E se meu filho precisar de sangue?

Qual é o conceito equilibrado sobre a questão do sangue? Uma análise sobre umas das doutrinas mais polêmicas das TJs.
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feliciapink
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E se meu filho precisar de sangue?

Mensagem não lida por feliciapink »

Creio que é uma das maiores angústias de quem sai da matrix da torre e ainda precisa está lá.
Vc vir a precisar, ter que precisar por alguma fatalidade ou doença crônica ( tenho um sobrinho que vez ou outra precisa, mas não é tj, graças a buda) ou um filho que precise.
Primeiro eu penso, que eu venha a precisar. Sim, eu vou tomar. Sabendo que os céus irão cair na minha cabeça tbm. Mas irei tomar. A vida é minha. Se meu marido precisar. Sim, eu irei lutar pra que ele tome caso esteja inconsciente. O tal cartão dele, por mim, vai para o lixo. Se ele tiver consciente, aí eu terei que aceitar, porém sob meus protestos. Sim irei fazer mesmo sabendo da bomba que irá estourar em mim. Cometi o erro com minha mãe de a apoiar na época, de não aceitar. Essa dor, não quero nunca mais. Essa já me basta.
Não tenho filhos, mas tenho pets. Se precisarem, vou brigar tbm para que tomem.
Mas se eu tivesse um filho? Por ele, ficaria de mal com o mundo. Por ele enfrentaria todos os julgamentos e olhares de ódio. Por ele, enfrentaria de cabeça erguida
divórcio, ostracismo de quem quer que fosse.
Se existir realmente um deus, como a torre, o descreve, e se for errado tomar transfusão, eu morro feliz, e enfrento o julgamento dele. Eu me entendo com ele. Eu. Mas meu filho, terá a chance a vida, pelo menos enquanto fosse menor de idade.
E se a cada escolha, você optar pela leveza?

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Daenerys
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Re: E se meu filho precisar de sangue.

Mensagem não lida por Daenerys »

Olá Felicia

Eu imagino que essa situação seja uma das mais difíceis e angustiantes mesmo. É preciso coragem para enfrentar e contrariar os familiares.

Eu não tenho filhos também, mas já avisei as pessoas da minha família que se ficar sob a minha responsabilidade, estará autorizado o uso do sangue.
Todos aqui sabem o meu posicionamento quanto a isso.
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feliciapink
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Re: E se meu filho precisar de sangue.

Mensagem não lida por feliciapink »

Daenerys escreveu:Olá Felicia

Eu imagino que essa situação seja uma das mais difíceis e angustiantes mesmo. É preciso coragem para enfrentar e contrariar os familiares.

Eu não tenho filhos também, mas já avisei as pessoas da minha família que se ficar sob a minha responsabilidade, estará autorizado o uso do sangue.
Todos aqui sabem o meu posicionamento quanto a isso.

Seu esposo, como já não acredita tbm na organização, te apoiaria. Fico muito feliz por vc amiga. Vc conseguiu livrar ele disso. No meu caso, eu ainda não posso dizer a ninguém, sobre minha decisão. Ele muito menos. Meus planos, iriam se perder pelo vento. Mas penso muito nisso, pq pra acontecer algo comigo , pode ser a qualquer momento. Eu estando lúcida, a resposta a equipe médica é sim, façam tudo que puder. Mas eu estando apagada, a decisão fica pra ele e aquele bando de carniceiros que ficarão na cola dele e o influenciando. Só que a vida é minha. Não a dele e nem de outros. Isso me preocupa muito. O tal cartão, ele anda com o dele na carteira. O meu, eu rasguei.
E se a cada escolha, você optar pela leveza?

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Cinderela
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Re: E se meu filho precisar de sangue?

Mensagem não lida por Cinderela »

Eu só usei cartão de sangue na adolescência , época que era bem bitolada ,mas no início da fase adulta ,já independente e longe de familiares,nunca mais tive cartão ,e jamais deixei que anciãos soubessem algo de minha vida ,então sangue nunca precisei ,mas nunca sequer me identifiquei num hospital como tj ,pra nem precisar explicar nada Isso de morrer por não tomar sangue é uma interpretação bíblica errônea ,se Jesus morreu por todos ,pra que criança morrer? Coisa de seita mesmo !
Muito prazer & Eu sou Cinderela ✓
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Absinto
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Re: E se meu filho precisar de sangue?

