Uma religião corroída

[Pássaro]

Timoneiro você me lembrou um monte de casos e pessoas que conheci! Do jeito que a coisa vai, vão ter que designar mulheres como "Anciosas"! Brincadeirinha!
Eles estão apelando a todo custo pra que alguém queira essa coisa de "dianteira"! Jovens imaturos com apenas um ano de tj já entram na roda de servo e são colocados na raia! E viva a corrosão!

[mrmarque]

Na minha altura cheguei a ter ao mesmo tempo a responsabilidade do som, do palco, dos territórios, das contas, de angariar oradores para o discurso publico, fazer os mapas das reuniões e das saídas ao campo, e ainda tinha que preparar partes das reuniões e muitas das vezes dirigir o estudo do livro ou o estudo da sentinela. Ufa.... all that is in the past!!!

[Pássaro]

Ainda existem lugares onde se briga, se muda a atitude com as pessoas por causa desses tais privilégios!
O espirito santo anda de folga na maioria dos países, ou como dizem as tjs é uma provação divina!

[Robert Orwell]

Há 4 anos atrás, este tópico foi aberto e eu o trago de volta por achá-lo completamente atualizado. Afinal, não é esta a atual situação da Torre de Vigia?

Aliás, faço ainda um acréscimo, relembrando que, em 2010, eu fui pioneiro auxiliar por tempo indeterminado durante 8 meses e trabalhei muito em cidades do interior: a roça não está mais dando frutos como antigamente.

Uma cidadezinha goiana que tinha 33 publicadores viu tal número, já pequeno, reduzir-se para 14, com os jovens que se mudaram para Goiânia, a capital, ou para Brasília, no DF, em busca de emprego ou para começar a faculdade - apesar da fortíssima pressão da congregação para se abandonar perspectivas de estudo superior - além dos casos, sempre ocorrentes, de desassociação e um casal que se dissociou formalmente. Acabou que a congregação deixou de existir, vindo a ser apenas um grupo de pregação, e a cidade quase não mais recebe as visitas das TJs, em virtude do seu reduzido número e dos moradores de fortes tradições católicas ou pentecostais que não aceitam novas doutrinas.

Imaginem na cidade grande! Eu me lembro que, na minha época de TJ, em Belo Horizonte, bairros nobres como Belvedere, Savassi, Lourdes, Luxemburgo, Cidade Jardim, São Luis, Bandeirantes, Buritis e Gutierrez eram trabalhados uma vez por mês, quando muito. O bairro Mangabeiras era visitado a cada dois ou três meses e não há congregação no local. Os condomínios exclusivos da divisa com Nova Lima - Vila da Serra, Vale do Sereno, Vale dos Cristais, etc - NUNCA foram trabalhados e, salvo algum testemunho informal dado a alguns moradores de lá, quase ninguém jamais recebeu as TJs em casa. Hoje a situação está pior: meu bairro, por exemplo, antes bem receptivo, apesar do bom padrão de vida, agora está árido como o deserto de Gobi. Os poucos publicadores com quem achei que ainda valia a pena manter contato me contam que está muito ruim pregar de casa em casa e há, com frequência, dias em que ninguém vai ao campo.

A Sociedade Torre de Vigia enfrenta uma crise séria de descrédito externo e apatia interna e está, desesperadamente, tentando se renovar, se reinventar, se modelar conforme os tempos atuais - prova disso é o site jw.org com novo layout e a campanha feita especialmente para ele (que causou sérias controvérsias entre os TJs ativos), a participação em eventos culturais para a divulgação da marca (algo antes pomposamente proibido pela Torre, que se orgulhava de dizer que não precisava da propaganda do mundo) e novas modalidades de pregação: SMS, Skype, os carrinhos de publicação, etc - mas sem muito sucesso, aparentemente.

Qual foi o ponto crítico que desencadeou a crise? As profecias não cumpridas de Russell e Rutherford, perpetradas mesmo após as mortes de ambos? As regrinhas farisaicas de Nathan Knorr e Frederick Franz? A verdadeira face da seita como um tal seita desumana e cruel, expostas pelos relatos daqueles que sentiram o aço implacável da sua dureza? As verdades que a seita teimou em esconder por anos: a falta de apoio bíblico para a proibição do sangue, a associação SECRETA com a ONU, os lucros recebidos como sócia minoritária em empresas de armamento e de tabaco, o duplo critério com relação à servência militar, a criminosidade da desassociação conforme praticada por ela? Teria sido o caso de o mundo ter-se modernizado e as exigências sobre seus cidadãos terem crescido e isso ter-se violentamente contraposto com a propaganda fajuta da Torre de "por o Reino em primeiro lugar" e esperar que Jeová mande do céu todo o resto? Terá sido a sempre crescente expressão da dissidência, agora amplamente amparada pela Internet?

