Testemunhas de Jeová -Comissão Real na Austrália sobre Abuso
Enviado: 14 Ago 2015 23:26
Testemunhas de Jeová - Comissão Real na Austrália sobre Abusos Sexuais
O que é a Royal Commission?É uma comissão do governo formada para investigar como instituições como escolas, igrejas, clubes esportivos e organizações governamentais agem quando casos de abuso sexual infantil envolvendo seus membros lhes são informados.
É sua função descobrir onde os sistemas falharam em proteger as crianças, para que possa fazer recomendações em como melhorar as leis, políticas e práticas internas.
Seu objetivo é criar um futuro mais seguro para as crianças.
Visite: https://www.childabuseroyalcommission.gov.au
Por que algumas Testemunhas de Jeová foram levadas a testemunhar?
Não é exclusividade das Testemunhas de Jeová serem analisadas por essa comissão. Muitas denominações religiosas já foram investigadas e esse é apenas mais um dos muitos casos.
Reconhece o Corpo Governante das Testemunhas de Jeová as boas intenções dessa Comissão?
Sim. Ao testemunhar, Geoffrey Jackson, membro desse corpo, admite (*), sob juramento, que reconhece as boas intenções dessa comissão e que as alegações não se tratam de mentiras sobre essa organização com o objetivo de difamá-la.
* http://questaodosangue.blogspot.pt/2015 ... firma.html
Quem foi que testemunhou nessa comissão?
Até o momento em que este texto foi escrito, foram, salvo engano, 11 pessoas, incluindo na maioria anciãos, mas também representantes da filial na Austrália e um membro do Corpo Governante. Mais abaixo você encontrará o depoimento de cada um.
Quais assuntos foram tratados nessa Comissão?
Nessa comissão, foi reconhecido que: o problema de abusos sexuais é real, anciãos e outras TJs não são imunes a cometer abuso sexual, pessoas que trazem esses casos à tona não estão atacando a organização desde que haja evidências, a Comissão Real Australiana tem boas intenções.
Além disso, o membro do Corpo Governante, Geoffrey Jackson, apontou que (*):
- Não há diferença na designação entre um ancião e um membro do Corpo Governante. Ambos devem cumprir requisitos bíblicos, mas não são designados diretamente por Deus.
- Seria presunçoso dizer que o Corpo Governante é o porta-voz de Deus.
- Uma vítima nunca deve ser obrigada a confrontar seu abusador a fim de comprovar o abuso.
- As filiais não são independentes do Corpo Governante. Todas as instruções partem desse corpo.
- A Watchtower não denuncia os casos porque não há uma lei para isso. Se houvesse, seria mais fácil para eles, visto que também devem cumprir a "lei de César".
- Indiretamente que tinha desconhecimento de Deuteronômio 22:25-27, que mostra que não há obrigação de haver duas testemunhas em casos de abuso, contrário ao que a organização afirma.
- Realmente uma pessoa pode estar querendo abandonar essa religião mas pode estar numa situação devastadora, com risco de perder a família e amigos.
- Foi batizado aos 13 anos. E que realmente nem todos estão preparados para tal decisão nessa idade.
Veja o transcript em inglês do testemunho dele: http://s000.tinyupload.com/index.php?fi ... 2250325309
Terrence O'Brien, coordenador da filial australiana, apontou que (*):
- Geoffrey Jackson, membro do Corpo Governante, não poderia auxiliar nessa comissão, visto que suas tarefas estão relacionadas a traduções. Ao ser provado errado, admite que Geofrrey faz parte da comissão de escrita.
- A escravidão no primeiro século não era tão ruim assim.
- Pessoas que deixam a religião são tratadas como aquelas que foram expulsas por cometer pecados graves sem arrependimento. Incentiva o "fading", ou seja, que a pessoa vá deixando de participar aos poucos até se tornar inativa.
