Testemunhas de Jeová e abuso sexual: 1. O caso Austrália

O que acontece por detrás dos muros da Torre de Vigia? Relatos de crianças vítimas de abusos sexuais e de Organizações sérias que insistem no aprofundamento e da solução desses crimes hediondos.
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Lourisvaldo Santana
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Testemunhas de Jeová e abuso sexual: 1. O caso Austrália

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Holly Folk já foi citada pelo menos duas vezes aqui no fórum em tópicos relacionado instituições ou pessoas que saíram em defesa das Testemunhas de Jeová no que diz respeito a como a religião lida com casos de abuso sexual em seu meio. Veja aqui e aqui.

O que segue é um breve relato sobre quem é Holly Folk.
Spoiler!
Sobre Holly Folk
Holly Folk é uma historiadora de cultura com atuação nas áreas de religião americana dos séculos XIX e XX. Ela é especialmente interessada em grupos que estão fora da "corrente principal", incluindo novos movimentos religiosos, comunas e utopias, religiões nativas americanas e budismo na América. Folk apresentou trabalhos sobre a história da quiropraxia e do utopismo religioso. Ela escreveu muitos verbetes para The Encyclopedia of Evangelicalism, e seu artigo sobre as mulheres católicas do século XIX aparece na The Encyclopedia of Women and Religion in North America. Folk está trabalhando em um livro sobre a quiropraxia primitiva e seus laços com a medicina alternativa do século 19, e planeja continuar a pesquisar como a subcultura metafísica da Era Progressiva respondeu a questões sobre ciência e religião. Ela dá cursos sobre religião nos Estados Unidos e sobre o estudo da religião.
Por esses dias ela decidiu escrever uma série de quatro artigos sobre como governos lidam com as Testemunhas de Jeová quando o assunto é abuso sexual infantil. O primeiro artigo saiu ontem, o segundo já foi publicado hoje.

Visto que é uma temática de interesse do fórum, resolvi traduzi-los e postar. Se ao menos não puderem ser visto como imparciais, tal como os artigos pretendem, servem para nos expormos ao outro lado, que é sempre uma coisa boa.


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A Comissão Real Australiana anuncia seu relatório final.
Nos últimos cinco anos, três relatórios sobre Testemunhas de Jeová e abuso sexual foram publicados na Austrália, Holanda e Bélgica. O estudo desses relatórios é um trabalho em andamento para mim, mas estou compartilhando aqui algumas reflexões preliminares. Gostaria de começar com um reconhecimento da importância das questões que estou abordando. Eu entendo de uma perspectiva pessoal a gravidade da violência sexual e dos crimes na família. Tenho uma enorme simpatia pelas vítimas. Espero que recebam justiça da sociedade e que os perpetradores sejam levados à justiça.

Mas também acho importante pensar com clareza sobre essas questões e direcionar nossas energias de forma eficiente para que os realmente culpados possam ser levados à justiça. Não podemos nos dar ao luxo de desviar nossa atenção e usar certos grupos como bodes expiatórios. Se fizermos isso, o risco é que aqueles que realmente estão cometendo crimes fiquem impunes.

Em 2019, o Atlantic Monthly relatou o que eles chamaram de “banco de dados secreto sobre abuso sexual infantil” mantido pelas Testemunhas de Jeová. Nos últimos anos, houve muitas reportagens em tablóides sobre o assunto, mas o prestígio do artigo da Atlantic levou a BBC e outros grandes meios de comunicação a retomar a história. Consequentemente, eles deram respeitabilidade a um boato que circulou na mídia tablóide por vários anos, de que a organização das Testemunhas de Jeová mantém um banco de dados secreto que protege os pedófilos. Considero isso muito lamentável, porque há muita coisa aqui que é deliberadamente enganosa. Deixe-me explicar o porquê.

O primeiro relatório que desejo abordar veio da Austrália. Discutirei o relatório holandês e belga em um artigo subsequente. Na Austrália, os relatórios preliminares foram publicados em 2014 e 2015, e o texto final em 2017. Eles causaram uma grande impressão nas notícias globais quando foram publicados. A CNN estava entre a mídia que pegou a história imediatamente, alegando que mais de 1.000 Testemunhas de Jeová na Austrália foram acusadas de abusar sexualmente de crianças. Eles se referiram a algo que foi chamado de Relatório de Estudo de Caso 29 da Comissão Real Australiana de Respostas Institucionais ao Abuso Sexual de Crianças.

Com base neste documento, a mídia informou que houve 1.006 perpetradores que cometeram crimes sexuais na Austrália, e que foram ocultados pela organização das Testemunhas de Jeová. Mas isso era verdade?