Seja qual for - ou quais forem - a(s) resposta(s), o fato é claro: a Torre, podre até o cerne, começa a desmoronar. Conseguirá manter-se e reestruturar-se? Ou ruirá de vez?

[Robert Orwell]

Sobre a apatia interna:

Mais do que o descaso dos não-TJs com a pregação torreana, o germe da corrosão da Torre está dentro dela mesmo: as TJs apáticas.

Apáticas com relação às "novas luzes", às novas orientações, aos novos lançamentos de publicações; apáticas com relação às reuniões, mesmo quando se trata de reuniões especiais com membros do Corpo Governante, com as Assembleias, com o Congresso; apáticas com relação ao serviço de campo, mesmo com as novas modalidades que apareceram; apáticas com relação aos avisos de sempre de "fim iminente".

E por que se dá isso?

Bom, os comentários anteriores neste tópico parecem ter deixado bem claro: a dicotomia do modo de vida TJ, a duplicidade de caráter por parte de tantos, inclusive de membros da dianteira que deveriam ser exemplo, forçosamente obriga alguém atento - e não são poucos os atentos - a perceber que tem algo muito podre no reino da Torre. Por que, apesar de tantas provisões "amorosas" do "escravo [in]fiel e [in]discreto", a apatia permanece e ate aumenta com o passar dos dias? Simples: é evidente que tais "provisões" não surtem nenhum efeito real na vida dos que as recebem. As atitudes negativas e os desvios de caráter de muitas TJs continuam, apesar das várias admoestações dadas anos após anos para 'revestir-se da nova personalidade'. Diz-se ser o tal espírito santo o responsável pela mudança de pensamento e atitude de alguém? Se tal mudança não ocorre, o tal espírito santo está sendo ineficaz. Ou pior, ele não está presente, não está atuando. E, se assim o é, o argumento de que as atitudes crassas de muitas TJs se tratam apenas de imperfeições cai por terra, não é mesmo? E, se isso é tão frequente na ORGANIZAÇÃO, a mesma está desprovida de espírito santo, caso o mesmo exista. Se assim o é, esta Organização pode continuar alegando estar aprovada por Deus, quando, nos seus pátios, praticam-se todas as atitudes da carne possível?

O descrédito em que a Torre incorre se deve, principalmente, ao fato de ela continuar a fazer propaganda a seu favor, como uma religião que muda a pessoa, quando os fatos claramente desmentem isso. Ora, um dos "aspectos" do fruto 'composto' do espírito santo - na interpretação da Torre - não é a alegria? Então por que TANTAS Testemunhas de Jeová, algumas das quais pessoas honestas e boas, são infelizes e vivem de semblante decadente? Cadê o espírito santo? A Torre continua a dizer que seus membros são as pessoas mais felizes do mundo, ao passo que a mera assistência assídua a um mês de reunião em qualquer congregação do mundo joga essa mentira por terra.

Pior é o fato de, aliada à propaganda de ter o povo mais feliz do mundo, a Torre diz ser este povo, também, o mais moralmente limpo. Como é ouvir ou ler isso para alguém que sabe de concrentes envolvidos com adultério, pornografia infantil, drogas, fraudes financeiras, calúnias, tramas, estupro, etc? E, pior ainda, para alguém que tenha sido vítima de um membro do povo mais "moralmente limpo" do mundo: alguém que tenha sido abusado sexualmente quando criança, uma moça ou mulher que tenha sido estuprada, uma esposa que apanhe do marido ou um idoso abandonado pela família? Eu me lembro bem da forma fria e desamorosa com a qual eu era tratado naquela pocilga chamada "Salão do Reino" e o quanto me doía e me enervava ler em A Sentinela que "a marca distintiva das Testemunhas de Jeová era o amor". EU SABIA que aquilo era mentira! Agora imagina alguém que tenha sofrido alguma das coisas que eu citei antes ler que as Testemunhas de Jeová são o povo limpo que Jeová separou para seu nome (Tito 2:12)? É de matar!!!

É por isso que está claro como as primeiras luzes de uma manhã de céu limpo que a Torre está em acelerado processo de decomposição e precisará fazer muito - ou maquiar-se muito ou redimir-se muito - se não quiser morrer.

[Camila Rafiad]

Olá Robert!!

Que texto espetacular! Tenho a plena convicção que tuas palavras traduzem impecavelmente os sentimentos de muitos aqui do fórum.

A certa altura da leitura me lembrei dos sepulcros caiados de branco por fora...Afinal, pode-se enganar por algum tempo, mas não para sempre.

Acredito também que mais cedo ou mais tarde não haverá mais remédio parar a crescente apatia que se instalou no "povo santo."

Mais uma vez parabéns!!

[Robert Orwell]

Olá Robert!!

