O paradoxo criado pela Torre sobre o sangue.

Qual é o conceito equilibrado sobre a questão do sangue? Uma análise sobre umas das doutrinas mais polêmicas das TJs.
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Caronte Vitalzole
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Re: O paradoxo criado pela Torre sobre o sangue.

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Numa conversa entre amigos, uns dos quais TJ que não sabe que eu era TJ, ele nos disse que ninguém é expulso ou desassociado por aceitar uma transfusão de sangue. A partir do momento em que alguma TJ aceita a transfusão, de livre iniciativa ela está deixando de ser TJ;
Então quem aceita o sangue é um "exTJ, que se dissociou"? Alguém sabe me informar se esta é uma orientação da Torre?
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Parksouth
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Re: O paradoxo criado pela Torre sobre o sangue.

Mensagem não lida por Parksouth »

Essa de tomar sangue e dizer que a pessoa não foi desassociada, mas dissociou-se voluntariamente é mais uma manobra da Torre pra punir quem ousa - em hora tão atribulada e difícil - desobedecer seus contraditórios ditames.

Uma vez, não faz muito tempo, eu estava no hospital e tinha uma senhora que se tratava de um câncer. Ela estava muito enfraquecida e disse que "preciso de uma transfusão de sangue logo". No outro dia a encontrei novamente e ela estava mais alegre e bem disposta. Perguntei a ela se a transfusão tinha feito bem. Ela disse, "nossa, é vida, me sinto muito melhor". Perguntei quanto tempo levara para ela se sentir melhor. "Na mesma hora, tá entrando e começa a me voltar as forças".

Daí fiquei pensando nos ensinos da Torre de que a pessoa só sentiria os efeitos benéficos da transfusão 2 ou 3 dias depois de ela ter sido ministrada. Mais uma falácia terrível?

Fred Franz deixou claro que não se justifica a proibição tendo por base uma norma dietética do antigo povo judeu, norma que visava demonstrar o respeito pela vida animal abatida. Não faz sentido tornar esse gesto de respeito à vida animal uma negação de socorro
à vida humana.

Porém, a transfusão de sangue não é milagrosa, sabemos que há riscos em tomar sangue e a ciência médica percorreu um longo caminho até tornar as transfusões mais seguras (muitas vidas se perderam nisso - até descobrirem os tipos sanguíneos, por exemplo), mas é um tratamento possível e que, em alguns casos, salva vidas realmente ou prolonga a vida, amenizando sofrimentos. A senhora com câncer não foi curada pelas transfusões, mas teve sua qualidade de vida melhorada, se sentindo mais forte, levando vida normal e sem sofrer falta de ar.

Por outro lado, precisamos entender que o ser humano faz escolhas embasados em valores que podemos ou não aceitar. Algumas dessas escolhas podem ser bastante destrutivas. Alguns exemplos: 1) O jovem que sonha em ingressar na Legião Estrangeira. A chance de ele matar pessoas e acabar sendo morto é muito grande. Não é uma decisão simplória, é uma decisão de vidas e morte (um parente meu estava treinando para tentar ser recrutado pela Legião, os testes são rigorosíssimos). 2) A decisão de passar por rituais de passagem violentos, praticamente impostos pela cultura (veja http://hypescience.com/25866-10-bizarro ... o-o-mundo/). Na nossa cultura, tomar drogas, infelizmente, se tornou um rito de passagem para muitos jovens. Uso abusivo de álcool e outras substâncias. Para os jovens de classe média-alta, guiar automóveis em alta velocidade também. 3) Integrar grupos organizados violentos, como torcidas organizadas e grupos ideológicos radicais.

Ou seja, o ser humano é capaz de fazer escolhas irracionais, mas imbuídas de profundo significado para ele, mesmo que tais escolhas signifiquem risco de morte, risco de lesão corporal, risco de seqüelas. Algumas dessas práticas podem ser consideradas crimes, mas a cultura aceita muitas delas e considera "normal" ou faz vista grossa, tolerando-as.

Nesse contexto, a escolha das Testemunhas é uma escolha "tribal" irracional, é uma negativa que afirma sua identidade de Testemunha de Jeová no seio do grupo-organização, acima do valor da sua própria vida. Assim como outros grupos da sociedade estão
dispostos a arriscar suas vidas em favor do significado da prática. Não interessa a lógica dos argumentos, pois a decisão é sentimental, é emocional e não racional. Ninguém expõe sua vida à perigo pensando racionalmente.
Dr. Urubu
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Re: O paradoxo criado pela Torre sobre o sangue.

Mensagem não lida por Dr. Urubu »

É mais que revoltante, não sou favoravél a pena de morte.

