Arriscar a vida em nome da fé

Qual é o conceito equilibrado sobre a questão do sangue? Uma análise sobre umas das doutrinas mais polêmicas das TJs.
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pascoalnaib
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Arriscar a vida em nome da fé

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Arriscar a vida em nome da fé

por CATARINA CRISTÃOHoje
Há vários cultos e religiões que recusam cuidados médicos. Em Portugal são sobretudo as Testemunhas de Jeová que mais problemas colocam aos clínicos ao recusarem transfusões de sangue. Já a Igreja da Cientologia proíbe certos medicamentos.

O caso da norte-americana que fugiu com o filho de 13 anos para que ele não fosse submetido a sessões de quimioterapia por causa da sua religião chocou a América e levou à detenção da mãe. Em Portugal são sobretudo as Testemunhas de Jeová, que recusam transfusões de sangue, que mais problemas levantam aos médicos. Há até casos de hospitais que recorrem ao tribunal para ficarem com a guarda das crianças para que os menores possam receber sangue em caso de necessidade.

São várias as religiões ou seitas no mundo que proíbem certas terapias e cuidados médicos em Portugal, os clínicos falam sobretudo de problemas no tratamento das Testemunhas de Jeová e também dos membros da Igreja da Cientologia, que terá no País cerca de oito mil crentes.

As Testemunhas de Jeová recusam receber sangue. Por causa desta posição firme, o cirurgião cardiotorácico José Fragata, do Hospital de Santa Marta, em Lisboa, já pediu em tribunal a guarda de várias crianças. "Os pais não se podem opor à cirurgia, mas vivem um conflito interior: por um lado, não querem que haja transfusão e sangue, mas também querem ver os filhos tratados", conta o médico. Por isso, explica "o que se faz nestes casos, e sem violência, é pedir a tutela da criança até ao final do tratamento".

João (nome fictício) viu-lhe ser diagnosticada uma cirrose quando tinha apenas 11 anos. Aos 36, já bastante debilitado, teve de se submeter a um transplante de fígado, no Hospital da Universidade de Coimbra. Mas enquanto Testemunha de Jeová aceitou fazê-lo apenas com a promessa por parte do médico de que não receberia uma transfusão, mesmo que a sua vida estivesse em risco.

"O sangue que corre em cada um de nós é único, e como diz a Bíblia, é fonte de vida", explica Pedro Candeias, porta-voz da confissão em Portugal, que defende que o sangue uma vez fora da circulação, deve ser eliminado.

Há cinco anos, António (nome fictício), de 65, teve de ser operado por causa de um problema coronário, no Hospital da Cruz Vermelha, unidade onde já foram operadas centenas de Testemunhas. Apesar das complicações médicas, não levou sangue e sobreviveu.

Mas nem sempre é assim. Há pessoas que morrem porque os médicos assumem a vontade do doente e, não administram a transfusão de sangue. Outros há que se recusam a operá-los. As Testemunhas de Jeová queixam-se, contudo, de às vezes os clínicos não estudarem todas as possibilidades.

"Felizmente já existem fórmulas de contornar a transfusão, diminuindo os riscos de vida. Alternativas como dispositivos que limitam a perda sanguínea ou expansores de volume do sangue", defende Pedro Candeias, indicando que anda no porta-moedas com um documento onde deixa clara a sua recusa, para o caso de precisar de cuidados médicos e estar inconsciente.

Por causa das dificuldades que têm em ser atendidos e tratados, as Testemunhas criaram uma rede de Comissões de Ligação Hospitalar. "Falamos com médicos, explicamos as nossas convicções, e cerca de um milhar já respeitam esta nossa objecção de consciência". Os Hospitais de S. João, no Porto, Santa Marta e Cruz Vermelha, em Lisboa, e Santa Cruz, em Carnaxide, são os centros hospitalares onde os membros desta congregação recorrem habitualmente.

O médico José Fragata é um dos cirurgiões a quem frequentemente pedem ajuda. Chega a receber 15 Testemunhas por ano. Conhecido por fazer cirurgias sem sangue, ou seja, sem transfusões, o clínico explica, no entanto, que hoje em dia, na maioria dos casos, o sangue perdido já não justifica uma transfusão, seja a Testemunhas de Jeová ou qualquer outra pessoa.

Por outro lado, garante que nunca actuou contra a sua ética profissional. Estabelece um compromisso bilateral com o doente de que tudo fará para que ele não receba sangue, mas deixa a salvaguarda de que se a vida dele correr riscos será transfundido. "Tenho dificuldade em deixar morrer um paciente por falta de sangue, e quando isso acontece tentamos que a família não veja e só informamos o paciente se ele perguntar". Mas há casos em que a equipa médica foi processada pelo doente que levou uma transfusão de sangue sem ter dado autorização.

A Igreja da Cientologia, fundada nos anos 50 nos Estados Unidos e que surgiu em 1986 em Portugal, também coloca restrições aos tratamentos e medicamentos, mas apenas de doenças psicológicas. Nestes casos admitem apenas a cicatrização espiritual.

Filipe (nome fictício), de 45 anos tomava Lorenin, um ansiolítico que lhe fora receitado numa época em que estava com graves problemas de saúde. "Andei completamente dependente durante mais de três anos", diz, explicando que recuperou no programa de desintoxicação Narconon, uma filosofia difundida pela Igreja da Cientologia.

"Assumimos uma posição contra as drogas, uma vez que estas diminuem a consciência e bloqueiem as capacidades, como por exemplo estupefacientes, psicotrópicos, calmantes e anfetaminas", sublinha Elisabete Dâmaso, representante da Igreja.