O “Relatório de estudo de caso 29” foi um relatório de uma série de estudos conduzidos pela Comissão Real sobre as respostas institucionais ao abuso sexual infantil. Observe que o foco da Comissão Real eram crimes sexuais contra menores em instituições em toda a sociedade australiana, tanto religiosas quanto seculares. Isso é diferente da situação na Holanda ou na Bélgica, onde relatórios foram preparados lidando apenas com as Testemunhas de Jeová. No entanto, a maioria dos estudos focou em instalações específicas, administradas por instituições religiosas ou entidades seculares. No caso das Testemunhas de Jeová, a Comissão Real visou a própria religião. Este foi um tratamento qualitativamente diferente, em comparação com a forma como a Comissão investigou a Igreja Católica e outras religiões.

A Comissão Real foi conduzida com certos desvios dos procedimentos padrão para investigações, o que afetou as Testemunhas de Jeová em particular e a investigação como um todo. O Ato 1902 da Comissão Real foi emendado pelo Parlamento Australiano para possibilitar um processo especial com o objetivo de ouvir as vítimas. A decisão de permitir a obtenção de informações em “sessões privadas” foi tomada ostensivamente tanto para proteger a privacidade das vítimas de abuso, como também para lidar com o grande número de queixas que a Comissão recebeu sobre um grande número de organizações religiosas e seculares. Essas “sessões privadas” tinham um alto padrão no que diz respeito a avaliar a credibilidade das informações. Elas foram feitas de forma privada e parece que, pelo menos em alguns casos, os nomes dos reclamantes foram removidos das contas escritas fornecidas à Comissão Real. As “sessões privadas” não permitiram o interrogatório, e a Comissão Real reconheceu que suas informações não eram o equivalente a um depoimento sob juramento ou evidência em nível de tribunal. Essas decisões afetaram as conclusões tiradas sobre muitos grupos. Ainda assim, de mais de 4.000 sessões privadas, apenas 70 se referiam às Testemunhas de Jeová.

Quando a Comissão Real veio lidar com as Testemunhas de Jeová, ela conduziu apenas duas entrevistas formais (além das sessões privadas), com referência a casos de 1989 e 1992, respectivamente. A Comissão Real examinou principalmente relatórios disciplinares relativos a abuso sexual que as Testemunhas de Jeová voluntariamente forneceram ao inquérito.

Antes de discutir as descobertas, é importante esclarecer uma importante decisão metodológica feita pela Comissão Real com relação às Testemunhas de Jeová. A Comissão optou por mixar o abuso sexual de crianças na família com o abuso institucional. Os relatórios feitos na Europa adotaram uma abordagem semelhante, levando a resultados altamente corrompidos nos três estudos.

Na verdade, não há evidências de que as Testemunhas de Jeová sejam culpadas do que é normalmente considerado abuso institucional, tal como vemos em muitas outras organizações religiosas, e que foi o foco da Comissão Real Australiana. Por um lado, as Testemunhas de Jeová não têm um clero definido da mesma forma que tem a Igreja Católica, com toda uma estrutura envolvendo pessoas com cargos vitalícios, cuja dedicação é o trabalho religioso. Elas não têm programas institucionais para crianças. Elas operam basicamente como organização leiga. Não há casos de crianças que participam da Escola Dominical sendo abusadas por professores da Escola Dominical, nem de pastores vitimando adolescentes em acampamentos de verão ou retiros, simplesmente porque as Testemunhas de Jeová não administram Escolas Dominicais, acampamentos de verão ou retiros para adolescentes.


Quando a Comissão Real estava revisando os arquivos e as informações recebidas das Testemunhas de Jeová, ela decidiu converter em "abuso institucional" todos os casos de abuso sexual ocorridos dentro da família que foram relatados aos anciãos. Isso foi um erro, pois o abuso “institucional” e o abuso doméstico são fenômenos diferentes.

Este ponto é crítico. A partir de uma série de estudos sociológicos, sabemos que a taxa de abuso sexual de crianças infelizmente é alta. Um grande número de crianças em sociedades de todo o mundo relatam ter sofrido abusos sexuais. Estudos feitos em vários países sugerem que uma certa proporção de homens em todo o mundo está propensa a vitimizar crianças - possivelmente até dois a três por cento dos homens adultos em todo o mundo. Isso foi constatado, entre outros locais, nos estudos feitos na Austrália. Infelizmente, precisamos confessar que, em qualquer grande grupo da população humana contemporânea, veremos uma porcentagem significativa de abuso sexual de crianças. O abuso pode acontecer independentemente da religião a que pertença o indivíduo ou de qual instituição social ele faça parte, porque não são as crenças da organização que conduzem ao comportamento.

