Qual foi o momento mais deprimente na sua caminhada TJ?

Depoimentos de ex-testemunhas de Jeová, cartas de dissociação e depoimentos sobre a vida pós Torre de Vigia. Aqui fala mais alto a sinceridade, o sentimento e muitas vezes os relatos nos impressionam pela falta de algo que mais as Testemunhas de Jeová dizem praticar: o amor ao próximo!
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Filosofo
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Qual foi o momento mais deprimente na sua caminhada TJ?

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Nunca fui TJ, mas tive minha fase de desespero total: sem emprego, sem amigos, sem namorada e indo numa igreja obrigado por familiares e totalmente sem acreditar.

E você? Qual foi o momento mais deprimente? E como se ergueu?
"Seria Deus desejoso de prevenir o mal mas incapaz? Portanto não é omnipotente. Seria ele capaz, mas sem desejo? Então é malévolo. Seria ele tanto capaz quanto desejoso? Então por que há o mal?"
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Bruce D.
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Re: Qual foi o momento mais deprimente na sua caminhada TJ?

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Excelente a sua pergunta Filosofo.

Analisando minha história cheguei a conclusão que foi a época em que comecei a enfrentar perseguição dentro dos bastidores da congregação. Era servo ministerial na época e comecei a enfrentar perseguição por causa da amizade que tinha com uma irmã, por causa das gravatas que usava (na época estava na moda as gravatas com personagens animados e outras estampas) e também por causa do começo do declínio das minhas horas de campo. Somado a tudo isso meu serviço autônomo começava a dar sinais de queda.

Comecei a me sentir perdido estava de repente perdendo o norte. Foi quando comecei a viver essa situação nos bastidores que me deu o click. Pensei:

Não se pode ter amizade com pessoas de fora (nessa época uma jovem não tejota vivia me chamando pra ir no cinema com ela e eu burro recuse)i :tapado8: , mas se você tenta ter amizade com alguém dentro do salão só pode se for do mesmo sexo, se for do sexo oposto não pode. :9

Me sugavam ao máximo com partes, tomando conta de departamentos, mas não se contentavam com isso, queriam mais e mais como verdadeiras sanguessugas. Era eu pra fazer as minhas partes e as de improviso também. Teve reunião que cheguei a fazer 4 partes (discurso de instrução, dirigir a sala B, fazer demonstração e depois dirigir uma parte de 20 min na reunião de serviço) Ah e depois eu fui tomar conta do balcão de publicações! Mas quando eu precisava de alguém pra me cobrir por algum motivo pessoal, ninguém estava disposto a retribuir os favores que eu fazia.

E percebi que os anciãos e sup. de circuitos não estavam interessados em mim como pessoa e sim em quantas horas eu relatava e que todos os "privilégios" que usufruía estavam diretamente relacionados com isso. Ao mesmo tempo em que constatava isso eu via o nepotismo dentro dos bastidores.

Nesse ponto eu comecei a pensar. Não tenho amigos fora e dentro também não pode, faço um monte de coisas dentro do salão e não sou reconhecido, tinha um serviço que mal dava pra me manter e ainda enfrentava problemas na família. Resultado: Passei a desenvolver uma visão critica e comecei a traçar como norte que não viveria mais em função dos outros que passaria a me empenhar por coisas que me satisfizessem. Claro que isso foi um processo lento, mas foi nessa mesma época que conheci o fórum e a historia de muitos que viviam dramas parecidos com o meu.

Com certeza foi a época mais tensa que vivi como TJ.
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- Skid Row
Mente Independente
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Re: Qual foi o momento mais deprimente na sua caminhada TJ?

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Momento "mais deprimente"? Cara, icsto non ecziste! :ruim7:
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Manuel Oliver
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Re: Qual foi o momento mais deprimente na sua caminhada TJ?

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Quando um ancião roubou o dinheiro do meu tio é quando vi que tinha TJs que desfazia de pessoas humildes.
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Masonry
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Re: Qual foi o momento mais deprimente na sua caminhada TJ?