Que texto espetacular! Tenho a plena convicção que tuas palavras traduzem impecavelmente os sentimentos de muitos aqui do fórum.

A certa altura da leitura me lembrei dos sepulcros caiados de branco por fora...Afinal, pode-se enganar por algum tempo, mas não para sempre.

Acredito também que mais cedo ou mais tarde não haverá mais remédio parar a crescente apatia que se instalou no "povo santo."

Mais uma vez parabéns!!

Muito obrigado pela sua apreciação, Camila. Tudo isso que eu disse eu já percebia quando eu ainda era TJ e cria na Organização. Claro que, agora, sem nenhum medo de ser destruído num mítico Armagedom ou coisa do gênero de terror da Torre, eu falo isso abertamente - o que me custou alguns "amigos" TJs, mas pouco me importo.

[Kaarlo Luhtanen]

Com certeza as TJs é uma religião medíocre assim como todas as outras, em que vemos que existem pessoas mais safadas do que aquelas que não tem religião, trapaceiras, caloteiras sem vergonhas e que se fingem de santinhos para chamar a atenção.

Detesto essa gente!

[Mentalista]

Ontem eu fui na Assembleia de Circuito. Pude notar as palavras de seus posts se cumprindo na minha frente.

Vi umas 10 pessoas tatuadas, sendo algumas aparentemente publicadoras. Um dos que batizaram se tatuou quando era publicador não-batizado, mas isso, aparentemente, não chegou aos anciãos.

Vi também as "irmãzinhas" não dando paz aos "irmãozinhos", com suas roupas curtas. Reencontrei várias pessoas que não via há anos, incluindo um casal de namorados (ambos batizados). Ele tem 18 e ela 15, e começaram o namoro pela internet (ele já tinha morado perto dela mas mudou de estado). E já corria a história de que ela era apaixonada por outro (de 23), mas a pretendida sogra não deixou (!). Hoje os dois se veem uma vez por mês. Depois que ela se ausentou e chegaram mais alguns garotos, pude perceber nos comentários dele que ele não dá grande importância a esse namoro. O interessante nesse caso é perceber a falta de opção que as mulheres têm na organização, em contrapartida com a enorme variedade que os homens têm à disposição deles.

Outra coisa que notei é a frieza. Como disse, encontrei antigos conhecidos. Quando minha família os cumprimentou, fizeram pouco caso.

Também vi a qualidade dos oradores, que só leem o papel. O único que não faz isso é o visitante de Betel, nem o superman se salva.

Na A Sentinela atual, há uma gravura que mostra a "espada" do cristão. Nela, podemos ver a Bíblia, mas também há publicações da Torre atrás. Isso me lembrou na hora das palavras de um torreano (acho que foi o Knorr) a um juíz, mais ou menos essas: "Para ter entendimento da Bíblia, a pessoa precisa das nossas publicações. Caso contrário, ela entrará numa obscuridão...."

[Robert Orwell]

Outra coisa que notei é a frieza. Como disse, encontrei antigos conhecidos. Quando minha família os cumprimentou, fizeram pouco caso.

Sabe, você me lembrou um escândalo moderado que aconteceu há não muitos anos atrás - talvez uns 4 - no meu antigo circuito. Havia uma mulher da minha congregação, financeiramente humilde, TJ batizada já há anos, que era constantemente tratada deste jeito por outras mulheres tão antigas no Salão quanto ela - quando digo antigas, digo algo de uns 20 anos de reuniões juntas, já que era essa, aproximadamente, a idade da congregação na época. Algumas destas mulheres mudaram-se para outras congregações, embora o circuito fosse o mesmo.

Pois bem, eu me lembro bem deste dia, porque era domingo, fim de congresso, e vocês sabem como é domingo, né? Tá todo mundo de saco cheio: saco cheio do mais do mesmo, saco cheio dos discursos decorados, do calor ou do frio, da cara de c* de sempre de muita gente e, claro, da frieza e descaso recorrentes. Daí, essa mulher se aproximou para cumprimentar uns dois anciãos e tinha uma destas outras mulheres lá no meio. Ela estendeu a mão pra mulher e a outra, depois de olhar ela de cima a baixo, virou a cara. Putz, pra quê?!?!

A outra, a humilhada, virou ela de frente e sentou um tapaço na cara dela,que a mulher caiu no chão até desorientada e, quando a dor chegou, desatou a chorar. Aí a outra, também chorando, resolveu ir pra cima dela de uma vez, mas os anciãos a contiveram. A madame nariz em pé ficou lá, com o rosto vermelho que nem um pimentão chorando. Eu achei foi pouco, viu?!

Deu comissão depois, isso foi o pior, mas a mulher não foi desassociada, só repreendida. Hoje sei que ela mudou de congregação, mas não sei como ela anda, tejotamente falando.