Ronildo Araujo escreveu:Altair Rocha escreveu:Ronildo Araujo escreveu:A minha visão é que o mundo melhorou em algumas coisas e piorou em outras. Melhorou na medicina, na tecnologia, na ciência em geral. Piorou na moral. Salvo alguém me trazer algum documento ou obra histórica, nos tempos antigos ou medievais, seja na Europa, Oriente, América, inclusive com os índios sem a influência dos europeus, ou na África; não existia pedofilia. Ou seja, a dignidade do ser humano era maior, e talvez ainda seja assim em tribos isoladas em qualquer continente! Hoje em dia é uma desgraça, você não sabe em quem confiar. Creio que a melhor época para ter um filho foram os anos setenta. Acredito que a tecnologia e a ciência vão continuar melhorando e a moral piorando, infelizmente.
Também, por causa desta baixa moral, a corrupção e a violência só aumentam. O melhor ano dos hospitais no Brasil foi na década de 80. Desde os anos oitenta a medicina foi melhorando para quem tem muito dinheiro e piorando para quem tem pouco. Os bolsões de pobreza no mundo são de uma dramaticidade horrível porque a pobreza severa de hoje é muito mais cruel que a de séculos passados. Eu sinceramente não acredito que a humanidade melhorará por conta própria, se este fosse o caso, agora, a moral, a distribuição de riqueza, os índices de violência e os governos já estariam becm melhores.
Se lhe servir a bíblia como documento, ao menos histórico, basta ler Joel 3:3 e observar que meninos eram vendidos como prostitutas e meninas eram trocadas por vinho para fins sexuais, já há mais de dois mil anos..
Altair Rocha, esta sua interpretação do texto está equivocada. Da mesma maneira que a menina não era transformada em vinho, o menino não era transformado em prostituta por ocasião da transação. Existia na Lei a previsão do genitor se vender como escravo ou vender algum filho para pagar uma dívida grande. Isto significava basicamente trabalhar para outro por um grande período até a dívida ficar quitada. É claro que uma pessoa que tem uma noção errada da Bíblia já vai pensar na escravidão dos africanos no Brasil e em outros países para fazer um paralelo negativo. Mas é absolutamente sem comparação. Os escravos israelitas eram basicamente trabalhadores comuns, quer nos lares ou nos negócios. É evidente que por aí fica contida a idéia de que o filho ou a filha iam de livre e espontânea vontade para pagar as dívidas da família, cooperando para que família não perdessem suas terras que eram heranças consideradas sagradas. Mas claro, quem quiser desabonar vai falar que com certeza eram vendidos e iam contra a própria vontade.
Neste caso que você falou estavam vendendo um filho para pagar uma prostituta, uma criança. Na Lei não está contida a idéia de vender uma criança, mas um jovem que já tinha idade para trabalhar. Se alguém iniquamente tivesse a idéia de vender uma criança, é evidente que o valor seria muito baixo, porque o comprador teria que gastar alguma coisa com ela até que depois de muito tempo começasse a dar lucro. Por isso mesmo o preço seria pequeno, como o preço de uma prostituta. E miseravelmente, a moral estava tão baixa que tinha gente vendendo o filho, um menino, para pagar uma prostituta.
Do mesmo modo tinha gente vendendo a filha, uma menina, para comprar vinho.
É, seu Altair Rocha, já houve todo tipo de malvadezas com inocentes neste mundo, e continua havendo, em minha visão num grau e proporção maior. Minha cidade foi abalada com a notícia que uma mãe matou seus dois filhos pequenos e depois se matou. Fico pensando, que problemas familiares estavam envolvidos para chegar neste ápice. Quais foram as impressões sobre a vida que ela teve. Pelo que entendi cada criança era de um pai diferente, e ela criava seus filhos sozinha. Seus corpos ficaram dois dias onde estavam até um dos pais da criança entrar na casa. Se o mundo não estivesse impregnado de religiões conflitantes e numa guerra com o ateísmo, (nesta guerra contra o ateísmo eu quero estar sempre)), mas ao invés disto as pessoas tivessem espalhado os ensinos de Cristo exatamente como ele falou, então cada rua teria um grupo de encontro cristão, onde as pessoas se confraternizariam, cantariam louvores e voltariam saciados para casa. Então, nestes pequenos grupos, onde não haveria nenhum tipo de arrecadação para mantê-lo, porque não precisa, se alguém estivesse passando por uma forte crise, seja financeira, emocional, ou qualquer outra coisa, seria ajudada. Porque não passaria despercebida. O que você acha Altair Rocha, será que em condições assim estes assassinatos seguidos de suicídio seriam evitados? Será que os pais das crianças aprenderiam a estar presentes e dar todo o apoio necessário para a mãe não ficar sobrecarrega e entrar num colapso? Mas o que temos hoje? Por qual causa nós estamos empenhados e quanto conforto emocional esta nossa causa proporciona ao meu próximo? Será que nossa pregação não contribui para que haja um mundo cada vez mais sem amor e sem valores morais? E ainda teve uma jovem que estacionou o carro, entrou no mato e se enforcou. Tudo na mesma semana, que ficamos sabendo, claro. E o que as pessoas mais fizeram foi espalhar a imagem do corpo dela pendurado pelo whats. Estes tipos de coisas e atitudes foram previstas para os nossos dias pelo livro mais odiado do fórum, segundo a minha impressão!
Sobre pedofilia especificamente, sabendo que você considera a bíblia como documento histórico, já então, portanto, excluindo-se Joel 3:3, o fato de que os sodomitas eram não apenas velhos, mas, relatadamente, que até o 'menor' também estava engajado numa conduta sexualmente agressiva, vê-se que havia uma cultura onde crianças eram inseridas numa sexualidade descabida.
Mas veja, isso não indica, conforme vossa pessoa sabe, que aquele mundo era tanto moralmente igual quanto pior que este, ou melhor. Indica que desde sempre a natureza humana já dava mostras do que era capaz, apenas. Com o advento do cristianismo e leis, sobretudo por toda a Europa, ultra-conservadoras, baseadas muitas vezes nas páginas da bíblia, os indivíduos tornaram-se obrigatoriamente mais castos, mas uma castidade talvez não validada, pois era sustentada não por amor ao Cristo, senão por medo unicamente das leis ou do inferno de fogo, conforme pregado, considerando a impossibilidade inclusive de muitos possuírem ou sequer lerem uma bíblia, sobretudo antes da invenção da prensa de Gutemberg.
Mas claro, havia escândalos, prostituição, e toda sorte de maldade. A bíblia mostra crueldades piores que as que você descreveu desde muito, certa feita de um dos filhos de gideão, que assassinou todos os seus irmãos e jogou-os numa pedra, talvez mais de setenta.. você pode dizer até melhor.
Então, quando o ser humano muitas vezes se torna casto, um cristão não pode dizer que ele por isso é mais moral, ou menos carnal. Por exemplo, quando se fala de carnalidade um crente comum ou testemunha de Jeová imagina apenas adultério, impureza, ou conduta desenfreada. Mas nos evangelhos carnalidade era ainda mais a soberba, hipocrisia e o espírito auto-justo, santo aos próprios olhos. As prostitutas e os ladrões iriam entrar no reino antes dos justos e santos fariseus..
Você é uma testemunha de Jeová batizada, espiritualmente ativa? Não sei julgar o mundo com base no passado antigo, dos livros. Eu não vivi. Senão no passado recente, da época que estou vivo, de trinta anos pra cá claramente o mundo tem piorado, piorado mesmo.