Podemos agora esclarecer o número de “1.006 abusadores”. Ele reflete a soma de todos os relatórios disciplinares, comprovados e não comprovados, que foram apresentados à organização das Testemunhas de Jeová na Austrália ao longo de um período de 65 anos. Metade desses casos tratava de incesto dentro da familia, cometido por pais ou irmãos. Casos adicionais dentro dessa estatística diziam respeito a parentes que não eram pais ou irmãos, e outros relatados sobre abuso por amigos da família da vítima. Em outras palavras, a grande maioria desses 1.006 relatórios disciplinares dizia respeito a abuso sexual familiar e não abuso "institucional", feito por qualquer pessoa que pudesse ser considerado clérigo ou integrante religioso da organização das Testemunhas de Jeová.

Em seu estudo das Testemunhas de Jeová, a Comissão Real estava interessada em como a disciplina dos membros estava sendo conduzida, em termos de aconselhamento pastoral e cuidado pastoral. A Comissão Real concluiu que os números divulgados por si só tornavam a organização religiosa responsável. Deve-se notar que este foi um tratamento altamente discriminatório, em comparação com a forma como a Comissão Real avaliou outros grupos religiosos. Quase todas as igrejas cristãs que constituem a maioria religiosa na Austrália oferecem algum tipo de aconselhamento pastoral. No entanto, as Testemunhas de Jeová, que não o oferecem, foram escolhidas para escrutínio especial

Apesar do boato de terem um "banco de dados secreto", as Testemunhas de Jeová têm mantido, por muitos anos, uma política que exige que todos os casos relativos a um menor em risco de ser abusado sejam imediatamente encaminhados para as autoridades. Hoje, existem leis que tornam isso obrigatório nos Estados Unidos e em alguns outros países, incluindo a Austrália. Mas a situação era diferente quando não existiam leis nesse sentido. Precisamos pensar muito claramente sobre a rapidez com que os padrões evoluíram. Acredito que essa evolução seja positiva. O injusto é tratar casos que aconteceram em épocas de padrões legais diferentes como se acontecessem agora.

A acusação de que houve um encobrimento também não é verdadeira. Dos 1.006 casos que as Testemunhas de Jeová forneceram à Comissão Real, 383 foram denunciados à polícia no momento em que aconteceram e 161 resultaram em condenações. O conceito de que as Testemunhas de Jeová ocultaram informações ou não cooperaram com a aplicação da lei, ou que esses casos não foram levados à justiça quando foram analisados ​​e considerados verossímeis, simplesmente não é verdadeiro.

Por mais de 65 anos, as Testemunhas de Jeová tiveram poucos casos de perpetradores institucionais. Novecentos e dois dos 1.006 casos na Austrália não diziam respeito a um oficial Testemunha de Jeová, e 54 das 104 alegações restantes envolviam incestos cometidos por anciãos ou servos ministeriais. Esses supostos incidentes não aconteceram em Salões do Reino ou em outras instalações oficiais, e não estavam em um contexto em que as Testemunhas de Jeová fossem oficialmente responsáveis ​​pelas crianças. Em outras palavras, ao longo de um período de muitas décadas, parece que havia menos de uma alegação por ano que pode ou não ter envolvido abuso institucional cometido por Testemunhas de Jeová na Austrália.

A organização das Testemunhas de Jeová na Austrália afirma que agora eles recebem de duas a três ligações por mês sobre abuso sexual na família. Considerando o tamanho da organização das Testemunhas de Jeová na Austrália (cerca de 70.000), isso infelizmente está dentro das taxas gerais de abuso na sociedade moderna.

Deve-se notar que a Comissão Real encaminhou 551 “casos” das Testemunhas para a aplicação da lei, e é possível que alguns deles estejam em andamento. Nós não sabemos, mas algo que sabemos é que, nos últimos cinco anos, não vimos na Austrália uma onda massiva de prisões e processos contra as Testemunhas de Jeová, como deveria ter acontecido se a Comissão Real houvesse “descoberto” um número substancial de casos “escondidos”.

A Comissão Real Australiana fez muitas recomendações às religiões em geral na Austrália e recomendou ao governo que criasse uma lei que torne a denúncia obrigatória a todas as organizações que trabalham com crianças. As Testemunhas de Jeová nunca se opuseram à denúncia obrigatória. Para que fique registrado, apoio fortemente denúncia obrigatória.