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No meu caso foi quando eu comecei a ver o favoritismo gritante que existia. De inicio eu nao ligava muito, mas com o tempo eu fui reavaliando e aquilo começou a me incomodar. Uma vez eu fui num congresso, e toda vez que subia um orador na tribuna, antes se falava o nome, qual cargo ocupava, e sempre antes de entrar o presidente da seção ficava enchendo a bola do orador: Fulano de tal, anciao de não sei aonde, membro de nao sei o que, que está a não sei quanto tempo no serviço...aquilo começou a me enojar, sendo que Jesus repreendeu tanto essas atitudes.
Depois eu comecei a ver o favoritismo que existia com os betelitas. Me sentia um bosta quando chegaram na minha congregação. Simplesmente tudo o que eu fazia foi tirado e passado para os betelitas, porque de certa forma eles são melhores do que os irmãos locais, só porque são betelitas.
Comecei a ficar muito revoltado com isso, porque eu já não era o mais "qualificado", e sempre me usavam como Step, quando não tinha ninguém pra fazer as coisas, aí lembravam que eu existia. Via que o meu caso não era isolado, tinha outros que reclamavam a mesma coisa.
Fui de uma congregação que tinha muitos irmãos ricos, e vez por outra eu era discriminado, porque tinha uns ali com ares de superioridade.
Fora que quando eu era adolescente sempre tinha aquele "sadismo" da parte dos anciãos, e teve um forista aqui que comentou uma coisa que eu também passei no meio TJ, que parece que é costume mesmo deles, perguntar se você se masturba, só pra ver a sua cara, só que eles mesmos se esquecem que foram adolescentes um dia.
Comecei a ver que isso tudo não era pra mim, porque era só cobrança, nada estava bom, e quando você passa por um problema, raramente você recebe ajuda prática, só quando você deixa de ir no salao e no campo, que eles lembram que você existe, aí vem atrás, com as mesmas frases ensaiadas, do tipo "senti sua falta", "não queremos te perder", como se você estivesse o tempo todo errado, por estar afastado.
Aí quando descobri os podres, tentei contar pra alguns, mas já percebi a frieza da parte dos outros que se diziam amigos, vi que todas as amizades são condicionadas e mecânicas, não tem nada de sincero, é tudo ensaiado, tudo forçado. Está sendo bem mais deprimente agora, na minha fase de descoberta, mas vai passar, e espero depois disso ter uma vida plena, verdadeira, sem fingimentos.
Se religião não salva ninguém... porque eu devo pertencer a uma religião para ser salvo?
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Vergil
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Re: Qual foi o momento mais deprimente na sua caminhada TJ?

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O meu momento mais deprimente foi quando um ancião que também é advogado se uniu a um "ungido" (leia-se picareta), e os dois juntos vieram lá em casa num sábado de julho de 2008 me ameaçando de desassociação caso eu não retirasse um processo que eu movia contra um SM. Fiz o que eles queriam, e perdi muito dinheiro. Descobri mais tarde que aquela "visita" que me fizeram foi tudo um plano arquitetado pelos dois "cristãos" com o objetivo de beneficiar o tal SM, fiquei deprimido por muito tempo mas me recuperei e sobrevivi. Hoje em dia fico pensando como eu fui BURRO de durante anos defender essa Seita de hipócritas, isso ainda me deprime as vezes`, mas agora entendo como funciona o "Perfeito mundo da Torre". Vivem exatamente de enganar pessoas e vi que o que aconteceu comigo é "normal" dentro dessa Seita Maldita.
O homem é livre, enquanto pode pensar.
Ralph Emerson
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RAMONA
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Re: Qual foi o momento mais deprimente na sua caminhada TJ?

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Tive muitos momentos deprimentes dentro da Organização, mas o pior sem duvida foi o suicídio do meu primo, onde eu pude ver e sentir o quanto o povo Tj é incapaz de se comover com o sofrimento do próximo. Essa fachada de povo unido e amoroso é uma farsa! Isso só serve para impressionar os estudantes que estão chegando agora na Organização, os bastidores de cada congregação esconde seus podres, o que me causa uma grande repulsa por tudo que eu vi e vivi nessa religião de lobos com pele de ovelhas.
Sophia B
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Re: Qual foi o momento mais deprimente na sua caminhada TJ?

