O contrário do amor não é o ódio

Depoimentos de ex-testemunhas de Jeová, cartas de dissociação e depoimentos sobre a vida pós Torre de Vigia. Aqui fala mais alto a sinceridade, o sentimento e muitas vezes os relatos nos impressionam pela falta de algo que mais as Testemunhas de Jeová dizem praticar: o amor ao próximo!
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CuriosoD+
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O contrário do amor não é o ódio

Mensagem não lida por CuriosoD+ »

Tenho visto muitas postagens revoltadas, cheias de rancor e um sentimento de raiva enorme... Mesmo em temas que APARENTEMENTE não teria esse tipo de situação. Obviamente isso é o resultado da frustração da descoberta da "verdade da verdade" e descobrir o tanto de tempo, energia e expectativas foram investidas nessa seita, em troco de uma ilusão bem criada pelos "magos do Brooklyn" (que já se mudaram, rsrs).
Com isso me lembrei de uma frase do Fernando Veríssimo:

"O oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença..."


E como dizia o outro compositor "quem bate a porta ao sair, não queria ir embora".

SERÁ (é uma pergunta) que muitos dos que estão tão frustrados e raivosos não estão apenas manifestando uma das faces do amor ou do carinho que ainda nutrem pelas antigas crenças? Não seria apenas a mesma sensação do conjuge que descobre a traição do companheiro?

Uma prova para essa possibilidade seria que muitos acabam retornando para as suas "vidas" com o "antigo parceiro" nos Salões do Reino (assim como muitos traidos perdoam, pois estão muito apegados à rotina e a vida que possuiam, então a traição ou os podres tem menor importância).

Também vejo iniciativas como as dos TJs que estão tentando "reformar" as doutrinas e "criar uma ramificação" das TJs como uma outra evidência de que há ainda muito mais amor do que ódio nessa relação.

Seguindo o pensamento de Veríssimo, quem saiu e não tem mais nenhum sentimento pela Torre, não está nem aí para ela ou para qualquer coisa relacionada...

Será que isso se aplica a algumas pessoas?
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Atéialiberta
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Re: O contrário do amor não é o ódio

Mensagem não lida por Atéialiberta »

Olá bom raciocinio!!

ACREDITO QUE SIM, cristão fiéis que querem de verdade ter um relacionamento com deus e visto as porcarias de religiões só resta (no ponto de vista delas) uma e essa uma não é tão verdadeira assim..
Então da mesma forma que o pior irmão ainda é melhor que um mundano, o pior da torre ainda é o melhor comparado com outras religiões...

Acredito que seja assim que se passa na cabeça das pesoas....
Hoje é dia de rock bb, pena que sua religião não permite..
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Lourisvaldo Santana
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Re: O contrário do amor não é o ódio

Mensagem não lida por Lourisvaldo Santana »

Anda que de má vontade, não deixo de vestir a carapuça. Sempre procuro dizer para mim mesmo que o que está envolvido é meu desejo de trazer esclarecimentos aos amigos e amigas que lá ficaram, que meu trabalho visa prevenir a outros sobre o que significa entrar nessa religião. Mas no fundo, no fundo, ainda que eu negue, há uma vontadezinha de ter aquela associação "fraterna" , que foi minha companhia por duas décadas.

Mas espero que um dia, quando finalmente eu poder ver os resultados desta batalha silenciosa, minha posição em relação à Torre possa realmente ser chamada de "indiferença"
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CuriosoD+
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Re: O contrário do amor não é o ódio

Mensagem não lida por CuriosoD+ »

Lourisvaldo Santana escreveu:Anda que de má vontade, não deixo de vestir a carapuça. Sempre procuro dizer para mim mesmo que o que está envolvido é meu desejo de trazer esclarecimentos aos amigos e amigas que lá ficaram, que meu trabalho visa prevenir a outros sobre o que significa entrar nessa religião. Mas no fundo, no fundo, ainda que eu negue, há uma vontadezinha de ter aquela associação "fraterna" , que foi minha companhia por duas décadas.

Mas espero que um dia, quando finalmente eu poder ver os resultados desta batalha silenciosa, minha posição em relação à Torre possa realmente ser chamada de "indiferença"
Lourisvaldo, legal o seu comentário.
Acho que só por estar racionalizando a sua situação já está a vários passos adiante dessa libertação.
Como se diz, falar sobre a raiva já é diminuí-la.
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Freud
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Re: O contrário do amor não é o ódio

Mensagem não lida por Freud »

Veja bem, quem é casado e ama seu cônjuge, ao descobrir que está sendo traído, não vai "desamá-lo" imediatamente após a descoberta. Vai ficar com raiva, por vezes até achar que tem culpa na traição. Pode ser até que perdoe e mantenha o casamento, mas uma coisa eu garanto: nunca mais a relação será igual. Será desgastante e cheia de problemas. Pq um dos pilares de sustentação da relação foi perdido: a confiança. Conduzir uma relação sem confiança é como dirigir um carro sem uma das rodas. É possível, mas o desgaste do carro será muito grande e ele não irá muito longe. O casamento tbm provavelmente dure pouco tempo após a traição.

