Sobre o Natal - o que diz a Torre?

Debates e discussões acerca das crenças, doutrinas e a história das Testemunhas de Jeová.
Gustavo
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Sobre o Natal - o que diz a Torre?

Mensagem não lida por Gustavo »

Olá para todos...

Eu estava reunindo material sobre o natal, para escrever algo contra as Testemunhas de Jeová neste ponto... Só me falta citações deles contra o Natal, alguém poderia compartilhar?
Já reuni bastante coisa sobre o tema, e gostaria apenas de ter estas palavras deles contra o Natal. Agradeceria muito.

Para uso da moderação---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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Editado pela última vez por Lourisvaldo Santana em 02 Jun 2018 22:04, em um total de 1 vez.
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sidhiresus
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Re: Sobre o Natal

Mensagem não lida por sidhiresus »

Aqui vai algumas:
*** g80 8/12 pp. 6-9 Quão cristão é o espírito de Natal? ***

Quão cristão é o espírito de Natal?

UM LIVRO intitulado “Tudo Sobre os Feriados Estadunidenses” afirma que, embora a comercialização do Natal seja indesejável, esta característica negativa é “contrabalançada” pelo “ótimo espírito de amabilidade . . . também pelo espírito de generosidade” demonstrado na época do Natal. Isto é comumente chamado de o “espírito do Natal”. Mas, será que o chamado “espírito do Natal” é realmente tão bom assim? Contrabalança todos os muitos aspectos negativos do Natal? É cristão, se não no sentido religioso, pelo menos em sentido moral?

Examinemos este assunto à luz das qualidades que a Bíblia mostra serem características do espírito de Deus, e que, por conseguinte, devem caracterizar a vida dos verdadeiros cristãos. Tais qualidades são destacadas nos subtítulos em negrito que se seguem. (Gál. 5:22, 23) São características do “espírito do Natal”?

Amor e Benignidade

Se o “espírito do Natal” fosse verdadeiramente cristão, então devia caracterizar-se pelo amor e pela benignidade. Será que é?

Poder-se-ia argumentar que dar presentes, na época do Natal, constitui em si mesmo um indício de amor e benignidade. Isto é verdadeiro, contudo, apenas se envolver os motivos corretos. E envolve? Será que os absortos no “espírito do Natal” interessam-se principalmente em dar, ou é muito destacado o motivo egoísta de receber?

Se a dádiva altruísta fosse a principal consideração deles, por que os comerciantes “cristãos” não são influenciados a promover o aumento das dádivas por reduzirem seus preços na época do Natal, ao invés de elevá-los? Por que os preços, pelo menos em alguns lugares, tendem a elevar-se ao máximo nesta época do ano?

Um correspondente de Despertai! da África Ocidental relata que as pessoas que vivem ali gostam muito de receber presentes. Embora cerca de 60 por cento sejam constituídos de “não-cristãos”, na época do Natal, todos ficam enredados no “espírito do Natal”. Mendigos muçulmanos, com as mãos estendidas, saúdam os transeuntes com “Feliz Natal”. Os funcionários dos serviços públicos e das repartições públicas esperam presentes de seus clientes e usuários, e até lhes lembram isso, para que não se esqueçam. Alguns funcionários dos Correios até mesmo chegam a recusar-se a cuidar da correspondência de pessoas que não tomam parte neste costume de lhes dar presentes obrigados de Natal. Trata-se de algo mais do que oportunismo; isso é extorsão.

Uma semana antes do Natal de 1977, o Star de Toronto soou um aviso sobre os “ladrões de bolsas, ladrões de lojas, batedores de carteiras, falsários e assaltantes. E . . . falsos artistas, associados a falsas organizações de caridade”. O artigo também mencionava que “o roubo de loja aumenta de ritmo no Natal”. Com efeito, nos Estados Unidos, certa autoridade sobre questões de segurança, conhecida por toda aquela nação, declara que “quase 40 por cento das perdas anuais do estoque ocorrem nas 10 semanas da época pré-natalina”.

Se o “espírito do Natal” é verdadeiramente cristão, por que fracassa em deter, ou pelo menos em reduzir, os atos egoístas, desamorosos e rudes na época do Natal?

Bondade Moral e Autodomínio

Se o “espírito do Natal” fosse verdadeiramente cristão, então devia caracterizar-se pela bondade moral e pelo autodomínio. Será que é?

Pense só no comer demais, no beber demais e nos abusos relacionados com o Natal. Quão amiúde as festas natalinas degeneram em bebedeiras e festanças que incentivam a conduta dissoluta e a imoralidade!

Tais influências são apropriadamente descritas pelo Sunday Globe, de Boston, EUA, em relação a um grupo de pessoas particularmente suscetíveis: “Para um alcoólico regenerado, ou uma pessoa que se empenha ativamente em lutar contra tal doença, esses feriados constituem um teste de força de vontade que poucas pessoas conseguiriam enfrentar sem apoio. É uma época do ano em que se espera que as pessoas bebam, quando até mesmo os bebedores sociais notam que ficam tontos (ou algo pior) mais freqüentemente do que de costume, devido a uma difundida ética social — coma, beba, fique feliz — que é tanto um imperativo como um convite.”

Se fosse verdadeiramente cristão, por que o “espírito do Natal” deixaria de impedir esta falta de autodomínio, que não é boa nem para a saúde nem para o bolso da pessoa, e pode realmente ser perigosa?

Alegria

Se o “espírito do Natal” fosse verdadeiramente cristão, então devia caracterizar-se pela alegria. Será que é?

Um artigo de I. R. Rosengard, M. D. [doutor em medicina], no número de dezembro de 1977 de Science Digest (Sinopse Científica), disse: “Não é o único a sentir uma ‘depressão do feriado’. Trata-se duma neurose de proporções epidêmicas . . . e aqui estão as regras dum médico para evitar a Fossa do Natal.” Ele continuava, dizendo: “Nem todos se sentem alegres nos feriados — e alguns se sentem bem pior do que de costume . . . Na época do Natal, as pessoas infelizes se sentem até mesmo pior porque ficam envergonhadas de se sentirem infelizes quando todo o mundo parece sentir-se feliz . . . Muitos de nós . . . sentimo-nos desapontados dentro de nós mesmos, porque nossas emoções no Natal são algo muito inferior à alegria.”

