Eu ainda era TJ quando li um artigo publicado n'A Sentinela de 01/10/1993 sobre a possibilidade de uma pessoa fraquejar e aceitar uma transfusão de sangue. A ilustração que abre a matéria me chocou, quando a li. Depois de muito procurar, finalmente encontrei-a hoje, e reproduzo abaixo:
O aviso era muito claro: estamos de olho! Vocês não merecem confiança, e portanto nem pensem na possibilidade de salvar suas vidas - ou a vida de algum parente menor -, porque depois vocês correm o sério risco de não serem perdoados. Continua o artigo:*** w93 1/10 p. 22 Encare corretamente a misericórdia de Deus ***
O MÉDICO era bondoso e muito interessado. Segundo seu melhor parecer, a paciente necessitava desesperadamente duma cirurgia para salvar a vida. Quando ela hesitou e suscitou a questão das transfusões de sangue, ele ficou surpreso. Quando ela explicou que por motivos religiosos não podia consentir numa cirurgia que envolvesse uma transfusão de sangue, ele ficou atônito. Ficou tentando imaginar uma maneira de ajudá-la. Finalmente, pensou ter encontrado uma. Disse: “Sabe, se você não aceitar a transfusão de sangue, morrerá. Você não quer isso, quer?”
“É lógico que não”, disse a paciente.
“Mas, parece que, se você a aceitar, estará indo de encontro às suas crenças religiosas, que também são importantes para você. Bem, aqui vai minha sugestão. Por que não aceita a transfusão de sangue e salva assim a sua vida? Daí, confesse a Deus que pecou, e arrependa-se. Dessa forma, você também será restabelecida à sua religião.”
O bem intencionado médico presumiu ter encontrado a solução perfeita. Ele se apercebia de que a paciente cria num Deus misericordioso. Essa certamente era uma ocasião oportuna para tirar proveito da misericórdia de Deus! Mas era sua sugestão tão razoável como parecia?
Covardes e fracos. Assim são chamados os que querem viver. E que dizer dos soldados de Saul, que comeram carne de animais abatidos sem a correta sangria? (1 Samuel 14:24, 31-33) Eles comeram sangue, e deveriam, segundo a lei mosaica, ser executados. O que a Torre diz sobre isso?*** w93 1/10 p. 23 Encare corretamente a misericórdia de Deus ***
Alguns foram até mesmo ao ponto de cometer um grave pecado apesar de saberem que provavelmente seriam desassociados da congregação cristã. Pelo visto, raciocinaram: ‘Vou deixar passar algum tempo. Daí me arrependerei, e serei readmitido.’
(...)
Se, porém, transigirmos sob prova, nós nos revelaremos covardes ou fracos, desprovidos de forte amor a Jeová e à justiça, ou desprovidos de autodomínio. Qualquer fraqueza assim ameaçaria gravemente nossa relação com Deus. De fato, o que Paulo advertiu pode dar-se em nosso caso: “Se praticarmos o pecado deliberadamente, depois de termos recebido o conhecimento exato da verdade, não há mais nenhum sacrifício pelos pecados.” (Hebreus 10:26) Quão melhor é não pecarmos, em vez de cedermos à fraqueza e corrermos o risco de perder toda perspectiva de vida!
Ora, ora, ora!!! Receber transfusão de sangue não é, segundo o pensamento TJ, o mesmo que comer sangue? Assim, o pecado de uma TJ que aceita uma transfusão seria o mesmo daqueles soldados de Saul que comeram sangue. Os soldados israelitas foram beneficiados pela misericórdia divina. Mas uma TJ não pode!!! Tem de morrer!!! Dois pesos e duas medidas??? Que Deus é esse??? Ou é a Torre quem fala em nome dele, sem autorização?*** w05 15/3 p. 30 Perguntas dos Leitores ***
Pecaram contra Jeová por violarem sua lei sobre o sangue. As ações deles não estavam em harmonia com o único modo indicado por Deus de usar o sangue, a saber, “fazer expiação” por pecados. (Levítico 17:10-12; Gênesis 9:3, 4) Misericordiosamente, Jeová aceitou sacrifícios especiais a favor daqueles que haviam pecado. — 1 Samuel 14:34, 35.
Por fim, a Torre utiliza o texto de Hebreus 10:26, muito utilizado em suas matérias sobre o pecado imperdoável.
Assim, abrir uma matéria como essa com a ilustração da transfusão de sangue é um jeito de dizer que se a pessoa, entre a vida e a morte, decidir pela vida, ela é covarde, e pode estar cometendo o pecado imperdoável, o que diminui consideravelmente - para não dizer anula - as possibilidades de readmissão. Morte social agora, morte eterna no futuro.
Portanto, a pressão psicológia é tão grande, que se uma TJ fraquejar e aceitar sangue, além de ser desassociada, dificilmente será readmitida. E se o for, vai ter de conviver com o tormento de achar que cometeu o pecado sem perdão...
Para uso da moderação---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
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