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RAMONA escreveu:Tive muitos momentos deprimentes dentro da Organização, mas o pior sem duvida foi o suicídio do meu primo, onde eu pude ver e sentir o quanto o povo Tj é incapaz de se comover com o sofrimento do próximo. Essa fachada de povo unido e amoroso é uma farsa! Isso só serve para impressionar os estudantes que estão chegando agora na Organização, os bastidores de cada congregação esconde seus podres, o que me causa uma grande repulsa por tudo que eu vi e vivi nessa religião de lobos com pele de ovelhas.
Poxa Ramona, que triste! Sinto pelo seu primo. Recentemente meu irmão esteve doente e internado num hospital, mas quem mais ajudou foram os "mundanos imprestáveis", no caso, meus parentes e alguns conhecidos. Se eles não tivessem "mexidos os pauzinhos" não sei o que seria do meu irmão. A tejotada só dava uma ligaçãozinha pra saber cm estava e nada mais. Além disso um senhor e duas senhoras foram visitá-lo no hospital. Isso porque foi anunciado na reunião, caso contrário eles nem mesmo saberiam da nossa situação. Meu pai aproveitou e resolveu falar sobre isso pra minha mãe, que é testemunha da torre e não de Jeová, acabou reagindo mal. Pra ser sincera achei bem ridículo o jeito que ela reagiu. Como pode uma pessoa não dar valor aos favores dos "mundanos imprestáveis" e defender tamanha indiferença do "povo de Jeová"?
Dito isso, acho que o atual momento é segunda fase mais deprimente que eu "tô" passando na minha caminhada TJ.
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Manuel Oliver
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Re: Qual foi o momento mais deprimente na sua caminhada TJ?

Mensagem não lida por Manuel Oliver »

RAMONA escreveu:Tive muitos momentos deprimentes dentro da Organização, mas o pior sem duvida foi o suicídio do meu primo, onde eu pude ver e sentir o quanto o povo Tj é incapaz de se comover com o sofrimento do próximo. Essa fachada de povo unido e amoroso é uma farsa! Isso só serve para impressionar os estudantes que estão chegando agora na Organização, os bastidores de cada congregação esconde seus podres, o que me causa uma grande repulsa por tudo que eu vi e vivi nessa religião de lobos com pele de ovelhas.
Concordo com você.
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Pronta para Viver
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Re: Qual foi o momento mais deprimente na sua caminhada TJ?

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Sem dúvida foi quando, após me recuperar de um traumático divórcio, passei a querer refazer a minha vida amorosa e ter outro namorado.

Amo a minha própria companhia e hoje entendo que não podemos colocar a nossa felicidade nas mãos de nada e nem de ninguém e é justamente por esses motivos que eu viveria muito bem sozinha caso ESCOLHESSE não ter mais ninguém, o que não é o caso.

Vou listar abaixo algumas experiências e conselhos que recebi:

* Escolha um irmão melhor dessa vez ou trabalhe a ideia de ficar sozinha pra sempre;

* Você é uma mulher muito bonita, mas do jeito que está (poucas horas de campo, assistência não muito regular às reuniões e sem grandes associações com os irmãos) não vai arranjar ninguém mesmo;

* Ah, vai se distrair! Chama a irmã fulana que também é sozinha e vai passear.

Bem, tentei extrair o melhor dos conselhos acima e me esforcei. Encontrei irmãos legais, mas que não combinavam comigo: uns só sabiam falar da Bíblia e de nenhum outro assunto, outros estavam mais preocupados em saber se eu era uma boa dona de casa, outros não encaravam o fato de ter um emprego e/ou profissão como algo importante e outros que não mostraram interesse mesmo.

Foi aí que veio o meu momento mais depressivo: Passei a achar que eu não era boa o suficiente e que jamais conseguiria refazer a minha vida. Fiquei mal e perdi muito tempo e muitas oportunidades na minha vida por conta desse sentimento.

Mas me recuperei, primeiro por não mais comentar sobre esse assunto com irmãos, para não dar margem para "conselhos", que muitas vezes desconsideravam os meus sentimentos, e depois por olhar para mim mesma. Passei a não permitir mais ser avaliada por números e pela quantidade de sorrisos e sim, principalmente, pelo meu caráter.
Como consequência, vi que sim, ainda tem muito homem bom e de caráter por esse mundo, que preza elevados valores tanto quanto eu e que são excelentes pretendentes.
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