Diego Rutherford escreveu:
Eu queria entender (aliás prefiro nem entender) como funciona o senso moral na cabeça de um ateu. Sei que este senso existe e ele respeita este senso. (mas qual a mola propulsora deste senso moral, do que é certo, justo, errado, amoroso, desamoroso....?)
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Oi Diego. O senso moral não nos é dado pela religião, ou por um Deus, mas sim pela nossa capacidade de prever as consequências, para nós e para os outros, dos nossos actos. A empatia - capacidade de nos colocarmos no lugar do outro - joga aqui um papel essencial. A cultura também - os valores que nos são transmitidos pelos à nossa volta. O homem é um ser gregário e viver em sociedade implica fazer concessões, suprimir vontades, em torno de um bem comum - a coesão social. Com o passar do tempo o homem evoluiu para a dominação dos seus instintos mais básicos e para a prevalência da cultura no ditar das suas acções.
Se fosse a religião ou a crença em alguém superior a conceder-nos essa faculdade, de distinguir o certo do errado, não haveria religiosos crápulas nem descrentes honestos e decentes.
O que na minha opinião fizemos ao desenvolver figuras como Deus (para mim foi Deus (e o Diabo) quem foi feito à imagem do Homem e não o contrário) foi agregar numa só entidade tudo o que de melhor há no Homem, em oposição ao Mal, onde colocámos tudo o que de mais vil todos, todos mesmo, temos, quer manifestemos, quer não. A religião foi desenvolvida para que, quem domina a sociedade, possa mais facilmente dominar comportamentos individuais. Ao sistematizar e simplificar conceitos, uniformizou condutas, tornando tudo mais previsivel e ordenado.