Inception, acho que não leu minha argumentação inteira.
Os administradores provavelmente a tiraram, mas gostaria de publicá-la novamente. O objetivo de eu escrever com mais tranquilidade é porque sei que tem muitos atuais tj's que visitam o fórum e talvez para eles já ir socando a Torre vai fazer eles pararem. Afinal, a organização não defende por querer molestadores. Sua doutrina não defende isso. Mas ela o faz de forma sem percepção, precisa de raciocínio. Dessa forma o TJ ativo pode ser ajudado. Esse foi meu único objetivo. Vou publicar novamente tirando o título que acho que pode ter criado um preconceito com minha ideia (o objetivo era esse mesmo, para que o TJ possa raciocinar e ler por si mesmo). Eu escrevi esse texto de forma a ser captado no Google e ir aos poucos fazendo a TJ raciocinar (veja como vou apertando a argumentação).
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Muito se ataca as TJs com respeito a como acobertaram casos de pedofilia. E realmente foi assim. As políticas organizacionais com respeito à pedofilia foram falhas o que custou à organização alguns milhões em indenização e vários documentários que denunciavam o problema. Mas, ao mesmo tempo, não sou daqueles que dizem que o principal problema ali dentro é a pedofilia, ou que são uma organização que conscientemente protegeram pedófilos. Quero considerar 2 pontos
1 - ANTES A PEDOFILIA ERA POUCO FALADA
Raymond Franz (para quem não conhece, ex-membro no Corpo Governante), em um email onde pediram a opinião dele a respeito dos casos de pedofilia dentro da organização escreveu o seguinte: "É muito ingênuo das pessoas supor que a intensa publicidade sobre o assunto nos últimos tempos significa necessariamente que a situação fosse semelhante em períodos anteriores." Ele disse também que nos 9 anos dele no Corpo nenhum um único caso sobre pedofilia foi levantado, analisava-se apenas casos morais gerais. A pedofilia era proibida como qualquer outro pecado, sem nenhuma atenção especial. A carta completa encontra-se aqui:
viewtopic.php?f=11&t=16407. Foi perguntado a Carl Olof Johnson (autor do livro O Tempo dos Gentios Reconsiderados) sobre isso e sua resposta foi parecida com a do Raymond.
Nós, que conhecemos bem a Dona Torre, sabemos que o real motivo de a organização ter melhorado seus procedimentos com relação à pedofilia foi porque sua imagem estava ficando afetada (não há nada que a organização valorize mais que sua imagem de santa) e porque estavam mexendo com seu dinheiro (os processos que estavam perdendo custavam milhões). Antes disso, como a pedofilia não tinha as consequências para a imagem e para o bolso dos agressores envolvidos como tem hoje, a organização pouco discutia sobre isso levando a uma pífia política de proteção às crianças. A mídia e a escola não falavam disso como se fala hoje. De fato, até algumas pessoas hoje que estive conversando e já foram abusadas me disseram que nem sabiam que isso era moralmente errado, até ficarem mais velhas e verem na TV.
Bem, se Jesus Cristo estivesse mesmo liderando a organização desde 1919 deixaria que por quase 100 anos de sua liderança, um século, a organização tomasse um assunto tão delicado sem a seriedade que merecia? Essas políticas erradas que levaram até mesmo a governos humanos julgarem como culpada a organização, teriam passado batido por miríades de anjos, Jeová e o próprio Jesus que tem como principal preocupação 24h por dia essa organização aqui na Terra? Ainda mais um assunto envolvendo crianças, que sabemos que Jesus Cristo as amava? Tudo isso só prova o seguinte: a Torre de Vigia é só mais uma organização como qualquer outra existente, que erra e acerta e nesse caso errou feio. Vai andando segundo o balaio da coisa e, para o infortúnio de várias crianças, acobertou (mesmo sem notar que estava fazendo isso) vários pedófilos. Se fosse uma organização divina, como supõe que é, se adiantaria ao problema mesmo o mundo inteiro não considerando isso com importância até então.