Isto explica por que certo doutor em medicina e doutor em filosofia, citado num periódico religioso alemão, disse “que o número de suicídios se acumula na Noite do Natal”. Se o “espírito do Natal” fosse verdadeiramente cristão, por que fracassaria tão amiúde em tornar as pessoas realmente alegres na época do Natal?

Paz, Longanimidade e Brandura

Se o “espírito do Natal” fosse verdadeiramente cristão, então devia caracterizar-se pela paz, longanimidade e brandura. Será que é?

Naturalmente, fala-se muito na época do Natal sobre “paz na terra, e boa vontade para com os homens”, mas a realidade é que as contendas e as discussões familiares se tornam comuns nessa fase do ano. O jornal Sunday Oregonian, dos EUA, veicula que, antes do Natal, “alguns pais e parentes estão instigando brigas que tornarão a Noite de Natal um dos piores turnos do ano para os policiais”. Explica um vice-delegado: “Os parentes se reúnem e bebem, e começam a discutir problemas passados que tiveram, e então começam a desenterrar hostilidades que já tinham sido sepultadas e deveriam permanecer sepultadas.” E, entre as famílias de baixa renda, “o estresse de prover um bom Natal para os filhos aumenta as tensões, e começam a ferver os maus gênios”, afirma o Oregonian. “Às vezes, o Natal num lar pode ser destruído numa briga conjugal, os pacotes sendo usados como projéteis e a árvore do Natal ficando reduzida a destroços.”

Com respeito à paz numa escala global, conta-se, amiúde com olhos embaciados, uma história sobre a Noite do Natal de 1914, quando uma sentinela inglesa ouviu o som de vozes que entoavam “Stille Nacht, Heilige Nacht” das trincheiras alemãs, a cerca de 90 metros de distância. As tropas inglesas cantaram, em resposta: “Vinde, Todos Vós, Fiéis.” Daí, ambos os lados abandonaram suas trincheiras para entoar juntos várias canções natalinas por algumas horas. Mas, rapidamente voltaram depois à matança, sendo todos supostos “cristãos”! Será que este evento revela qualquer “espírito do Natal” verdadeiramente pacífico? Ou, antes, não sublinha um espírito de hipocrisia, neste caso, levado a arrepiante extremo?



Se o “espírito do Natal” fosse verdadeiramente cristão, então devia caracterizar-se pela fé. Será que é?

A fé cristã, segundo sua definição, em Hebreus 11:1, baseia-se nas realidades ou nos fatos. Visto que o Natal se alicerça, em grande parte, em tradição, em mitos e em falsidades, poderíamos esperar que promovesse forte fé?

Uma carta paroquial, publicada na Alemanha, dizia, ao falar sobre Cristo e os cristãos primitivos: “Seu ensino era muito mais importante para o povo do que a data do seu nascimento.” Adicionava: “Os primeiros cristãos não conheciam algo como uma celebração de aniversário.”

De que proveito é crer que Cristo nasceu, se deixarmos de acreditar no que ele ensinou ou de exercer fé no valor de seu sacrifício? Não é preciso muita fé para se crer que Cristo nasceu; muito mais é necessária para se crer no valor de seu sacrifício resgatador e em sua posição de realeza no reino estabelecido de Deus. Se o “espírito do Natal” fosse verdadeiramente cristão, por que faria pouco mais do que aumentar a assistência nas igrejas na época do Natal, e, todavia, não teria êxito em motivar os membros das igrejas a produzir reais obras de fé, em imitação de Cristo, durante o ano todo?

Em resumo, se o “espírito do Natal” fosse verdadeiramente cristão, então devia caracterizar-se pelos frutos do espírito de Deus. Será que é? Gálatas 5:22, 23 nos diz que “os frutos do espírito são amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, brandura, autodomínio”. Será isto o que observamos ser o espírito do Natal? Ou, conforme já comentamos, são as obras da carne decaída, conforme descritas no mesmo capítulo da Bíblia, nos versículos 19-21, que mais aptamente se enquadram no que predomina realmente na época do Natal? “Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são fornicação, impureza, conduta desenfreada, idolatria, prática de espiritismo, inimizades, rixa, ciúme, acessos de ira, contendas, divisões, seitas, invejas, bebedeiras, festanças e coisas semelhantes a estas. . . . Os que praticam tais coisas não herdarão o reino de Deus.”

Visto do ponto de vista geral da sua celebração global e ampla, ao invés do ponto de vista de pessoas possivelmente sinceras que talvez se portem mui decentemente quando celebram o Natal, o que verificamos? É evidente que as “obras da carne” são por demais manifestas, e os “frutos do espírito” com freqüência inexistem.

Talvez possa agora avaliar melhor por que há pessoas, interessadas em produzir os frutos do espírito de Deus e em evitar as obras da carne, que tentam não ficar envolvidas no “espírito do Natal”. Esperamos que estes fatos, quando considerados junto com oração, possam ajudá-lo a decidir, dum modo que agrade a Cristo, o Fundador do cristianismo, como passará o Natal.

[Foto na página 8]

Se o “espírito do Natal” fosse verdadeiramente cristão, devia caracterizar-se pelos frutos do espírito de Deus? Será que é?
*** g93 22/12 pp. 16-19 O que aconteceu com o tradicional Natal? ***

O que aconteceu com o tradicional Natal?

“O Natal era uma ocasião feliz para nós, crianças”, diz Rita, recordando os anos 30. “Todo o mundo ia à igreja, onde cantávamos os nossos hinos preferidos. Quando chegávamos em casa, mamãe assava um peru, e comíamos um pudim especial de Natal, com nata. Críamos sinceramente que se tratava do aniversário do nascimento de Jesus, seu dia. Mas as coisas mudaram. Hoje, a única coisa em que muitas crianças parecem pensar é na chegada de Papai Noel para trazer presentes.”

