Um dia, conversando com o ancião coordenador da minha congregação, que já serviu com superintendente de circuito por décadas, eu perguntei sobre isso. Perguntei se tinha chance de a “associação” mudar radicalmente o modo de pregação de casa em casa. Claro que não mencionei sobre como estava encarando a organização depois de tudo que descobri. Então ele afirmou de modo bem FIRME:
“NÃO! Esse serviço vai ser realizado até o fim.”
Daí ele comparou com os mórmons (Parece que as TJs gostam de se comparar aos mórmons):
“Os únicos que fazem esse serviço de casa em casa somos nós e os mórmons. E parece que agora eles vão parar com esse serviço para usarem somente a internet. Então somente nós pregaremos de casa em casa, que é o modo que identifica os verdadeiros cristãos”. (Ué, mas não seria o ‘amor’ que identificaria os verdadeiros cristãos, e não uma modalidade de pregação? [ João 13:34, 35] ), pensei. Mas não quis me aprofundar neste assunto com ele. Pelo jeito não há chance que o CG acabe com a pregação de casa em casa.
A meu ver, como já mencionei em minha apresentação, a pregação pode ser feita de vários modos. O próprio Jesus utilizava diversas formas para falar com as pessoas sobre o Reino. Ele não disse que a modalidade ‘X’ ou ‘Y’ seria o padrão para seus seguidores. Até mesmo seus discípulos pregavam nas praças, nas feiras, até nas sinagogas. Portanto
LIMITARa pregação há uma modalidade
(o de casa em casa), além de dizer que esse é o método que identifica os verdadeiros cristãos, e ainda mais: obrigar os membros a encarar desse modo, criticando quem faz diferente, não somente é desleal ao modelo de cristo, como também impõe um fardo aos humildes e sinceros que pensam estar ouvindo os
‘representantes’ de Deus.
É fácil ver pelos números que o serviço de casa em casa não tem mais dado o resultado esperado pela torre. Isso se deve à própria prepotência da torre em não mudar isso. Muitas Tjs vão apenas para passear e tirar fotos. Isso acontece porque as pessoas no território já conhecem as TJs, já sabem seu histórico (salvo poucas exceções) e nem as atendem mais. O mais importante para as TJs
(e isso eu posso afirmar com convicção pois estou lá e vejo muito isso) não é encontrar as pessoas, mas fazer
horas e
encher o relatório.
Em uma ocasião, estávamos indo, esse ancião coordenador e eu, a um certo grupo de serviço de campo. Esse grupo era conhecido por ter pouco apoio dos irmãos que moram alí. A média de apoio daquele grupo era entre 3 e 4 irmãos, e havia dias que não ia ninguém. Só quem dava apoio ali era esse ancião, a esposa dele e eu. Então ele disse:
“Sabe, eu e o corpo de anciãos, estamos pensando em extinguir esse grupo, porque não vem ninguém pro campo desse grupo. Tem pouco apoio aqui e vamos colocar esse dia que seria aqui em outro grupo que dão mais apoio, para ajudar os pioneiros”. Cara, eu fiquei besta
com esse pensamento, eu não acreditei que a mentalidade era essa.
Então eu respondi:
“Mas irmão, o objetivo da pregação não seria para ajudar as pessoas a conhecer sobre Jeová, e não os pioneiros com suas horas? Como irão ficar as pessoas que moram nesse território, ficarão sem ouvir sobre a Bíblia? E os irmãos de outros grupos, também não têm a obrigação de vir para esse grupo e apoiar esse território? Então quer dizer que eles só saem de onde é mais perto para eles?”
Esse irmão, a quem respeito muito devido a idade e por ele ter servido como superintende de circuito por décadas, ficou sem palavras. Ele teve que concordar comigo. Parece que ele abriu a mente e deixou de pensar nas
horas por um instante. Resultado: o dia de campo não foi tirado daquele grupo, mas continua sem apoio de irmãos dos outros grupos. O apoio ao campo está minguando. Mas eu reconheço que a culpa não é dele por pensar apenas nas
horas, a culpa é do corpo governante que criou essa
gana desesperada pelas horas, horas e mais horas. Por isso tenho pena das TJs. Fazem tudo pelas horas.
Minha sugestão seria reduzir a pregação de casa em casa à algumas épocas no ano. Por exemplo, visitaria as pessoas em suas casas 4 vezes ao ano ou menos, até cobrir o território, apenas para deixar revistas e oferecer estudos. Nos relatórios (que seriam entregues de 3 em 3 meses) continuaria relatando horas e publicações, mas não precisaria colocar o nomes do publicador. Seguindo assim o principio de Jesus em Mateus 6:3 e 4:
“não deixe a sua mão esquerda saber o que a direita está fazendo, para que suas dádivas fiquem em segredo. Então o seu Pai, que observa em secreto, o recompensará”. Só isso já tiraria um peso e um fardo enormes entre as TJs e diminuiria os níveis de ansiedade e depressão daqueles que fazem de tudo pelas
horas. As horas nada mais são do que um modo que a torre tem de controlar as TJs para que não saiam de seu meio. É o típico pensamento errôneo de que
quem está com hora baixa é porque está fraco ou cometendo pecado.
É comum em cidades pequenas, moradores receberem visitas das TJs no minimo uma vez na semana, isso quando não visitam a mesma casa durante a semana e no fim de semana. Isso é um erro! Pois, isso não somente
irrita os moradores o fato de toda semana uma TJ batendo na sua porta, como também faz com que as pessoas sintam
repulsa às TJs. Isso pode ser comprado a uma esposa
(ou marido) que fica 'no pé' do cônjuge querendo atenção. Se Insistir muito o resultado será o inverso.
Quem muito insiste acaba afastando. E é isso o que acontecido com as pessoas em relação às TJs. Na modalidade de casa em casa poderia ser aplicado o principio bíblico direcionado aos casados, registrado em 1 Pedro 3:1, 2:
“ [A esposa] Esteja sujeita ao seu marido, de modo que, se ele não for obediente à palavra, seja ganho sem palavras, por meio da conduta de sua esposa, por ter sido testemunha ocular de sua conduta casta junto com profundo respeito.”
Ou seja, o segredo não é com que intensidade se prega, mas como se prega. Ao invés de passar horas indo na casa das pessoas achando que estão fazendo bonito, seria mais sábio se concentrar em
boas ações na comunidade, talvez ajudar os necessitados, os desabrigados
(que não sejam TJs), ajudar casas de repousos, os órfãos (
de verdade), os que passam fome (
de alimento físico), os sem teto, ajudar os hospitais do câncer etc. Daí a comunidade talvez
“fosse ganho sem palavras, por meio da conduta” e boas obras que as TJs demonstram ao próximo.
Isso sim seria ajudar o próximo.
Mas sabem como é a torre, não aceita sugestão. Preferem afundar e desaparecer devido a sua própria arrogância do que aceitar uma sugestão.