Lourisvaldo Santana escreveu:No Israel antigo, caso o estrangeiro desejasse comer a páscoa, havia a provisão de passar pela circuncisão e, assim qualificar-se. Dessa forma, tanto israelita como gentio colocavam-se no mesmo patamar perante Deus. A Torre de Vigia costume ver paralelo em tudo, mas esse detalhe é completamente esquecido. Também resta o fato de que, em nenhum lugar do Novo Testamento, há qualquer previsão de que um dia, no futuro (no nosso tempo), a páscoa teria esse particular adotado pelas Testemunhas de Jeová.
(Êxodo 12:48, 49) 48 E caso um residente forasteiro resida contigo e realmente celebre a páscoa para Jeová, seja circuncidado cada macho dele. Só então pode chegar-se para celebrá-la; e ele tem de tornar-se como o natural do país. Mas nenhum incircunciso pode comer dela. 49 Deve haver uma só lei para o natural e para o residente forasteiro que reside no vosso meio.”
Amigo, ISRAELITAS E GENTIOS NUNCA SE COLOCARAM NO MESMO PATAMAR PERANTE DEUS E NÃO É ISSO QUE ENSINA A LEI. Um Judeu não come a comida de um gentio, não bebe de seu vinho, nem come de seu azeite ou pão. Um converso é membro pleno da comunidade Judaica mas está limitado em quanto a certas leis, por exemplo, um sacerdote judeu não pode se casar com uma mulher conversa, ou um converso não pode ser Rei em Israel, nem ser Testemunha em tribunal em certos assuntos jurídicos,
No Judaísmo antigo haviam vários tipos de Residentes e não necessariamente eram conversos. Mas apenas aqueles que se convertiam passando pelo processo de circuncisão e aceitação do Judaísmo podiam comer do CORDEIRO PASCOAL, nada lhes impedia de participar na refeição de pascoa esta servida depois do Seder, a refeição pascoal em si que antecede a essa refeição. Os Judeus até hoje celebramos em nossas casas primeiro o "Seder" de Páscoa com os símbolos (ervas amargas, vinho etc) da festa e depois uma refeição festiva. Quando eu frequentei o Salão do Reino e ao ler o Novo Testamento entendi que Jesus parece ter aproveitado a refeição festiva judaica (a que comemos depois da celebração do Seder de Pesach) pra introduzir sua celebração. Enfim como eu disse acima nos tempos antigos a lei não proibia não-judeus que respeitassem as leis dadas a Noé ( que são cinco ) e não as leis Judaicas do Pentateuco ( que são 613 ) de participar da refeição festiva de Páscoa, mas não podiam comer do Cordeiro de Páscoa em si. Dentre os conversos aos Judaísmo haviam vários tipos citados no Talmud.
É interessante notar que a literatura rabínica trata a questão da conversão com toda a sua riqueza e "diversidade". Não há a expectativa atual de uma fidelidade básica que seja absoluta. Fidelidades parciais eram também reconhecidas, o que demonstra grande interesse num tratamento mais pragmático. Vejamos os termos usados para distinguir as diversas atitudes dos conversos:
GER TOSHAV (prosélito residente)-- aquele que para adquirir cidadania limitada na Palestina, renunciava à idolatria. (Talmud. Gitt. 57b)
GER SHEKER (prosélito insincero) - aquele que ocultava a preservação de costumes e crenças de sua fé de origem.
GER TSEDEK (prosélito justo) -- aquele que se convertia com conhecimento do judaísmo, com sinceridade e com compromisso.
GER G'ERURIM (um converso auto-realizado) - não formalmente admitido e convertido, mas que é recebido informalmente pela comunidade ( Talmud. Av. Zara 3b).
GER ARIOT (prosélito por medo) (Hull 3b) - aquele que é pressionado direta ou indiretamente para a conversão. O exemplo clássico é os "gerei Mordechai vê-Esther" -- conversos de Esther. (Esther VIII,17)
GER CHALOMOT (prosélito por sonho) - conversos por conselho místico, por sonho ou por interpretador de sonhos (Talmud. San. 85b)
GERIN TO'IN (prosélitos em erro) - conversos que não seguem os direcionamentos do Judaísmo mesmo sem traí-los por outros preceitos. (Iev. 25a)
De Todos eles APENAS O "GER TOSHAV", ou seja, O RESIDENTE FORASTEIRO, não comia da Páscoa. Pois não havia sido circuncidado. Portanto não era Judeu. Outro detalhe importante é que de Todos esses conversos nenhum deles era considerado Israelita parte da "Congregação do Eterno". Pois apenas quem nascia de pais Israelitas de primeira Geração podiam ser considerados assim. Os Egípcios após algumas gerações eram considerados israelitas cujos primeiros pais se converteram e casaram com Israelitas. já os Moabitas jamais seriam aceitos nem como prosélitos nem como israelitas em geração alguma NO CASO DOS HOMENS. Isso vocês encontram na Bíblia hebraica não preciso citar Fontes.
Pois bem A Lei de Moisés é clara no que se refere ao Sacrifício do "Pessach" que faz referencia ao cordeiro na Refeição de Páscoa em Si:
-Não dar de comer do Pêssach ao "ger toshav" - "...não comerá dele." - Ex12:45.
-Que não coma o incircunciso da carne do Pêssach - "Nenhum incircunciso comerá dele..." - Ex 12:45.
-Não dar da carne do Pêssach a um judeu que se voltou para uma das diversas formas de fé dos gentios - "...todo filho do estranho, não comerá dele!" - Ex 12:43. O judeu que se unira aos gentios em sua idolatria fazendo como um deles é considerado um filho deles, e não pode participar do sacrifício do Pêssach.
Se prestaram bem atenção vão entender que esses são os critérios que o Corpo Governante usa baseando-se nas interpretações dos Sábios Judeus e de seu estudo da Lei de Moisés para reger as Testemunhas de Jeová quanto a celebração de sua comemoração no dia 14 de Nisã, só que eles não explicam que Jesus não celebrou a páscoa no dia 14 de Nisã pois ela é celebrada na escritura hebraica no dia 15. E se ele celebrou do dia 14 descumpriu a Lei!
A Páscoa era celebrada da seguinte forma: “Este mês vos será o principal dos meses; será o primeiro mês do ano. [...] Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um cordeiro para cada família [...] e o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o imolará no crepúsculo da tarde [i.e., após o meio-dia]. [...] Naquela noite, comerão a carne assada no fogo; com pães asmos e ervas amargas a comerão. [...] Nada deixareis dele até pela manhã; o que, porém, ficar até pela manhã, queimá-lo-eis” (Êx 12:2-10).
O cordeiro pascoal era morto na tarde do dia 14 de Nisã e comido, com ervas amargas e pães asmos, após o pôr-do-sol, isto é, no dia 15. Isso significa que, se Jesus morreu no dia 14 de Nisã, então Ele celebrou a Páscoa no dia errado (um dia antes). Ou se morreu no dia 15 não se poderá fazer analogia dele com o Cordeiro Sacrificado em Páscoa, pois este era sacrificado no dia 14 à tarde...
Enfim depois de explicado quero dizer que essa teologia de "negar a grande multidão participar dos emblemas" está baseada na Lei de Moisés que eles mesmos dizem ter sido abolida enquanto se contradizem aplicando-a àqueles que consideram seus irmãos inferiores....
“Existe uma chave para a liberdade: Pense! Se quiseres ser um cordeiro, seja feita a tua vontade. Não reclames, entretanto, quando fores servido em nosso grande Sabbath!” Um “bem velho” dito pagão, do século XX