Mas a Comissão Real também fez três recomendações que entram na liberdade religiosa das Testemunhas de Jeová. Ela recomendou que a organização das Testemunhas de Jeová abandonasse a aplicação de sua regra de duas testemunhas em casos disciplinares envolvendo denúncias de abuso sexual infantil; que organização Testemunha deve revisar suas políticas, para que as mulheres sejam envolvidas em processos relacionados à investigação e determinação de denúncias de abuso sexual infantil; e que a organização das Testemunhas de Jeová não deve mais exigir que seus membros evitem aqueles ex-membros da organização quando esse é uma ex-vítima de abuso sexual infantil.

Na realidade, há uma flexibilidade substancial para o que é chamado de "regra das duas testemunhas" na organização das Testemunhas de Jeová, no que diz respeito a denúncias de abuso sexual, especialmente no que diz respeito a casos de menores vulneráveis. De minha própria pesquisa sobre a aplicação da regra das duas testemunhas, acho que a descrição na mídia é altamente exagerada. A regra não significa que você precisa de duas pessoas para pegar alguém em flagrante delito. É muito mais o caso de uma quantidade razoável de evidências vindo de duas partes diferentes ou de duas perspectivas diferentes. Outras religiões cristãs têm regras semelhantes.

De importância primordial, não se deve perder de vista o contexto pretendido para a "regra das duas testemunhas". Destina-se a estruturar as circunstâncias de disciplina dentro da comunidade religiosa, não a limitar a forma como as reclamações são tratadas fora da organização das Testemunhas de Jeová. A regra estrutura o processo eclesiástico para determinar se um suposto transgressor pode permanecer em sua congregação. A regra, entretanto, não impede que alguém faça uma reclamação às autoridades seculares.

O processo disciplinar das Testemunhas de Jeová visa disciplinar os membros. Não pretende ser um substituto para a aplicação da lei secular. Se há uma coisa que vi claramente em toda a minha pesquisa sobre este assunto, é que a organização das Testemunhas de Jeová apóia o encaminhamento de queixas criminais para as autoridades policiais por vítimas de abuso. Elas não acham que os membros devam ser censurados por apresentarem qualquer tipo de queixa criminal perante a lei. Como sua disciplina interna funciona, é um assunto diferente, e os estados seculares não devem interferir.

Em termos de questão de gênero, a organização Testemunhas de Jeová opera sob a percepção da complementaridade de gênero. O mesmo acontece com um grande número de outras organizações religiosas em todo o mundo, incluindo a Igreja Católica e a grande maioria das variantes do Islã, Budismo e Hinduísmo.

Quando falamos sobre a questão de evitar ex-membros, isso precisa ser entendido de modo mais preciso. Não se aplica a todos os membros que abandonam a religião, mas aos indivíduos que se dissociaram formalmente ou que foram expulsos por irregularidades graves. Mesmo assim, reconheço a dor que esse problema traz às pessoas. Eu entendo muito pessoalmente o efeito que isso pode ter ao longo das gerações, quando uma família é dividida por divergências religiosas. Mas também acho que não cabe a um governo intervir nas escolhas que os adultos informados fazem. Novamente, muitas religiões têm o padrão de não mais manter laços com pessoas que deixaram sua tradição.

Essas recomendações da Comissão Real Australiana devem incomodar qualquer pessoa que se preocupa com as liberdades civis. Elas regulam as crenças e práticas usadas por muitas religiões e são uma violação inaceitável da separação entre Igreja e Estado.
Ver parte dois.

https://bitterwinter.org/jehovahs-witne ... lian-case/
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mayhra
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Re: Testemunhas de Jeová e abuso sexual: 1. O caso Austrália

Mensagem não lida por mayhra »

Artigo mentiroso. Sabemos que a Torre ocultou muitos casos de abusos e constrangeu vítimas a ficarem em silêncio. E quando desassociou o abusador ou pedófilo, simplesmente o deixou ir para fazer maldade com outras crianças e jovens.

Sabe de denúncias de abuso sexual infantil dentro da organização das Testemunhas de Jeová? Envie dicas investigativas, informações e documentos sobre este tópico para o Ministério Público de São Paulo: avarc@mpsp.mp.br
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Saran
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Re: Testemunhas de Jeová e abuso sexual: 1. O caso Austrália

Mensagem não lida por Saran »

É do mesmo nipe do Massimo Introvigne e Sergey Ivanenko dos quais escrevi dois artigos sobre eles.

Canalha protege canalha.

Dona Torre parece aqueles reis de Judá que quando a água batia na bunda ia correndo pedir ajuda pra Egito e Síria em vez de confiar em seu próprio deus.

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