Do correspondente de Despertai! na Grã-Bretanha

NO DECORRER dos anos, a celebração do Natal mudou de muitas maneiras — e não apenas em tempos recentes. Já em 1836, o autor inglês Charles Dickens disse: “Há pessoas que lhe dirão que, para elas, o Natal não é mais o que costumava ser.”

Talvez surpreenda a alguns que o Natal nem sempre foi um evento popular. No século 19, quando Dickens escreveu, o Natal havia diminuído em popularidade. A maioria dos jornais britânicos o ignorava em princípios daquele século.

Dickens e seu homólogo americano mais velho, Washington Irving, empenharam-se em sublimar o Natal. Por quê? Não apenas para restaurar velhas tradições, mas, também, pelo menos no que dizia respeito a Dickens, para alertar os leitores às duras realidades da vida dos desprivilegiados e, assim, melhorar a situação destes.

Realidades do século 19

Embora trouxesse prosperidade para alguns, a revolução industrial resultou também em favelas, imundície e trabalho duro. “Toda cidade grande tem uma ou mais favelas”, escreveu Friedrich Engels em 1844, “onde a classe operária vive apinhada . . ., fora da vista das classes mais felizes”.

A Lei da Fábrica, da Grã-Bretanha, de 1825, que dizia respeito apenas a algodoarias, declarava que nenhuma pessoa devia trabalhar numa algodoaria por mais de 12 horas num dia de semana ou 9 horas num sábado. Em 1846, o historiador Thomas Macaulay culpou esse intenso labor de “inibir o desenvolvimento da mente, não deixando nenhum tempo para o sadio exercício mental, nenhum tempo para o desenvolvimento intelectual”.

Houve uma revitalização das festividades natalinas em meio a tais problemas sociais e morais do século 19.

Dickens e o Natal

Charles Dickens liderou em despertar a consciência social para os problemas dos pobres. Em seu romance clássico Canção de Natal, publicado em 1843, Dickens empregou habilmente seus conhecimentos a respeito das tradições natalinas para atingir o seu objetivo.

Canção de Natal foi um sucesso imediato, e milhares de exemplares foram vendidos. No ano seguinte, nove teatros londrinos apresentaram versões dramatizadas desse conto. Na véspera do Natal de 1867, Dickens fez uma leitura dessa obra nos Estados Unidos, em Boston, Massachusetts. Na platéia estava um certo Sr. Fairbanks, dono de uma fábrica em Vermont, que disse à sua esposa: “Acho que depois de ter ouvido esta noite o Sr. Dickens ler Canção de Natal, eu devia abandonar o nosso costume de fazer a fábrica operar no Natal.” Ele cumpriu a sua palavra. No ano seguinte, inaugurou a tradição de dar um peru a seus empregados no Natal.

O Natal é comercializado

Donativos de caridade tornaram-se comuns na época de Natal, que iam desde organizações beneficentes que distribuíam carvão para viúvas necessitadas a grandes proprietários de terra que doavam dinheiro ou alimentos. Em pouco tempo o Natal se tornou, teoricamente, a oportunidade de todas as classes se reunirem em harmonia social. Permitir que se embaçassem deliberadamente a divisão entre ricos e pobres nessa época do ano aplacou muitas consciências.

Numerosas tradições festivas foram revitalizadas ou criadas. Por exemplo, o primeiro cartão de Natal surgiu em 1843 e, com o barateamento da impressão, o mercado prosperou. A árvore de Natal, uma tradição muito mais antiga, também aumentou muito em popularidade depois que o Príncipe Alberto, marido da Rainha Vitória, introduziu o estilo alemão de enfeitar a árvore, empregando ouropéis, enfeites e velas.

A promoção comercial do Natal ganhava ímpeto. Hoje, pouco mais de um século depois, o Natal se tornou tão comercializado que há um clamor público contra isso. Isto suscita a pergunta: como era o Natal originalmente?

Origens do Natal

Fornecendo um fundo histórico, o jornal The Chicago Tribune, em dezembro de 1992, disse numa reportagem de primeira página: “Ironicamente, a festa que os cristãos agora se queixam de que foi encampada pelo comercialismo tem suas raízes numa festividade pagã que foi tomada pelo cristianismo.

“A primeira comemoração registrada do Natal como nascimento de Jesus Cristo foi mais de 300 anos depois desse evento. No 4.° século, o cristianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano e, crêem os eruditos, os cristãos fixaram 25 de dez. como data do nascimento de Jesus para coincidir com uma celebração já praticada pelos não-cristãos.

“‘Em vez de combater as festas pagãs, eles decidiram participar nelas e tentar substituí-las’, disse o professor da Universidade de Utah (EUA) Russell Belk . . . ‘As festas pagãs substituídas pelo cristianismo foram as celebrações romanas das saturnais — que eram celebrações carnavalescas com troca de presentes — e mais tarde as celebrações do Yule (Natal) na Inglaterra e na Alemanha em comemoração do solstício de inverno’, disse Belk.

“A popularidade do Natal teve altos e baixos no decorrer dos séculos. Foi banido por algum tempo na Inglaterra e na América pelos puritanos que objetavam à sua frivolidade. Mas, em meados dos anos 1800, disse Belk, ‘o Natal estava em dificuldades, diminuindo em popularidade’. Disse também que os líderes religiosos deram boa acolhida a uma injeção de comércio, via troca de presentes e Papai Noel, para revitalizar a festa.

“Essa revitalização, disse Belk, foi em grande parte creditada ao autor inglês Charles Dickens, cuja obra ‘Canção de Natal’, de 1843, apresentava o regenerado [personagem] Scrooge [Avarento] que se transformou em generoso presenteador.”

Que dizer dos costumes do Natal?

Dickens alegadamente “gostava de toda a parafernália inerente ao Natal”. Mas de onde se originou essa parafernália?

Com interessantes dados esclarecedores sobre o assunto, o jornal New York Newsday, de 22 de dezembro de 1992, citou John Mosley, que escreveu o livro The Christmas Star (A Estrela do Natal): “‘Os líderes da primitiva igreja não celebravam o Natal em dezembro especificamente para comemorar o nascimento de Cristo’, disse [Mosley]. ‘Era a maneira deles de lidar com o solstício de inverno’, o ponto de virada do inverno, quando o Sol interrompe seu deslocamento para o sul e volta a rumar para o norte, trazendo nova luz.

