E se meu filho precisar de sangue?

Qual é o conceito equilibrado sobre a questão do sangue? Uma análise sobre umas das doutrinas mais polêmicas das TJs.
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Merida
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Registrado em: 25 Out 2020 15:23

Re: E se meu filho precisar de sangue?

Mensagem não lida por Merida »

Sou mãe de gêmeos e meus filhos jamais tiveram cartão de sangue, minha mente foi lavada por essa seita mas eu acredito que todos temos momentos de lucidez, nem tudo ali dentro dá pra engolir, então a dica que dou é finge que engole e segue o barco.

* Ia no balcão de publicações com minha cara de paisagem, pegava os cartões de sangue, que nunca preenchi, iam pro lixo.
* Orientava meus filhos que se algum ancião ou qualquer TJ perguntasse do cartão de sangue deles, era pra dizer que estavam comigo.
* Quando um bitolado vinha jogar verde e perguntar quem assinou nossos cartões eu dizia que foram irmãos de outra congregação.

E assim protegi meus filhos, sempre me embrulhou o estômago ver pais sendo entrevistados em Congresso falando como foram fiéis a Jeová em permitir a morte de seu filho, eu acredito muito no potencial humano das Testemunhas de Jeová, mas precisa despertar, precisa questionar, e se não dá pra sair vai dando um jeitinho de cuidar da mente e ir se afastando aos poucos, viver sendo monitorado e ameaçado constantemente é viver acuado sem paz.

Pais protejam seus filhos, e fora da organização é possível levar uma vida digna e saudável.
Fomos dissociados por apostasia em 29/12/2021

:kity5:
:ol2:
m:4
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Lira
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Registrado em: 13 Dez 2020 15:33

Re: E se meu filho precisar de sangue?

Mensagem não lida por Lira »

InativoUniversitário escreveu:Eu vivi uma situação como essa bem de perto, não era meu filho, era meu tio que faleceu no começo deste ano,

pois bem, explicarei um pouco, ele era renal crônico já há uns 10 anos, estava internado na UTI, (ele passou 6 meses na UTI), um certo dia, o estado dele ficou bem grave, a solução era uma transfusão imediata de sangue, todos nós familiares fomos ao hospital, provavelmente seria o ultimo dia dele (mas não foi, ele ainda chegou a ir pra casa ficar em home care). Os membros da COLIH foram acionados, (meu tio havia sido ancião durante um tempo), porem, não adiantou absolutamente nada, eles conversaram com os médicos, mostraram outros tipos de tratamento que não necessitavam de sangue, os médicos foram enfáticos ao dizer que se tratava de um paciente gravíssimo e inconsciente, havendo risco de morte eles fariam a transfusão de sangue, os caras da colih processaram o hospital e perderam, essa situação foi a noite, na madrugada saiu a decisão judicial dando ganho de causa ao hospital (isso foi ate reportagem nos jornais na época).

resumindo: como o estado dele era gravíssimo, (ele estava em coma, com infecção generalizada por uma bactéria super resistente e desconhecida) ele tomou sangue praticamente todos os dias, os médicos respeitavam a posição da família em não aceitar o sangue ate o momento em que havia risco de morte, quando ficava critico eles já nem perguntavam nada, só aplicavam e pronto.

Ele melhorou, GRAÇAS AO SANGUE, voltou do coma, de forma consciente afirmou a equipe médica que não queria aceitar o sangue e que não era pra eles terem feito aquilo, mas, continuou não adiantando nada, tomou sangue mais outras várias vezes.

Pelo o que eu vi, a atuação da COLIH serviu unica e exclusivamente para atrapalhar e retardar o tratamento, uma vez que não adiantou absolutamente nada eles terem processado o hospital, e depois disso sumiram, não falaram com mais ninguém da família.

Tenho nojo dessa seita...
Que história horrível. Ainda bem que o hospital ganhou a causa, se não seria ainda mais enfurecedor.

O negócio é tão podre e cruel que eu não duvido nada que muita gente que é convictamente fiel discorda dessa bizarrice em segredo. Falo isso por meus pais. É algo tão incabível que eu sempre disse pra mim mesma "eu não vou arriscar minha vida desse jeito, será uma decisão tão fácil de tomar". Como mãe então? Eu vou pra cima do ancião que for sequer tentar me convencer mas não deixaria de salvar meu filho. E minha mãe tem um espírito materno demais para me deixar partir desse jeito também, tanto que eu também nunca tive um cartão de sangue.

Eu mesma pensava que a dor da desassociação seria infinitamente menor do que perder alguém por causa disso, "desassociou uma hora volta, a dor da morte é pesada demais para isso".

Ser desassociado por salvar a própria vida é tão cruel. Sua vida é salva, mas paga o preço dos seus familiares nunca voltarem para você. E o pior é que nunca voltarão atrás dessa bizarrice porque aí que muitos vão embora de vez, argumentando que muitos dos seus queridos morreram a toa.
"C'è il mare eterno nella mia anima."
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SenhoritaD
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Registrado em: 07 Dez 2020 19:27

Re: E se meu filho precisar de sangue?

Mensagem não lida por SenhoritaD »

Eu sempre achei uma doutrina absurda, nunca preenchi o cartão de sangue, há casos e casos, realmente não é o melhor tratamento do mundo, mas salva.

Meu avó teve uma anemia severa em decorrência do câncer, aplicaram sangue nele sem consentimento de ninguém, foi um alvoroço com a minha família e a Colih, no fim das contas o caso dele agravou devido a transfusão e ele veio a falecer.

Mas penso comigo que é inútil ter o cartão, por exemplo, sofri um acidente grave, o resgate me socorre e estou inconsciente, nunca que eles vão perder tempo procurando em minha carteira se tem esse bendito cartão, vão correr pra salvar minha vida. E se for necessário eu tomo sem nenhum peso na consciência, como diz Bjork, infinitamente melhor lidar com desassociação do que com a dor da morte.
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