RÁDIO CBN: Heródoto Barbeiro entrevista Coord. da Colih

Qual é o conceito equilibrado sobre a questão do sangue? Uma análise sobre umas das doutrinas mais polêmicas das TJs.
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percy harding
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RÁDIO CBN: Heródoto Barbeiro entrevista Coord. da Colih

Mensagem não lida por percy harding »

Trago para cá, do Fórum TJs-Livres este post do colega SPAW de out/08.

(Reportagem na rádio CBN feita pelo Heródoto Barbeiro.)
ouça agora: O link está abaixo...

http://cbn.globoradio.globo.com/cbn/wma ... /cbn/busca#


TRANSCRIÇÃO DA REPORTAGEM:
Heródoto Barbeiro: Quem está conosco aquí é Guilherme Rabelo, coordenador de pesquisa médica da Comissão de Ligação com Hospitais para Testemunhas de Jeová. Bom dia, Guilherme Rabelo.
Guilherme Rabelo: Bom dia, Heródoto. Bom dia amigos ouvintes da CBN.
Heródoto Barbeiro: Guilherme , eu recebí um comunicado assinado pela Associação das Testemunhas Cristãs de Jeová - Amaro José dos Santos, diretor-presidente - e a questão aquí do comunicado, alíás uma carta muito gentil, é a respeito da transfusão de sangue para testemunhas-de-jeová. Como isso é tratado na religião?
Guilherme Rabelo: Olha, nós temos tido este assunto tratado sempre de uma maneira bastante enfática junto a classe médica, como sendo uma forma de buscarmos o direito do paciente e pela escolha que o paciente tem junto a classe médica de optar pelos tratamentos que ele deseja e entendemos que dentro das diversas terapias médicas que o paciente pode optar, as transfusões é mais uma delas e que nós então, poderíamos escolher tratamentos médicos, no caso aquí, envolvendo as transfusões que evitassem serem usadas no caso de um paciente testemunha-de-jeová.
Heródoto Barbeiro: Entendo, quer dizer que então, é pelo direito do paciente decidir sobre qual terapia ou qual medicamento ele deve ser submetido? Eu suponho que é até um direito constitucional.
Guilherme Rabelo: É, é um direito constitucional que a nossa carta magna ela resguarda e inclusive a questão da dignidade da pessoa humana faz com que o paciente ele seja visto com respeito e dentro da parte médica, nós vemos que você teria este direito e muitos Estados, inclusive o Estado de São Paulo, segundo a lei Mário Covas que foi editada, envolve justamente esta visão, uma visão moderna em que o paciente pode e deve participar da escolha do tratamento que ele vai ser submetido.
Heródoto Barbeiro: Guilherme Rabelo, e se o paciente não tiver condições de decidir? Suponha que ele esteja, por exemplo, coma ou qualquer coisa, como é que faz? A quem cabe decidir?
Guilherme Rabelo: Exatamente. Esta é uma questão muito interessante, porque o paciente testemunha-de-jeová, ele já pensa antecipadamente num situação como esta. Nós, geralmente, portamos um documento que é uma expressão de vontade antecipada, aonde nós expressamos numa situação em que a gente talvez não pudesse falar por nós que determinado tratamento ou opção de tratamento médico nós desejamos e aqueles que nós não aceitamos. Então, esse documento, geralmente, o paciente testemunha-de-jeová porta consigo junto com a sua documentação de identidade e ele fala por sí. Mas, nós também temos junto aos nossos documentos, procuradores, pessoas que são designadas para que possam expressar a nossa vontade numa situação dessas. Então, nós fazemos de modo antecipado, e na maioria dos casos, a gente poderia dizer na grande maioria, isso não tem se tornado um problema. É claro que existem as situações excepcionais em que, às vezes, não é possível se falar. O paciente poderia chegar desacordado dum trauma e não se sabe a vontade dele, mas esses são talvez muito poucos casos dentro da quantidade que nós percebemos e acompanhamos dos tratamentos dos pacientes testemunhas-de-jeová.