“Observa-se evidência disso nos símbolos do Natal, disse Mosley. O mais óbvio é o uso de plantas verdes, que simbolizam a vida numa época de escuridão e frio. ‘A planta verde mais em evidência é a árvore de Natal’, disse ele. ‘E os europeus do norte celebravam o solstício na floresta; eles adoravam árvores. De modo que a árvore de Natal é realmente um retorno à adoração de árvores nos períodos pré-históricos.’

“Também, disse Mosley, ‘o que é que se coloca nessas árvores? Luzes. Luz lembra o Sol e simboliza o Sol. É para o renascimento do Sol e o retorno da luz depois do solstício. Em toda a parte, as principais coisas envolvidas nas celebrações do solstício são luz e plantas verdes.

“25 de dez., acrescentou ele, ‘era também a data original do solstício de inverno, e muitas das coisas que fazemos hoje, e que achamos ser costumes cristãos relativamente modernos, realmente têm suas origens nas celebrações do solstício’.”

A música também caracteriza as celebrações do Natal. De modo que não é de admirar que as festividades romanas das saturnais fossem famosas por seus banquetes e festanças, incluindo dança e canto. Que o Natal da atualidade deve muito às antigas saturnais, os eruditos não mais discutem.

Apreensões profundas

O Arcebispo de Cantuária, da Inglaterra, Dr. George Carey, queixou-se do “Natal vitoriano de Charles Dickens”. A razão? “Preocupo-me de que as nossas crianças sejam afetadas pelo comercialismo”, disse ele.

Segundo o jornal The Scotsman, o bispo anglicano David Jenkins crê que o comercialismo do Natal esteja levando as pessoas ao ponto de um colapso nervoso. “Adoramos a ganância e o Natal se torna a festa da ganância e da insensatez”, disse ele, acrescentando: “Dívidas de cartões de crédito deixam as pessoas comuns em estado deplorável. . . . Há crescente evidência de que depois do Natal as pessoas caem no desespero e se entregam a discussões em família. O Natal cada vez mais resulta em problemas em vez de em benefícios.”

O jornal The Church Times, da Inglaterra, resumiu bem o problema do Natal: “Temos de nos libertar do grande bacanal em que permitimos que ele se transformasse!”

O que fazer

Pode-se reconhecer o Natal pelo que é, uma celebração pagã que falsamente se apresenta como comemoração do nascimento de Jesus, e não ter nada que ver com isso. Foi o que fez Rita, a mulher mencionada no início. Ela tornou-se Testemunha de Jeová e está agora unida com mais de 4.500.000 outras Testemunhas, que evitam totalmente o Natal.

Mas nem sempre é fácil adotar um proceder diferente da maioria. (Compare com Mateus 7:13, 14.) The Church Times reconheceu: “É preciso ser homem, mulher ou família de fibra para optar por não mais participar em uma festa que nos é impingida tão agressivamente pelos nossos semelhantes.”

Muitos que decidiram “optar por não mais participar” concordam com isso. Mas sabem também que um profundo amor à verdade lhes tem dado tanto o incentivo como a força para tomar e manter essa posição. Pode acontecer o mesmo no seu caso — se você assim o desejar.

[Quadro na página 17]

Sabia desses fatos?

* Jesus não nasceu em 25 de dezembro.

* Nas noites de pleno inverno, os pastores em Israel mantinham suas ovelhas no abrigo, não nos campos abertos.

* Os ‘reis magos’ eram na verdade astrólogos, e eles visitaram Jesus quando ele já era um garotinho, não um bebê.

* Em parte alguma a Bíblia manda os cristãos celebrarem o nascimento de Jesus. Mas há uma ordem expressa de comemorar a sua morte.

[Quadro na página 18]

Por que as Testemunhas de Jeová não comemoram

O jornal The Witness, órgão oficial da arquidiocese católico-romana de Dubuque, Iowa, EUA, publicou a seguinte pergunta na sua “Seção de Perguntas”.

“Minha esposa pediu a meus 10 filhos que ajudassem a celebrar meu aniversário de 80 anos.

“Contudo, dois dos filhos são Testemunhas de Jeová e disseram que não comemoram aniversários natalícios porque sua vida se baseia em seguir de perto o exemplo de Jesus e viver de acordo com a Bíblia.

“Dizem que nem Jesus nem quaisquer primitivos cristãos celebravam aniversários natalícios. Era uma tradição pagã em que os cristãos se recusavam a participar. Era encarada como tradição pagã no tempo de Cristo e assim deve ser encarada hoje.”

O sacerdote John Dietzen respondeu: “Sei que isto é doloroso para o senhor, mas as informações que o senhor forneceu são corretas. Entre as muitas diferenças de crença e de prática entre as Testemunhas de Jeová e outras denominações cristãs, esta é uma delas.

“Coerente com essa crença, seus membros não comemoram nem mesmo o Natal, em parte porque celebra o nascimento de Jesus e também porque a data do Natal foi estabelecida, aparentemente no quarto século, no dia do solstício de inverno (segundo o antigo calendário juliano), dia este que, antes disso, era uma grande festa pagã.”

[Crédito das fotos na página 16]

Papai Noel: Thomas Nast/Dover Publications, Inc. 1978

Árvore e meias: Old Fashioned Christmas Illustration/Dover Publications, Inc.
*** w86 15/12 pp. 4-7 Deve celebrar o Natal? ***

Deve celebrar o Natal?

PARA ilustrar a similaridade e a diferença entre o modo oriental e o ocidental de celebrar o Natal, a informação aqui apresentada vem na forma de duas cartas trocadas entre um escritor japonês e seu amigo na Inglaterra. Esta informação o ajudará a responder à pergunta: Devo celebrar o Natal?

