Motivos pelos quais Moisés não é escritor de Genesis

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kooboo
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Re: Motivos pelos quais Moisés não é escritor de Genesis

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Luiz Bozzo LionHeart escreveu:Acredito que o Antigo Testamento, tenha sido em sua maior parte compilada no Cativeiro da Babilonia, no século VI antes de Cristo. O que me intriga é que, por exemplo, se nunca houve o Exõdo dos hebreus, porque os próprios egipcios, não refutaram as histórias hebraicas que estavam sendo escritas no Cativeiro? Há algum fundo de verdade no Exõdo então, para os egipcios não questionarem nos séculos seguintes? Creio que os escribas judeus que escreveram a Torá em 600 A.C. na Babilônia, acreditavam que o "Espirito Santo", estava revelando a eles a "verdadeira história hebraica", e no caso não seria nada uma mentira, o Exôdo, as Muralhas de Jericó, o Diluvio de Noé, Adão e Eva, Caim e Abel, as riquezas de Salomão, etc, pois tudo estava sendo "revelado" só a partir daquele momento! Houve, é claro, muita assimilação da cultura babilonica e de outras culturas na redação da Biblia...
Sim, pode haver um fundo de verdade na historia do cativeiro.
TALVEZ as diferenças estejam na quantidade de pessoas que saíram do Egito e na forma como saíram.

Imagine, entre o que saíram do cativeiro e o que foram escrever a história ... centenas de anos se passaram, e a historia era contada de pai pra filho, e quem conta um conto aumenta um ponto.
[]'s
kooboo

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APOCALIPSE ADIADO
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Re: Motivos pelos quais Moisés não é escritor de Genesis

Mensagem não lida por APOCALIPSE ADIADO »

kooboo escreveu:
Luiz Bozzo LionHeart escreveu:Acredito que o Antigo Testamento, tenha sido em sua maior parte compilada no Cativeiro da Babilonia, no século VI antes de Cristo. O que me intriga é que, por exemplo, se nunca houve o Exõdo dos hebreus, porque os próprios egipcios, não refutaram as histórias hebraicas que estavam sendo escritas no Cativeiro? Há algum fundo de verdade no Exõdo então, para os egipcios não questionarem nos séculos seguintes? Creio que os escribas judeus que escreveram a Torá em 600 A.C. na Babilônia, acreditavam que o "Espirito Santo", estava revelando a eles a "verdadeira história hebraica", e no caso não seria nada uma mentira, o Exôdo, as Muralhas de Jericó, o Diluvio de Noé, Adão e Eva, Caim e Abel, as riquezas de Salomão, etc, pois tudo estava sendo "revelado" só a partir daquele momento! Houve, é claro, muita assimilação da cultura babilonica e de outras culturas na redação da Biblia...
Sim, pode haver um fundo de verdade na historia do cativeiro.
TALVEZ as diferenças estejam na quantidade de pessoas que saíram do Egito e na forma como saíram.

Imagine, entre o que saíram do cativeiro e o que foram escrever a história ... centenas de anos se passaram, e a historia era contada de pai pra filho, e quem conta um conto aumenta um ponto.
Realmente a epopéia lendária que faz parte da cultura judaica, conforme descrita na bíblia, dificilmente corresponde à verdade histórica. É pouco provável que o próprio Moisés tenha sido o escritor desta narrativa que se encontra no livro bíblico de Êxodo. Apesar da tradição judaica e cristã afirmar que Moisés foi o escritor, não existe nenhuma prova clara disso. Todas as ditas evidências são baseadas na própria bíblia, que conforme vimos não são confiáveis. As pessoas que defendem esta idéia, não raro são motivadas por forte sentimentalismo religioso. Analisando todos os elementos desta questão, fica óbvio que Moisés não tinha o ambiente propício, os materiais necessários e tão pouco as condições de ser o escritor desta lenda bíblica. Pergunte-se: como Moisés conseguiu materiais adequados para escrever tão extenso registro? Na época materiais de escrita eram raros, um luxo restrito a poucos escribas que viviam sobre a proteção de ricos governantes. Moisés ao contrário era um fugitivo, perambulando pelo deserto, atormentado pela fome, a sede, o ataque de tribos hostis, vivendo em tendas, sofrendo um calor escaldante de dia e um frio intenso à noite, liderando um povo rebelde, queixoso e constantemente insatisfeito. A própria escrita estava em seus primeiros estágios, por isso Moisés teria muita dificuldade de escrever relatos tão complexos.

Outra questão que surge diz respeito à própria narrativa em si. Se analisado mais de perto, vamos observar fortes traços de exageros, contradições e incoerências que são peculiares de mitos e lendas. O relato bíblico fala de um numero astronômico de 600.000 homens, acrescentando mulheres e crianças, chegamos a uma multidão de mais de 3 milhões de pessoas no meio de um deserto inóspito. Faça um quadro mental desta imensa multidão vagueando pelo ermo do Sinai, tentando arranjar água suficiente dia após dia durante anos, além de comida para satisfazer milhões de pessoas. O relato bíblico tenta explicar esta cena surreal com águas torrenciais saindo das rochas, um tal de maná caindo do céu como flocos de neve que alimentava todos os dias 3 milhões de pessoas de maneira satisfatória, enxames de codornizes caindo do céu no meio do acampamento para a felicidade de todos proporcionando a tão desejada carne, roupas e sandálias que não se gastavam e nem ficavam danificadas, isto tudo segundo a bíblia por um período de quarenta anos. Encarando tudo isso como uma lenda, pode até fazer sentido, mas como história verídica fica difícil.

O grupo que Moisés conduziu provavelmente foi relativamente pequeno, e sua épica travessia do mar vermelho e posterior peregrinação pelo deserto possivelmente foi transformada em uma epopéia lendária quando registrados séculos depois. Para uma nação que estava se formando e precisava de uma história para unificá-los, um simples relato sobre um pequeno grupo de pessoas que ao sair do Egito se refugiou nos canaviais que rodeavam os lagos entre Suez e a costa, desaparecendo do exército egípcio que estava em seu encalço, soaria assim um pouco simples demais, nada heróico nem tão pouco milagroso, não era um relato que exaltava seu Deus e elevava a auto-estima do povo. Portanto por motivos óbvios, a história lendária acabou se sobrepondo ao que de fato aconteceu.
“Quando alguém replica a um assunto antes de ouvi-lo, é tolice da sua parte e uma humilhação”.
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