Heródoto Barbeiro : Agora, em que situação muitas vezes o médico ou o hospital recorre ao judiciário para que o paciente testemunha-de-jeová seja submetido a uma transfusão de sangue?
Guilherme Rabelo: Olha, os casos mais comuns, são os casos de pacientes menores de idade. Então, a lei ela lida de maneira um pouco diferente com o paciente menor de idade e nessa situação, a gente vê que é mais comum o judiciário ser acionado. Mas, em alguns casos também de maior de idade, quando ás vezes lidamos com um pouco de intransigência. Às vezes uma visão um pouco mais paternalista da classe médica e aí então, temos que argumentar, temos de fazer uma defesa, muitas vezes lidar com a equipe médica ou hospital mostrando que às vezes existem tratamentos alternativos de igual valor científico e também eficácia e que são as opções que o paciente está optando. Geralmente, nós vemos que com esta argumentação, com este diálogo, a gente consegue um bom resultado.

Heródoto Barbeiro: Guilherme, qual é o fundamento religioso que envolve a questão do não recebimento de uma transfusão de sangue?
Guilherme Rabelo: Olha, geralmente nós falamos, explicamos que na bíblia existem várias passagens, desde o livro de Gênesis, quando foi dada uma ordem a Noé, logo após o dilúvio, até o livro de Atos dos Apóstolos, no cap. 15, vers. 28 e 29, que é considerado alí o primeiro concílio apostólico, aonde várias vezes são feitas observações sobre o não uso do sangue, a restrição ou de se abster do uso do sangue já que ele tinha uma conotação, uma simbologia sagrada e nós entendemos que essa é uma orientação a ser observada de se abster do uso do sangue e dentro desta abstenção as transfusões de sangue seriam uma das maneiras de não usarmos de modo indevido o sangue.
Heródoto Barbeiro: Guilherme Rabelo. Muito obrigado aquí pela sua participação conosco, pelos esclarecimentos para que a gente possa entender um pouco mais a respeito de testemunhas-de-jeová. Muito obrigado.
Guilherme Rabelo: Muito obrigado a você.

Heródoto Barbeiro: Guilherme Rabelo é o coordenador de pesquisa médica da Comissão de Ligação com Hospitais para Testemunhas de Jeová, explicando aquí conosco a questão da transfusão de sangue para pessoas que professam essa fé.
Editado pela última vez por percy harding em 20 Dez 2008 17:01, em um total de 1 vez.
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Pastor Russel
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Re: RÁDIO CBN: Heródoto Barbeiro entrevista Coord. da Colih

Mensagem não lida por Pastor Russel »

Muito interessante essa entrevista. Alguém já pensou em encaminhar a CBN a solicitação de uma entrevista para se mostrar o outro lado da questão?
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homosapiens
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Re: RÁDIO CBN: Heródoto Barbeiro entrevista Coord. da Colih

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Não disse nada, parece dos tj´s conversando. :2
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sidhiresus
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Re: RÁDIO CBN: Heródoto Barbeiro entrevista Coord. da Colih

Mensagem não lida por sidhiresus »

mostrando que às vezes existem tratamentos alternativos de igual valor científico e também eficácia e que são as opções que o paciente está optando. Geralmente, nós vemos que com esta argumentação, com este diálogo, a gente consegue um bom resultado.
Miserável, o jovem que morreu recentemente não teve esse tão de tratamento alternativo, a única alternativa dele foi morrer. Não passa de um safado e mentiroso, filho do Diabo, não é assim que as TJs chamam os mentirosos. Olhando assim parece lindo e maravilhoso, assim como aquela seita a Opus Dei, mas quando se está la dentro a coisa muda de cena.
André Felix
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Re: RÁDIO CBN: Heródoto Barbeiro entrevista Coord. da Colih

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Embora aparente ser uma entrevista de rotina com certeza foi encomendada, antecipada e negociada. A Torre de Vigia deve ter exigido a presença apenas do entrevistado e do entrevistador para evitar um embate e as perguntas devem ter sido igualmente antecipadas. Se eu estiver certo o professor Heródoto deu um péssimo exemplo de jornalismo. Então ele recebe um comunicado muito "gentil" de um diretor da "Associação das Testemunhas de Jeová" e imediatamente "baixa a guarda"?
Por isso eu faço uso da imprensa com muitas reservas. Se em assuntos que eu domino normalmente ela praticamente desinforma fico imaginando, preocupado, o que não deve ocorrer quando o assunto não me é familiar.
O pensamento é o ensaio da ação.
Sigmund Freud
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