Prezado David,

Estão fazendo isso de novo. Os comerciantes estão guiando o povo igual a sumos sacerdotes. Papai Noel é o mestre-de-cerimônias. As árvores de Natal servem de símbolo da celebração. E ofertam-se bolos e brinquedos de Natal. Os comerciantes estão propagando a religião do Natal no Japão. Sua missão foi muito bem sucedida nas últimas três ou quatro décadas. Um enorme número de japoneses converte-se a esta “religião” - pelo menos por uns dias no ano!

Isto me deixou intrigado. Muitas vezes me perguntei por que tantos japoneses, que na maior parte não são cristãos, celebram um dia festivo “cristão”. Quando foi que os japoneses começaram a celebrar o Natal a tal ponto? O que há por detrás de tudo isso?

Procurando a origem do Natal japonês, encontrei a seguinte história interessante. Sõseki Natsume, grande escritor da era Meiji (1868-1912), mandou da Inglaterra um cartão natalino a Shiki Masaoka, poeta famoso, descrevendo o fascinante cenário natalino em Londres, no fim do ano 1900. Shiki até mesmo compôs um haicai, a forma mais curta de poesia japonesa, a respeito duma pequena capela no dia do Natal. Pelo visto, o Natal ainda era novidade na virada do século, no Japão. Então, quando foi que os japoneses começaram a celebrar o Natal?

Talvez lhe interesse saber que algumas autoridades afirmam que o Natal foi celebrado numa escola para moças, em Ginza, já no oitavo ano de Meiji (1875). Mas, “o costume de celebrar o Natal só começou realmente a ser adotado no Japão em 1945”, observou o periódico The Christian Century. Foi quando os japoneses viram as famílias dos soldados americanos e missionários celebrar o Natal. Depois de serem derrotados na Segunda Guerra Mundial e de ficarem num vácuo espiritual, os japoneses, em geral, precisavam de algo para animá-los.

O Natal satisfez esta necessidade. Conforme pode imaginar, os comerciantes não perderam tempo para usar decorações natalinas, a fim de promover suas vendas de fim de ano. As decorações natalinas “agiam como mágica para atrair os fregueses”, diz o jornalista Kimpei Shiba. “Isto se deu”, acrescentou, “porque esta ornamentação era atraente e dava animação”.

Mas, David, visto que mora na Inglaterra, você talvez não saiba que os japoneses tinham por costume trocar presentes no fim do ano, muito antes de surgirem os presentes de Natal. Dezembro sempre foi de vantagem para os varejistas. As pessoas, de carteiras recheadas com os abonos de fim de ano, entregam-se a uma onda de compras. “Este ambiente[do Natal]”, porém, “dava às pessoas uma disposição alegre de gastar, e as induzia a comprar mais osei-bo [presentes de fim de ano] do que normalmente, de modo que o costume de usar decorações natalinas tem continuado”, explica o Sr. Shiba.

Hoje em dia, as lojas de departamentos e os varejistas acompanham a onda de aproveitar ao máximo o “espírito de Natal”, que parece funcionar tão bem. Os fabricantes de brinquedos e as padarias aproveitam esta atmosfera para tirar vantagem da época. Em dezembro, as vendas em Kiddy Land, maior cadeia de lojas de brinquedos no Japão, têm sido quatro vezes maiores do que nos outros meses. Calculou-se que de 5 a 10 por cento de todos os bolos produzidos no Japão, cada ano, são o que se poderia chamar de “bolos de Natal”.

Verifiquei que alguns se aborrecem com o comercialismo que domina o cenário natalino no Japão. Por exemplo, o jornal The Daily Yomiuri citou um americano que já vive muito tempo no Japão: “Os japoneses adotaram quase todos os truques comerciais natalinos, mas, de algum modo, o espírito da época não está presente.” Ele estava falando do aspecto religioso do Natal.

Isto me induziu a examinar o lado religioso do Natal. Os afiliados a uma igreja afirmam que o Natal (25 de dezembro) é o aniversário natalício de Cristo. Quão surpreso fiquei ao encontrar na Encyclopedia of Japanese Religions que não se pode afirmar que Jesus nasceu em 25 de dezembro! A enciclopédia diz: “Embora a própria data do nascimento de Jesus não seja conhecida, o Natal começou a ser celebrado em 25 de dezembro por volta do terceiro século . . . Esta data cai aproximadamente no dia do solstício de inverno [no hemisfério setentrional], e adotou a festa pré-cristã do renascimento do sol.” Renascimento do sol? Eu pensava que fosse o dia de nascimento de Jesus. Ora, como é que cristãos sinceros podem celebrar uma festa que originalmente era a celebração pagã do solstício de inverno? Não era o natalício de Jesus, mas a festa do renascimento do sol. Como podem os ocidentais que freqüentam igrejas criticar os japoneses como não tendo princípios por celebrarem um dia festivo “cristão”, quando eles mesmos essencialmente têm a mesma espécie de observância?

Portanto, David, eu gostaria de que me respondesse estas perguntas, visto que são muito perturbadoras.

Seu amigo,

Ichiro

Prezado Ichiro,

Agradeço-lhe muito a sua carta em que descreve a celebração do Natal no seu país. É muito interessante para nós, ocidentais, saber que os orientais celebram um dia festivo ocidental.

Se me permite usar de franqueza, tem toda a razão de dizer que o Natal é uma festa pagã. Quase qualquer obra de referência lhe mostrará que a festividade do Natal se originou da celebração pagã das saturnais, a festividade romana em homenagem ao seu deus agrícola, Saturno.

Sim, do mesmo modo como vocês, japoneses, incluíram o Natal nas suas culturas budista e xintoísta, assim as igrejas da cristandade incluíram festividades pagãs na sua tradição “cristã”. Em certo sentido, isso pode ser considerado ainda mais pecaminoso, porque, ao passo que os japoneses celebram o Natal como festa estrangeira, os que freqüentam igrejas observam a celebração pagã das saturnais como Natal “cristão”.

Na realidade, houve época em que aqui, na Inglaterra, a celebração secular e religiosa do Natal era proibida como costume pagão. Isto foi quando os puritanos governavam a Inglaterra. Na Colônia da Baía de Massachusetts, na América do Norte, os puritanos que abandonaram a Inglaterra por causa das suas crenças também proscreveram o Natal e impuseram multas às festanças durante essa época.