Mensagem não lida por Absinto »

feliciapink escreveu: Não tenho filhos, mas tenho pets. Se precisarem, vou brigar tbm para que tomem.
Mas se eu tivesse um filho? Por ele, ficaria de mal com o mundo. Por ele enfrentaria todos os julgamentos e olhares de ódio. Por ele, enfrentaria de cabeça erguida
divórcio, ostracismo de quem quer que fosse.
Felícia, sua afirmação neste trecho é dramática.
Eu também enfrentaria o que fosse necessário para proteger meus filhos.
Infelizmente uma pessoa casada com conjunge bitolado ainda teria que conseguir autorização judicial para aplicar sangue no próprio filho porque toda decisão tomada pelo casal depende do consentimento de ambos pela lei civil.
Veja só o art. 1631 do Código Civil:
Art. 1631. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade. ... Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo.
É um verdadeiro drama ver seu parente morrer sem poder prestar o atendimento necessário por causa de uma seita arbitrária.
Parabéns pelo seu tópico que levanta esses questionamentos e serve para influenciar as pessoas a não permitirem que seus parentes morram por conta de uma insanidade coletiva.
Para maiores informações sobre essa questão da transfusão de sangue em menores e as medidas a serem adotadas pelo hospital, médico e o Ministério Público, vejam ainda este informativo elaborado pelo Ministério Público do Paraná:

Consulta: Saúde - Transfusão de sangue - Recusa dos pais - Testemunhas de Jeová


Pergunta:
O que fazer diante do caso de uma criança que necessita de transfusão de sangue, mas os pais se recusam, pois são testemunhas de Jeová?



Resposta:
A situação é relativamente simples, pois é evidente que semelhante recusa, quando a transfusão de sangue se fizer necessária para preservar a vida da criança, é absolutamente inadmissível (em situações de urgência/ emergência, quando o médico avaliar que a falta de transfusão acabará resultando na morte da criança, sequer é necessário "autorização" dos pais).

Em casos de menor urgência, é razoável, antes de mais nada, que seja tentado, por meio de médicos, psicólogos e assistentes sociais, o "convencimento" dos pais acerca da necessidade de realização da intervenção médica respectiva (o que, vale dizer, tem fundamento no art. 100, par. único, incisos XI e XII, do ECA), assim como da impossibilidade jurídica de recusa (o que, no caso de eventual morte da criança em razão da falta da transfusão, poderia resultar até mesmo em sua responsabilização criminal - assim como dos médicos que se omitirem em realizar o procedimento).

Se necessário (após esgotadas as tentativas de "convencimento"), e demonstrada - por avaliação médica expressa e conclusiva - a falta de alternativas para o tratamento, você poderá ajuizar uma ação qualquer (o art. 212, do ECA, dá ampla liberdade para tanto), que tenha pedido cautelar/tutela antecipada, para que o tratamento seja realizado mesmo contra a vontade dos pais. Você pode usar qualquer denominação para a ação, devendo apenas ficar claro que seu objeto é o suprimento da autorização paterna/materna para realização de transfusão de sangue e todos os demais procedimentos médicos correlatos que a situação do(a) paciente recomendar.

Em situações extremas, pode-se até mesmo ajuizar uma ação de suspensão do poder familiar, apenas para o fim de realização da transfusão (e eventual tratamento complementar que se faça necessário - especialmente se os pais se recusarem a realizar este), com pedido de busca e apreensão e internação hospitalar terapêutica (sem prejuízo da regulamentação de visitas ou mesmo da permanência de um dos pais acompanhando o filho enquanto internado, tal qual previsto no art. 12, do ECA), tendo por fundamento o disposto nos arts. 101, inciso V e 129, inciso VI, do ECA (sendo a suspensão determinada por violação de dever elementar inerente ao poder familiar: o de zelar pela vida e saúde de seus filhos, conforme previsto nos arts. 4º, caput, art. 22 e 24, do ECA), sem prejuízo da orientação aos pais e, após a reintegração familiar (que deve ocorrer logo após concluído o tratamento - ou mesmo no curso deste, caso os pais se comprometam a dar continuidade a este), bem como do acompanhamento posterior do caso.

