"Condeno o réu, ainda, ao pagamento das custas processuais.
Embora tenha o réu respondido ao processo em liberdade, verifico, na hipótese, a presença dos requisitos da prisão preventiva e de seus fundamentos, mormente do que se pode aferir a respeito da personalidade o réu e modo de execução dos crimes.
Colhe-se dos autos que os crimes ocorreram por diversas vezes, não deixando dúvidas sobre o grau de deturpação da personalidade do acusado. A respectiva periculosidade é inconteste. As características de seu caráter revelam que não tem ele condições de conviver socialmente e representa grave perigo à sociedade, mormente a outras crianças com as quais possa conviver futuramente, ou com as quais possivelmente está convivendo. É evidente que o três meses de terapia freqüentados pelo querelado (fl. 107) não tiveram o condão de mudar sua personalidade e, principalmente, seu caráter.
Por este motivo, tenho que necessário o decreto da prisão preventiva do réu como forma de acautelar a ordem pública.
Além disso, a pena aplicada ao caso concreto é alta – o que se justifica pelas peculiaridades do crime, conforme exposto – revelando que a prisão cautelar também se torna necessária para assegurar a aplicação da lei penal, pois evidentemente que, tomando ciência da reprimenda imposta, o réu poderá empreender fuga, frustrando seu cumprimento.
Nego-lhe, consequentemente, o direito de recorrer em liberdade.
Expeça-se o mandato de prisão".
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