O que merecem esses individuos que enfiam na cabeça das pessoas essas idéias sobre o SANGUE fazendo apológia ao suicídio e até do homicidio de menores pelos seus responsavéis pela não aceitação de uma transfusão?
Victor Rito
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Re: O paradoxo criado pela Torre sobre o sangue.

Mensagem não lida por Victor Rito »

Olá


Gostava de esclarecer que a Torre sabe perfeitamente que o sangue é um orgão. Afinal, qual é a posição da Torre em relação a transplantes de orgãos?

É só água... Bem precisamos de Jesus para fazer um milagre!

Abraços
Victor Rito
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gerom
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Re: O paradoxo criado pela Torre sobre o sangue.

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Perguntas que não querem calar... em função do paradoxo criado pela Torre...

Como será que deve ser o trabalho de campo ou num estudo bíblico? O TJ deveria explicar corretamente as regras do sangue criadas pelo CG?

O Tj deveria explicar informando-os que toda testemunha pode tomar alguns componentes de sangue autorizados pelos CG, se sua consciência permite, mas... se o morador ou estudante (enquanto não Tjs) precisarem de componentes de sangue, não esperem nada das TJs quanto a doação de seu sangue?

Deveria o TJ informar para toda população (moradores e estudantes, enquanto não Tjs) seja amorosa e continue doando sangue para que as TJs autorizadas pelo CG possam se servir de componentes de seu sangue doado, mas não esperem reciprocidade nesse respeito?
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gerom
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Re: O paradoxo criado pela Torre sobre o sangue.

Mensagem não lida por gerom »

UP!
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Gabii
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Re: O paradoxo criado pela Torre sobre o sangue.

Mensagem não lida por Gabii »

Galera, to pasma com tudoo
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JOSÉ FACCIOLI JR
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Re: O paradoxo criado pela Torre sobre o sangue.

Mensagem não lida por JOSÉ FACCIOLI JR »

Eu acho que essas mudanças passaram a ocorrer a partir de 2000 com uma série de considerações que foram com o tempo atenuando essa doutrina, mas não sei precisar quando foi que publicaram as primeiras explicações sobre o que podia ou não podia sobre frações, fiz pesquisa no cd-rom da Torre, e como os artigos vão até 2006, não encontrei muita coisa relevante. Então concluo que deva ter sido a partir de 2006 que haja alguma matéria melhor relacionada no compêndio Nosso Ministério do Reino.
"Quando nós adotamos cegamente uma religião, um sistema político, um dogma literário, nós nos tornamos autômatos, paramos de crescer" - Anaïs Nin (1914-1977)

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jBrother
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Re: O paradoxo criado pela Torre sobre o sangue.

Mensagem não lida por jBrother »

Dr. Urubu escreveu:uma analógia li em algum lugar!

sangue = petroleo
frações do petróleo = gasolina, diesel, querosene etc

Segundo o defensor TJ,
quer dizer que as frações do petróleo são extraidas de um petróleo que já não é mais petróleo!!

análogo as frações do sangue.

outra: é só fritar bem o sangue que então ele poderá se INGERIDO pois após a fritura já DEIXOU DE SER SANGUE!
Pois é Dr. Urubu, é só trocar o rótulo do frasco ao invéz de sangue colocar uma etiqueta escrita "Soro a base de Suco de Uva".
Quando era ancião e nos meus contatos com a COLIH descobri que muitos médicos para evitarem as discussões e burocracias adotavam o seguinte posicionamento. Diziam as TJ que respeitam sua posição e depois no centro cirúrgico colocava sangue no caboclo e depois que o caboclo saia da cirurgia eles diziam que não foi necessário usar o sangue ! Então em alguns casos a COLIH dizia para o caboclo evitar discussão, porque se o médico quiser por sangue sem o conhecimento do mesmo isto é feito. Dai é só dizer que usou "Suco de Uva" !
jBrother
Blog: http://www.reflexoestj.blogspot.com

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piccola colibri
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Re: O paradoxo criado pela Torre sobre o sangue.

Mensagem não lida por piccola colibri »

jBrother escreveu: Quando era ancião e nos meus contatos com a COLIH descobri que muitos médicos para evitarem as discussões e burocracias adotavam o seguinte posicionamento. Diziam as TJ que respeitam sua posição e depois no centro cirúrgico colocava sangue no caboclo e depois que o caboclo saia da cirurgia eles diziam que não foi necessário usar o sangue !
jBrother, isto é fato? Pois se sim, e não estou duvidando aqui da tua palavra, significa que muitas, se não a totalidade, das experiências dos congressos sobre o não uso de sangue são tudo balela?
'Mas tudo evolui, não há realidades eternas; tal como não há verdades absolutas!' (Nietzsche)

'Não há como ensinar o outro a escolher, toda a escolha depende da capacidade de suportar perdas.' (Carpinejar)
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