Mas eu acho que você deveria conhecer o conceito da Bíblia sobre a fusão do cristianismo com as religiões pagãs. “Não vos ponhais em jugo desigual com incrédulos.” Isto é o que o apóstolo Paulo exortou em 2 Coríntios 6:14-16. Depois, no versículo 17 , passou a citar o livro de Isaías (52:11, para a sua referência): “‘Portanto, saí do meio deles e separai-vos’, diz Jeová, ‘e cessai de tocar em coisa impura’.”

Como podemos separar-nos dos incrédulos e ao mesmo tempo ainda celebrar uma festividade originária das religiões pagãs? Esta pergunta tem induzido muitos cristãos sinceros a abandonar sua tradição de celebrar o Natal. (Deve interessá-lo abrir sua Bíblia em Mateus 15:3-6 e ler ali as palavras de Jesus.) No entanto, há outros motivos para se evitar tais celebrações.

Se o 25 de dezembro não é o natalício de Jesus, celebrar esta data como se fosse seu aniversário natalício é equivalente a mentir. Conforme você mencionou na sua carta, como pode o cristão que ama a verdade e que está sob a ordem de ser honesto ainda promover uma falsidade? (Efésios 4:25) Desde a própria data até a história de Papai Noel, o Natal passou a ficar cheio de mentiras. No entanto, diz-se aos cristãos em Revelação 22:15 que “todo aquele que gosta da mentira e a pratica” acabará sem a bênção divina da vida eterna.

Então por que celebram os chamados cristãos, no Ocidente, esse Natal? Um dos motivos é o comercialismo, assim como se dá no seu país. Li a respeito dum ministro batista, lá nos Estados Unidos, que lamentou: “Se se removesse totalmente o aspecto comercial, a maioria das pessoas acharia que não tiveram um Natal. Mas o enfoque religioso poderia ser eliminado inteiramente e um grande número de pessoas nem notaria a diferença.” Estas palavras são também aplicáveis na Inglaterra.

O interessante é que a Bíblia revela uma relação íntima entre o comercialismo e o que se chama de “Babilônia, a Grande”. Depois de descrever a queda desta “Babilônia, a Grande”, a Bíblia (em Revelação 18:2, 11-19) diz: “Os comerciantes viajantes da terra estão chorando e pranteando por causa dela, porque não há mais ninguém para comprar todo o seu estoque . . Os comerciantes viajantes destas coisas, que se tornaram ricos por meio dela, estarão parados à distância por causa do seu temor do tormento dela, e chorarão e prantearão.”

Consegue identificar “Babilônia, a Grande”? Ora, quem é que dá enormes lucros aos “comerciantes viajantes da terra”, aqui, na Inglaterra, e no Japão, com a divulgação de ensinos falsos sobre o Natal? Não são as religiões da cristandade? Sim, aprendi dos meus estudos que “Babilônia, a Grande”, representa o império mundial da religião falsa, inclusive a cristandade.

O que acha que devemos fazer? O relato bíblico sobre “Babilônia, a Grande”, ajudou-me a decidir o que eu devia fazer. Revelação 18:4 exorta: “Saí dela, povo meu, se não quiserdes compartilhar com ela nos seus pecados e se não quiserdes receber parte das suas pragas.”

‘Sair dela’, isto é, abandonar a religião que promove a falsidade, importou numa ação decisiva da minha parte. Não foi fácil livrar-me de todos os costumes vinculados com o Natal. O Natal é aqui tanto um dia festivo social como religioso. Tive de criar coragem de ser diferente dos outros. As palavras que encontrei em Provérbios 29:25 se mostraram úteis nisso: “Tremer diante de homens é o que arma um laço, mas quem confia em Jeová será protegido.”

Cheguei a entender estes pontos com a ajuda das Testemunhas de Jeová. Milhares de pessoas na Inglaterra deram o mesmo passo e ‘saíram de Babilônia, a Grande’, e abandonaram todas as suas falsas práticas religiosas, inclusive a celebração do Natal. Mas isto não significa que não honremos a Jesus Cristo. Nós o honramos, não por demonstrar apenas uma vez por ano o “espírito de Natal”, mas por revelar o ano inteiro o espírito cristão.

Seu amigo sincero,

David

(Veja Efésios 4:20-24; Filipenses 2:1-6; Colossenses 3:1-14, quanto ao espírito cristão que procuram cultivar. — A Editora.)

[Destaque na página 4]

Os comerciantes são iguais a sumos sacerdotes. Papai Noel é o mestre-de-cerimônias.

[Destaques na página 5]

Os comerciantes usam o Natal para promover as vendas de fim de ano.

Isto me induziu a examinar o lado religioso do Natal.

[Destaques na página 6]

“Portanto, saí do meio deles . . . e cessai de tocar em coisa impura.”

“Os comerciantes viajantes da terra estão chorando e pranteando por causa dela.”

[Destaque na página 7]

“Tremer diante de homens é o que arma um laço, mas quem confia em Jeová será protegido.”
*** w84 15/12 pp. 4-7 O Natal — por que é perigoso? ***

O Natal — por que é perigoso?

“O NATAL”, escreveu George Bernard Shaw em 1897, “é impingido pelos lojistas e pela imprensa a uma nação relutante e enfastiada”. Acontecia isso naquele tempo? O que é mais importante, dá-se isso hoje?

O jornal The Star, de Johannesburg, África do Sul, lamentou em sua mensagem de Natal de 1983: “Com o soar de estrondosas exortações a gastar, gastar, gastar, nos rádios, na televisão e nos supermercados, nos jornais e nas revistas, muitos se esqueceram da mensagem de amor, devido à febre de comprar.”

Em vista de tais coisas, as pessoas religiosas instam: Faça com que Cristo se torne outra vez parte do Natal. Mas, os cristãos têm motivo de perguntar: Fez Cristo alguma vez parte do Natal? Isto é de crucial interesse, pois os verdadeiros cristãos compreendem o perigo. Se participarem em atividades religiosas que Deus não aprova, não terão sua bênção. Portanto, qual é a origem do Natal?