Não admitem assim o tratamento convencional de depressões e doenças mentais . "Uma pessoa triste ou deprimida nunca pode resolver o problema com uma droga, porque não são doenças físicas", defende. "A Igreja da Cientologia assume-se como o tratamento em si de problemas pessoais e de auto-estima", resume o sociólogo Moisés Espírito Santo.

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/inter ... id=1261973
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Pássaro
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Re: Arriscar a vida em nome da fé

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:2 Eu queria saber uma coisa, esse povo povo que faz isso fala tanto mal da igreja católica e sabemos nós que foi ela quem mais propagou a crença no martírio cristão, em função da propagação de sus crenças misturadas! religião é lucro, é marketing e este tal martírio é maior produto de exposição das religiões!
O barco da torre tá afundando?
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Abenildo
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Re: Arriscar a vida em nome da fé

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Ah, meu caro pássaro! Um mártir é sempre bem vindo! Fortalece a fé de todos! Imaginem que enterro maravilhoso, todos os irmão invejando o defunto e dizendo: "O irmão Fulano é um exemplo para todos nós, vejam, deu sua vida por Jeová! Certamente estará entre os ressuscitados e blá, blá, blá, amém!"
Engraçado, não falaram nada de frações... :roll: :roll:
Nós somos madeira de lei que cupim não rói!!!! Ariano Suassuna, Capiba.
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Re: Arriscar a vida em nome da fé

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"O sangue que corre em cada um de nós é único, e como diz a Bíblia, é fonte de vida", explica Pedro Candeias, porta-voz da confissão em Portugal, que defende que o sangue uma vez fora da circulação, deve ser eliminado.

Deveria ter se contentado em citar o já conhecido "que se abstenham.. do sangue", de Atos 15:20. O nosso sangue é único e os nossos órgão não? Os homens do corpo governante liberam os transplantes. O que ele quer dizer com "o sangue que corre em cada um de nós é único"? Que ele tem o nosso DNA, que pode servir como nossa identidade biológica individual. Nesse caso a saliva, os cabelos, pedaços de pele ou órgãos internos também são únicos.
Apenas o sangue é fonte de vida? Experimenta ficar sem o coração, fígado, rins ou o cérebro!
E o sangue deve ser derramado em obediência à lei mosaíca, diz o representante da Torre de Vigia.

Apenas toma a firme resolução de não comer o sangue, porque o sangue é a alma e não deves comer a alma junto com a carne. Não o deves comer. Deves derramá-lo na terra como água.
...E tens de ofertar as tuas ofertas queimadas, a carne e o sangue, no altar de Jeová, teu Deus; e o sangue dos teus sacrifícios deve ser derramado contra o altar de Jeová, teu Deus, mas podes comer a carne.
Deut. 12: 23,24,27.

Partindo do pressuposto de que os cristãos ainda deveriam seguir esses preceitos ainda assim o texto se refere apenas ao sangue dos animais, devidamente abatidos, usados na alimentação ou nos sacríficios, verdadeiras macumbas oferecidas para Jeová. O uso terapeutico do sangue envolve um doador vivo e não serve como alimento já que não é digerido, não passa pelo aparelho digestivo. O mesmo se aplica à orientação encontrada no livro dos Atos dos apóstolos. Claro que a palavra "abster-se" é mais forte. Basta pegar um dicionário e ler o significado. Tem testemunha de Jeová tão "ostra" que sequer sabe procurar palavras na ordem alfabética dos dicionário, por isso mantem a página com essa palavra marcada. "Abster" significa basicamente "praticar a abstinência", privar-se de algo, prescindir, dispensar. Mas todo o contexto envolvendo a proibição do o uso do sangue na Bíblia se relaciona apenas à alimentação. O abster-se aqui se refere à dispensar o seu uso como alimento, como comida ou bebida.
O pensamento é o ensaio da ação.
Sigmund Freud
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pascoalnaib
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Re: Arriscar a vida em nome da fé

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Pontos a serem considerados:
"Felizmente já existem fórmulas de contornar a transfusão, diminuindo os riscos de vida. Alternativas como dispositivos que limitam a perda sanguínea ou expansores de volume do sangue", defende Pedro Candeias, indicando que anda no porta-moedas com um documento onde deixa clara a sua recusa, para o caso de precisar de cuidados médicos e estar inconsciente.
Sim, realmente existem algumas alternativas, porém vai depender do país e dos avanços tecnológicos do hospital e ainda se pessoas que não tem plano de saúde privado terão acesso a tais tratamentos. Outra questão é que se realmente uma TJ soubesse porque recusa sangue e soubesse das várias mudanças com respeitos aos derivados (que são liberados cada vez mais) poderia rever vários pontos.
Por causa das dificuldades que têm em ser atendidos e tratados, as Testemunhas criaram uma rede de Comissões de Ligação Hospitalar. "Falamos com médicos, explicamos as nossas convicções, e cerca de um milhar já respeitam esta nossa objecção de consciência".
Essa é uma das maiores mentiras da Torre de Vigia. Essas comissões funcionam para criar mártires e serem abutres para enterrros de TJs. Apenas servem para ameaçar médicos com processos e pressionar psicologicamente um TJ abatida e doente a negar sempre o sangu enem que com isso morra!
Por que a Torre de Vigia não financia essas alternativas já que tem muito dinheiro? Por que não contrata médicos e os paga para realizar essas cirurgias para seus adeptos gratuitamente? Grande hipocrisia essa! :evil:
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