Alienação e Preconceito

[nikki098]

Esse ano fez 5 anos que sai da organização e até aqui a minha vida mudou em vários aspectos: entrei na faculdade, tive meu processo de despertar da minha sexualidade, descobri que tenho autismo e tdah e agora to no processo de descoberta da minha religiosidade.

Até aqui tive muitos sentimentos de inadequação, síndrome do impostor, crises de panico causadas por essa seita maldita, mas o sentimento mais presente até agora é que sou uma pessoa sem cultura.

Sou soteropolitana e na minha cidade a cultura afro brasileira é bem forte, muitos costumes e festividades são oriundas das religiões de matriz africana e como essa seita maldita falava que não podemos se misturar com as "coisas do mundo" então ficava por fora de tudo, estava alienada de tudo e com medo de tudo, afinal tudo do mundo era do demônio. Aí eu saí da religião e fui aproveitar as coisas do mundo e quando eu digo coisas do mundo, falo de poder cantar uma música do carnaval sem me sentir culpada, ir à samba de roda, programações culturais, etc.

Ontem eu fui para uma apresentação do Ile Aiye e achei tão incrível, tão legal que fiquei me perguntando como que passei 20 anos da minha vida me negando a vivenciar essas coisas, como que pude achar manifestações tão lindas como essas como demoníacas?!

Isso me fez pensar como as religiões cristãs incentivam muito a intolerância e o preconceito e esse preconceito faz como fiquemos alienados e não tenhamos cultura. Eu digo como dissidente que nós mal temos CULTURA porque a organização descoraja qualquer evento e ida a organizações culturais e você só aproveita quando sai da organização.

Agora estou entrando em uma nova fase da minha vida em que vou focar em iniciar no candomblé e sei que vou enfrentar julgamentos e que a minha vó vai deixar de me amar e de falar comigo por conta disso mas é isso que eu quero para a minha vida e to decidida a fazer isso.

[Spaceman]

Que relato bom de se ouvir Nikki! Parabéns pelo seu progresso!!

Você falou algo que concordo, nós mal temos cultura porque a torre proíbe praticamente tudo. Por exemplo, ir em um show é super mal visto para os TJ bitolados, fora o desincentivo a você conhecer outras culturas, como por exemplo a africana que é rica em história e tradições.

Desejo do fundo do coração que você seja feliz!

[Bauhaus]

É, as religiões cristãs afrontam pra valer as demais de matriz africana. Um preconceito fortíssimo. A nossa ex seita, então...

Me lembro q havia uma brochura específica para isso, será q ainda existe? Nossa, era da década de 90, talvez? Nem me lembro o nome. Tudo p as TJs é do diabo, mas tem coisas que são MAIS DO DIABO AINDA

Enfim, seja muito feliz, desejo força para enfrentar os novos desafios.

(Saudades de Salvador, só boas lembranças daí, inclusive o Ilê)

[kyoumal]

Creio que tudo que é novo e te faz aprender coisas novas é bom, mesmo que no fim você continue não gostando de algo, mas no minimo você tentou.

É como o Bauhaus colocou, para a torre nenhuma religião presta mas se não for a base cristã da religião, ela não presta ainda mais.

Atualmente me vejo agnóstico, mas ainda assim, me permito pesquisar as religiões que antes me sentia incomodado e ampliar meus horizontes. Sou de Salvador também e como você disse, as religiões de matriz africana aqui não é nem só pela cultura mas pela historia da cidade também.

[supernova]

Segundo o DR Google, a identidade cultural de um país, ou grupo, pode ser percebido pela sua língua, alimentos, modo de vestir e Religiosidade.

E sempre bom aprender sobre os diversos aspectos culturais, pois o que um povo já viveu, pode ensinar a outro e vicê versa.

Entretanto, no ramo religioso, respeitando as opiniões de todos, desde que me vi agnóstico, acho que a religião acaba impondo muitas regras e deixando de ensinar a paz e o amor, como práticas.

Eu já visitei o candomblé, antes de ser TJ, e lá TB vi uma necessidade de aprisionamento dos fiéis que como na TJ era maquiada, acabei trocando 6 por meia dúzia, kkk. Mas e claro, está e minha opinião.

Nós ritos africanos, aprendemos muito sobre empatia, alegria e aceitação, mas quando entra no momento a se dedicar a uma entidade, ter que se marcar profundamente, e de certa forma se prender, eu já não gosto mais.

Aliás, não quero mais nenhum grupo que ne prenda, kkkk, quero ser livre para praticar o bem, sem olhar a quem. Está que deve ser a melhor virtude, e assim o universo conspira positivamente a nosso favor. Está e minha opinião, mas respeito a de todos TB, até pq a vida e de cada um, e casa um e responsável por ela

[universalista]

Eu já visitei o candomblé, antes de ser TJ, e lá TB vi uma necessidade de aprisionamento dos fiéis que como na TJ era maquiada, acabei trocando 6 por meia dúzia, kkk. Mas e claro, está e minha opinião.

A maior diferença que vejo nisso é o fato de religiões Afrobrasileiras serem decentralizadas. Então esa mania maluca de prender filho de santo no terreiro dpende do perfiu doido ou saldável do babalaô. Já nas Tjs é uma habito universal em qualquer Salão.