Suas Origens

Os antigos povos do norte da Europa temiam que a longa escuridão de dezembro vencesse o sol. Como parte dum rito mágico, decoravam os lares com azevinho, hera, visco, lauréis e outras sempre-vivas, pois estas pareciam ter a capacidade sobrenatural de sobreviver. Velas e fogueiras eram acendidas na tentativa de ressuscitar o moribundo sol. Em certas partes da Europa, ainda é praticada a queima cerimonial duma tora. Qual é a origem desta prática que é agora costume natalino? “Foi aparentemente a fusão de dois antigos costumes — luzes com sempre-vivas — que deram origem à nossa moderna árvore de Natal”, conclui Michael Harrison em A História do Natal (em inglês).

Os antigos romanos tinham uma festividade de inverno chamada Saturnais, que começava em 17 de dezembro e durava até o dia 24. O Dr. Conway, em seu livro A Itália Antiga e a Religião Moderna (em inglês) fornece a seguinte descrição dessa festividade: “A vida habitual, por consenso geral, transformava-se em confusão; as pessoas deixavam ocupações sérias, e, quando não estavam festejando na casa um do outro, perambulavam pelas ruas dizendo uns aos outros: ‘Io Saturnalia’, assim como dizemos: ‘Feliz Natal’ . . . Durante esta festividade, esperava-se que a pessoa presenteasse todos os seus amigos; . . . a pessoa era considerada como insociável caso permanecesse sóbria durante todas as Saturnais!”

Por volta de 85 EC, o poeta Marcial publicou Xenia e Apophoreta, dois livros constituídos de 350 curtos versos. Esses poemas destinavam-se a ser copiados e enviados junto com os presentes das Saturnais, a fim de acrescentar, conforme explica o Dr. Conway “um agradável sabor literário”. Não lhe soa isso parecido aos cartões de hoje por ocasião do Natal? E, assim como alguns dos modernos cartões de Natal, vários versos de Marcial eram flagrantemente imorais.

Mal terminavam as Saturnais, os romanos celebravam a festividade de Ano-Novo de calendas. “No meio deste período de folia geral,” explica A História do Natal, “havia um dia reservado para reverência especial ao sol, cujo aparente renascimento no solstício de inverno fornecera originalmente a desculpa para todas estas difundidas festanças pagãs. Este dia era conhecido como Dies Solis Invicti Nati, O Dia do Nascimento do Sol Invicto, e este caía no que corresponde a 25 de dezembro no nosso calendário.” Esta celebração foi mais tarde rotulada de Natal, para que a população romana fosse atraída a um “cristianismo” decadente.

Sim, o Natal tem sua origem na não-cristã adoração do sol. Esta celebração remonta ainda à antiga Babilônia, onde o povo adorava o deus-sol Xamaxe. “Misteriosos paralelos dos costumes do Natal ocorrem nas celebrações de Ano-Novo da Babilônia”, admite o historiador Pimlott em O Natal do Inglês (em inglês).

Pode ver assim por que a palavra “perigo” deve ser associada ao Natal. A Bíblia provê clara advertência aos cristãos com respeito a Babilônia, a Grande (relacionada com a religião baseada nos antigos ensinos babilônicos). A Palavra de Deus aconselha: “Saí dela, povo meu, se não quiserdes compartilhar com ela nos seus pecados e se não quiserdes receber parte das suas pragas.” (Revelação 18:4) Alguns talvez achem que é um tanto exagerado encarar o Natal como perigo espiritual. Mas, notemos os fatos históricos a respeito de como os primitivos cristãos encaravam a observância dum dia santo que supostamente se centralizava no nascimento de Jesus, mas que na verdade estava ligado a uma celebração pagã.

Celebravam os Primitivos Cristãos o Natal?

“Os primitivos cristãos”, declara o professor Ferguson em seu livro As Religiões do Império Romano (em inglês), “não celebravam a data do nascimento de Jesus; esta não foi registrada”. A Bíblia não fornece a data exata do nascimento de Jesus. Ademais, ela indica que Jesus nasceu, não durante o mês frio e chuvoso de dezembro ou de janeiro, mas durante uma estação mais quente. Por que se pode dizer isso?

Por volta da ocasião do nascimento de Jesus, o imperador romano César Augusto decretou que os súditos viajassem para suas respectivas cidades natais e se registrassem. A Bíblia relata: “E todos viajaram para se registrarem, cada um na sua própria cidade.” (Lucas 2:1-7) José e Maria viajaram mais de 110 quilômetros de Nazaré a Belém. Teria isso sido prático ou possível durante o período frio e chuvoso de dezembro?

Mas isso não é tudo. Concernente à época do nascimento de Jesus, a Bíblia acrescenta: “Havia também no mesmo país pastores vivendo ao ar livre e mantendo de noite vigílias sobre os seus rebanhos.” (Lucas 2:8) Esta descrição não se enquadra no mês chuvoso de Israel que corresponde ao nosso atual dezembro — época em que as temperaturas na região de Belém podem baixar muito. — Esdras 10:9, 13; Jeremias 36:22.

Há outro ponto importante. Se Jesus quisesse que seus seguidores celebrassem seu nascimento, por que não os instruiu a fazê-lo? Com respeito ao dia da sua morte, ele delineou uma comemoração simples e ordenou: “Persisti em fazer isso em memória de mim.”! (Lucas 22:19) Jesus não deu nenhuma instrução assim com respeito ao seu nascimento.

A palavra “Natal” nem mesmo aparece na Bíblia pois não havia tal celebração entre os primitivos discípulos de Jesus. O Dr. R. S. Conway explica: “O grande teólogo Orígenes, no início do terceiro século, repete diversas vezes uma observação, a qual afirma ter ouvido de um de seus predecessores, de que nenhum homem justo ou santo cristão jamais guardou um aniversário natalício, o seu próprio ou o de outro. Apenas pessoas iníquas, como o Faraó ou Herodes, têm suas celebrações natalícias mencionadas nas Escrituras. Isto torna bem claro que se ele tivesse ouvido alguma vez a respeito duma festividade como o Natal, repudiava-a completamente.”

