Sabemos que pecados tais como matar, roubar, mentir e fornicar são considerados atos passíveis de desassociação. Agora veja o seguinte trecho do livro Prestai Atenção a Vós Mesmos e a Todo o Rebanho, edição de 1991:
Observação: por violação da neutralidade cristã, subentende-se que se trata de se envolver na política, geralmente dando apoio a um partido e candidatando-se a algum cargo.Visto que os verdadeiros cristãos dedicados ‘não fazem parte do mundo', se um membro da congregação impenitentemente se empenha num proceder que viola a neutralidade cristã, ele, desse modo, dissocia-se da neutra congregação cristã. (João 15:19; 17:14-16 ; w82 15/8 p. 31).
Caso se saiba de algo assim, os anciãos devem falar com quem planeja adotar tal proceder, visto que poderia estar agindo assim em ignorância. (Sal. 119:67; Gál. 6:1; 1 Tim. 1:13).
Se ele desprezar a ajuda oferecida e empenhar-se num proceder que viole a neutralidade cristã, a comissão deve enviar à Sociedade os fatos que justificam a dissociação nos formulários S-77-T e 5-79-T
Faz-se geralmente um anúncio à congregação de que a pessoa dissociou-se da congregação, e deve-se avisá-la oralmente de sua posição. Se por motivos atenuantes não se fizer nenhum anúncio, as pessoas na congregação que talvez sejam visitadas pela pessoa dissociada podem ser informadas em particular. A pessoa deve ser tratada da mesma maneira que um desassociado. Veja a Seção 5 (a), páginas 101-2 (Prestai Atenção a Vós Mesmos e a Todo o Rebanho, página 140, edição de 1991).
Agora note o que diz a revista A Sentinela de 15 de outubro de 1986, pagina 31.
O livro Organizado Para fazer a Vontade de Jeová diz, à página 155:Perguntas dos Leitores
▪ Qual é a adequada reação da congregação quando alguém abandona a verdadeira fé cristã e adere a outra religião?
Os anciãos, ou pastores, da congregação talvez venham a saber de um cristão batizado, que deixou de se associar com o povo de Jeová, e que aparentemente se associou a outra religião. Em harmonia com as palavras de Jesus sobre preocupar-se com qualquer ovelha extraviada, os pastores espirituais devem interessar-se em ajudar tal pessoa. (Mateus 18:12-14; 1 João 5:16.) Mas, que dizer se os pastores designados para cuidar do assunto concluírem que ela nada mais quer com o povo de Jeová e que está decidida a permanecer numa religião falsa?
Eles simplesmente anunciarão à congregação que tal pessoa dissociou a si mesma, e assim não é mais Testemunha de Jeová. Tal pessoa ‘abandonou sua anterior lealdade’, mas, não é necessário tomar nenhuma medida formal de desassociação. Por que não? Porque ela já se dissociou da congregação. Provavelmente não tenta manter contato com seus ex-irmãos, para persuadi-los a segui-la. De sua parte, os irmãos leais não procuram companheirismo com ela, visto que ‘saiu do meio deles, pois não era dos deles’. (1 João 2:19)
Pela interpretação bíblica da Torre, dois dos pecados mais abomináveis são promover a religião falsa e o sistema político; sua literatura está repleta de condenações a Babilônia, a Grande, como sendo o império mundial da religião falsa, ocasião em que geralmente recorre ao texto de Apocalipse 18:4, que alerta: “Saí dela, povo meu, se não quiserdes compartilhar com ela nos seus pecados". O sistema político, segundo a Torre, é retratado como sendo a fera de sete cabeças do capítulo 13 de Apocalipse, a qual, segundo a interpretação, está diretamente sobre a direção de Satanás, o Diabo.O termo "dissociação" se aplica a ação tomada por uma pessoa que, embora seja membro batizado da congregação, repudia deliberadamente sua posição cristã, rejeitando a congregação por meio de suas ações ou por declarar que não deseja mais ser reconhecido como Testemunha de jeová.
Em razão desses fatores, eu questiono: por que uma Testemunha que entra na política ou muda para outra religião, pecados extremamente graves, é considerada dissociada, ao passo que quem mente ou rouba, pecados aparentemente banais, pode ser punido com a desassociação? Do meu ponto de vista, mais honra tem quem pode dizer que dissociou-se das Testemunhas de Jeová do que quem foi desassociado. A própria pessoa desassociada, muitas vezes o é em razão de pecados dos quais não resistiu aos impulsos, e talvez sofra desesperadamente por isso. Ao contrário, quem se dissocia, ou que assim o é declarado, geralmente está conformado com a situação e talvez até muito satisfeito.
Pelas minhas pesquisas na literatura da Torre, não consegui nenhuma explicação que me ajudasse a entender isso. Assim, pergunto aos foristas, caso alguém saiba: como a Torre justifica essa aparente discrepância?
Seria, por acaso, em se tratando dos casos abordados, por estar envolvidos ações asseguradas por organismos e instituições internacionais, como sendo um direito inviolável, e por conseguinte, muito difícil de se justificar para a opinião pública?
Para uso da moderação---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
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