Aplicando a Torre, como disse o Lourisvaldo, ela fez parte de nossas vidas por anos, décadas. Não é pq vc descobriu q foi enganado que simplesmente vai apagar toda sua história com ela. Mas supondo que permaneça com ela, reate o "casamento", nunca mais vc verá a Dona Torre como aquela mulher imaculado e bela com que vc casou, mas sim como uma meretriz que se poluiu com as instituições políticas e com fundamentalismo religioso. No primeiro grande abalo que essa relação enfrentar, por faltar o pilar da confiança, a estrutura toda vai ruir. É o que penso. Da minha parte vejo muito mais como comodismo do que como amor. Enquanto tá comoda a relação to ali. Se surgir uma coisa melhor, peço divórcio e nem olho pra trás kkkkkk
“Quando todos pensam da mesma forma, é porque ninguém está pensando.”
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CuriosoD+
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Re: O contrário do amor não é o ódio

Mensagem não lida por CuriosoD+ »

Freud escreveu:Veja bem, quem é casado e ama seu cônjuge, ao descobrir que está sendo traído, não vai "desamá-lo" imediatamente após a descoberta. Vai ficar com raiva, por vezes até achar que tem culpa na traição. Pode ser até que perdoe e mantenha o casamento, mas uma coisa eu garanto: nunca mais a relação será igual. Será desgastante e cheia de problemas. Pq um dos pilares de sustentação da relação foi perdido: a confiança. Conduzir uma relação sem confiança é como dirigir um carro sem uma das rodas. É possível, mas o desgaste do carro será muito grande e ele não irá muito longe. O casamento tbm provavelmente dure pouco tempo após a traição.

Aplicando a Torre, como disse o Lourisvaldo, ela fez parte de nossas vidas por anos, décadas. Não é pq vc descobriu q foi enganado que simplesmente vai apagar toda sua história com ela. Mas supondo que permaneça com ela, reate o "casamento", nunca mais vc verá a Dona Torre como aquela mulher imaculado e bela com que vc casou, mas sim como uma meretriz que se poluiu com as instituições políticas e com fundamentalismo religioso. No primeiro grande abalo que essa relação enfrentar, por faltar o pilar da confiança, a estrutura toda vai ruir. É o que penso. Da minha parte vejo muito mais como comodismo do que como amor. Enquanto tá comoda a relação to ali. Se surgir uma coisa melhor, peço divórcio e nem olho pra trás kkkkkk
Realmente FREUD EXPLICA!!!!!! :1 :1 :1 :1
Concordo em quase tudo contigo Freud, é uma relação de anos e um vínculo enorme. E o pior é que nesse caso o "parceiro" dizia ser fiel, que não tinha ligação com mais ninguém e que a qualquer momento iria te chamar para casar e viver uma "nova vida", mas na surdina tinha "encontros romanticos secretos" na ONU e já vinha fazendo a mesma promessa para outros desde 1914 sem cumprir e inventando desculpa esfarrapada...
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joquan
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Re: O contrário do amor não é o ódio

Mensagem não lida por joquan »

Quanto ao ódio, ao rancor à mágoa, isso é um veneno para a própria pessoa, bom que tentem se livrar de qualquer desses sentimentos, não que volte a sentir amor, para isso existe a indiferença, trate-a com indiferença.

Lembrem-se que nem todo mau é mau, as vezes são formas diferentes de aprendizado. Talvez para alguns o tempo que viveram dentro da torre serviu sim como uma proteção para que não tomassem alguns dos descaminhos da vida e que depois trazem muito sofrimento. O mundo fora da torre, também não é muito colorido, é preciso saber viver.

Quanto ao desejo de voltar para o salão do reino, acredito que é porque a maioria das pessoas sentem necessidade, mesmo que inconsciente, de pertencer a uma religião. As pessoas sentem necessidade de uma ligação com Deus e acham que essa ponte é uma religião.

Para aquelas pessoas que estão evoluídas acima das religiões, não veem nenhum significado nas religiões, muito menos como uma ligação entre ela e o Divino. A pessoa liberta de qualquer forma de religião, é como se ela estivesse no alto de um prédio e olhasse para baixo e visse todas aquelas pessoas pequenas caminhando lá em baixo, e ela se encontrando em um patamar muito acima.
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