Cristãos Apóstatas e as Festividades Pagãs de Inverno

Os primitivos cristãos resistiam à tentação de participar nas festividades pagãs dos seus contemporâneos. Mas, a Bíblia predizia que, com o tempo, se desenvolveria entre os cristãos uma grande apostasia. (Atos 20:29, 30; 2 Tessalonicenses 2:3; 1 Timóteo 4:1-3; 2 Pedro 2:1, 2) Perto do fim do segundo século, o escritor Tertuliano teve de censurar “cristãos” por participarem nas “festividades de Saturno, e de janeiro, e do solstício do inverno”. Ele menciona o “dar presentes” e expressa surpresa de que muitos estavam decorando seus lares com “lâmpadas e lauréis”.

Apesar de tal admoestação, a original e pura congregação cristã foi corrompida. Indo de mal a pior, os cristãos apóstatas justificaram seu proceder por dar às celebrações pagãs um nome “cristão”. Conforme admite o livro Natal (em inglês): “A Igreja Cristã . . . achou conveniente, no quarto século, adotar o sagrado dia pagão de 25 de dezembro, o solstício de inverno . . . A data do nascimento do sol tornou-se a data do nascimento do Filho de Deus.”

Por Que É Tão Perigoso o Natal

Alguns talvez achem que a celebração do Natal é perigosa porque promove o espírito do egoísmo. Por exemplo, o animador Danie Martins disse numa transmissão duma rádio sul-africana que ficou chocado ao descobrir como as crianças encaravam o Natal. Nas festas infantis ele lhes perguntou por que “celebramos o Natal”. A resposta comum foi: “Para ganhar presentes.” Os pais e escritores Martin e Deidre Bobgan indicam outro perigo: “Muitos adultos alimentam as crianças com desonestidades e embustes que por fim podem levar ao ateísmo. Do ponto de vista duma criança, se o que se diz de Papai Noel como verdade é mentira, então possivelmente o que se diz de Deus como verdade também é mentira.”

Contudo, o perigo mais sério de se celebrar o Natal é que poderia levar à perda do favor de Deus. Por quê? Há diversos motivos. Por exemplo, o Natal promove a idolatria, algo proibido pela Bíblia. (1 João 5:21) Isto é praticado abertamente diante de muitas cenas da natividade, tal como a da igreja Ara Coeli, em Roma. Que dizer da introdução da árvore de Natal pagã em muitas das igrejas protestantes? Não tem isso sabor de idolatria?

Além disso, a celebração do Natal tem promovido a adoração de Jesus em lugar do Pai dele, Jeová Deus. Isto constitui outra forma de idolatria, visto que o glorificado Senhor Jesus Cristo é “o princípio da criação de Deus”. (Revelação 3:14; veja também Romanos 1:25.) As canções de Natal têm servido para inculcar esta idéia errada em bilhões de corações jovens. Certa canção de Natal popular inclui as seguintes palavras: “No meio do frio do inverno um estábulo bastou para o Senhor Deus Todo-poderoso Jesus Cristo.”

O fato é que Jesus nunca afirmou ser o Deus Todo-poderoso. Em vez disso, Jesus declarou: “O Pai é maior do que eu.” (João 14:28) Ele dirigiu toda a adoração ao seu Pai, dizendo: “É a Jeová, teu Deus, que tens de adorar e é somente a ele que tens de prestar serviço sagrado.” (Mateus 4:10) Mesmo após sua ressurreição, Jesus continuou a dirigir a adoração ao seu Pai celestial. — João 20:17.

O Natal dá uma fachada religiosa ao que na realidade é uma ocasião de excessos e licenciosidade. O comportamento licencioso nas festas de Natal constitui notória causa de problemas conjugais. De acordo com o Conselho Nacional Britânico de Orientação para o Casamento, o dobro do número semanal normal de casais foram pedir conselhos após o Natal de 1983. As festas de Natal foram classificadas como uma das causas, bem como a “falta de dinheiro para alimentos, presentes e brinquedos”. Tais coisas relacionam-se com outro sério problema. “O índice de suicídios e de tentativas de suicídio aumenta de forma alarmante nessa época”, segundo certo psiquiatra de Johannesburg.

Tampouco podemos desconsiderar que os que continuam sob a influência religiosa de “Babilônia, a Grande”, enfrentam grande perigo. A profecia bíblica indica que o dia do julgamento dela está bem próximo. — 2 Timóteo 3:1-5.

Sem dúvida, o império mundial da religião falsa, com suas práticas e seus dias santos pagãos, em breve desaparecerá para sempre. Agora, enquanto ainda há tempo, separe-se das atraentes atividades dela. Em vez disso associe-se com os verdadeiros cristãos que sobreviverão para usufruir paz e boa vontade entre os homens. — Salmo 37:29.

[Foto na página 5]

Relacionam-se as cenas da natividade, tais como esta duma igreja em Roma, com a adoração cristã?

[Foto na página 7]

Na época de Natal, as crianças de Roma são trazidas para adorar esta imagem na igreja Ara Coeli.

Bm, é isso ai mas tem mais, se precisar é só falar.
Gustavo
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Re: Sobre o Natal

Mensagem não lida por Gustavo »

Oba, muito obrigado!

Comecei a escrever o texto ontem... Estava querendo terminar antes do Natal, mas é muita coisa para escrever, provavelmente não conseguirei... :D
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Gustavo
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Re: Sobre o Natal

Mensagem não lida por Gustavo »

Hum, só pra esclarecer... O que significa mesmo a sigla: w84 15/12?
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RX
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Re: Sobre o Natal

Mensagem não lida por RX »

Gustavo escreveu:Hum, só pra esclarecer... O que significa mesmo a sigla: w84 15/12?
A Sentinela de 15 de dezembro de 1984.
Gustavo
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Re: Sobre o Natal

Mensagem não lida por Gustavo »

Muito obrigado, RX.
Esta Sentinela faz uma referência vergonhosa de Tertuliano... É incrível como eles conseguem citar tudo fora de contexto... :?
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