esposa, resolvermos nos divorciar. Continuei nessa cidade mas morando em outro local. Me ligaram duas vezes, dois ancião diferentes. Na primeira vez me convidaram para ir ao SR conversar. Perguntei qual seria o assunto, O ancião me disse que era assunto do meu interesse. Nesse momento cresci no telefone: como assim tratar assunto do meu interesse? Eu não teria nenhum assunto do MEU interesse para tratar. Seria mais para tratar assunto do interesse deles. Como o dia em que queriam reunir era um feriado e eu viajaria, declinei o convite. Depois de um tempo, então, a outra ligação. Somente para perguntar como estavam as coisas, algo bem frio mesmo. Agradeci o interesse e fiquei esperando que quisessem marcar uma visita. Mas, nada.

Somente estou afastado já por uns 7 ou 8 anos (sei lá). Mudei de cidade (mas moro perto - 65 km -, ainda dentro do mesmo circuito) e ninguém jamais me procurou mais. Graçasadeus!

Graçasadeeeus meeesmo!