- A política das duas testemunhas não pode mudar e nunca irá. (Veja o antepenúltimo item das declarações de Geoffrey acima).
- Mesmo sendo cruel e devastadora, a ostracização (nesse contexto, o ato de isolar uma pessoa) não mudará.
Rodney Spinks, ancião com alto cargo na Central de Serviço, apontou que (*):
- Nada vai mudar nas políticas da Watchtower.
- Indiretamente que tenta proteger o Corpo Governante a qualquer custo, visto que desviava as perguntas do foco.
- O manual dos anciãos ("Pastoreiem o rebanho") é confuso.
Vincent Toole, supervisor do departamento jurídico da filial australiana, apontou que (*):
- Recebe de 3 a 4 ligações por mês sobre casos de abuso sexual infantil.
Douglas Jackson, ex-Superintendente de Circuito, atual ancião, apontou que (*):
- Nunca denunciou uma ofensa criminal.
Joe Bello, ancião, admitiu que (*):
- Disse a uma vítima que denunciar seu abuso iria trazer vitupério sobre o nome da organização e de Jeová.
- Não denuncia abusos a menos que seja instruído pela filial.
Max Horley, ancião, admitiu que (*):
- Destruiu as notas que havia sobre um abuso.
- Continuará a destruir as notas e a falar primeiro com a filial em vez de com as autoridades.
- Já ouviu falar de vários casos de abuso e os listou na audiência. Nunca pensou em denunciar às autoridades.
Dino Ali, ancião, ex-superintende de circuito e de distrito também, admitiu que (*):
- Acreditou numa vítima, mas não fez nada devido às políticas organizacionais.
- Nunca denunciaria um crime cometido por um membro, mesmo assassinato. E que nenhum conhecido dele já fez isso.
- Sabia que o pai de uma das vítimas também havia abusado de todas as irmãs dela, até porque este confessou.
- Nada foi feito para proteger essas vítimas de seu pai abusador e que "é uma pena" que a mãe delas não tenha denunciado.
- Não vê nenhum problema em colocar uma vítima mulher para ser ouvida por três anciãos homens.
Kevin Bowditch, ancião, admitiu que (*):
- Não tem nenhuma responsabilidade sobre vítimas fora da organização. E que não é comum denunciar.
Dr Monica Applewhite, expert em assuntos de abuso sexual infantil contratada pela Watchtower, foi levada a concordar que (*):
- A forma com que a Watchtower atua nesses casos é ruim.
* Veja os vídeos no final desse texto.
Por onde circularam essas notícias?
Essas notícias foram noticiadas em alguns grandes jornais ao redor do mundo e também na TV. "The Guardian", "ABC", "BBC", "CNN", "MSN" e "El Mundo", de grande destaque, foram alguns deles.
Portugal:
http://expresso.sapo.pt/internacional/2 ... os-sexuais
Vídeos
Visto que a maioria dos vídeos estão em inglês, tanto os originais quanto os legendados em espanhol serão listados abaixo:
Espanhol:
https://www.youtube.com/results?search_ ... +australia
Inglês (vídeos no original):
https://www.reddit.com/r/exjw/comments/ ... ighlights/
Transcrição de trecho do depoimento de Geoffrey Jackson:
http://extestemunhasdejeova.net/forum/v ... 13&t=17483
Mais sobre abuso sexual:
http://extestemunhasdejeova.net/forum/v ... 24&t=17499
http://www.cmjornal.xl.pt/mundo/detalhe ... lhoes.html
Algumas transcrições abaixo:
Angus Stewart: "Você concorda Sr. Jackson que muitos dos esforços que estão sendo feitos por diferentes pessoas e organizações para destacar o problema do abuso sexual infantil e tentar e achar soluções são esforços genuínos para melhorar a situação?
G. Jackson: Eu concordo e é por isso que estou feliz em testemunhar.
Angus Stewart: E que tais esforços não são necessariamente um ataque na sua organização ou o conjunto de crenças dela?