Uma vez expedido mandado de busca e apreensão, a ordem deve ser cumprida pela Polícia Militar e pelos oficiais de justiça a serviço do Juízo (e não pelo Conselho Tutelar, como muitas vezes se faz - os membros do Conselho Tutelar não são serventuários da Justiça, não tem atribuição para o cumprimento de mandados de busca e apreensão e nem capacitação técnica para tanto), de preferência com o auxílio de assistentes sociais e médicos/enfermeiros (que deverão promover a pronta transferência da criança para local adequado - o que mais uma vez não deve ser efetuado pelo Conselho Tutelar, mas sim por profissionais de saúde, em ambulância/veículo próprio - isto, é claro, se ela já não estiver internada).

Antes do cumprimento da ordem, a cautela recomenda que todos os agentes que irão tomar parte da diligência sejam devidamente orientados acerca das cautelas que devem ser tomadas para evitar excessos e mesmo a exposição indevida da criança e mesmo dos pais, devendo-se mais uma vez, antes do uso da "força", tentar o convencimento destes acerca da necessidade e urgência da intervenção.

Em qualquer caso, é bom destacar que estamos diante da necessidade de preservação de direitos fundamentais indisponíveis de uma criança (os direitos à vida e à saúde - não por acaso os primeiros relacionados no ECA, já em seu art. 7º e seguintes, logo após o Capítulo relativo às suas "disposições preliminares"), que todos (especialmente os pais e, na omissão destes, o Poder Judiciário), tem o DEVER de assegurar/efetivar com a mais absoluta prioridade (art. 4º, caput, do ECA e art. 227, caput, da CF).

Nunca é demais lembrar, também, que os filhos não são "propriedade" dos pais, e que as crianças e adolescentes são "sujeitos de direitos" (art. 100, par. único, inciso I, do ECA), não sendo lícito aos pais criar embaraços ao seu pleno exercício, sob pena de intervenção dos órgãos de proteção/defesa dos interesses infanto-juvenis (como é o caso do Ministério Público, seja por força dos arts. 127 e 129, da CF, seja do art. 201, incisos V e VIII, do ECA).

Em situações semelhantes, é possível reconhecer, inclusive, a caracterização de "conflito de interesses" entre pais e filhos, o que, na forma do art. 152, par. único, do ECA, autorizaria, inclusive, a nomeação de "curador especial" para expedição da autorização referente à intervenção médica que se fizer necessária.

De qualquer modo, como a proteção judicial pode se dar por qualquer ação cabível, além dos julgados abaixo transcritos você pode usar algum modelo qualquer publicado na página do CAOPCAE na internet. Temos algumas ações publicadas nos tópicos "Modelos", assim como "Acolhimento" que podem lhe servir de modelo (embora fatalmente irão demandar algumas adaptações).

Também transcrevo, abaixo, jurisprudência relativa à possibilidade de ajuizamento de demanda judicial para determinar a transfusão de sangue em testemunhas de Jeová. [ver jurisprudência]

Espero ter podido ajudar.

Murillo José Digiácomo
Curitiba, 05 de março de 2014.


https://crianca.mppr.mp.br/modules/cont ... teudo=1615

Em tempo, faço um acréscimo apenas para mencionar que, em razão de muitos problemas enfrentados com a seita perante a justiça envolvendo menores, em 2015 foi lida uma carta que dizia que os pais deveriam apenas orientar os médicos sobre sua opção pela não utilização do sangue em seus filhos por motivo religioso.
Também esclareço que o texto acima, embora datado de 2014 e com alterações posteriores no novo Código de Processo Civil de 2015, não perde sua atualidade quanto à necessidade de proteção do menor acima de tudo.
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Daenerys
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Re: E se meu filho precisar de sangue.

Mensagem não lida por Daenerys »

feliciapink escreveu:
Daenerys escreveu:Olá Felicia

Eu imagino que essa situação seja uma das mais difíceis e angustiantes mesmo. É preciso coragem para enfrentar e contrariar os familiares.

Eu não tenho filhos também, mas já avisei as pessoas da minha família que se ficar sob a minha responsabilidade, estará autorizado o uso do sangue.
Todos aqui sabem o meu posicionamento quanto a isso.

