As Testemunhas de Jeová e as crianças

[Ronildo Araujo]

Boa Tarde

Pois é, eu fui uma criança criada desse jeito que você descreveu, e fiquei com muitas sequelas.
Quanto aos estudos, não conseguiram me proibir, foi a única coisa que me fez bater de frente com a minha família e cursar uma graduação, pois usei o argumento de que "enquanto o fim do sistema não viesse, eu teria de me sustentar".

Meus familiares dizem que as coisas que eu leio é que me levaram a não querer mais ser tj...Ou seja, eles praticamente afirmam sem perceber que para ser tj tem que ser alienado, limitado e ignorante.

Concordo com você sobre jesus e os ensinos dele. Aqueles que desejam segui-lo, não precisam viver essa vida medíocre e limitada que a torre de vigia ensina.

Oi Lehh.

Quantas pessoas ainda sofrerão este assédio moral? E o pior: quantas crianças e adolescentes sofrerão com esta pressão altamente maléfica? Me sinto feliz de poder de alguma maneira contribuir para livrar as pessoas deste mal. É até um desencargo de consciência, já que passei 25 anos pensando como eles. Julgando os outros como eles. E taxando os outros como eles. Embora em algumas coisas eu era mais brando. Não usava o termo mundano para os de fora. Eu gostava de chamar as pessoas pelo nome, em vez de ficar só no irmão, irmão, irmã, irmã. Não ignorava os desassociados, cumprimentava discretamente, à não ser que a pessoa baixasse a cabeça. Tinha uma coisa que eu era totalmente contra: usar desvairadamente o nome Jeová na pregação. Achava que isto criava um bloqueio entre nós e o morador. Parecia dois deuses diferentes, o nosso e o do morador. Para mim se devia usar o Nome Divino somente se a apresentação fosse sobre tal nome. Cansei de falar disso. Curiosamente ninguém chamou minha atenção. Decerto é porque tinha lógica. Também sempre lia qualquer matéria "apóstata" que me deparava, eu não procurava, mas se alguém me desafiava, eu lia mesmo. Não tinha medo de ler nada. "Afinal, eu não estava na verdade?!" Mas, como se diz: só que não!

[Ronildo Araujo]

Parabéns pelo tópico! !
Realmente tira talvez o foco da nosso preocupação pessoal de sermos vítimas desta destruidora Seita e aponta o perigo real que qualquer pessoa no mundo venha a cair nessa armadilha perigosa!!!!

É importante que as pessoas o quanto antes principalmente os que tem influencias governamentais entendam a gravidade e o perigo que nós considerados apóstatas estamos tentando alertar, e aprovar projetos de leis que garantam os direitos humanos e a proteção social de qualquer membro que decidir não participar mais deste grupo religioso "uma lei que garanta a qualquer membro que foi violado o seu direito de liberdade ou direitos humanos "venha a ser ressarcido por lei e obrigue essa corja governamental pagarem por processos todos vigentes na lei!!!


Pelo que sei essa lei ja existe mas precisaria ser mais especifica para essa seita! Por exemplo, se um adolecente nao quiser ir ao salo....

É triste Verdade Verdadeira. Por um lado nosso combalido país faz leis e programas em prol da inclusão social. Por outro, permite que uma organização estrangeira tenha dentro de nossas fronteiras um programa atuante de desinclusão social, alienação social.

[Rory]

Olá Ronildo!

Seu tópico é sensacional, me fez refletir muito na condição dos jovens TJs e, principalmente, na minha própria infância e juventude (ambas perdidas).

Existem muitas muitas crianças "prodígios" no meio TJ, ao mesmo tempo que existem muitos jovens frustrados e psicologicamente debilitados.

Eu fui uma dessas crianças TJ acima da média. Aprendi a ler mais cedo, fiz leituras e discursos usando um banquinho para alcançar o microfone da tribuna, me batizei aos 10 anos, etc, etc. E sofri horrores na minha adolescência com ansiedade e depressão.

Eu era leitor assíduo de todo conteúdo científico, comecei lendo os artigos sobre animais e plantas na Despertai e em pouco tempo estava lendo livros de ciência e ficção científica da biblioteca perto de casa. e foi nessa época, lá pelos meus 11/12 anos que eu descobri que a religião era uma grande furada e ser TJ seria viver numa grande prisão: eu já era batizado e meus pais eram muito rígidos.

Desenvolvi então uma enorme ansiedade e depressão, ficava com dor de barriga só de imaginar ser escolhido para hastear a bandeira na escola, responder uma pergunta sobre evolução, ser convidado para um aniversário. E morria de medo que alguém conhecido me visse no serviço de campo.