G. Jackson: Nós entendemos isso também.
Angus Stewart: Você então aceita que os esforços da Royal Commission são genuínos e bem intencionados?
G. Jackson: Certamente aceito e esse é o motivo pelo qual viemos para a Royal Commission esperando que coletivamente alguma coisa seria apresentada e iria ajudar tanto a nós quanto a todo mundo.
JACKSON: Estou tentando dizer que há alguns de quem ouvi falar que foram deixando a organização e agora estão inativos.
STEWART: E Sr Jackson, você colocou que elas têm uma escolha de sair ou não. Para alguém que queira sair, talvez porque tenha sofrido abuso de alguém na organização, e não sente que o caso foi tratado adequadamente, é uma decisão muito dificil, não é? Porque eles devem escolher.
JACKSON: Eu concordo.
STEWART: E isso pode ser uma decisão muito cruel para eles. Não pode?
JACKSON: Eu concordo. É uma escolha difícil.
STEWART: E isso pode ser pessoalmente destrutivo porque eles podem perder toda sua rede social e família.
JACKSON: Pode ser o caso.
STEWART: Você aceitaria, então, que por pessoas nessa situação, através deste sistema de desassociação / ostracização, é contrário às crenças das Testemunhas de Jeová sobre liberdade de escolha de religião?
JACKSON: Eu não concordo. Eu acho que você está tirando uma conclusão, mas eu entendo que tenha essa opinião.
STEWART: Bem, com que base você discorda disso?
JACKSON: Porque no arranjo das Testemunhas de Jeová as pessoas têm de fazer escolhas com base em sua própria vontade, por exemplo, no caso se batizarem. Se alguém vem até nós e diz: Eu quero ser batizado, nós não vamos permitir que eles sejam batizados. Eles têm que, antes de tudo, entender o arranjo da vida cristã. Normalmente, leva um ou dois anos para elas estudarem as publicações de que dispomos para que pessoalmente possar assumir esse compromisso. Então essa é a escolha que elas fazem. Agora, não estamos as forçando de forma alguma a permanecer na nossa organização.
Um ponto a lembrar é que o padrão final em que acreditamos é a Bíblia. E nós sentimos que é bom para as pessoas viver segundo a Bíblia. O fato de que muitos dos que foram desassociados retornam por vontade própria é uma indicação de que eles também acreditam que esse é um bom estilo de vida.
STEWART: Sr Jackson, você se batizou aos 13, certo?
JACKSON: Certamente que sim.
STEWART: E há de verdade muitas Testemunhas de Jeová que foram batizadas com idade ainda menor?
JACKSON: Há algumas que conheci que foram batizadas ainda mais novas.
STEWART: E você considera que, nessa idade, alguém é velho e maduro o bastante para tomar uma decisão afetando o resto de suas vidas?
JACKSON: Sim, eu acho, em alguns casos. Obviamente há algumas crianças que não estariam aptas para tomar essa decisão. E talvez alguns questionariam se eu poderia ter tomado tal decisão aos 13. Mas eu trabalho com pessoas que foram batizadas aos 11 e eles mantiveram sua decisão pela vida toda.
STEWART: Bem, isso pode ser porque eles não podem sair da organização sem deixar para trás todo mundo que conhecem.
JACKSON: [pausa] Tudo é possível.
Durante o seu testemunho, o Geoffrey deve ter se lembrado dessa matéria do Estudo Perspicaz, Volume 2, p. 245 (na edição em inglês):
Como bônus, vejam também a cortada que o Geoffrey leva aqui nos 14:47:"Enquanto mentira maldosa é definitivamente condenada pela Bíblia, isto não significa que uma pessoa está sob a obrigação de divulgar informações verdadeiras para pessoas que não têm direito a elas. "
Ele indica a página na Bíblia para o Angus, que diz que já está nela, antes dele.