Seu esposo, como já não acredita tbm na organização, te apoiaria. Fico muito feliz por vc amiga. Vc conseguiu livrar ele disso. No meu caso, eu ainda não posso dizer a ninguém, sobre minha decisão. Ele muito menos. Meus planos, iriam se perder pelo vento. Mas penso muito nisso, pq pra acontecer algo comigo , pode ser a qualquer momento. Eu estando lúcida, a resposta a equipe médica é sim, façam tudo que puder. Mas eu estando apagada, a decisão fica pra ele e aquele bando de carniceiros que ficarão na cola dele e o influenciando. Só que a vida é minha. Não a dele e nem de outros. Isso me preocupa muito. O tal cartão, ele anda com o dele na carteira. O meu, eu rasguei.

Eu entendo, é uma situação muito difícil.


Levou muito tempo para o meu marido aceitar isso também. Ele ainda concorda com a religião em muitos aspectos, inclusive esse do sangue, mas diz respeitar a minha opinião.
O que eu fiz foi enfatizar bastante o que eu penso, até ele aceitar.
Hoje eu não sei se vale a pena forçar alguém a sair da seita. Isso teve consequências bem difíceis para nós. No futuro eu falarei sobre este assunto no fórum, pois agora é muito recente ainda.


Eu espero que com o tempo você consiga estabelecer esse diálogo com o seu marido. É algo desafiador para a maioria.
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feliciapink
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Re: E se meu filho precisar de sangue?

Mensagem não lida por feliciapink »

Nunca é demais lembrar, também, que os filhos não são "propriedade" dos pais, e que as crianças e adolescentes são "sujeitos de direitos" (art. 100, par. único, inciso I, do ECA), não sendo lícito aos pais criar embaraços ao seu pleno exercício, sob pena de intervenção dos órgãos de proteção/defesa dos interesses infanto-juvenis (como é o caso do Ministério Público, seja por força dos arts. 127 e 129, da CF, seja do art. 201, incisos V e V


Torre é que não entende isso. Mesmo sendo uma criança, por pequenina que seja, mas é um indivíduo que merece ter suas vontades respeitadas. Olhar pra essa criança e pensar lá na frente se ela iria ou não querer determinado destino quando tivesse o poder de tomar decisões. Mas que ela possa ter esse direito lá no futuro, ela precisa agora, ter o direito de viver.
Que bom que hoje a lei, dá total direito a vida desse menor. Esse artigo que o Absinto colocou aqui, é muito importante. Agora, quantas crianças antes, não tiveram essa chance? Quantas foram retiradas de hospitais e tiveram seus tratamentos interrompidos, as levando a morte?
Eu se fosse mãe, mentalmente fora da torre, mas o pai sendo fechado com a doutrina, seria muita clara a equipe médica, e daria toda carta branca a eles, para salvarem meu filho. Eles talvez nem entendessem a minha atitude, visto eu ainda ser declarada Tj.

Imagina a dor de alguns pais, mundo afora, que eram fechados com essa doutrina, e não permitiram as transfusões a seus filhos , e com o tempo, descobriram a farsa ? Eu nunca me perdoaria, mesmo tendo sido enganada e talvez não aguentasse tamanha dor, que me jogaria na frente da primeira carreta que passasse em minha frente.

Obrigada Absinto, pelos esclarecimentos.
E se a cada escolha, você optar pela leveza?

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InativoUniversitário
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Re: E se meu filho precisar de sangue?

Mensagem não lida por InativoUniversitário »

Eu vivi uma situação como essa bem de perto, não era meu filho, era meu tio que faleceu no começo deste ano,

pois bem, explicarei um pouco, ele era renal crônico já há uns 10 anos, estava internado na UTI, (ele passou 6 meses na UTI), um certo dia, o estado dele ficou bem grave, a solução era uma transfusão imediata de sangue, todos nós familiares fomos ao hospital, provavelmente seria o ultimo dia dele (mas não foi, ele ainda chegou a ir pra casa ficar em home care). Os membros da COLIH foram acionados, (meu tio havia sido ancião durante um tempo), porem, não adiantou absolutamente nada, eles conversaram com os médicos, mostraram outros tipos de tratamento que não necessitavam de sangue, os médicos foram enfáticos ao dizer que se tratava de um paciente gravíssimo e inconsciente, havendo risco de morte eles fariam a transfusão de sangue, os caras da colih processaram o hospital e perderam, essa situação foi a noite, na madrugada saiu a decisão judicial dando ganho de causa ao hospital (isso foi ate reportagem nos jornais na época).

resumindo: como o estado dele era gravíssimo, (ele estava em coma, com infecção generalizada por uma bactéria super resistente e desconhecida) ele tomou sangue praticamente todos os dias, os médicos respeitavam a posição da família em não aceitar o sangue ate o momento em que havia risco de morte, quando ficava critico eles já nem perguntavam nada, só aplicavam e pronto.