2 - AGORA QUE MELHORARAM OS PROCEDIMENTOS, DÃO A ENTENDER QUE SEMPRE FOI ASSIM
A Sentinela, edição de maio de 2019, na página 8 tem um artigo que mostra à congregação como a organização atualmente lida com casos de pedofilia. Provavelmente este artigo foi escrito por causa da onda de documentários que saíram sobre pedofilia no meio das Testemunhas de Jeová. Em um tom, digamos, de querer amenizar a situação (pois foi constatado que muitos irmãos escreviam cartas a Betel aflitos pelo que viam na mídia) a organização mostra como suas políticas protegem as crianças. Agora, é o seguinte: caboclo supostamente cometeu um ato de pedofilia. Criança relatou aos pais, pais levam aos ancião. Se não houver 2 testemunhas a organização não pode fazer nada com a pessoa se não houver a confissão do acusado MAS não pode impedir os pais de denunciar ele para a polícia. Porque a polícia pode investigar, exemplo, varrendo o PC dele em busca de materiais pornográficos ou analisando seus comportamentos. Os anciãos não. Se, depois, a polícia constatar que ele é mesmo um pedófilo daí sim haverá uma ação judicativa contra ele.
Eu acho esses procedimentos muito bons. Nesse caso, a questão das 2 testemunhas (tanto criticada) não importa mais porque o pai, mãe ou mesmo alguém que acredite na criança não é impedido de fazer a denuncia na polícia para que esta possa verificar a validade desta ou não. Porque também não considero certo já ir desassociando o sujeito por causa de uma criança que falou que aconteceu algo. Temos que considerar a possibilidade de essa criança estar mentindo.
O problema aí está, na minha opinião, na organização mais uma vez querer pagar de santinha e dar a entender que este sempre foi o procedimento. No tom que o artigo foi escrito ela dá a entender que a congregação cristã sempre se preocupou em proteger as crianças e que este sempre foi o procedimento. Não foi. Como o próprio Raymond disse (pontuei isso no ponto 1), esse assunto não era nem comentado anteriormente e a regra era: não se podia denunciar às autoridades. Barbara Anderson, ex betelita da sede mundial, que era secretária do Corpo Governante, mostra as várias orientações RIDÍCULAS que eram dadas quando havia essas acusações e a maioria delas era: não se pode denunciar às autoridades pois não há 2 testemunhas. Simplesmente pífio. Outras mazelas que aconteceram: obrigar a criança ficar em frente do acusado e repetir a acusação e punir os pais TJs que decidiam denunciar às autoridades outro TJ (porque supostamente ele é um irmão, se é um irmão não pode ser denunciado às autoridades).
Mais uma vez: uma organização humana como outra qualquer. Incapaz de fazer uma séria reflexão, assumir que errou. Será que Cristo ou seguidores genuinos Dele agiriam assim? Na Bíblia que leio não. Aliás, mesmo o povo escolhido diretamente por Deus, Israel, quando cometia erros (e não foi apenas 1) ficava bem escrito lá. Tá tudo registrado. No caso da Dona Torre, varre para debaixo da tapete como se nunca tivesse havido. E detalhe: a organização mandou os betéis pelo mundo simplesmente QUEIMAR os registros das orientações dadas anteriormente sobre este tema.
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Bem, em resumo, minha posição sobre este tema é a mesma que Raymond Franz e Carl Olof Johnson, quando perguntado a eles: a pedofilia é um problema nas TJs como é em qualquer outra organização. Sim, as Testemunhas de Jeová falharam miseravelmente no passado em suas políticas e as atuais até que são razoáveis, mas são EXTREMAMENTE RECENTES. Queimaram arquivos das orientações tolas que deram no passado. Não são uma organização que defendem ou que conscientemente defenderam pedófilos, mas sem querer fizeram exatamente isso. A mídia está errada em explorar isso? Não, porque foi justamente isso que fez a organização mudar os procedimentos e a própria Torre não hesita, nem por um segundo, de explorar isso quando é denunciado em outras religões escândalos nesse sentido (cansei de ver artigos falando sobre padres pedófilos).