E hoje eu vejo vários adolescentes TJs passando por problemas psicológicos, alguns bem piores que os meus: anorexia, auto flagelação, e depressões.

[Ronildo Araujo]

Olá Ronildo!

Seu tópico é sensacional, me fez refletir muito na condição dos jovens TJs e, principalmente, na minha própria infância e juventude (ambas perdidas).

Existem muitas muitas crianças "prodígios" no meio TJ, ao mesmo tempo que existem muitos jovens frustrados e psicologicamente debilitados.

Eu fui uma dessas crianças TJ acima da média. Aprendi a ler mais cedo, fiz leituras e discursos usando um banquinho para alcançar o microfone da tribuna, me batizei aos 10 anos, etc, etc. E sofri horrores na minha adolescência com ansiedade e depressão.

Eu era leitor assíduo de todo conteúdo científico, comecei lendo os artigos sobre animais e plantas na Despertai e em pouco tempo estava lendo livros de ciência e ficção científica da biblioteca perto de casa. e foi nessa época, lá pelos meus 11/12 anos que eu descobri que a religião era uma grande furada e ser TJ seria viver numa grande prisão: eu já era batizado e meus pais eram muito rígidos.

Desenvolvi então uma enorme ansiedade e depressão, ficava com dor de barriga só de imaginar ser escolhido para hastear a bandeira na escola, responder uma pergunta sobre evolução, ser convidado para um aniversário. E morria de medo que alguém conhecido me visse no serviço de campo.

E hoje eu vejo vários adolescentes TJs passando por problemas psicológicos, alguns bem piores que os meus: anorexia, auto flagelação, e depressões.

Seu comentário é visceral Rory, me levou às lágrimas!

[Lehh]

Boa Tarde

Pois é, eu fui uma criança criada desse jeito que você descreveu, e fiquei com muitas sequelas.
Quanto aos estudos, não conseguiram me proibir, foi a única coisa que me fez bater de frente com a minha família e cursar uma graduação, pois usei o argumento de que "enquanto o fim do sistema não viesse, eu teria de me sustentar".

Meus familiares dizem que as coisas que eu leio é que me levaram a não querer mais ser tj...Ou seja, eles praticamente afirmam sem perceber que para ser tj tem que ser alienado, limitado e ignorante.

Concordo com você sobre jesus e os ensinos dele. Aqueles que desejam segui-lo, não precisam viver essa vida medíocre e limitada que a torre de vigia ensina.

Oi Lehh.

Quantas pessoas ainda sofrerão este assédio moral? E o pior: quantas crianças e adolescentes sofrerão com esta pressão altamente maléfica? Me sinto feliz de poder de alguma maneira contribuir para livrar as pessoas deste mal. É até um desencargo de consciência, já que passei 25 anos pensando como eles. Julgando os outros como eles. E taxando os outros como eles. Embora em algumas coisas eu era mais brando. Não usava o termo mundano para os de fora. Eu gostava de chamar as pessoas pelo nome, em vez de ficar só no irmão, irmão, irmã, irmã. Não ignorava os desassociados, cumprimentava discretamente, à não ser que a pessoa baixasse a cabeça. Tinha uma coisa que eu era totalmente contra: usar desvairadamente o nome Jeová na pregação. Achava que isto criava um bloqueio entre nós e o morador. Parecia dois deuses diferentes, o nosso e o do morador. Para mim se devia usar o Nome Divino somente se a apresentação fosse sobre tal nome. Cansei de falar disso. Curiosamente ninguém chamou minha atenção. Decerto é porque tinha lógica. Também sempre lia qualquer matéria "apóstata" que me deparava, eu não procurava, mas se alguém me desafiava, eu lia mesmo. Não tinha medo de ler nada. "Afinal, eu não estava na verdade?!" Mas, como se diz: só que não!

Exatamente, se eles se julgam a única religião verdadeira, não teria motivo para temer que os seguidores lessem conteúdo contrário aos ensinos deles.


Quanto aos traumas provocados nas crianças, demorou anos para eu entender a gravidade disso, inclusive, do que eu passei. Algumas vezes eu me pergunto se é possível superar isso de forma definitiva, no caso de uma criança que foi criada desde que nasceu ali.

[RafaelCioran]

"A criança torna-se um adulto sem percepção da função social do cidadão."

Isso que você falou é um fato! Eu sempre falo isso com minha mãe e com um amigo (TJ) que é próximo a mim.