Ele melhorou, GRAÇAS AO SANGUE, voltou do coma, de forma consciente afirmou a equipe médica que não queria aceitar o sangue e que não era pra eles terem feito aquilo, mas, continuou não adiantando nada, tomou sangue mais outras várias vezes.

Pelo o que eu vi, a atuação da COLIH serviu unica e exclusivamente para atrapalhar e retardar o tratamento, uma vez que não adiantou absolutamente nada eles terem processado o hospital, e depois disso sumiram, não falaram com mais ninguém da família.

Tenho nojo dessa seita...
"Se eu vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes..."
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Cinderela
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Re: E se meu filho precisar de sangue?

Mensagem não lida por Cinderela »

InativoUniversitário escreveu:Eu vivi uma situação como essa bem de perto, não era meu filho, era meu tio que faleceu no começo deste ano,

pois bem, explicarei um pouco, ele era renal crônico já há uns 10 anos, estava internado na UTI, (ele passou 6 meses na UTI), um certo dia, o estado dele ficou bem grave, a solução era uma transfusão imediata de sangue, todos nós familiares fomos ao hospital, provavelmente seria o ultimo dia dele (mas não foi, ele ainda chegou a ir pra casa ficar em home care). Os membros da COLIH foram acionados, (meu tio havia sido ancião durante um tempo), porem, não adiantou absolutamente nada, eles conversaram com os médicos, mostraram outros tipos de tratamento que não necessitavam de sangue, os médicos foram enfáticos ao dizer que se tratava de um paciente gravíssimo e inconsciente, havendo risco de morte eles fariam a transfusão de sangue, os caras da colih processaram o hospital e perderam, essa situação foi a noite, na madrugada saiu a decisão judicial dando ganho de causa ao hospital (isso foi ate reportagem nos jornais na época).

resumindo: como o estado dele era gravíssimo, (ele estava em coma, com infecção generalizada por uma bactéria super resistente e desconhecida) ele tomou sangue praticamente todos os dias, os médicos respeitavam a posição da família em não aceitar o sangue ate o momento em que havia risco de morte, quando ficava critico eles já nem perguntavam nada, só aplicavam e pronto.

Ele melhorou, GRAÇAS AO SANGUE, voltou do coma, de forma consciente afirmou a equipe médica que não queria aceitar o sangue e que não era pra eles terem feito aquilo, mas, continuou não adiantando nada, tomou sangue mais outras várias vezes.

Pelo o que eu vi, a atuação da COLIH serviu unica e exclusivamente para atrapalhar e retardar o tratamento, uma vez que não adiantou absolutamente nada eles terem processado o hospital, e depois disso sumiram, não falaram com mais ninguém da família.

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Inativo universitário,obrigada por compartilhar sua experiência ,já são muitas vidas que se foram por causa dessa lei absurda do sangue ,essa seita passa de todos limites aceitáveis.
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Tyrrhena
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Re: E se meu filho precisar de sangue?

Mensagem não lida por Tyrrhena »

De início já menciono que não possuo filhos mas um tópico com tal relevância se ajusta a qualquer situação.
Tento imaginar o grau de alienação que aquelas TJs que chegaram ao extremo da fé ao ponto de tomar tal decisão absurda. Nos meu anos de TJ essa foi uma coisa que sempre tive convicção, de que se eu ou qualquer da minha família - que cite-se que nenhum eram TJs - precisasse de sangue, certamente eu iria fazer uso sem culpa nenhuma! Principalmente porque eu sinceramente nunca cri piamente nessa falácia - não só nessa mas em todas as teorias absurdas da Torre - e ainda acompanhando toda a história que a Torre nunca conta de como essa seita maldita muda de ideia do dia para noite eu sempre imaginei as condições catastróficas que poderiam acontecer de seu tomasse a decisão de seguir cegamente a "vontade de Jeová revelada por meio do escravo".
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